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Influência e caracterização do movimento antivacinação nas redes sociais em Portugal

Authors :
Branco, Filipa Saraiva e Silva Rodrigues
Queiroz, Maria Inês
Source :
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal, Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP), instacron:RCAAP
Publication Year :
2021

Abstract

Introdução: A resposta à pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2 e as vacinas desenvolvidas têm encontrado obstáculos criados pela disseminação de notícias falsas e conspirações propagadas pelo movimento antivacinação nas redes sociais. Desta forma, a hesitação vacinal poderá ter contornos nunca antes vistos, em Portugal, até ao momento. Métodos: Este estudo analisa as publicações, comentários e membros do grupo do Facebook “Anti-VAX Portugal” desde 10 de abril a 10 de outubro de 2020, no decorrer da pandemia. Foi também aplicado um inquérito por questionário online, onde se procura compreender a influência que os conteúdos antivacinais tiveram sobre os utilizadores das redes sociais no processo de decisão de vacinação contra a COVID-19. Resultados: A partir da análise deste grupo, compreendendo 347 membros e com motivações distintas, foram identificadas 440 publicações, das quais 48% são teorias da conspiração. A partilha de publicações contra a vacina para a COVID-19 iniciou-se ainda antes da existência efetiva da vacina. No inquérito online aferimos que a influência dos conteúdos antivacinação na rede social Facebook sobre indivíduos indecisos é quatro vezes superior do que se estes não se deparassem com tais conteúdos. No caso daqueles que se mostravam decididos a não se vacinar contra o vírus SARS-CoV-2, mais de metade foram expostos a conteúdos antivacinação. Conclusão: Este movimento é altamente capacitado para influenciar a opinião de outros através de campanhas antivacinação, realizadas antes da criação da vacina para a COVID-19, e as redes sociais são o veículo ideal para a disseminação e a organização de ações fora do espaço digital. Background: The pandemic by SARS-CoV-2 virus and the vaccines developed will face obstacles created by the dissemination of fake news and conspiracies propagated by the anti-vaccination movement on social media. Thus, the vaccine hesitation will have contours never seen before, in Portugal. Methods: This study analyzes the posts, comments, and members of the Facebook group “Anti-VAX Portugal” from April 10th to October 10th, during the pandemic. As well as the development of an online questionnaire survey where we understand the influence that anti-vaccination content has on social media users to take the COVID-19 vaccine. Results: The analysis of 347 members, with different motivations, culminates in 440 publications where 48% are conspiracy theories. Vaccine sharing for COVID-19 started long before there was one. In the online survey, we verified that the influence of anti-vaccination content on social media, on hesitant individuals, is four times higher than if they had not come across such content. Also, for those who have already decided that they will not be vaccinated against the SARS-CoV-2 virus, more than half were exposed to the contents of the anti-vaccination movement. Conclusion: This movement is highly capable of influencing the opinion of others through anti-vaccination campaigns, carried out before the creation of the vaccine for COVID-19 and social media is the ideal vehicle for the dissemination and organization of actions outside the digital space.

Details

Language :
Portuguese
Database :
OpenAIRE
Journal :
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal, Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP), instacron:RCAAP
Accession number :
edsair.dedup.wf.001..fef528444a99e5399b939236aa153129