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Autodestruição humana

Authors :
Elizabeth de Leone Monteiro Smeke
Roosevelt Moises Smeke Cassorla
Source :
Cadernos de Saúde Pública. 10:S61-S73
Publication Year :
1994
Publisher :
FapUNIFESP (SciELO), 1994.

Abstract

CASSORLA, R. M. S. & SMEKE, E. L. M. Human Self-Destruction. Cad. Saude Publ., Rio deJaneiro, 10 (supplement 1): 61-73, 1994.This study analyzes the complexity of self-destructive situations in both their social dimensionsand their apparent individual manifestations (suicide, accidents, homicide, illness, drugaddiction, etc.). The article points out errors in the reporting of these situations and proposesmethods for further study of the phenomenon. Self-destructive fantasies are discussed, especiallythose related to losses, narcissistic wounds, and self-destruction precipitated by the victim.Hypotheses are raised concerning fantasies related to suicides among the native BrazilianGuarani nation. The above aspects are presented to emphasize prevention in public health.Key words: Accidents; Public Health; Mental Health; Suicide; ViolenceINTRODUCAOA violencia no ser humano, em seu aspectoautodestrutivo, implica que este e, ao mesmotempo, agente e paciente de um fenomenocomplexo, envolvendo um interjogo dinâmicode inumeras variaveis presentes no cotidiano.Por isso, seu estudo e compreensao nao sedeixam aprisionar por metodos derivados datradicao positiva, ainda que estes possam nosdar algumas pistas. Lidamos com variaveis“rebeldes” que exigem metodos indiciarios(Ginzburg, 1990), qualitativos (Minayo, 1993)e interpretativos (Bleger, 1980; Ladriere, 1977).Ao mesmo tempo, nao se pode mais negar aimportância da vertente inconsciente no “andara vida”. Por isso, usaremos tambem, nestetrabalho, dados da teoria psicanalitica.ALGUNS INDICADORESA primeira ideia que aparece quando pen-samos em autodestruicao e a de suicidio. Estu-da-lo do ponto de vista de sua distribuicao napopulacao e algo que vem sendo feito desdeantes de 1897, quando Durkheim (1973) publi-cou seu classico estudo. O que se sabe nao temmudado muito nas ultimas decadas.Observa-se que, de modo geral, para cadapais ou regiao, as taxas de suicidio apresentamuma tendencia de nao variar muito com otempo, sendo que algumas variacoes maiorespodem depender de alteracoes na qualidade dosregistros.Quanto as tentativas de suicidio, os mesmosproblemas acima se apresentam, associados aofato de ser ainda mais dificil determinar aintencionalidade autodestrutiva de muitos com-portamentos. Numa revisao, forame encontradastaxas variando entre 46 e 730 por 100.000habitantes, em paises de lingua inglesa, comdados obtidos das mais variadas formas. Existeuma tendencia a um aumento desses atos,principalmente em jovens. Em nosso meio, astaxas oficiais estao bastante subestimadas,calculando-se que estas devam ser de 10 a 30vezes superiores.Investigando tentativas de suicidio atraves devisitas domiciliares, plantoes nos pronto-socor-ros da cidade e dados da policia, estimamos,em 1982, para Campinas, Sao Paulo, uma taxade 154 casos por 100.000 habitantes. Destes,75% eram menores de 27 anos. No grupo

Details

ISSN :
0102311X
Volume :
10
Database :
OpenAIRE
Journal :
Cadernos de Saúde Pública
Accession number :
edsair.doi...........262aad0bf566af9c33fc1ad671f45484
Full Text :
https://doi.org/10.1590/s0102-311x1994000500005