USO DA PTNS NO TRATAMENTO DE INCONTINÊNCIA FECAL: RELATO DE CASO.

CONTEXTUALIZAÇÃO Incontinência fecal (IF) é o termo dado para a incapacidade de manter o controle fisiológico do conteúdo intestinal em local e tempo socialmente adequados. A estimulação elétrica do nervo tibial (PTNS) é uma forma de neuromodulação que tem mostrado eficácia no tratamento da Hiperatividade Vesical e resultados promissores na IF, além de ser um método de fácil acesso e melhora a qualidade de vida. O objetivo deste trabalho é relatar o atendimento no uso da PTNS numa caso de IF feminina, refratário às outras formas de Fisioterapia. O presente estudo foi realizado na Clínica de Fisioterapia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) na cidade de Itajaí-SC, no período de agosto a novembro de 2017. Paciente DF, 65 anos, 1,60m, 67kg, sexo feminino, casada. Apresentando histórico de constipação desde os 20 anos de idade, três partos naturais, sendo dois deles com mais de 15hrs. A PTNS foi aplicada com Dualpex 961 (Quark Medical®) por 12 sessões, 2 vezes na semana, com corrente bifásica, largura de pulso fixa de 200 µs, frequência de 10 Hz, sem tempo de repouso e intensidade de corrente até no limiar doloroso (variando entre 0 a 10 mA), por 30 minutos. A colocação dos eletrodos foi: um auto-adesivo na região do arco plantar medialmente e outro 3 centímetros acima da região do maléolo medial, onde era introduzida uma agulha de Acupuntura. Antes da aplicação da agulha, a pele era desinfetada por uma solução de álcool 70%. As agulhas de aço tinham a medida de 25x30 mm e eram introduzidas com um mandril de plástico, aproximadamente 3 mm mais curto que a agulha. Todas as agulhas eram estéreis e descartáveis. Já após as primeiras 3 sessões de PTNS a paciente relatou diminuição do soiling além da sensação de evacuação completa. Conclui-se que apesar da melhora relatada pela paciente com o uso da PTNS, este resultado não é o suficiente para uma avaliação completa do protocolo. Tem-se então a necessidade de mais estudos na área para a comprovação de eficácia da PTNS no tratamento de incontinência fecal. Durante o tratamento a paciente relatou dois episódios de diarréia, associando estes episódios ao estresse não relatando perdas involuntárias durante estes períodos conseguindo manter a continência até chegar ao banheiro. Mas, para esta paciente, o tratamento proposto teve uma melhora do quadro de perdas fecais, embora não tenha reestabelecido por completo à continência. [ABSTRACT FROM AUTHOR]