1. O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE NOS JULGAMENTOS DAS CORTES CONSTITUCIONAIS ALEMÃ E BRASILEIRA: A TV JUSTIÇA EM ANáLISE.
- Author
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TEIXEIRA, CARLA NOURA and FERREIRA DA FONSECA JUNIOR, MAURO AUGUSTO
- Abstract
Este trabalho tem como escopo o princípio da publicidade dos julgamentos constitucionais, no sentido de verificar a necessidade do televisionamento irrestrito das sessões deliberativas do Supremo Tribunal Federal como critério de satisfação do princípio, uma vez que o modelo brasileiro da TV Justiça é único e demanda uma reflexão mais profunda nas implicações ao sistema constitucional. Para tanto, buscou-se elementos do Direito Constitucional em um ordenamento constitucional distinto, a fim de dar sustentação teórica a problemática. Estabelecendo marcos comparativos próprios, optou-se em analisar a publicidade dos julgamentos constitucionais no ordenamento jurídico alemão, representado pelo Tribunal Constitucional Federal da Alemanha. A metodologia escolhida resume-se ao método qualitativo, com apresentação bibliográfica e análise de documentos sobre o tema. Em especial, a utilização da comparação por semelhança entre o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Constitucional Federal da Alemanha, no que tange as suas respectivas publicidades. Nesse sentido, o presente está dividido em 5 capítulos, em que o primeiro implica em um abordagem a construção da jurisdição constitucional nos sistemas brasileiro e alemão a partir da formação de um Tribunal Constitucional e sua materialização na conjugação dos elementos da Supremacia Constitucional, Jurisdição Constitucional e Controle de Constitucionalidade, elencando os seus elementos caracterizadores. Tudo para confrontar o modelo europeu como o Supremo Tribunal Federal e verificar a presença dessas características dentro da jurisdição constitucional brasileira e assim defini-lo como Corte Constitucional. No segundo capítulo, há uma análise voltada para ao planejamento do princípio da publicidade como Direito Fundamental. A ideia passa pela estruturação da força objetiva dos Direitos Fundamentais, do qual não há necessidade dos seus titulares exigirem a sua prestação para eles poderem fazer efeitos, há um dever do Estado em torna-los efetivos, fato que acontece a publicidade, logo o Estado adquire o dever de dar publicidade de seus atos. Nesse linha, o terceiro capítulo, retrata a publicidade compreendida pelo Tribunal Constitucional Federal da Alemanha, o qual optou por uma deliberação fecha e apenas dá publicidade da decisão final, não das sessões deliberativas da sua Corte, o que preserva a integridade da decisão da Corte e da colegiabilidade. No quarto capítulo existe o estudo sobre a publicidade no Supremo Tribunal Federal, mais especificamente em como o Tribunal dá publicidade aos seus julgamentos. Diferente do modelo alemão, a Corte Brasileira optou por uma deliberação aberta, ao qual dá publicidade das suas sessões deliberativas, não somente das decisões. Como repercussão os juízes constitucionais são conhecidos pelas suas manifestações durante os julgamentos, o que o tornam suscetíveis a opinião pública direcionando o julgamento a convencê-la. Por fim, no último capítulo coloca em análise essa escolha pela deliberação aberta, uma vez que ao trazer a opinião pública para as sessões de julgamento deve haver uma blindagem dos juízes constitucionais a fim de que seus argumentos não se tornem políticos, com o nítido objetivo de convencer não os outros julgadores mas sim a opinião pública que agora lhe assisti. [ABSTRACT FROM AUTHOR]
- Published
- 2020