GEOGRAFIA DE LUTAS E RESITÊNCIAS NO TRIÂNGULO MINEIRO: ESTUDOS AGRÁRIOS E DEBATE PARADIGMÁTICO

The history of geographic thinking shows that, since its origin, it was linked to specific interests and hegemonic subjects and/or social classes. The motivations and projects have been transformed, but it is still necessary to unveil the conceptions of the world developed within Geography. This work sought to contribute to the updating of geographic thinking through the identification and analysis of the themes and paradigms of Minas Gerais Agrarian Geography. Especially in this article, the reflections were channeled in the performance of the Triangulo Mineiro in the construction of a critical Agrarian Geography, called the Geography of Struggles and Resistances. To this end, a reading based on the paradigmatic debate was proposed, an approach that highlights the political and ideological stances of knowledge. In the case of Agrarian Geography, the Agrarian Capitalism Paradigm (PCA) and the Agrarian Question Paradigm (PQA) acted as contributions to this reflection. Through UFU, the region has contributed to the advancement of critical studies, which understand that the development of capitalism in the countryside does not happen in a homogeneous way, but is permeated with contradictions that historically made possible the (re) creation of the peasantry. These are studies aimed at understanding the struggle and overcoming. A história do pensamento geográfico mostra que, desde a sua origem, ela esteve vinculada à interesses específicos e sujeitos e/ou classes sociais hegemômicas. As motivações e os projetos se transformaram, mas ainda sim é necessário desvelar as concepções de mundo desenvolvidas no interior da Geografia. Este trabalho procurou contribuir com a atualização do pensamento geográfico por meio da identificação e análise dos temas e paradigmas da Geografia Agrária mineira. Especialmente neste artigo, as reflexões foram canalizadas na atuação do Triângulo Mineiro na construção de uma Geografia Agrária crítica, denominada de Geografia de Lutas e Resistências. Para tanto, foi proposta uma leitura ancorada no debate paradigmático, abordagem que realça as posturas políticas e ideológicas do conhecimento. No caso da Geografia Agrária, o Paradigma do Capitalismo Agrário (PCA) e o Paradigma da Questão Agrária (PQA) atuaram como aportes dessa reflexão. Através da UFU, a região tem contribuído para o avanço dos estudos críticos, os quais compreendem que o desenvolvimento do capitalismo no campo não acontece de forma homogênea, mas é permeado de contradições que possibilitaram historicamente a (re)criação do campesinato. São estudos que se direcionam para o entendimento da luta, do enfrentamento, da resistência e da superação.