Ecocardiografia Transtorácica e Transesofágica no Peri-operatório em Cirurgia Não Cardíaca

Cardiovascular complications are one of the main causes of perioperative mortality and morbidity. Preoperative cardiac evaluation is, therefore, paramount. The purpose of this article is to determine which patients scheduled for non-cardiac surgery should have a preoperative transthoracic echocardiographic evaluation as well as those who benefit from monitoring with transesophageal echocardiography, taking into consideration their cardiac disease and the type of surgery they will undergo.We searched PubMed for articles of interest dated from January 1990 until September 2018. We selected mostly national and international guidelines, systematic reviews and randomized trials.In addition to medical history, physical examination, risk scores, laboratory evaluation and electrocardiography, echocardiography, both at rest and after stress, can be useful in the stratification ofcardiac risk in selected situations, taking into account the impact on optimization of the patient.Various guidelines have been published regarding the use of echocardiography in patients scheduled for non-cardiac surgery and they mostly recommend it in patients undergoing high cardiac risk surgery or patients with severe cardiac disease (heart failure, ischemic heart disease, heart valve disease) undergoing high or intermediate cardiac risk surgery. Transesophageal echocardiography during the intraoperative period on non-cardiac surgery is not recommended routinely, being mostly used during major vascular surgery and in patients with serious and persistent hemodynamic instability.
As complicações cardiovasculares são responsáveis por grande parte da morbi-mortalidade peri-operatória. A avaliação cardíaca préoperatória é, por isso, fundamental. Este trabalho pretende determinar quais os doentes propostos para cirurgia não cardíaca que beneficiam da realização pré-operatória de ecocardiograma transtorácico para estratificação de risco e eventual otimização e quais os doentes que,tendo em conta a sua patologia cardiovascular e o tipo de intervenção a que vão ser submetidos, devem ser monitorizados durante o período peri-operatório com ecocardiograma transesofágico.Foi realizada uma pesquisa do PubMed de artigos datados de Janeiro de 1990 até Setembro de 2018 e com interesse para o tema deste trabalho. Os trabalhos selecionados incluem maioritariamente guidelines nacionais e internacionais, revisões sistemáticas e estudos randomizados com data de publicação posterior à das guidelines e que apresentam informação relevante.Para além da história clínica, exame objetivo, scores de risco, avaliação laboratorial e electrocardiografia, o ecocardiograma, tanto em repouso como de stress, pode ser útil na estratificação do risco cardíaco em situações selecionadas, tendo em conta o impacto sobre a optimização do doente. Têm sido publicadas guidelines para a sua utilização em doentes propostos para cirurgia não cardíaca, sendo recomendado sobretudo em doentes propostos para cirurgia de elevado risco cardíaco ou doentes com patologiacardíaca significativa (insuficiência cardíaca, cardiopatia isquémica,valvulopatias) propostos para cirurgia de risco cardíaco intermédioou elevado. O recurso ao ecocardiograma transesofágico intraoperatórioem cirurgia não cardíaca não é recomendado por rotina,estando reservado para a cirurgia vascular major ou nos doentes comalterações hemodinâmicas graves e persistentes.