Submitted by Boris Flegr (boris@uerj.br) on 2021-01-05T15:15:11Z No. of bitstreams: 1 Flavia Regina Mello Pereira Pinto Dissertacao.pdf: 5066741 bytes, checksum: 4f258c65156117b7e0c9178236758197 (MD5) Made available in DSpace on 2021-01-05T15:15:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Flavia Regina Mello Pereira Pinto Dissertacao.pdf: 5066741 bytes, checksum: 4f258c65156117b7e0c9178236758197 (MD5) Previous issue date: 2016-03-31 This dissertation aims at contributing to the study of the comprehension of left-dislocated structures and resumptive pronouns by children acquiring BP. It aims at verifying whether the use of null or overt pronouns, resuming the left-dislocated element, may facilitate the comprehension of the sentences. The framework assumed is the Generative Theory (CHOMSKY, 1995), and a psycholinguistic experimental methodology is adopted. More specifically, it focuses on the comprehension of left-dislocated sentences with direct or indirect transitive verbs with children from 2 to 5 years of age in a series of Picture Selection tasks. It aims at verifying whether the stages for the acquisition of left-dislocated sentences and resumptive pronouns proposed by Grolla (2000) based on the production of a child acquiring BP can be attested in comprehension tasks. Moreover, it aims at verifying if the overt pronoun imposes additional difficulties for the comprehension of left-dislocated sentences by older children, as verified by Miranda (2008) for relative structures, also related to the left periphery of the sentence. Additionally, the data collected with older children, from 4 to 5 years of age, allows addressing the issue of dialectal variation, which seems to be related to the use of overt or null pronouns in BP, as pointed out in the literature (DUARTE, 1983; ORSINI; VASCO, 2007). Our results are compatible to those obtained for production, suggesting that the theoretical proposal put forth by Grolla (2000) is in the right track. The use of a movement strategy seems to be employed by 2;0 to 3;4 years-old children, who obtain a significant higher number of correct responses for sentences with direct transitive verbs and no overt pronouns. They show no preferences in relation to sentences with indirect transitive verbs, suggesting that a last resort strategy is at use in order to accommodate the presence of overt pronouns with indirect complements (HORNSTEIN, 2001). Older children, from 3;5 years old, stop showing a preference for direct objects without overt pronouns, which seems to indicate that the movement strategy has been abandoned in favor of a left-dislocated structure with resumptive pronouns. As far as indirect complements are concerned, there is significant difference between overt or null pronouns, favoring the former, which is taken as a reflex of possible dialectal preferences in BP, for this age group. Therefore, from this age level, it seems that children achieve a greater mastery of the investigated structures, getting closer to the adult behavior observed in comprehension tests. As far as the additional difficulty imposed by overt pronouns, our data doesn t seem to corroborate the findings in Miranda (2008). The comparison between public and private school show that older children make a distinction possibly related to dialectal differences: children from the private school show preference for the presence of overt pronouns in indirect complements, while children from the public school do not show this distinction Este trabalho objetiva contribuir para o estudo da compreensão de estruturas de tópico-comentário e de pronomes resumptivos por crianças adquirindo o PB. Busca-se verificar se os pronomes resumptivos, nulos ou manifestos, utilizados para retomar o tópico no comentário, facilitam ou dificultam a compreensão das sentenças. Adota-se o arcabouço da teoria gerativista (CHOMSKY, 1995), aliado à metodologia experimental psicolinguística. Focaliza-se especificamente a compreensão de estruturas de tópico-comentário, com verbos transitivos diretos ou indiretos, em tarefas de seleção de imagens com crianças de 2 a 5 anos de idade. Busca-se verificar se os estágios apontados por Grolla (2000) na produção podem se manifestar em tarefas de compreensão e se há dificuldade com a presença do pronome manifesto na execução das tarefas nas faixas etárias mais altas, conforme apontado por Miranda (2008) em estruturas relativas, também relacionadas à periferia esquerda da sentença. Adicionalmente, a coleta de dados com as crianças das faixas etárias mais altas, de 4 e 5 anos, permite abordar a questão da variação dialetal, já que o uso do pronome manifesto e do pronome nulo parece ter um componente dialetal no PB, conforme diversos estudos têm apontado (DUARTE, 1983; ORSINI; VASCO, 2007). Nossos resultados são compatíveis com aqueles obtidos na produção, o que pode ser tomado como corroboração da interpretação teórica sugerida por Grolla (2000) para o processo de aquisição dos pronomes resumptivos na aquisição. A utilização da estratégia de movimento para a interpretação dessas sentenças parece estar presente nas crianças entre 2;0 e 3;4 anos que obtêm um número maior de acertos para as sentenças de objeto direto sem pronome manifesto, ao passo que não demonstram preferência entre presença ou ausência de pronome manifesto para os complementos indiretos, sugerindo que as sentenças com pronomes manifestos sejam acomodadas via a possível utilização da estratégia de último recurso (HORNSTEIN, 2001). As crianças mais velhas, a partir de 3;5, passam a não apresentar uma diferença estatisticamente relevante entre presença ou ausência de pronome manifesto para os complementos diretos, indicando que a estrutura de tópico-comentário possa estar sendo processada com a retomada via pronomes resumptivos. No que diz respeito aos complementos indiretos, há diferenças significativas com vantagem para os pronomes resumptivos manifestos, o que tomamos como reflexo de possíveis preferências dialetais no PB, nessa faixa etária. Essa parece ser, portanto, uma fase em que as crianças alcançam um maior domínio das estruturas investigadas, aproximando-se do comportamento adulto observado nos testes de compreensão. No que diz respeito à dificuldade adicional trazida pelos pronomes manifestos, não se obtiveram dados que corroborem o encontrado por Miranda (2008). A comparação entre crianças da rede de ensino pública e privada indica que, para as crianças mais velhas, há distinções: as crianças da rede privada demonstram preferência para a presença dos pronomes manifestos em complementos indiretos, enquanto as crianças da rede pública não demonstram essa distinção