Indirect effects has larger consequences than direct effects in food webs, or at least comparable. The indirect effects are related with modifications in functional traits, such morphology, and habitat use and behavioral. The control of the access of waterbirds was provided by an iron net. Two piscivorous fishes were used: the native Hoplias aff. malabaricus and the non-native Hoplerythrinus unitaeniatus; the prey species were: Aphyocharax sp. (75 individuals), Moenkhausia forestii (75 individuals), Astyanax altiparanae (18 individuals) and Gymnotus inaequilabiatus (15 individuals). During the seven days of the experiment, five waterbirds species were registered around the lakes: Ardea cocoi, Syrigma sibilatrix, Egretta thula, Vanellus chilensis and Sterna superciliaris; we also registered A. cocoi and E. thula capturing fishes. Non-native piscivorous fish had significantly higher consumption rates than the native piscivore, independent on waterbirds access. Native piscivorous fishes presented reduced prey consumption and changed prey preference due to the indirect effects of waterbirds. For example, H. aff. malabaricus (native) consumed Aphyocharax sp., G. inaequilabiatus and A. altiparanae in lakes were waterbirds had no access, but preferentially consumed G. inaequilabiatus and reduced consumption of A. altiparanae and M. forestii in the lakes were waterbirds had access. The higher consumption of G. inaequilabiatus was related to the higher possibility of encounters when both were hiding from birds under aquatic macrophytes. In the results of two experiments which evaluated the effect of the predator origin (native and non-native) on a mounted prey assemblage (Aphyocharax sp. (75 individuals), Moenkhausia forestii (75 individuals), Astyanax altiparanae (18 individuals) e Gymnotus inaequilabiatus (15 individuals)), comparing species mortality in the lakes, controlling the access of waterbirds. The native species was H. aff. malabaricus and the non-native species was Astronotus crassipinnis. In the treatments with the native predators, the mortality was 19 %, and to non-native predator, the overall mortality was 33 %. In relation to prey preferences, A. crassipinnis selected the most abundant and small sized preys Aphyocharax sp. and M. forestii. On the other hand, H. aff. malabaricus preferred G. inaequilabiatus. There was a significant difference in prey mortality between predators and it may be related to ecomorphological features. Thus a second experiment was conducted to evaluate the mortality of prey based in multiple predator systems (Surubim lima, Pseudoplatystoma corruscans, H. aff. malabaricus and Astronotus crassipinnis) with distinct ecomorphological distances among them (functional traits). The ecomorphological distance between predators had no effect on prey mortality. Average mortality was higher in treatments with morphologically related predators (Sorubim lima and Pseudoplatystoma corruscans). Therefore, the consumption presented by A. crassipinnis was not related to the ecomorphological characteristics, but appears more related to its behavior and consumption of the most abundant preys. In summary, the results of the first experiment contributed to the understanding of the mechanisms involved in the role of multiple predators, including aquatic and semi-aquatic (waterbirds) organisms. The indirect effect of waterbirds in the food web was related to the origin of the predator (native or non-native). In the second experiment, due to the feeding plasticity and boldness behavior of A. crassipinnis, this non-native fish species has great potential to be a high impacting invasive species, especially for small prey fish in the upper Paraná River floodplain and elsewhere were it was or will be introduced. This aspect is potentially related to behavioral attributes, since the ecomorphology had no effect in prey mortality. Os efeitos indiretos têm consequências ainda maiores que os efeitos diretos em cadeias tróficas ou, no mínimo, são comparáveis. Os efeitos indiretos são relacionados a modificações de traços funcionais, como a morfologia, mas também ao uso de habitat, e comportamentais. Foi desenvolvido em mesocosmos experimentais similares a pequenos lagos naturais, controlando o acesso de aves aquáticas através de tela metálica. As aves piscívoras foram aquelas atraídas pelos lagos, a procura de alimento. Os peixes piscívoros foram: a nativa Hoplias aff. malabaricus e a espécie não-nativa Hoplerythrinus unitaeniatus. As espécies presas foram: Aphyocharax sp. (75 indivíduos por lago), Moenkhausia forestii (75 indivíduos por lago), Astyanax altiparanae (18 indivíduos por lago) e Gymnotus inaequilabiatus (15 indivíduos por lago). Durante os sete dias de experimento, cinco espécies de aves aquáticas foram registradas nos lagos: Ardea cocoi, Syrigma sibilatrix, Egretta thula, Vanellus chilensis e Sterna superciliaris; sendo que destas, A. cocoi e E. thula foram registradas capturando peixes. A espécie piscívora não nativa apresentou taxa de consumo significativamente mais elevada que a espécie nativa, independentemente da presença de aves aquáticas. A espécie nativa apresentou redução no consumo de presas e mudança na preferência alimentar nos lagos em que as aves tiveram acesso. Por exemplo, Hoplias aff. malabaricus (nativa) consumiu Aphyocharax sp., Gymnotus inaequilabiatus e Astyanax altiparanae nos lagos em que as aves não tiveram acesso, mas nos lagos que elas tiveram acesso, o consumo foi maior de G. inaequilabiatus e houve redução no consumo de A. altiparanae e Moenkhausia forestii. O maior consumo de G. inaequilabiatus parece relacionado a maior taxa de encontro dos indivíduos abaixo das macrófitas, utilizadas como refúgio por algumas espécies no lago. Em seguida, foram realizados dois experimentos para testar se a mortalidade de presas estava relacionada à origem do predador (nativo ou não nativo). A espécie nativa selecionada foi Hoplias aff. malabaricus, e a não nativa Astronotus crassipinnis. O efeito desses piscívoros foi avaliado em uma assembleia de peixes presas (Aphyocharax sp. (75 indivíduos por lago), Moenkhausia forestii (75 indivíduos por lago), Astyanax altiparanae (18 indivíduos por lago) e Gymnotus inaequilabiatus (15 indivíduos por lago)), comparando a mortalidade delas nos lagos artificiais, controlando o acesso de aves por telas. Nos tratamentos com predadores nativos, a mortalidade média foi de 19 %, e para predadores não nativos, a mortalidade média foi de 33 %. Em relação à preferência alimentar, A. crassipinnis selecionou as espécies mais abundantes e de menor porte (Aphyocharax sp. e M. forestii). H. aff. malabaricus preferiu as espécies de maior porte (G. inaequilabiatus). Uma vez que a diferença na mortalidade das presas foi significativa e pode estar relacionada com a morfologia dos predadores, foi executado o segundo experimento para avaliar a mortalidade de presas utilizando peixes piscívoros (Surubim lima, Pseudoplatystoma corruscans, H. aff. malabaricus e Astronotus crassipinnis) com diferentes padrões ecomorfológicos (traços funcionais; próximos, intermediários, e distantes). Porém, à distância ecomorfológica entre predadores não teve efeito sobre a mortalidade de presas. A mortalidade média das presas foi maior no tratamento com predadores que apresentavam morfologias próximas (Sorubim lima e Pseudoplatystoma corruscans). Concluiu-se que o consumo diferencial de presas apresentado por A. crassipinnis não foi relacionado às características ecomorfológicas, mas com aspectos comportamentais e pelo seu consumo de presas abundantes. Os resultados do primeiro experimento contribuíram para o entendimento dos mecanismos envolvendo múltiplos predadores, inclusive de ambientes distintos, que é o caso das aves aquáticas e dos peixes. O efeito indireto das aves na cadeia trófica esteve relacionado a origem do predador (nativo ou não nativo). A plasticidade alimentar (consumo das espécies mais abundantes) e a audácia de A. crassipinnis, demonstra que ele é um potencial invasor de grande impacto potencial sobre comunidades de peixes forrageiros nativos na Planície de inundação do alto Rio Paraná, aspecto parcialmente relacionado a atributos comportamentais, uma vez que a ecomorfologia não teve efeito significativo na mortalidade. 27 f