da Silva Rodrigues, Carlos Alexandre, Grigolo, Tânia Maris, Ribeiro Schneider, Daniela, da Silva Rodrigues, Carlos Alexandre, Grigolo, Tânia Maris, and Ribeiro Schneider, Daniela
O Recovery coloca-se como uma prática despatologizante, pois não foca na doença e seus sintomas. Propicia o protagonismo das pessoas em sofrimento psíquico nos processos de cuidado, na medida em estas passam a ter um papel ativo, através de grupos de ajuda mútua e do apoio entre pares. Foram desenvolvidas ferramentas de apoio aos usuários, a fim de sustentar processos de autocuidado e suporte de pares. Uma das mais disseminadas é o programa WRAP (Wellness Recovery Action Plan), que está em processo de adaptação cultural ao Brasil. Configura-se na elaboração de planos que auxiliam a desenvolver respostas para desafios do cotidiano, de maneira a promover o bem-estar. O Recovery e o WRAP, ao serem aplicados às pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas (AD), colocam-se como clínica ampliada, pois focam no sujeito e não no uso de drogas, trazem como meta a (re)descoberta da autonomia, da autogestão e da melhoria da qualidade de vida, sem que se imponha, necessariamente, uma meta de “cura”, de abstinência ou de “recuperação”, no seu sentido tradicional. Objetiva-se discutir possibilidades para aplicação dos princípios do Recovery e do Programa WRAP como ações despatologizadoras para auxiliar as transformações necessárias no campo do cuidado em saúde mental e, em especial, no campo AD. O Recovery e o WRAP, por proporem intervenções que dialogam diretamente com os princípios da Atenção Psicossocial e do Sistema Único de Saúde, assim como com a Redução de Danos, promovem saúde mental entre usuários, fortalecendo seus processos de cidadania., Recovery is presented as a de-pathologizing practice because it does not focus on the illness and its symptoms. It promotes the protagonism of individuals experiencing psychological distress in the care processes, as they become actively involved through mutual support groups and peer support. Support tools have been developed for users to sustain self-care processes and peer support. One of the most widely disseminated tools is the WRAP (Wellness Recovery Action Plan), which is undergoing cultural adaptation in Brazil. It involves the creation of plans that help the person develop responses to everyday challenges, in order to promote well-being. Recovery and WRAP, when applied to individuals with problematic alcohol and other drug use (AD), represent an expanded clinical approach, as they focus on the individual rather than drug use. Their goal is the (re)discovery of autonomy, self-management, and improvement in quality of life without necessarily imposing a goal of "cure," abstinence, or "recovery" in its traditional meaning. The aim is to discuss possibilities for applying the principles of Recovery and the WRAP Program as de-pathologizing actions to assist the necessary transformations in the field of mental health care, particularly in the AD field. Recovery and WRAP, being tools that directly align with the principles of Psychosocial Care and the Unified Health System, as well as with Harm Reduction, promote mental health among users, strengthening their processes of citizenship., Recovery se presenta como una práctica despatologizante, ya que no se enfoca en la enfermedad y sus síntomas. Facilita el protagonismo de las personas que sufren psicológicamente en los procesos de atención, permitiéndoles un rol activo a través de grupos de apoyo mutuo y el respaldo entre pares. Se han desarrollado herramientas para los usuarios con el fin de mantener procesos de autocuidado y apoyo entre iguales. Uno de los programas difundidos es el WRAP (Plan de Acción para el Bienestar y la Recuperación), en proceso de adaptación cultural en Brasil. Implica la creación de planes que ayudan a desarrollar respuestas para los desafíos cotidianos, con el propósito de promover el bienestar. El enfoque de lo Recovery y el WRAP, al ser aplicado en personas con problemas de consumo de alcohol y otras drogas, representa un enfoque ampliado, ya que se centra en el individuo, no en la sustancia en sí. El objetivo es (re)descubrir la autonomía, la autogestión y mejorar la calidad de vida, sin imponer necesariamente la meta tradicional de "cura", abstinencia o "recuperación". Se busca explorar cómo los principios de lo Recovery y el Programa WRAP pueden ser utilizados como acciones despatologizantes para impulsar cambios en el campo de la atención en salud mental, especialmente en el ámbito de AD. Al alinearse con los principios de la Atención Psicosocial, el Sistema Único de Salud y la Reducción de Daños, lo Recovery y el WRAP promueven la salud mental entre los usuarios, fortaleciendo sus procesos de ciudadanía.