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Resiliência em crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e linha de cuidado

Authors :
Hildebrand, Natália Amaral, 1981
Zanolli, Maria de Lurdes, 1954
Celeri, Eloisa Helena Rubello Valler, 1959
Goldberg, Tamara Beres Lederer
Caetano, Sheila Cavalcante
Bicudo, Angélica Maria
Silva, Marcos Tadeu Nolasco da
Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Source :
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), instacron:UNICAMP
Publication Year :
2021
Publisher :
Universidade Estadual de Campinas - Repositorio Institucional, 2021.

Abstract

Orientadores: Maria de Lurdes Zanolli, Eloisa Helena Rubello Valler Celeri Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: Introdução: A exposição de crianças/adolescentes a fatores de risco, como a violência doméstica, pode desencadear transtornos mentais precoces. Os estudos sobre a resiliência têm contribuído amplamente com a promoção de saúde, linha de cuidado infanto-juvenil e desenvolvimento de pessoas em situação de risco social e emocional. Objetivo: Estudar a resiliência em crianças/adolescentes vítimas de violência doméstica, conhecer a linha de cuidados desses sujeitos e, comparar com um grupo de escolares que não tenha sofrido violência doméstica. Método: Tratou-se de estudo quanti-qualitativo. Os sujeitos desta pesquisa foram crianças/adolescentes (9-16 anos) vítimas de violência doméstica e seus responsáveis (díades)-G1, acompanhadas em serviços especializados do município de Campinas; e, um grupo de escolares-G2 com as mesmas características que não tenham sofrido violações de direitos. Foram aplicados nas díades instrumentos estruturados: SDQ-Strengths and Difficulties Questionnaires; RSCA-Resiliency Scales for Children and Adolescents; SSA-Social Support Appraisals; RAF-Inventário de Recursos no Ambiente Familiar; e semiestruturados: Diagrama da Escolta e um questionário psicossocial. Foram realizadas análises uni/multivariada e análise de conteúdo temático a partir de categorias. Resultados: A resiliência foi alta nas três escalas do RSCA em ambos os grupos, com diferença significativa na subescala reatividade emocional. Os sujeitos que tiveram maior chance de baixa resiliência apresentaram ausência de percepção do suporte social do professor, dos amigos e de outras pessoas da comunidade. O estabelecimento de rotina/regras na vida das crianças/adolescentes associou-se a resiliência. A violência doméstica infanto-juvenil foi fator de risco para desenvolvimento de transtornos mentais (SDQ-versão responsáveis). Baixa resiliência de reatividade emocional foi mais presente em sujeitos do sexo feminino e naqueles que apresentaram maior possibilidades de problemas de saúde mental (SDQ-versão autoavaliação). Foram fatores de risco para o G1 e suas famílias: vulnerabilidade socioeconômica, famílias monoparentais, separação dos pais e disputas judiciais pela guarda, abandono do genitor, responsáveis com problemas de saúde mental, envolvimento com a criminalidade, prostituição, uso considerado problemático de bebida alcoólica e substâncias psicoativas, histórico de moradia em situação de rua, mortes de pessoas importantes, violência na escola, abrigamento, trabalho infantil, problemas escolares e alimentares. No G2 a escolaridade do responsável foi maior e as crianças iniciaram antes a educação infantil. A rede de proteção social foi referência de suporte para famílias do G1. Nos dois grupos os serviços de saúde mental públicos foram o principal apoio e para as crianças/adolescentes a família foi a principal fonte de cuidados físicos e emocionais. Nos dados qualitativos encontrou-se importante miséria emocional, social e afetiva dos responsáveis. Conclusões: A violência doméstica ocorre associada a inúmeros fatores de risco que aumentam as possibilidades de desenvolvimento de transtornos mentais precocemente, enquanto que a resiliência funciona como fator de proteção para o adoecimento emocional. A miséria afetiva e social dos responsáveis gera um maior risco de adoecimento em crianças/adolescentes impedindo o desenvolvimento da resiliência. Sugere-se que a rede de suporte para a família possa ser um dos focos das ações de cuidado nesta área Abstract: Introduction: The exposure of children/adolescents to risk factors, such as domestic violence, may cause early mental disorders. The resilience studies have largely contributed to the health promotion, the child-juvenile care line and the development of people at social and emotional risk. Objective: To study resilience in children/adolescents victims of domestic violence, to understand the care line of these subjects and to compare them with a group of schoolchildren who did not experience domestic violence. Method: This was a quantitative-qualitative study. The research subjects were children/adolescents (9-16 years) victims of domestic violence and their respective guardians (dyads)-G1, under monitoring in specialized services at Campinas city; and a control group of schoolchildren-G2 with the same characteristics that had not suffered violations of their rights. Structured instruments/tools were applied in the dyads: SDQ-Strengths and Difficulties Questionnaires; RSCA-Resiliency Scales for Children and Adolescents; SSA-Social Support Appraisals; RAF- Home Environment Resources Scale; and semi-structured instruments/tools: the Convoy of Social Support and an elaborated questionnaire psychosocial. Univariate/multivariate analyses were performed as well as thematic content analysis by categories. Results: The resilience capacity was high in the three scales of RSCA in both groups, with significant difference in the emotional reactivity subscale. The subjects who had a higher chance of low resilience presented an absence of social support perception from the teacher, friends and other people in the community. The establishment of routine/rules in the children/adolescents lives was associated with resilience. Child-juvenile domestic violence was a risk factor for the development of mental disorders (SDQ-parents version). Low resilience of emotional reactivity was more present among the female subjects and those who presented more possibilities of mental health problems (SDQ-self-rated version). Risk factors for the G1 and their families were: socioeconomic vulnerability, single-parent families, parent¿s separation and custody disputes, parent abandonment, parents with mental health problems, criminality involvement, prostitution, problematic use of alcohol and psychoactive substances, history of housing on the street, death of important people, school violence, sheltering, child labor, school and food problems. In the G2 the guardians schooling was higher and the children started earlier their education. The social protection network was a support reference for families in the G1. In both groups the mental health public services were the main support and for the children/adolescents the family was the main source of physical and emotional care. In the qualitative data it was found an important emotional, social and affective misery in the guardians. Final Considerations: The domestic violence is associated with numerous risk factors that increase the possibilities of developing early mental disorders, while the resilience is a protective factor for emotional illness. The social and affective misery of the guardians generates higher risk of illness in children/adolescents preventing the resilience development. It is suggested that the family support network should be one of the focuses of the care actions in this area Doutorado Saúde da Criança e do Adolescente Doutora em Ciências CAPES 01-P-4525/2013

Details

Database :
OpenAIRE
Journal :
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), instacron:UNICAMP
Accession number :
edsair.doi.dedup.....9cba33a171289974795ff20a33e5cd0a