As organizações de saúde atravessam hoje desafios estruturantes que pretendem conciliar com o acesso universal a todos os cidadãos, a cuidados eficientes e de qualidade, a garantia da sustentabilidade com a satisfação dos seus profissionais e uma expressão residual de abandono da organização. É neste contexto de grande complexidade e competitividade que as organizações, nomeadamente na área da saúde, procuram manter o seu capital humano, evitando a rotatividade de pessoal. A elaboração desta investigação pretende contribuir para uma melhor compreensão e perceção da aplicabilidade da Teoria da Troca Social no comportamento de partilha do conhecimento e intenção de saída em colaboradores da área da saúde em Portugal, pressupondo-se que este fenómeno poderá ter um impacto substancial no funcionamento e dinâmica das organizações, assim como nas relações interpessoais entre colaboradores. A Teoria da Coesão Relacional explica o comprometimento no interior das organizações através das emoções resultantes dos processos de trocas sociais entre os seus indivíduos, as quais tendem a produzir emoções positivas, aumentando a coesão da equipa de trabalho e, consequentemente, o comprometimento com a organização onde trabalham. A Teoria Afetiva da Troca Social postula que as emoções produzidas durante as interações sociais são atribuídas às redes, equipas e à própria organização, favorecendo desse modo o comprometimento afetivo do indivíduo com a organização e, consequentemente, diminuindo a sua intenção de saída. Esta dissertação aplica a Teoria Afetiva da Troca Social conceptualizando a partilha de conhecimento como troca social que gera emoções atribuíveis à organização. Esta conceptualização traduziu-se na elaboração de um modelo estrutural de relações entre variáveis latentes que representam a perceção dos profissionais de saúde sobre o tipo de troca, os comportamentos de partilha de conhecimento, as respetivas reações afetivas, a coesão organizacional, a ligação afetiva à organização e a intenção de saída. O modelo foi avaliado através da estimação por mínimos quadrados parciais (Partial Least Squares) com base nas respostas a um questionário online de 409 profissionais trabalhando em organizações de saúde portuguesas. Os resultados deste estudo podem ser interpretados à luz da teoria afetiva da troca social, confirmando-se que as emoções geradas pela troca acabam por ter reflexo nos laços afetivos do indivíduo com a organização, com o esperado efeito negativo na intenção de sair e procurar outro emprego. No que respeita à partilha de conhecimento, conclui-se que as trocas de conhecimento tácito e a perceção de reciprocidade que lhes está associada resultam em sentimentos positivos e num reforço da coesão organizacional, contribuindo, assim, de forma indireta, para a redução da rotatividade de pessoal em organizações de saúde. Health organizations currently face structural challenges that seek to reconcile with universal access to efficient, sustainable, and quality care, satisfied professionals, and minimal employee turnover. It is in this context of great complexity and competitiveness that organizations, particularly in the healthcare domain, seek to maintain their human capital, avoiding staff turnover. This research intends to contribute to a better understanding and perception of the applicability of the Social Exchange Theory in relation to knowledge sharing behaviours and turnover intentions of healthcare professionals in Portugal, assuming that this phenomenon could have a substantial impact on the functioning and dynamics of organizations, as well as in the interpersonal relationships between employees. The Theory of Relational Cohesion explains the commitment within the organizations through the emotions resulting from the processes of social exchanges between their individuals, which tend to produce positive emotions, increasing the cohesion of the work team and consequently the commitment to the organization where they work. The Affective Theory of Social Exchange posits that the emotions produced during social interactions are attributed to the networks, teams and to the organization itself, thus favouring the affective commitment of the individual to the organization and, consequently, diminishing its intention to leave. This dissertation applies the Affective Theory of Social Exchange conceptualizing the sharing of knowledge as a social exchange that generates emotions attributable to the organization. This conceptualization resulted in the design of a structural model of relationships between latent variables that represent staff perceptions about the type of exchange, the knowledge sharing behaviours, the respective affective reactions, the organizational cohesion, the affective attachment to the organization, and turnover intentions. The model was evaluated through Partial Least Squares estimation based on responses to an online questionnaire of 409 professionals working in Portuguese healthcare organizations. The results of this study can be interpreted in the light of the Affective Theory of Social Exchange, confirming that the emotions generated by the exchange end up having an effect on the affective attachment, with the expected negative effect on the intention to leave and seek another job. With regard to knowledge sharing, it is concluded that tacit exchanges, as well as the involved perceptions of reciprocity, result in positive feelings and a reinforcement of organizational cohesion, thus indirectly contributing to the reduction of employee turnover in healthcare organizations.