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Intuição como princípio, intuição como fim. Apontamentos sobre a continuidade do projeto filosófico fichtiano

Authors :
Thiago S. Santoro
Source :
Revista de Estud(i)os sobre Fichte.
Publication Year :
2017
Publisher :
OpenEdition, 2017.

Abstract

Uma interpretação normalmente aceita sobre a filosofia tardia de Fichte afirma que após a assim denominada Querela sobre o Ateísmo (Atheismus-Streit), de 1799-1800, ocorreu uma importante virada no pensamento do filósofo, transformando aquilo que antes era considerado uma epistemologia, centrada nos conceitos de autoconsciência e intuição, em uma nova ontologia, que trata do conceito do Absoluto e de sua manifestação enquanto conhecimento absoluto. Sem dúvida, até o início da edição crítica das obras de Fichte essa era a interpretação canônica sobre toda obra tardia, mas parece que tal tradição ainda exerce influência em muitas das recentes interpretações, mesmo levando em conta o material tardio que veio a lume desde então. Nesse sentido, minha proposta aqui é sugerir uma nova leitura da filosofia tardia de Fichte, e para tanto, primeiramente pretendo indicar como o conceito de intuição permanece central no desenvolvimento da WL de 1804/5, em um sentido próximo ao uso fichtiano do mesmo no período de Jena. Um texto importante neste caso, e pouco estudado, é aquele das lições de inverno da WL de 18041. Em uma segunda parte, minha intenção é conectar essa análise à retomada fichtiana do conceito de intuição e autoconsciência na fase posterior de seu pensamento, entre 1807 e 1813. Essa comparação deverá servir para indicar uma continuidade no projeto filosófico de Fichte, centrada no problema da fundamentação última do conhecimento e na sugestão de que uma solução para esse problema pode ser encontrada em nossa capacidade intuitiva de conhecimento de si.

Details

ISSN :
2258014X
Database :
OpenAIRE
Journal :
Revista de Estud(i)os sobre Fichte
Accession number :
edsair.doi.dedup.....50ad30a8d1b89021cddd332e1f6290da
Full Text :
https://doi.org/10.4000/ref.774