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This qualitative documental research aimed to analyze the sections Getting Started, Reading Comprehension, Language in Use, and English 4 Life, in unit 2 entitled "Is she Brazilian?", from the book English Play 6 (Franco; Tavares, 2019), for Brazilian students in the sixth year of elementary school. The theoretical background that supported this study included decoloniality (Mcgregor, 2012; Oliveira; Candau, 2010) and critical literacy (Luke; Dooley, 2011; Janks, 2016), focusing on the concepts of design and redesign (Janks, 2013) in the exercises related to the analyzed unit. Data were examined in light of content analysis (Bardin, 1977). The results showed that the sections present initiatives of decoloniality and sociocultural contextualization with the reality of Brazilian students in the sixth year of basic education; although some stereotyped notions and gaps remain regarding diversity, critical literacy and the chances of design and redesign in multimodal texts. Thus, this work contributes to studies on didactic materials used in English teaching in Brazil, considering the development of critical thinking and agency of basic education learners. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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No contexto mais amplo de uma discussão acerca da política enquanto prática social discute-se os saberes e conhecimentos de sociologia política e ciência política nos livros de Sociologia do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Analisando cada uma das cinco obras, os conceitos de política, poder e Estado são examinados buscando compreender quais teorias e temas estiveram de forma mais precisa relacionados a esses conceitos na última edição do PNLD. Além do estudo em si, é objetivo deste trabalho salientar a importância do livro didático como importante instrumento de democratização do saber e de educação política no âmbito da educação popular.

Esse artigo problematiza a questão do racismo que circula por meio do uso de imagens visuais de pessoas negras em livros didáticos. Discute o nexo entre o racismo, a educação escolar, o livro didático e as imagens visuais existente na sociedade, a fim de propor o tratamento da imagem visual de modo analítico e crítico, que integra o espaço contemporâneo da cultura visual, em geral, e do uso do visual na escola, a exemplo do livro didático. Em se tratando da questão do racismo, perpetrado contra a pessoa negra, conservado e reproduzido por meio de imagens visuais, presentes em livros didáticos escolares, o artigo conclui que urge a necessidade do exercício docente de uma teoria e prática educativa assentada em uma pedagogia crítica da visualidade antirracista.

A educação brasileira está vinculada ao projeto colonial. Assim, é necessário adotar abordagens pedagógicas que busquem superar essa realidade. Este trabalho propõe uma reflexão sobre como três coleções de livros didáticos de Ciências da Natureza, do Ensino Médio, nas unidades referentes à história e natureza da ciência, atuam na preservação da colonialidade e/ou como age para superá-la. Para isso, questionamos: quais traços de colonialidade/decolonialidade estão presentes em livros didáticos de Ciências da Natureza, aprovados pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático 2021? Como esses traços são manifestados? Realizamos uma Análise de Conteúdo sob uma perspectiva decolonial. Observamos a presença dos seguintes traços de colonialidade: hierarquização e silenciamento de conhecimentos; caracterização da ciência moderna ocidental como universal e único conhecimento válido para ser propagado na educação formal. Salientamos evidências de pequenos progressos, como a citação de povos não-europeus. Concluímos que não há livro totalmente alinhado às discussões propostas por uma educação científica decolonial, apesar de ser possível observar alguns avanços em determinadas coleções. Reconhecer tais traços é um importante passo rumo à construção e estabelecimento de uma educação científica decolonial, pois a partir disso é possível escrever novas histórias e almejar outros futuros possíveis. Logo, fomentamos discussões sobre como os LD estão lidando com elementos decoloniais.

O livro didático (LD) continua sendo um recurso de grande importância, pois direciona e fundamenta a prática educativa. Nesse sentido, deve apresentar conhecimentos voltados à inclusão do aluno na sociedade, ao formar cidadãos capazes de compreender e discutir as influências da ciência e da tecnologia em seu cotidiano. Esta pesquisa objetiva identificar a ocorrência da abordagem Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA) nos livros didáticos de Ciências, do sexto ao nono ano. Fundamenta-se na metodologia qualitativa e na pesquisa bibliográfica. Analisou-se a Coleção Araribá mais Ciências, aprovada pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2020 e utilizada para o ensino de Ciências em escolas públicas municipais da cidade de João Pessoa-PB, nos anos finais do Ensino Fundamental. Interpretaram-se os dados através da Análise de Conteúdo (Análise Temática), que permitiu criar e identificar os núcleos de sentido da obra selecionada. Foram criadas quatro unidades de registro (UR): Construção do Conhecimento Científico, Produtos da Ciência e Tecnologia na Sociedade, Impactos Ambientais e Atitudes Individuais e Coletivas. Os resultados mostraram que para o sexto e sétimo anos destaca-se a UR Impactos Ambientais (39,0% e 34,2%, respectivamente), que vincula os impactos decorrentes das ações antrópicas no ambiente. Para o oitavo ano, predominou a UR Atitudes Individuais e Coletivas (31,5%). Para o nono ano teve destaque a UR Construção do Conhecimento Científico, com 38,0% de ocorrências. A coleção apresenta, em textos e atividades inseridos nas seções complementares, elementos relacionados à abordagem CTSA. É possível verificar a intenção de mudança na forma como são desenvolvidos os conhecimentos das Ciências, havendo necessidade de melhora principalmente na perspectiva de um aprendizado significativo para o educando assegurar a formação para a cidadania, voltada à alfabetização científica (AC) e às relações CTSA.

Resumo O atomismo é indispensável para a química moderna, carregando diversos aspectos epistemológicos e históricos de tal ciência. No ensino, o conceito de átomo permeia os currículos de maneira transversal, sendo abordado diretamente no conteúdo de modelos atômicos. Tendo isso em vista, esse artigo apresenta uma análise qualitativa do modelo atômico de Thomson apresentado pelos livros didáticos de ciências do ensino médio do PNLD 2021. Primeiro, o desenvolvimento histórico dos trabalhos de Thomson foi analisado a partir de fontes históricas primárias e secundárias, utilizando a epistemologia histórica de Gaston Bachelard. Em seguida, procedeu-se à avaliação do rigor histórico-filosófico do material dos livros didáticos. Identificou-se um modelo de Thomson distorcido, cujo desenvolvimento histórico é apresentado de maneira superficial e descontextualizada, omitindo elementos epistemológicos relevantes para a sua compreensão crítica. Com base nas análises, são apontadas perspectivas para ampliar a exploração de aspectos histórico-epistemológicos do modelo de Thomson no ensino.

A produção de livros didáticos caracteriza-se por possuir uma forte veia mercadológica, já que promove o giro de um alto capital, e ao mesmo tempo um enorme campo de transmissão ideológica, uma vez que faz o suporte para a prática pedagógica do professor em sala de aula. Este estudo visa investigar, através de uma revisão integrativa de literatura, as pesquisas existentes sobre a função da coordenação pedagógica dentro de editoras que produzem material didático, garantido pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD). Os resultados dessa pesquisa mostram a carência de trabalhos voltados para o estudo dos livros didáticos e sua produção, apesar de sua influência constatada nos processos de ensino e de aprendizagem.

Pesquisas sobre livros didáticos têm se mostrado relevantes, entre outros aspectos, por fornecem subsídios para seu uso e funcionamento em situações de ensino escolar. Atualmente, os livros didáticos para a Educação Básica são compostos por vários tipos de textos, de diferentes fontes, entre eles, aqueles considerados como textos de divulgação científica. Assim, tomando como pressupostos teórico-metodológicos aspectos da teoria do conhecimento de Fleck (2010), objetivamos entender e discutir como a entrada e alocação de textos de divulgação científica em livros didáticos de Química, em suas dimensões textual e epistemológica, trabalham, contribuem, modificam e/ou acrescentam ao conceito de radioatividade enquanto um fato científico. Como principal resultado, identificamos que, na maioria das vezes, essas entradas e alocações funcionam como tráfegos intracoletivos em relação ao fato científico da radioatividade. Isso ocorre pela associação desse fato a outros fatos científicos e/ou sociais, explicitados no próprio texto de divulgação científica ou por meio da mediação desses textos em exercícios e/ou questões. Logo, implicações para a educação em ciências, especialmente no que diz respeito às mediações de leitura no ensino, são discutidas com base nos resultados.

Este artigo é um recorte de uma pesquisa de Iniciação Científica que buscou identificar atividades e/ou situações-problema que têm sido trabalhadas nos Livros Didáticos de Matemática (6º ano e 7º ano) da 4ª edição da Coleção “A conquista da Matemática”, de José Ruy Giovanni Júnior e Benedicto Castrucci, aprovada no PNLD 2020, e que, provavelmente, permitem aos alunos construir os conceitos básicos de variável, dependência, correspondência, regularidade e generalização; conceitos esses importantes para a formalização do conceito de Função. Utilizando a teoria dos campos conceituais de Gérard Vergnaud, após a análise das referidas atividades e/ou situações, foram evidenciados os seguintes resultados: a identificação de nove atividades que abordam o conceito de função no 6º ano e de vinte e uma atividades no 7º ano que abordam o conceito de função. Assim, destaca-se a importância de o professor identificar as atividades e relacioná-las ao conceito de Função por meio de abordagens em sala de aula.

This article investigates the intervention of the State in the production of textbooks of the discipline Moral and Civic Education (EMC) through the Technical Book and Textbook Commission (COLTED) between the years 1965 to 1975. We aim to analyze this state interference in education and understand the ideals defended by the Military Regime from textbooks. This documentary research took as source the books used in the military period of the discipline to develop an analysis of the contents present there, and has as theoretical basis authors who address the same field in the historical context studied. As a result, we conclude that the books have become an instrument of dissemination of military principles and values (such as love for the Homeland, family and work) and the ruling class through COLTED. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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O livro didático é uma ferramenta indispensável no contexto educacional, nele encontramos a base de todos os conteúdos pensados para a matriz curricular do ensino. No contexto do ensino de zoologia, o ensino sobre as esponjas (Filo Porifera), deve focar em aspectos como morfologia, classificação, filogenia, ciclo de vida, reprodução, importância ecológica e biotecnológica do grupo. Ao abordar esses tópicos de maneira abrangente e integrada, é possível desenvolver um entendimento sólido até mesmo sobre a taxonomia das esponjas, sem comprometer a precisão e a importância da Biologia do grupo. Se o ensino relativo a este grupo não é adequado, isso pode limitar o avanço do conhecimento científico sobre esses organismos. Neste artigo, são apresentadas as possíveis conseqüências dessa situação e discutidas estratégias para mitigar tais impactos. Para isso, analisamos os conteúdos relacionados ao Filo Porifera em livros didáticos de Biologia selecionados pelo PNLD/2018, focalizando a qualidade das informações apresentadas e, por fim, as possíveis conseqüências das mesmas nas pesquisas com o grupo. Para avaliar o conteúdo específico do filo, foi realizado um levantamento prévio em livros de referência. Os cinco livros analisados exibiram distinções em relação à estruturação de seu conteúdo. Alguns deles demonstraram falhas na utilização de imagens, na qualidade do conteúdo e nos textos adicionais. É vital corrigir as lacunas no ensino das esponjas para melhorar a compreensão e promover avanços nas pesquisas taxonômicas e biológicas associadas a esse grupo.

O texto intenciona contribuir para os estudos da história dos livros didáticos, realizando a análise de uma coleção elaborada a partir de um programa curricular de Ciências Sociais, implantada no Rio de Janeiro na década de 1930, em uma conjuntura de debates para reformulação dos princípios da educação nacional. A coleção era de autoria de Ariosto Espinheira, baseada no Programa de ciências sociais de 1934, proposto pelo Departamento de Educação do Distrito Federal, dirigido por Anísio Teixeira, e publicado pelo Instituto de Pesquisas Educacionais, sob direção de Carlos Delgado de Carvalho. Ao seguir as orientações do programa oficial, decorrente dos intensos debates pedagógicos que incluíam as contribuições de autores norte-americanos, como as de John Dewey, a análise da coleção possibilita avaliar como ocorreu a aproximação das ideias educacionais defendidas naquele contexto, apresentando textos e atividades que instigavam professores e estudantes a transformarem suas práticas didáticas e a se aproximarem da realidade de sua comunidade. Ao mesmo tempo, o texto procura dar atenção às características dessa coleção didática e às especificidades históricas de sua produção editorial.

As relações epistemológicas e a relação com o corpo humano se desenvolvem a partir do compartilhamento de ideias incluindo a escola. Este artigo tem como objetivo refletir acerca de concepções epistemológicas concernentes ao corpo humano, de modo a analisar representações veiculadas pelo livro didático. A análise é desenvolvida a partir do livro “Araribá Mais Ciências”, do 6º a 9º ano. Os resultados apontam que, mesmo trazendo aspectos racionalistas, o livro apresenta seções que permitem contextualizações com aspectos mais cotidianos ou visualizados em outras fontes midiáticas, tornando os conteúdos mais próximos à realidade do aluno. Consideramos que os livros didáticos podem contribuir para discussões voltadas aos conteúdos científicos relativos ao corpo humano, atrelados aos aspectos que perpassam pela vida dos estudantes.

As analogias buscam promover a compreensão de um conceito a partir de algo que é familiar. O uso das analogias clássicas para os modelos atômicos - bola de bilhar, pudim de passas e o sistema solar - tentam contribuir neste sentido e estão presentes em livros didáticos do 9º ano do Ensino Fundamental, aprovados no PNLD 2020. Esta pesquisa analisou tais analogias, classificando-as de acordo com a proposta de Curtis e Reigeluth (1984) e segundo o modelo TWA de Glynn (1989) para verificar o nível de enriquecimento. Por meio das análises, concluiu-se que as analogias não são apresentadas de forma adequada, seguindo a recomendação da literatura para a coerência com o contexto do aluno e o enriquecimento do recurso. Desse modo, o estudante pode não formar o conhecimento necessário para que aconteça o aprofundamento no Ensino Médio.

No cenário atual de intensos debates sobre o papel da mulher na Ciência, a escola pode ser uma importante aliada através de mudanças na prática docente e no uso dos livros didáticos (LDs). Na edição de 2018 do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) foi inserido um novo critério voltado à avaliação do destaque das contribuições da mulher na Química. Nesse sentido, este estudo buscou avaliar o impacto do novo indicador na forma como as citações às mulheres cientistas ocorreram nas coleções comuns às edições de 2015 e 2018. A coletânea que mais se destacou quanto ao número de citações foi avaliada através da Análise de Conteúdo, que evidenciou um aumento das citações de maior destaque às cientistas por meio da inclusão de elementos históricos, fato que, apesar de atender às novas demandas, pode levar a dificuldades em encontrar registros sobre as realizações de muitas cientistas

The textbook, considered a cultural artifact, organizes important activities for the cognitive development of learners, as well as in the process of Second Language and/or Additional Language acquisition/learning at different levels of instruction. In this perspective, the present study aims to present the results of the application of three activities proposed by one of the books (volume 5) from the Trilhas Collection (FDT Publisher) in order to understand how this material can assist in the development of speaking skills of students in a 5th-grade class of Elementary School I, at a private school in the city of Caldas Novas (Goiás), as a teaching mediating tool, in six English lessons. To support the study, the concept of Semiotic Mediation and Vygotsky's considerations on the importance of speech in the cognitive development of human beings were used. In addition to this author, the research is based on the studies of Swain (2000); Figueiredo (2003); Rigonato (2017), among others. This study is qualitative in nature, with the case study as the technical procedure. The results showed that the activities in the textbook enable mediation between more capable peers in task completion and in the development of speaking skills. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

Probability is an area of mathematics focused on predicting chances, making decisions and analyzing risks, making it one of the main areas of knowledge developed at school. Knowing that the textbook is an essential tool in the teacher's work, this article aims to analyse the perspective of teaching probability in the Probability and Statistics textbooks approved by the PNLD 2021 for High School. Based on documental research, we analyzed the activities considering the meanings of probability, sample spaces and the structuring of events. We found an asymmetry in relation to the meanings, with a great predominance of the classical meaning, the expressive use of discrete sample spaces and limitations in the conceptual approach to important theorems, such as conditional probability for the composition of events. As a result, teachers' skills are fundamental for complementing and correcting the teaching and learning process of probability. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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Este artigo tem como objetivo caracterizar a articulação entre os objetos ostensivos e não ostensivos e à teoria da aprendizagem significativa de Ausubel, quanto aos elementos geométricos “Ponto, reta e plano” no livro didático “A conquista da matemática” do 6º ano (PNLD 2020). Tem caráter bibliográfico, com enfoque qualitativo, sendo utilizado como referencial o trabalho de Ausubel et al (1980), que trata da teoria da aprendizagem utilizada neste trabalho; Moreira (2012), que aborda em seu estudo uma análise da teoria de Ausubel; Chevallard (1999, 2009, 2002) e Kluth e Amouloud (2020), que tratam sobre a Teoria Antropológica do Didático (TAD). O livro analisado faz parte do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD 2020), e foi escolhido por ser um dos mais utilizados na rede pública de ensino de Sergipe. A análise se deu a partir da seleção de atividades envolvendo o conteúdo de “Ponto, reta e plano”, que apresentam objetos ostensivos e não ostensivos. Após a análise, foi possível perceber articulações entre a teoria de Ausubel e os elementos geométricos presentes nas atividades selecionadas, e sua caracterização com a Teoria Antropológica do Didático.

Esta pesquisa apresenta uma análise da resolução do problema histórico conhecido como a coroa de ouro de Arquimedes, o qual é proposto em alguns livros didáticos de matemática. Seu propósito é examinar o processo de resolução desse problema por parte de estudantes do ensino médio, a fim de identificar possíveis dificuldades e fortalezas em relação ao nível de complexidade e à formulação das perguntas. A atividade é adaptada e aplicada especificamente a estudantes do ensino médio em uma escola localizada na cidade de Puebla, México. Os resultados obtidos por meio deste estudo revelam que a apresentação de atividades relacionadas à história da matemática nos livros didáticos é precária. Além disso, observa-se uma falta de coerência entre a informação histórica fornecida e as perguntas apresentadas na atividade. Como resultado, destaca-se a necessidade imperativa de que os problemas históricos não apenas estejam alinhados com o tema abordado no livro didático, mas também com o nível educacional dos estudantes, levando em consideração a formalidade necessária para sua compreensão e resolução.

Essa pesquisa teve como objetivo pesquisar a forma em que é apresentada a História da Matemática sobre os artefatos mesopotâmicos e egípcios nos livros didáticos da coleção A Conquista da Matemática dos anos finais do ensino fundamental utilizados pela rede pública de ensino da Cidade de São Luís-MA. Metodologicamente desenvolveu-se uma pesquisa documental de abordagem qualitativa para a análise dos livros da coleção aprovados pelo PNLD 2018. Os resultados encontrados ao longo do processo de análise indicaram que os autores fizeram a representação do contexto histórico da Matemática de forma sucinta. Quanto a utilização de imagens de artefatos mesopotâmicos e egípcios, foi possível observar que são colocados de uma forma meramente demonstrativa sem nenhuma informação ou demonstração do saber matemático existente que venha a despertar o interesse do aluno para a compreensão desses artefatos considerando as formas matemáticas em que as antigas civilizações a utilizavam e as necessidades na qual a Matemática foi criada como forma de atender as necessidades de determinados povos.

O presente estudo apresenta algumas reflexões tangenciadas pelo tema do racismo na educação das crianças do ensino fundamental do ciclo inicial a partir dos livros de história. A pesquisa se caracteriza como qualitativa documental com a análise de materiais bibliográficos, quais sejam, livros didáticos para o ensino de história no ensino fundamental primeiro ciclo. A partir de autores do campo das ciências humanas operamos conceitos que possam nos acompanhar nas nossas análises. Essa investigação se justifica uma vez que os indivíduos são educados através dos livros didáticos. Concluímos, que é preciso empreender um processo formativo através da educação que objetive a emancipação em direção a uma educação que tematize a realidade social de forma proximal com a realidade.

Analisa-se neste artigo a influência da proclamação da República na organização e seleção de conteúdos dos livros escolares maranhenses em usos, assim como seus autores e as motivações. Fundamenta-se nos pressupostos teórico-metodológicos da história cultural para identificar as obras escolares e sua materialidade no Pacotilha (1880-1939), os sujeitos envolvidos segundo imposições das agências de poder para a produção, as táticas de apropriação empreendidas pelos autores e as concepções/posicionamentos antagónicos sobre o conteúdo. Conclui-se que os livros escolares foram instrumentos fundamentais para colocar em prática o projeto republicano, tanto no combate ao analfabetismo quanto na propagação e formação das novas gerações.

Neste artigo, analisa-se a presença da Mulher no Livro Didático de Inglês (LDI) na coleção Alive High, Ensino Médio. Averígua-se se estereótipos estabelecidos socialmente estão presentes em uma coleção de livro didático de Inglês, observando se a coleção, ao longo da coletânea de textos e atividades, problematiza estereótipos de beleza. Para a realização do estudo, utilizou-se a abordagem quantitativo-qualitativo-interpretativista e a análise de conteúdo. Os resultados indicam que o índice de ocorrências de atividades que abrangem o objetivo estabelecido é muito pequeno, silenciando, dessa maneira, pautas feministas tão importantes para toda a sociedade, em especial as que dizem respeito a problematizar estereótipos de beleza. Com isso, nota-se que a coleção pouco contribui no que diz respeito a apresentar a Mulher como protagonista, emancipada, silenciando as diferenças políticas e sociais entre Mulheres e homens, assim como as lutas das Mulheres por direitos. Entende-se que a abordagem do LDI em relação ao objetivo central do estudo impede que, através dele, as(os) alunas(os) possam se beneficiar com discussões acerca da sociedade patriarcal vigente, considerando questões como machismo, violência contra a Mulher e desigualdade entre os sexos, além de refletir sobre suas experiências e vivências, de modo que a sociedade possa ser mais justa e menos machista.

Sabe-se que o Livro Didático (LD) é uma ferramenta amplamente utilizada no Brasil nas várias disciplinas que compõem a grade curricular da Educação Básica. Em vista disso, o LD de História destinado aos anos iniciais do Ensino Fundamental é o objeto desta investigação, que parte da seguinte problemática: Qual é a especificidade do LD para o ensino de História utilizado nos anos iniciais do Ensino Fundamental na rede pública de ensino do município de Itaipulândia (PR)? Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, a partir de uma revisão bibliográfica e de análise documental. O escopo central foi analisar o processo histórico de elaboração e de uso do LD para o ensino de História no referido município, nos anos de 2010 a 2020. As reflexões teóricas mobilizadas, que compreendem o processo histórico de produção e circulação do LD, as dimensões sociais, econômicas e políticas da constituição da História como disciplina escolar no Brasil e a elaboração e uso do LD de História para nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em Itaipulândia (PR), estão pautadas nos pressupostos da Pedagogia Histórico-Crítica (PHC). Como resultados, é possível constatar que o ato de produzir o LD advém do esforço coletivo dos educadores da rede pública de ensino no processo de implantação e implementação da PHC. Com relação ao ensino de História, o LD de apoio pedagógico é elaborado considerando a importância social e humana que tem esse campo do conhecimento. Assim, o material produzido no município de Itaipulândia (PR) constitui-se uma possibilidade para desenvolver um trabalho pedagógico na perspectiva da PHC, que é a proposta pedagógica institucionalizada nessa rede de ensino.

Este estudo objetivou realizar uma análise conceitual do princípio de Arquimedes nos livros de Ciências da Natureza aprovados pelo Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD) 2021. A análise levou em consideração a gênese, a forma de obtenção, bem como as exceções que envolvem o módulo, a direção e o sentido da força de empuxo. Os resultados indicam que apenas um dos livros explica de maneira satisfatória a origem e a obtenção da força de empuxo; três apresentam o módulo do empuxo como consequência do enunciado do princípio de Arquimedes, e nenhum deles aborda os casos atípicos envolvendo a força de empuxo.

Este artigo tem como objetivo apresentar reflexões acerca de um livro didático de alfabetização e as propostas de produção de textos escritos para as crianças, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Na metodologia, desenvolveu-se uma análise documental e de conteúdo do livro didático da coleção Ápis, Língua Portuguesa, para o 1º ano do Ensino Fundamental, pelo fato dele estar muito presente em diversas escolas públicas, do contexto brasileiro. Nesta análise, com base numa concepção sociointeracionista de linguagem, observou-se que as propostas de produção de textos escritos para as crianças precisam ser ampliadas em cada unidade de estudo do referido livro, pois, em sua maioria, a abordagem dos gêneros textuais detém atenção à forma e função, mas de modo muito aligeirado e pontual. Em síntese, os resultados da pesquisa destacam que para trabalhar com produção de textos escritos com crianças é relevante ir além da forma, explorando a função, suporte e contexto em que variados tipos de textos circulam. Além disso, ressaltou-se que o livro didático não é um material neutro, ele se insere em um contexto mais amplo e complexo, atrelado a interesses econômicos e ideológicos, o que requer atenção no seu uso. Portanto, as análises e reflexões elaboradas trazem contribuições ao campo da educação, lançando novos-outros olhares para o uso do livro didático e as práticas pedagógicas para alfabetizar letrando.

A Cosmologia é complexa, todavia, é possível estudá-la sem complicados conceitos técnicos, utilizando as metodologias ativas. Assim, pensou-se em uma aplicação da Cosmologia numa turma de Ensino Médio Integrado do Instituto Federal do Ceará por meio da metodologia ativa Team-Based Learning (TBL), a partir dos conteúdos de Cosmologia presentes na coleção de livros didáticos utilizada. O objetivo deste artigo é evidenciar se a TBL favorece um melhor aprendizado de Cosmologia, considerando a importância da abordagem dos conceitos dessa ciência em coleções de livros didáticos. Os resultados revelam que, para o ensino de Cosmologia, é necessário o uso de metodologias ativas, e não apenas utilizar estratégias como a aula expositiva presente no Livro Didático. Defende-se, portanto, a exploração do Ensino de Cosmologia nas aulas de ciências, uma vez que a Cosmologia enriquece e aguça a mente dos alunos.

O presente artigo detém resultados obtidos durante uma pesquisa de iniciação científica, cujo objetivo foi analisar duas coleções de livros didáticos do Ensino Médio acerca do ensino da geometria dos fractais. O estudo de elementos da geometria dos fractais propicia o desenvolvimento do pensamento geométrico, bem como a exploração de diferentes conceitos matemáticos através de construções geométricas que, geralmente são atrativas aos alunos devido a beleza visual e seu padrão de regularidade, presentes nos fractais. Outrossim, além da beleza visual dos fractais, recorreu-se como aporte teórico e metodológico, à Teoria Antropológica do Didático, de Yves Chevallard, a qual possibilitou uma Organização Matemática com base na investigação dos tipos de tarefas contemplados nas abordagens de geometria dos fractais nos livros didáticos analisados e aprovados pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) de 2021. Ao investigar e classificar tais tipos de tarefas, identificou-se habilidades e objetos de conhecimento presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Este artigo surgiu a partir das discussões realizadas na disciplina “Livro Didático no Ensino de Ciências e Matemática” do programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática. Considerando o livro didático como um dos recursos fundamentais em qualquer disciplina – por ser um dos meios de maior acesso tanto do professor quanto do aluno – e as modificações necessárias após a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), este artigo foi realizado com o objetivo de analisar as mudanças relacionadas à abordagem da função seno presente em um dos livros didáticos de Matemática aprovados no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2021 em comparação com um dos aprovados no PNLD 2018. Para tanto, foi adotada a Teoria Antropológica do Didático (TAD) e a Análise Institucional para averiguar os objetos de pesquisa selecionados. Com isso, foi possível perceber sutis alterações na abordagem teórica, enquanto as mudanças nas questões foram mais notórias.

Por meio de uma pesquisa qualitativa do tipo documental, este estudo tem por objetivo analisar como os elementos que constituem o Ensino de Ciências por Investigação estão sendo propostos nos 42 livros didáticos de Ciências da Natureza do Ensino Médio aprovados pelo Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD) 2021. As 273 atividades foram analisadas por meio de seis categorias, organizadas de acordo com os pressupostos teóricos e metodológicos propostos por Carvalho (2011, 2013). Os resultados demonstraram que os elementos constitutivos do Ensino de Ciências por Investigação: aparecem com baixa frequência e, na maioria das vezes, descaracteriza o processo investigativo; enfatizam o trabalho manipulativo em detrimento do intelectual; reforçam a ideia da Ciência reproducionista; desconsideram a importância do trabalho em grupo e dos conhecimentos prévios dos estudantes; e não estabelecem uma relação entre o conteúdo científico com as questões tecnológicas, sociais e ambientais.

O presente trabalho tem por objetivo identificar como os aspectos históricos e a construção do conhecimento físico sobre o tema Lei de Hubble são apresentados nos Livros Didáticos aprovados pelo Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD) de 2018. Como instrumento de análise, foi utilizado um recorte da ferramenta proposta por Tacla e outros autores. Das coleções aprovadas, analisaram-se as seis que apresentam os conceitos sobre a Lei de Hubble. Nessas coleções, foi possível perceber que as questões históricas são introdutórias ao estudo do assunto, indicando apenas o cientista e a Lei. Em geral, não motivam os estudantes em aulas mais reflexivas, na compreensão de dogma, sistema de crença, racionalidade científica e valorizar os aspectos internos do trabalho científico.

Considera-se que livros didáticos representam a principal – se não a única – fonte de material didático impresso nas salas de aula da rede estadual de ensino de Santa Catarina. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo analisar, de maneira crítica e reflexiva, os enunciados de um livro didático de português do 6º e 7º anos do ensino fundamental. Elaborado por meio de uma abordagem de pesquisa qualitativa, com base em análise documental, o estudo investigou a violência simbólica, com foco na teoria de Pierre Bourdieu e por meio da perspectiva dialógica dos estudos bakhtinianos. Como resultados, observou-se que os enunciados são apresentados, muitas vezes, de forma impositiva, comprometendo o processo de ensino-aprendizagem. O alheamento do processo de ensino-aprendizagem ocorre através de enunciados, invisível à primeira vista, mas que pode afastar os estudantes de uma educação justa e de qualidade.

O presente artigo propõe-se a averiguar algum registro de práticas escolares entre final do século XIX e meados do século XX, a partir da figura do livro didático e da maneira pela qual esse artefato compreenderá o processo de ensino da habilidade do letramento. O caminho metodológico que se traçou para a pesquisa foi documental e bibliográfico, trafegando pelo discurso sobre o letramento, a partir da referência de Magda Soares e, também, pelo repertório da história das disciplinas escolares. Em relação aos procedimentos adotados, foi realizado um levantamento de obras didáticas entre o final do século XIX e meados do século XX localizadas no acervo da Biblioteca do Livro Didático e nas coleções especiais da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Por fim, concluiu-se que, a partir da leitura de textos existentes, estruturava-se uma linguagem partilhada, a qual proporcionava fundamentalmente códigos e princípios tidos por imprescindíveis ao convívio em sociedade.

O artigo analisa os critérios pedagógicos do Edital PNLD 2022 para o livro didático na Educação Infantil e sua objetivação na “Coleção Porta Aberta”, obra de maior preferência no município de Londrina/PR. Mediante análise documental fundamentada na perspectiva histórico-cultural, busca-se elucidar qual concepção sobre o processo de aquisição da escrita informa as diretrizes do Edital e que tipo de ação pedagógica se desdobra desta concepção, assinalando-se: i) a concepção antecipatória de Educação Infantil e a compreensão do processo de aquisição da escrita reduzida ao aspecto técnico subjacentes ao Edital, evidenciando sua vinculação à controversa Política Nacional de Alfabetização; ii) o desrespeito às especificidades do modo de relação da criança pré-escolar com o mundo materializado em proposições didáticas que negligenciam o aspecto da função social da escrita e a formação da capacidade de representação simbólica.

O escopo do presente estudo é analisar o livro didático utilizado por um Jardim de Infância de Brasília, DF, em 2022, intitulado Era uma vez...1, 2, 3, adquirido por meio do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD, 2022), destinado à Educação Infantil, para crianças de quatro anos. A análise aqui empreendida foi embasada no que Chartier (2001) delimita como história do livro e dos textos, ambos coexistentes no mesmo objeto cultural. É possível indicar que, apesar de um material esteticamente agradável e propositivo, o livro didático carrega em sua proposição um acartilhamento da leitura e da escrita, cerceando experiências com as múltiplas linguagens existentes e, consequentemente, antecipando o ofício de aluno no processo de escolarização em detrimento da criança.

Os livros didáticos constituem os principais materiais que auxiliam os processos de ensino e aprendizagem da educação básica, em especial pela sua distribuição gratuita às escolas públicas. No entanto, presenciamos o surgimento de recursos didáticos apoiados em tecnologias, como os audiovisuais, os quais ainda são utilizados de maneira descontextualizada e não sistemática na maioria das vezes. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi identificar e analisar os modos de uso atribuídos aos recursos audiovisuais por coleções didáticas de Física, com a seguinte questão de pesquisa: quais são as representações de uso dos recursos audiovisuais nos livros didáticos de Física? Como referência para análise, utilizamos os trabalhos de Moran et al. (2000) e Freitas et al. (2018) e, com o apoio da Análise de Conteúdo, analisamos 6 coleções didáticas de Física aprovadas no PNLD 2018. Identificamos 453 ocorrências de uso de audiovisuais no conjunto das 6 coleções, com predominância nos Manuais do Professor. Os modos de uso mais frequentes foram “conteúdo de ensino” e “ilustração”, confirmando a característica instrumental da abordagem pedagógica do audiovisual, também observada nas pesquisas da área de Educação em Ciências. Todavia, atividades e situações pontuais identificadas em algumas coleções podem servir de exemplo para uma utilização dos audiovisuais de maneira “crítica” e como “elemento essencial” para o desenvolvimento do currículo de Física.

Muitos trabalhos que se dedicaram a estudar os livros didáticos já destacaram o seu papel como artefato construtor de conhecimentos e sensibilidades, estando longe, portanto, de ser um mero registro de informações. Nesse sentido, é importante um olhar que se debruce não apenas sobre os textos como também sobre as imagens difundidas nos manuais escolares, compreendendo-as como vetores importantes no trabalho de constituição de uma memória visual do passado. Isso porque poderosas imagens foram difundidas por meio deles durante décadas, a exemplo das gravuras elaboradas por viajantes que visitaram o Brasil e das pinturas históricas produzidas no século XIX. Dentro de um movimento de revisionismo crítico da história brasileira, vários artistas visuais contemporâneos têm se debruçado sobre essas iconografias e proposto releituras interessadas em construir novas visualidades. Nosso intuito é entender como os livros didáticos também se inserem neste debate, já que têm recebido atenção de alguns artistas visuais brasileiros, impulsionados em rever e questionar certa cultura visual solidamente edificada em suas páginas. Assim, pretendemos aqui mapear essas críticas e analisar a potencialidade da entrada dessa produção artística contemporânea nas obras didáticas.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento oficial de orientação para o currículo da educação básica brasileira e, como documento normativo, seus fundamentos pedagógicos também influenciam nos materiais didáticos. Compreendendo os livros didáticos como importantes instrumentos de acesso aos saberes sistematizados, o objetivo da pesquisa foi analisar o conteúdo de termoquímica nas coleções Ser protagonista da disciplina de Química ou da área de Ciências da Natureza, para o ensino médio, do Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD) dos anos de 2018 e de 2021. Foram identificados os conteúdos de termoquímica em cada volume das coleções a partir da busca por palavras-chave, depois os mesmos foram analisados levando em consideração: a definição adequada dos conceitos, utilização de exemplos, a importância dos cálculos termoquímicos e a Lei de Hess como um caso particular da primeira lei da termodinâmica. A análise foi realizada de forma comparativa, buscando relacionar as mudanças nos livros didáticos com as orientações curriculares da BNCC. A análise mostrou que, enquanto a coleção Ser Protagonista do PNLD de 2018 apresenta conceito inadequado de entalpia e aborda a Lei de Hess como uma discussão puramente matemática, a coleção do PNLD de 2021, apesar de um capítulo destinado à termodinâmica, com definição de conceitos importantes como calor e energia interna, ausentes na coleção anterior, há predominância da abordagem física nesse conteúdo e ausência do estudo dos efeitos térmicos associados às reações químicas. Diante dos resultados encontrados, consideramos que, na nova coleção, orientada pela BNCC, houve supressões no conteúdo de termoquímica na coleção Ser Protagonista do PNLD 2021, prejudicial ao estudante na sua formação humana.

Este artigo investiga a abordagem dos conhecimentos gramaticais num livro didático de Língua Portuguesa destinado ao ensino médio e produzido em consonância com as orientações teórico-metodológicas da Base Nacional Comum Curricular. Para tanto, o estudo, situado no campo da Linguística Aplicada, indica haver aproximações e distanciamentos da proposta didática do material com, de um lado, as diretrizes epistemológicas da gramática tradicional (cf. Vieira, 2020) e, de outro, os princípios pedagógicos da tradição sociodiscursiva (cf. Gueiros, 2019). Compõem o corpus do trabalho a apresentação da obra ao aluno e o manual do professor, seções de caráter expositivo-argumentativo em que os autores, além de sintetizarem a organização curricular proposta, explicitam as motivações e as concepções teóricas que a embasam. A pesquisa evidenciou um apagamento da gramática tradicional nos objetos de ensino que constam na obra investigada. O tratamento dos poucos fenômenos morfossintáticos mencionados pelos autores parece estar sempre subordinado à análise da macroestrutura textual e discursiva da língua, o que resulta num conjunto assistemático de conteúdos, epistemologicamente deslocados da rede conceitual e categorial que encadeia os conhecimentos da tradição gramatical.

No Novo Ensino Médio, os volumes únicos de Língua Portuguesa devem promover o protagonismo juvenil, a partir do ensino da argumentação e de gêneros digitais, tendo em vista seu potencial participativo e colaborativo. Essa proposta didática busca ampliar a participação do aluno nos campos da atividade humana, diante de diferentes tensões discursivas em torno de seu alcance ético. Neste artigo, o objetivo é discutir o alcance ético da proposta de Ser protagonista: a voz das juventudes (Moreno et al., 2020) na seção de leitura da unidade “As culturas juvenis e o consumo” com foco no gênero unboxing. Dentre os sete livros aprovados no Programa Nacional do Livro e do Material Didático de Língua Portuguesa de 2021, este foi o único manual que incluiu esse gênero. A análise, ancorada nos conceitos de arquitetônica (Bakhtin, 2011, 2017b, 2018) e de cronotopo (Bakhtin, 2018), investiga possíveis sentidos construídos nas relações interativas entre os textos apresentados, os boxes e as atividades. Como resultado, foram identificados três tipos de espaço-tempo na seção de leitura, que trabalham universalidade e singularidade e promovem distintas formas de participação do estudante nas atividades didáticas: passiva; ativa, com exigências de conhecimentos prévios; ativa, independente do diálogo com a leitura realizada.

A abordagem de conceitos relativos à teoria quântica, como os Números Quânticos, apresenta-se como relevante para o ensino de Química, haja vista que dimensiona para os estudantes a complexidade envolvida na estrutura atômica. Mesmo diante de sua importância, tal conteúdo nem sempre está presente em aulas de química, sobretudo por seu nível de abstração. Entendendo tal cenário, objetivamos neste estudo compreender se o conteúdo didático Números Quânticos tem sido discutido nos livros do Ensino Médio, bem como a relevância dada pelos professores de química para esta temática. Mediante pesquisa qualitativa, analisamos a presença deste conteúdo didático em 7 obras aprovadas pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) em 2021, bem como reconhecemos, a partir da proposição de um questionário, a percepção de 17 professores de química a respeito deste conteúdo. Os resultados alcançados nos possibilitaram reconhecer a pouca presença dos Números Quânticos nos livros didáticos, bem como o reconhecimento de que sua abordagem se dá em aulas expositivas e dialogadas. Concluímos que o distanciamento entre os livros didáticos e os Números Quânticos, assim como o ensino descontextualizado deste conteúdo, desconsidera suas potencialidades para o entendimento atual do átomo, distanciando os estudantes de conceitos importantes da teoria quântica.

Visando contribuir para a compreensão do potencial de representações visuais para gerar espaços de convivência com o outro e mostrar facetas do processo de construção da identidade de pessoas pretas, apresentamos resultados de pesquisa que trata da alteridade em relação a representações visuais em livros didáticos do ensino fundamental. Apresentamos definições e classificações de signos na perspectiva da semiótica peirceana; assim como reflexões sobre a razão negra, na perspectiva de Mbembe, e análises de representações visuais extraídas de livros de Geografia inseridos na amostra da pesquisa. Valendo-nos da semiótica peirceana buscamos identificar em tais representações visuais o posicionamento em relação ao outro e a gradação entre xenofobia e xenofilia, bem como verificar se elas se reportam a facetas do processo de construção da identidade de pessoas pretas, tal como propõe Mbembe.

Neste ensaio teórico refletiremos sobre o material didático mais usado nas escolas: o livro didático que auxilia o professor a planejar e desenvolver as oportunidades e situações de aprendizagem de maneira a atender as singularidades de seus estudantes. Este texto orienta-se pelo objetivo de apresentar uma perspectiva sobre o que constitui um Livro Didático, as diferentes variáveis que o caracterizam e as diversas funções deste material. Partiremos de uma breve história do livro, mencionando as transformações e inovações que ocorreram ao longo do tempo. Além disso, analisaremos as diferentes características que distinguem esse material de outros tipos de livros. Entre essas características, podemos destacar: a intencionalidade, a sequencialidade, a adequação, a presença de recursos didáticos, a regulamentação dos conteúdos e a intervenção administrativa e política do Estado. Assim, entendemos que podemos compreender o Livro Didático como um produto histórico e social, que expressa valores, ideologias e representações sociais e que dialoga com os contextos em que é produzido e utilizado.

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