Back to Search Start Over

Jovens organizados, mas não participativos: análise de um movimento social da Metrópole

Jovens organizados, mas não participativos: análise de um movimento social da Metrópole

Authors :
João Gremmelmaier Candido
Luiz Roberto Alves
Almir Martins Vieira
Source :
Revista da Faculdade de Administração e Economia. 8:1-8
Publication Year :
2017
Publisher :
Instituto Metodista de Ensino Superior, 2017.

Abstract

O lugar da juventude no contexto das políticas públicas brasileiras tornou-se assunto recorrente no cenário acadêmico a partir do ano 2000. Em estudos recentes, há razoável consenso de que os jovens constituem o grupo etário mais desfavorecido no tocante às condições restritivas de emprego, situação decorrente da precarização do trabalho jovem e o decorrente abandono dos estudos, ou seja, a linha de tensão entre permanência na escola e inserção no mercado de trabalho. Assim, este trabalho tem por objetivo analisar uma organização não governamental da sociedade civil formada por jovens munícipes da região metropolitana do grande ABC paulista (Brasil). O campo teórico toma por base o conceito de minorias ativas, levando em conta a obra de Cohn-Bendit, além das propostas de políticas públicas para a juventude, defendidas por Sposito. Trata-se de pesquisa concluída, cujo percurso metodológico assumido contemplou um estudo de caso, referendado por abordagem qualitativa, nos moldes de Denzin e Lincoln, bem como indicações de Gonzales-Rey. Os dados foram coletados por meio de entrevistas junto aos jovens participantes do movimento, observação não participante realizada na sede da organização e análise documental do estatuto social da organização. Os resultados mostraram que, apesar da existência do movimento se pautar na relação com o poder público municipal, boa parte da população jovem pertencente ao município se mostra alheia ao que acontece na cidade, seja por falta de informação ou até mesmo por falta de interesse. Evidenciou-se também que a prioridade reside em questões sobre trabalho e renda, ficando as demais (como participação na construção de espaços públicos, por exemplo) relegadas a segundo plano. Constatou-se, de maneira geral, que os jovens possuem iniciativa e preparo para se organizar, porém pouca maturidade e interesse em se engajar. Assim, a articulação em prol de demandas coletivas fragiliza-se em razão da limitada noção de políticas públicas para a juventude. Ou seja, manifesta-se uma minoria “pouco ativa”, embora organizada. Ainda que tenha sido desenvolvido estudo de caso único, provavelmente o panorama descrito seja realidade em outros movimentos sociais semelhantes na metrópole e até mesmo no país (Brasil), embora estudos de ordem qualitativa são restritos em termos de generalização. Recomenda-se, para estudos futuros, investigações junto a outros movimentos sociais compostos por jovens (como o movimento estudantil, por exemplo), com o objetivo de analisar possíveis relações entre a postura dos jovens e os valores culturais brasileiros.

Details

ISSN :
21769583
Volume :
8
Database :
OpenAIRE
Journal :
Revista da Faculdade de Administração e Economia
Accession number :
edsair.doi...........6260d9c419d22235785a998a0c9f2aab
Full Text :
https://doi.org/10.15603/2176-9583/refae.v8n0p1-8