Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior The castor bean (Ricinus communis L.) has been traditionally cultivated in some parts of Brazil with an economic and social role. Thus, because of the high potential of productivity that this culture shows, there is a possibility to increase the use of the castor beans by- products as a protein source in ruminant diets. In order to evaluate the use of castor bean meal as a substitute for soybean meal, were developed two experiments. The experiment I, was carried out aiming to evaluate the effect of replacing soybean meal (SM) by castor bean meal treated with 6% of calcium oxide (CMT) or not (CMWT) on nutrients intake, performance, carcass traits and commercial cuts yield of feedlot cattle. Thirty Bos indicus steers with 360 kg ± 30,27 of initial body weight (BW) were used. From this group, five animals were slaughtered on the beginning of the experiment to be used as a reference group and the 25 animals remaining were blocked into five groups based on initial BW and allotted randomly to one to five treatments (five animals per treatment). The animals were fed with 65% of corn silage and 35% concentrate, in dry matter basis (DM). It was used five diets with four levels of SM replaced by CMT: 0, 33, 67 and 100%, in the DM basis and one treatment with 100% of SM replaced by CMWT. At the end of the experiment, all animals were slaughtered and its viscera cleaned to determine the empty body weight (EBW). There were no significant effects (P>0,05) to the substitution of SM by CMT on the constituents of the diet intake, body weight gain (WG) and empty body weight gain (EBWG). Despite the higher (P0,05) on the constituents of the diet intake, WG and EBWG. The DM intake and WG were 10,66 and 1,44 kg/day on average. The carcass dressing in relation to body eight was affected and it was observed a linear decrease (P0,05) by replacing SM by CMT and the treatment with calcium oxide of the CMWT on the carcass basic cuts yield. CMT prices over 85% of the SM (DM basis) didn t justify its use economically. For prices from 20 to 80% of CMT, 67% was the optimum level of substitution, while prices below 15% of SM, the optimum level was 100% substitution of SM by CMT. The experiment II, was conducted aiming to evaluate the effect of replacing soybean meal (SM) by castor bean meal treated (CMT) with calcium oxide or not (CMWT) on feed intake, total, ruminal and intestinal digestibility diet s constituents, ruminal concentrations pH and ammonia, the urinary N-urea excretion, the ruminal degradation kinetics of the protein feed and the estimation of the microbial protein production obtained from the urinary purine derivatives excretion or the purine bases in the abomasum. Five Bos indicus steers were used, with 360 kg ± 30,27 of initial body weight cannulated in the rumen and abomasum. The experimental design was in Latin Square 5x5, with five animals, five periods and five treatments. Each experiment had duration of 14 days, eight days of adaptation and six to the collections. The animals were fed with a diet containing 65% of corn silage and 35% concentrate, in dry matter basis (DM). It was used five diets with four levels of SM replaced by CMT: 0, 33, 67 and 100%, in DM basis and one treatment with 100% of SM replaced by CMWT. Only the DM digestibility was reduced (P0,05) on the other digestibility constituents. There was an increase of 24,2% CPRD (P0,05) between treatment and time on ruminal pH, but the pH was influenced (P0,05) for the urinary nitrogennous compounds excretion on the levels of replacement of SM by CMT and alkaline treatment of CMWT. The microorganisms RNA-N: N-total ratio was not affected by levels of CMT, with 0,138 of average. No differences were found (P>0,05) between the two methods of collection to estimate the crude protein microbial production. The castor bean meal treated with 6% of calcium oxide can replace soybean meal fully in the diets of feedlot beef cattle. The castor bean meal without treatment showed satisfactory results, however considering the danger of the presence of ricin, caution should be taken into use. A cultura da mamona (Ricinus Communis L.) é uma das mais tradicionais no semi-árido brasileiro, sendo de relevância econômica e social, com inúmeras aplicações industriais. Assim, a expectativa de crescimento desta cultura cria inúmeras oportunidades para a produção de ruminantes, através da oferta potencial de torta e farelo de mamona, principais co-produtos dessa cultura. Neste sentido avaliou-se a utilização do farelo de mamona como substituto do farelo de soja em dois experimentos. No experimento I, objetivou-se avaliar o efeito da substituição do farelo de soja pelo farelo de mamona tratado com cal (FMT) ou não (FMNT) sobre o consumo de nutrientes, desempenho, características de carcaça e rendimentos de cortes comerciais de bovinos de corte terminados em confinamento. Foram utilizados 30 bovinos machos, castrados, mestiços zebuínos, com peso médio inicial de 360 kg ± 30,27, dos quais, os cinco compondo o grupo referência foram abatidos ao início do experimento, e os outros 25 foram distribuídos em blocos casualizados, com cinco tratamentos e cinco blocos (repetições), sendo o peso corporal considerado critério para blocos. Os animais foram alimentados com uma dieta contendo 65% de silagem de milho e 35% de concentrado na base da MS. Foram utilizadas cinco dietas que consistiram de quatro níveis de substituição do farelo de soja (FS) pelo FMT: 0, 33, 67 e 100%, na base da MS e uma dieta com 100% de substituição do FS pelo FMNT. Ao final do experimento, todos os animais foram abatidos, seus tratos gastrintestinais esvaziados para determinação do peso de corpo vazio. Não foram observados efeitos significativos (P>0,05) da substituição do farelo de soja pelo FMT sobre o consumo dos constituintes da dieta, ganho de peso corporal (GP) e ganho de peso de corpo vazio (GPCVZ). Apesar do maior (P0,05) sobre o consumo dos constituintes da dieta, GP e GPCVZ. O consumo de MS e GP médio foram de 10,66 e 1,44 kg/dia. Para as características de carcaça, apenas o rendimento de carcaça em relação ao peso corporal foi afetado, sendo observado redução linear (P0,05) da substituição do FS pelo FMT e do tratamento com cal do FMNT sobre o rendimento de cortes básicos da carcaça. Preços do FMT acima de 85% do preço do FS (base MS) não justificam economicamente seu uso. Para preços do FMT entre 20 a 80% o nível ótimo foi de 67% de substituição, enquanto que preços abaixo de 15% do FS, o nível ótimo foi de 100% de substituição do FS pelo FMT. No experimento II, objetivou-se avaliar o efeito da substituição do farelo de soja (FS) pelo farelo de mamona tratado com cal (FMT) ou não (FMNT) sobre os consumos e digestibilidades totais, ruminais e intestinais dos constituintes da dieta, o pH e as concentrações de amônia no rúmen, a excreção de N-uréico na urina, a cinética de degradação ruminal dos alimentos protéicos e a estimativa da produção de proteína microbiana obtida através dos derivados de purinas urinários ou das bases de purina no abomaso. Foram utilizados cinco bovinos machos, castrados, mestiços zebuínos, com peso médio inicial de 360 kg ± 30,27, fistulados no rúmen e abomaso. O delineamento experimental utilizado foi o quadrado latino 5x5, sendo cinco animais, cinco períodos e cinco tratamentos. Cada período experimental teve a duração de 14 dias, sendo oito de adaptação e seis dias para as coletas. Os cinco tratamentos consistiram de quatro níveis de substituição do FS pelo FMT: 0, 33, 67 e 100%, na base da MS e um tratamento com 100% de substituição do FS pelo FMNT. A dieta foi constituída de 35% de concentrado na base da MS. Verificou-se que apenas a digestibilidade da MS foi reduzida (P0,05) sobre a digestibilidade dos demais constituintes. Observou-se um incremento de 24,2% da DRPB (P0,05) entre tratamento e tempo sobre o pH ruminal, porém o pH foi influenciado (P0,05) para as excreções de compostos nitrogenados na urina em função dos níveis de substituição do FS pelo FMT e do tratamento alcalino do FMNT. A relação N-RNA:Ntotal dos microrganismos não foi afetada pelos níveis de FMT, apresentando média de 0,138. Não foram detectadas diferenças (P>0,05) entre os dois métodos de coleta para estimar a produção de proteína bruta microbiana. O farelo de mamona tratado com 6% de cal pode substituir totalmente o farelo de soja em dietas de bovinos mestiços em confinamento. O farelo de mamona sem tratamento apresentou resultados satisfatórios, contudo considerando o perigo da presença de ricina, cautela deve ser tomada em sua utilização.