Primeiro registro da ostra Saccostrea em Bertioga, São Paulo, Brasil

Este trabalho apresenta o primeiro registro de uma espécie exótica de ostra em Bertioga, Estado de São Paulo (sudeste da costa brasileira). As ostras exóticas foram encontradas fixadas em raí­­zes de mangue, costões rochosos, pedras e cascalhos no leito do rio, formando agrupamentos de 10í 20 indiví­­duos e coabitando com as espécies de ostras nativas (Crassostrea mangle, C. brasiliana e Ostrea spp.). Os resultados baseiam-se em análises moleculares de espécimes coletados no rio Itaguaré em junho de 2014. Foram utilizadas sequências parciais dos genes 16S e COI para avaliar a identidade taxonômica. As análises fenéticas foram realizadas pelo método de Neighbour-joining. A divergência genética foi calculada através das distí­¢ncias do parí­¢metro-2 de Kimura (K2P). As sequências agruparam-se com uma sequência de Saccostrea cucullata de Madagascar para ambos os genes (COI e 16S) e apresentaram uma distí­¢ncia genética de 1,7í 2,2% e 3,5í 5,3% de outras sequências do "grupo S. cucullata” para fragmentos de 16S e COI respectivamente. As distí­¢ncias genéticas de outras espécies de Saccostrea (S. palmula, S. glomerata e S. mordax) variaram de 4,7 a 9,1% para 16S e de 13,8 a 19,0% para COI. As distí­¢ncias genéticas de outras espécies de ostras dos gêneros Ostrea e Crassostrea foram superiores a 14,0% e 25,0% para 16S e COI respectivamente. O registro é discutido no contexto de possí­­veis consequências para o ambiente e prováveis vias de introdução. Este é o primeiro registro publicado de uma espécie de Saccostrea no sudoeste do Oceano Atlí­¢ntico.