Dissertação de Mestrado em Zootecnia apresentada na Escola Superior Agrária de Ponte de Lima Ao longo dos últimos anos tem-se verificado um crescente interesse na preservação das raças autóctones. O consumidor passou a ser mais exigente, a privilegiar sistemas de produção que visam o produto natural e tradicional. As raças autóctones de aves portuguesas existentes no noroeste de Portugal, nomeadamente Amarela, Preta Lusitânica, Pedrês Portuguesa e Branca, são genótipos provenientes de sistemas de produção familiar, produzidos em pequena escala, ligadas às tradições locais, romarias, feiras e gastronomia. A sua preservação assenta na avaliação dos produtos resultantes da sua criação, no que se refere principalmente à qualidade da carne. Assim, como já realizados em outros trabalhos com outras raças portuguesas, o objetivo deste trabalho consiste na caraterização fenotípica da raça Branca, ainda pouco estudada, e avaliar o seu desempenho quantitativo e qualitativo em carne, em dois sistemas de alimentação distintos, um à base de milho (BI) e outro à base de concentrado comercial (BII). Com este estudo, estimou-se o padrão racial de crescimento através da análise dos dados de pesagens recolhidos durante 195 dias. A utilização de função matemática específica Gompertz, permitiu estimar importantes parâmetros biológicos intrínsecos à raça e quantificar a sua produtividade. Constatou-se que os machos dos bandos com dieta à base de concentrado comercial apresentaram maior desenvolvimento corporal, atingindo o peso médio superior de 3105,7±210,6g, enquanto os machos alimentados a milho (2311,0±409,8g) tiveram desenvolvimento próximo das fêmeas criadas com concentrado. Recolheram-se várias medidas biométricas aos 195 dias de vida completando a informação existente nas mensurações da raça. E à mesma idade foram abatidas e avaliadas várias tipologias de rendimentos de carcaça e rendimentos das peças nobres, peito e coxa-perna. A comercialização de aves desta raça e das demais autóctones é tradicionalmente efetuada considerando a carcaça completa, incluindo a cabeça, o pescoço, as patas e as vísceras comestíveis. Esta apresentação comercial permitiu rendimentos de carcaça superiores ao normal, oscilando entre 82 a 84% nos machos, apresentando os machos alimentados a concentrado comercial superior rendimento. A composição química da carne revelou valores compatíveis com a espécie, nos teores de proteína e gordura, não deixando de ser fortemente influenciada pela alimentação. Para ambas as dietas resultaram adequados níveis de ácidos gordos insaturados, aproximadamente 70% (PUFA e MUFA) para 30% de SFA. Na alimentação à base de milho os valores inferiores de ácidos gordos insaturados, tipo ómega-3 (n-3) influenciaram negativamente o rácio n-6/n-3, adquirindo melhores rácios as aves alimentadas a concentrado comercial. Também entre as peças de carne, o peito revelou o melhor rácio (21:1) nos animais do BII. Espera-se que este estudo possa contribuir para a divulgação e valorização desta raça autóctone de galináceos e que os resultados aqui explanados possam contribuir para a conservação através do estímulo à exploração sustentável deste genótipo. Over the past few years there has been a growing interest in the preservation of the autochthone race. The consumer has become more demanding, priority production systems aimed at the natural and traditional product. The autochthone breeds of Portuguese birds existing more in the northwest of Portugal, namely “Amarela”, “Preta Lusitânica”, “Pedrês Portuguesa” and “Branca”) are products from family production systems, produced on a small scale, but continuously linked to local traditions, pilgrimages, fairs, gastronomy. Its preservation is based on the evaluation of these products regarding their quality as a final product. Thus, as already carried out in other studies with other Portuguese breeds, the objective of this work aims to perform the phenotypic characterization of the White breed, still little studied, and evaluate its quantitative and qualitative performance in meat, in two distinct feeding systems, one based on corn (BI) and another based on commercial concentrate (BII). This study estimated the racial pattern of growth through the analysis of data collected for 195 days. The use of specific mathematical function Gompertz, allowed estimating important biological parameters intrinsic to the breed, quantifying its production and productivity. Thus, it was found that the males of the flocks with diet based on commercial concentrate presented greater body development, reaching the higher average weight of 3105,7 ±210,6g, while the males fed corn (2311,0±409,8g) had development close to that of females reared with concentrate. Several biometric measurements were collected at 195 days, completing the existing information of the breed standard. And on the same date slaughtered, evaluated various types of carcasses yields and yields of noble pieces, chest, and thigh-leg. The commercialization of birds of this breed and other autochthones is traditionally carried out considering the complete carcass, including the head, neck, paws, and edible viscera. This commercial presentation allowed carcass yields higher than normal and oscillated between 82 and 84% in males, presenting males fed higher commercial concentrate yield. The chemical composition of the meat revealed values compatible with the species, in the protein and fat contents, and it is strongly influenced by the diet. For both diets, good levels of unsaturated fatty acids resulted, approximately 70% (PUFA and MUFA) for 30% of SFA. In maize-based feeding, the lower values of unsaturated fatty acids, omega-3 (n-3) type negatively influenced the n-6/n-3 ratio, acquiring better ratios for birds fed commercial concentrate. Also, among meat pieces, the breast showed the best 21% ratio in BII animals. It is expected that this study can contribute to the dissemination and valorization of this autochthone breed of fowls and that the knowledge explained here can contribute to conservation by stimulating the sustainable exploitation of this genotype.