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Terapia de Ressincronização Cardíaca: a Resposta Estrutural não se Faz Sempre Necessária

Authors :
Silas dos Santos Galvao Filho
José Tarcísio Medeiros de Vasconcelos
Thiago Rego da S Silva
Guilherme Gaeski Passuello
Raphael Chiarini
Luciene Dias de Jesus
André Brambilla Sbaraini
Carlos Eduardo Duarte
Source :
Journal of Cardiac Arrhythmias. 32:38-42
Publication Year :
2019
Publisher :
Revista Latino-Americana de Marcapasso e Arritmia, 2019.

Abstract

Até 30-40% dos pacientes submetidos à terapia de ressincronização cardíaca (TRC) são descritos como não respondedores desde os trabalhos iniciais. Esse paradigma tem inspirado diversas modificações dos dispositivos, eletrodos e técnica cirúrgica no implante. A definição de resposta à TRC deverá ser repensada, padronizada, e classificações pautadas na resposta estrutural e/ou clínica devem ser propostas. Os autores discutem uma série de casos em que se obteve melhora clínica sustentada a despeito da piora estrutural. Objetivo: Avaliar o perfi l dos pacientes respondedores clínicos à TRC que pioraram estruturalmente. Método: Trata-se de coorte retrospectiva de pacientes em seguimento ambulatorial de janeiro de 2012 a março de 2017. Foram incluídos 13 pacientes (2,7%) de um total de 476 submetidos à TRC. Os critérios de inclusão foram apresentar melhora da classe funcional pelos critérios da New York Heart Association (CF-NYHA) ≥ 1 sustentada por pelo menos um ano e ausência de melhora ou com piora dos parâmetros estruturais avaliados pelo ecocardiograma transtorácico [fração de ejeção (FE), diâmetro diastólico (DDVE) e diâmetro sistólico (DSVE)]. As variáveis analisadas foram idade, gênero, CF-NYHA, cardiopatia, parâmetros ecocardiográficos e eletrocardiográficos, medicações em uso, localização do implante dos eletrodos, programação do dispositivo, terapias do cardiodesfibrilador e mortalidade. A análise estatística foi realizada por meio dos testes não paramétricos de Wilcoxon e McNemar. Resultado: Foram 13 pacientes, sendo 92% do sexo masculino, idade média de 60,9 ± 9,2 anos e seguimento médio de 3,3 ± 1,1 anos, 76% de TRC associada a cardiodesfibrilador implantável (TRC-D). No pré-implante, 84,6% encontravam-se em CF-NYHA III e, em seguida, 61,5% estavam em CF-NYHA I (p = 0,001). A FE média pré-implante foi de 31,3 ± 7,6% e 26,6 ± 7,3 (p = 0,002) na última avaliação. A cardiopatia predominante foi a não isquêmica em 92,5%, sendo a maioria cardiomiopatia chagásica (CMC) (66%). No grupo TRC-D, não foi registrada terapia de choque no período; houve um óbito em um paciente com cardiomiopatia isquêmica (CMI) por choque séptico de foco pulmonar após 2,2 anos de seguimento. O QRS médio foi de 189,9 ± 23,1 ms para 157,9 ± 35,2 após TRC (p = 0,032). Não houve mudança significativa nas medicações administradas pré- e pós-implante durante o seguimento. Conclusão: A ausência de melhora estrutural não deve ser considerada falha terapêutica, pois a TRC procura modificar a ativação elétrica, podendo estar relacionada a melhor desempenho e diminuição dos sintomas, mesmo em cardiopatias evolutivas.

Details

ISSN :
26747081
Volume :
32
Database :
OpenAIRE
Journal :
Journal of Cardiac Arrhythmias
Accession number :
edsair.doi...........e139dbb652d0a87bda769dfff2ddcd5c
Full Text :
https://doi.org/10.24207/jac.v32i1.999_pt