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Teatro em silencio: onde foi parar o Jubileu de Amores, de Gil Vicente (c.1465 - c.1536)?

Authors :
Denise Rocha
Source :
Urdimento, Vol 2, Iss 38, Pp 1-28 (2020)
Publication Year :
2020
Publisher :
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), 2020.

Abstract

O texto propõe uma revisitação da inquisição literária e da censura teatral no século XVI em Portugal, em uma época de fausto e cultura, promovida pelos gigantescos lucros do colonialismo, que proporcionou à corte lisboeta a presença de Gil Vicente (c.1465- c.1536): Ourives, dramaturgo, encenador e artista, ele escreveu, desde o ano de 1502 até 1536, cerca de 45 peças teatrais, algumas das quais foram silenciadas pela máquina de censura do Tribunal do Santo Ofício, instalado em 1536. O objetivo do artigo é delinear, principalmente, um momento histórico que selou o destino de uma obra vicentina: Em Bruxelas (Flandres), no dia 21 de dezembro de 1531, foi apresentado um auto de Gil Vicente, Jubileu de Amores, por ocasião das comemorações do nascimento de D. Manuel, filho do rei D. João III. Presente estava o cardeal Girolano Aleandro, diplomata enviado pelo Papa para persuadir o imperador Carlos V a intervir contra a heresia alemã, desencadeada por Martim Luther. Em carta enviada para o secretário papal, Aleandro teceu severas críticas à comédia vicentina, a qual recriminava o sistema de indulgências de Roma. A peça foi encenada na corte lusa, mas não foi incluída na Copilaçam de Todalas obras de Gil Vicente de 1562 e desapareceu sem deixar vestígios.

Details

Language :
Portuguese
ISSN :
23586958
Volume :
2
Issue :
38
Database :
OpenAIRE
Journal :
Urdimento
Accession number :
edsair.doi.dedup.....a7435cb10d71ee3ba45c37e4abd94b3e