Águas d' Estio

Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitetura, com a especialização em Arquitetura apresentada na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa para obtenção do grau de Mestre. Por ser um elemento essencial ao Homem, a presença da água sempre foi estruturante na ocupação do território. O Algarve, de clima tipicamente mediterrânico, afirma-se pelos verões longos, quentes e secos, e os invernos de chuvas parcas. Os Algarvios tiveram a necessidade de desenvolver e aplicar sistemas que lhes permitissem recolher e armazenar as águas das chuvas para utilizar em períodos de maior escassez de água, o estio. Até ao início da segunda metade do século XX a região era marcadamente rural e a procura de água era essencialmente destinada ao consumo doméstico. Com a transformação do Algarve em destino turístico nacional e internacional, a sua estrutura social e económica, e modelo territorial alteraram-se drasticamente, assim como as necessidades e os consumos de água. No Barrocal, a ocupação humana tende a dispersar-se, colocando problemas ao desenvolvimento da rede de abastecimento de água e saneamento, levando estas populações a recorrerem ao uso de captações subterrâneas sem o devido tratamento. Este trabalho consiste num estudo sobre os antigos engenhos de recolha de águas pluviais presentes no espaço do habitar algarvio, comummente este apresenta estruturas pensadas para encaminhar a água que cai na sua superfície para um local de armazenamento, a cisterna. Coloca-se hoje o desafio de satisfazer as necessidades da nossa sociedade, numa perspetiva de progressiva escassez de água em quantidade e qualidade. A Quinta da Choça é um tradicional espaço do habitar algarvio votado ao abandono. Na sua requalificação desenvolve-se um conjunto de estruturas de apoio ás atividades agrícolas, florestais, turísticas e sociais, de forma a promover a humanização e dinamização deste território, preservando os valores ambientais e culturais da paisagem do barrocal algarvio. ABSTRACT: structuring in the territory occupation. Algarve, with a typically Mediterranean climate, is characterized by its long, hot and dry summers, and winters with sparse rains. Algarve inhabitants have had the necessity to develop and apply systems that allowed them to collect and store rainwater, to use in periods of scarcity of water. Up to the beginning of the second half of the XXth century, the region was markedly rural, and the demand for water was mainly destined to the domestic consumption. With Algarve’s transformation in a national and international tourism destination, its social and economic structure, and territorial model have drastically changed, as well as their water needs and consumption. In Barrocal, human occupation tends to scatter, leading to problems in the development of the water and sanitation network and supply, which results in the use of subterranean catchments without due treatment. This essay is a study about the former rainwater collection structures, present in the Algarve habitations. Commonly, it presents structures that have been conceived to lead the water that falls on its surface to their storage place, the cistern. Nowadays, there is the challenge to satisfy our society’s water needs, in the perspective of the progressive decrease in quantity and quality of water. Quinta da Choça is a traditional Algarve habitation, fated to abandonment. In its requalification, there have been efforts towards the development of a series of support structures to the agricultural, forest, touristic and social activities, in a way of promoting the humanization and dynamization of this territory, maintaining the environmental and cultural values of the Algarve barrocal landscape. N/A