Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Mato Grosso Seasonal Deciduous Forests are characterized by well defined climatic seasons, a rainy and a dry one. Their dominant arboreal stratum is predominantly caducifolium during the dry season with over 50% of the trees becoming leafless. They occur in soils relatively fertile with rainfall below 1.600 mm/year and less than 100 mm rainfall during 5-6 months per year, an ecological factor that determines the presence of this type of forests. This study was carried out at the RPPN SESC Pantanal, located in Barão de Melgaço, Mato Grosso, coordinates 16°34 50 S and 56º15 58 W, aiming to: describe and characterize the floristic composition of the arboreal component of Seasonal Deciduous Forests; analyze the geographic distribution of the species; evaluate the alpha and beta diversities; and characterize the structure and chemical and physical attributes of the soil. For the vegetation sampling, four 100 x 100 m plots were established (Areas I, II, III and IV) in 10 x 10 m split plots and all the trees with all CBH = 15.7 cm (circumference and breast height at 1.30 m from the soil) were selected for the study. Analyses of the geographic distribution, leaf seasonality, fruit type, growth habit and succession stage were carried out through bibliographic information. Soil was collected at 0-20 cm depth. A total of 106 species was found, distributed in 88 genera and 40 botanical families (Areas I and II with 63 species each one, Area III, 53 and Area IV, 55). The species were characterized as being of wide neotropical distribution, mostly decidual trees with dry fruits. The family presenting the highest Importance Value (IV %) in the four stands sampled was Arecaceae, influenced by the dominance and density of Scheelea phalerata (VI 96.29%) and basal area overestimated due to the leaf sheaths persistent in the stem. Basal area was 59.81 m² ha-1 (Area I), 44.47 m² ha-1 (Area II), 48.44 m² ha-1 (Area III) and 56.15 m² ha-1 (Area IV); in case the value referring to S. phalerata individuals were to be withdrawn, these values would drop to 25.95 m² ha-1 (Area I), 20.45 m² ha-1 (Area II), 20.38 m² ha-1 (Area III) and 21.43 m² ha-1 (Area IV), compatible with those found in other works on decidual forests. The four areas sampled presented three vertical strata, with most trees being distributed in the intermediary stratum and with the diametric structure presenting the inverted J pattern. Analysis of the diametric structure showed that the individuals are concentrated in the smaller diameter classes thus inferring that the populations sampled are recovering after the removal of impacts that occurred in the area before the establishment of the RPPN, such as selective logging and extensive cattle ranching. Based on the analyses carried out, the stands evaluated are believed to be at the intermediary stage of ecological succession. The Shannon Diversity Indices were 2.78 (Area I), 2.85 (Area II), 2.16 (Area III) and 2.35 (Area IV), values expected for this type of forest formation. Floristic similarity verification between the stands studied through the Sørensen Coefficient reveals a floristic similarity between Areas I and II (0.7) and less similarity between Area III (0.5) and the other areas. The species characterizing these forests are: Scheelea phalerata, Myracrodruon urundeuva, Tabebuia impetiginosa, T. roseoalba, Combretum leprosum, Casearia gossypiosperma, Anadenanthera colubrina var. cebil and Rhamnidium elaeocarpum. The forests studied develop on sandy, euthrophic soils, whose greater fertility is reflected in the structure of the arboreal species. In general, the areas match the typical seasonal forest standard in terms of chemical and physical soil attributes, with high Ca2+, P, Mg and K contents, low levels of Al-3 and high sand contents in the surface layers. These results indicate that the decidual forests studied have their own characteristics and identity, comprising vegetation units with unique floristic and ecological aspects differentiating them from other forest formations. As Florestas Estacionais Deciduais são caracterizadas por estações climáticas bem definidas, uma chuvosa e uma seca. Apresentam o estrato arbóreo dominante predominantemente caducifólio, durante a seca, com mais de 50% dos indivíduos despidos de folhagem. Ocorrem em solos relativamente férteis onde a precipitação não ultrapassa 1.600 mm/ano e com 5-6 meses do ano recebendo menos do que 100 mm de chuva, fator ecológico que determina a presença deste tipo de florestas. Este estudo foi realizado na RPPN SESC Pantanal, localizada no município de Barão de Melgaço, Estado de Mato Grosso, coordenadas 16°34 50 S e 56º15 58 W, tendo como objetivos: descrever e caracterizar a composição florística do componente arbóreo de Floresta Estacional Decidual, analisar a distribuição geográfica das espécies, avaliar as diversidades alfa e beta, caracterizar a estrutura e os atributos químicos e físicos do solo. Para a amostragem da vegetação foram estabelecidas quatro parcelas (Áreas I, II, III e IV) de 100 x 100 m, subdivididas em parcelas de 10 x 10 m e inventariados todos os indivíduos arbóreos com CAP = 15,7 cm (circunferência a altura do peito a 1,30 m do solo). Foram feitas análises da distribuição geográfica, sazonalidade das folhas, tipo de fruto, hábito de crescimento e estádio sucessional, através de informações bibliográficas. As coletas de solo foram na profundidade de 0-20 cm. Encontrou-se o total de 106 espécies, distribuídas em 88 gêneros e 40 famílias botânicas (Áreas I e II com 63 espécies cada uma, a Área III 53 e a Área IV 55). As espécies foram caracterizadas como de ampla distribuição neotropical, são na maioria árvores decíduas e com frutos secos. A família que apresentou maior Valor de Importância (VI%) nos quatro estandes amostrados foi Arecaceae, influenciados pela dominância e densidade de Scheelea phalerata (VI 96,29%) e pela área basal superestimada devido às bainhas foliares persistentes no estipe. A área basal foi de 59,81 m² ha-1 (Área I), 44,47 m² ha-1 (Área II), 48,44 m² ha-1 (Área III) e 56,15 m² ha-1 (Área IV), caso fosse retirado o valor referente aos indivíduos de S. phalerata, cairia para 25,95 m² ha-1 (Área I), 20,45 m² ha-1 (Área II), 20,38 m² ha-1 (Área III) e 21,43 m² ha-1 (Área IV), valores compatíveis com os encontrados em outros trabalhos em florestas decíduas. As quatro áreas amostradas apresentaram três estratos verticais, sendo que a grande maioria dos indivíduos encontra-se distribuídos no estrato médio, e quanto à estrutura diamétrica apresentam o padrão J invertido. Na análise da estrutura diamétrica observa-se a concentração dos indivíduos nas menores classes de diâmetros, podendo-se então inferir que as populações amostradas estão se restabelecendo a partir da retirada de impactos que ocorreram nas áreas antes do estabelecimento da RPPN, como retirada seletiva de madeira e criação extensiva de gado. A partir das análises realizadas, acredita-se que os estandes avaliados encontram-se em estádio intermediário de sucessão ecológica. O Índice de Diversidade de Shannon foi de 2,78 (Área I), 2,85 (Área II), 2,16 (Área III) e 2,35 (Área IV), valores dentro do esperado para este tipo de formação florestal. A similaridade florística entre os estandes estudados, verificada através do coeficiente de Sørensen, revela a semelhança florística entre as Áreas I e II (0,7) e a menor semelhança da Área III (0,5) em relação às demais. As espécies que caracterizam estas florestas são: Scheelea phalerata, Myracrodruon urundeuva, Tabebuia impetiginosa, T. roseoalba, Combretum leprosum, Casearia gossypiosperma, Anadenanthera colubrina var. cebil e Rhamnidium elaeocarpum. As florestas estudadas se desenvolvem sobre solos eutróficos de natureza arenosa, cuja maior fertilidade reflete-se na estrutura das espécies arbóreas. Em geral as áreas estão dentro do padrão típico das florestas estacionais em termos de atributos químicos e físicos do solo, com altos teores de Ca2+, P, Mg e K, baixos níveis de Al-3 e altos teores de areia nas camadas superficiais. Estes resultados indicam que as florestas decíduas estudadas apresentam características e identidade próprias, o que as torna uma unidade vegetacional singular em seus aspectos florísticos e ecológicos, diferenciando-as de outras formações florestais.