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Um causo, um povo, uma televisão: formas análogas

Authors :
Ana Carneiro
Source :
Mana, Vol 20, Iss 3, Pp 461-490 (2014), Mana v.20 n.3 2014, Mana (Rio de Janeiro. Online), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instacron:UFRJ, Mana, Volume: 20, Issue: 3, Pages: 461-490, Published: DEC 2014
Publication Year :
2014
Publisher :
FapUNIFESP (SciELO), 2014.

Abstract

Com foco na circulação de prosa do povo dos Buracos, ao norte de Minas Gerais, exploro a articulação entre os termos "povo" e "causo", com ênfase no último. Os causos - dizem os buraqueiros - ensinam sobre o povo. Com o intuito de tratar ambos os termos como conceitos nativos, questiono: Que espécie de conhecimento é conceituado pelo causo? Que forma de pensamento ele efetua sobre aquele povo? O que é um causo, afinal? Não se trata de buscar delimitações para esta forma narrativa, pois ela pode consistir tanto em frases curtas quanto em preleções de horas. Investigo, antes, as suas práticas criativas, isto é, as conversas triviais e as configurações relacionais contingentes das quais o causo surge. Descrevo como o narrador, ao contar sobre o povo, cria, qualifica, aproxima ou distancia as relações entre ele, os narrados e os ouvintes, atuando em um constante movimento de transformação do arranjo em que se constitui o povo. Por fim, analiso "o causo da televisão de dona Bibi" à luz das reflexões ora mencionadas. In this article, I explore articulations formed through the terms povo (a people) and causo (a yarn or story), with an emphasis on the latter, by looking at the exchange of prosa (conversations) among the Buracos' people - the Buraqueiros - in the North of Minas Gerais, Southeastern Brazil. The Buraqueiros say that yarns teach us about the people. And in order to treat both these terms as native concepts, the article asks: What type of knowledge does the yarn conceptualise? What type of logic does it generate among these people? What is a yarn, in the end? The aim is not to seek circumscriptions for this narrative form, for it appears both as short remarks and lengthy lectures. Instead, I investigate its creative practices, the trivial conversations and relational configuration from which the yarn emerges. I shall describe how, when he tells of a people, the narrator creates, qualifies and intensifies or diverges relations between himself, protagonists and listeners, acting in a constant movement that transforms the arrangements through which a people are constituted. I conclude by using these reflections to analyse "Dona Bibi's yarn about the television".

Details

ISSN :
16784944 and 01049313
Volume :
20
Database :
OpenAIRE
Journal :
Mana
Accession number :
edsair.doi.dedup.....386b472af09457e6cb1b2f568b8752ed