Inhabited silence: sound constructions of monastic spatiality

This paper is based on an extensive and engaged ethnographic study in which the researcher lived the life of a postulant in two French Carmelite monasteries. The aim is to discuss the relation between sound (auditory sensation) – here intended as silence, i. e. the absence of sound or noise – and monastic space, highlighting to what extent the construction of space is implemented on a basis which is mostly sound-related and how such a soundscape, in turn, can produce and preserve certain shared behaviours and life values. Thus, the focus is not so much on silence and its generally accepted devotional function as a medium for prayer; rather, the emphasis is placed on its social value as a performative, group-building and identity de/construction tool. O artigo baseia-se num estudo etnográfico extensivo no âmbito do qual a autora experimentou a vida de noviça em dois carmelos franceses. Pretende-se discutir a relação entre som (sensação auditiva) – aqui compreendido como silêncio, ou seja, como ausência de som ou rumor – e o espaço conventual, destacando até que ponto a construção do espaço é realizada, em grande medida, a partir do som, e como essa paisagem sonora pode, por sua vez, produzir e sustentar determinados comportamentos e valores partilhados. Assim, mais do que a função devocional do silêncio como meio para a oração, generalizadamente aceite, a ênfase é colocada no seu valor social como ferramenta performativa, de (des)construção identitária e de formação grupal.