Submitted by Simone Maisonave (simonemaisonave@hotmail.com) on 2021-02-05T21:15:33Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Dissertacao_Luiz_Phellipe_Silva_de_Lima.pdf: 12193280 bytes, checksum: 5bfc494cb141b0dae667196fc798ad92 (MD5) Approved for entry into archive by Aline Batista (alinehb.ufpel@gmail.com) on 2021-02-05T23:09:33Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Dissertacao_Luiz_Phellipe_Silva_de_Lima.pdf: 12193280 bytes, checksum: 5bfc494cb141b0dae667196fc798ad92 (MD5) Made available in DSpace on 2021-02-05T23:09:34Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Dissertacao_Luiz_Phellipe_Silva_de_Lima.pdf: 12193280 bytes, checksum: 5bfc494cb141b0dae667196fc798ad92 (MD5) Previous issue date: 2020-11-25 Esta dissertação tem como propósito ser um estudo unificado dos sítios em abrigos e grutas com sepultamentos no contexto da arqueologia Jê do Sul. A partir da revisão bibliográfica de 51 jazigos arqueológicos e os dados levantados sobre eles, tratando-os como uma unidade, as cronologias desses cemitérios foram analisadas em comparação à ocupação Jê do Sul. Criei mapas para realizar análises espaciais e da paisagem desses sítios através do geoprocessamento. Realizo analogias etnográficas para entender o contexto dos artefatos nas práticas funerárias. E, por último, identifico como esses sítios e suas paisagens configuram e materalizam as cosmologias Kaingang e Laklãnõ. Esses grupos supracitados são os descendentes diretos desse passado arqueológico. A análise cronológica e espacial indica que, no período anterior ao ano 1000 A.D., esses cemitérios estão concentrados na região da borda oriental do Planalto Meridional, configurando uma prática Jê do Sul oriental, que são os ancestrais diretos dos Kaingang e Laklãnõ e, indica também que, após 1000 A.D. há a dispersão desses grupos, demonstrado pelos sítios arqueológicos, rumo ao ocidente do território. Aparecem nesses vestígios do período posterior a 1000 A.D. mudanças nas práticas funerárias, como: o aparecer do fogo e da cerâmica no contexto mortuário. Conforme os estudos espaciais e da paisagem, verifiquei que em 88% dos casos há cascatas, rios ou arroios in situ ou próximos, demonstrando a agência dessas paisagens e a intencionalidade na busca por esses fatores na paisagem para configurar o lugar como cemitério. Ao estudar as cosmologias Jê do Sul, em relação aos Kaingang, o contexto dos abrigos e das grutas presentifica a morada de Kamé e Kanhru, seus heróis mitológicos e fundadores, além de serem também fronteiras sociais entre os vivos e os mortos, assim como representam entradas para o nügme, mundo dos mortos Kaingang. A água materializa as águas diluviais e da morte, que, principalmente, mataram Kamé e Kanhru no dilúvio mítico. Este contexto na paisagem também presentifica os fundadores Laklãnõ: as grutas e os abrigos materializam os klẽdo, que saíram da montanha, enquanto as cascatas e os rios materializam os vãjẽky, que saíram da água. This dissertation aims to be a unified study of the burial caves and rock shelters sites in the Southern Jê archaeological context. Based on the bibliographic review of 51 archaeological sites and the data collected about them, treating them as a unit, the chronologies of these cemeteries were analyzed in comparison to the Southern Jê occupation. I created maps to perform spatial and landscape analyzes of these sites through geoprocessing. I make ethnographic analogies to understand the contexto of artifacts in the funerary practices. And, finally, I identify how these sites and their landscapes configure and materialize the Kaingang and Laklãnõ cosmologies. These aforementioned groups are the direct descendants of that archaeological past. The chronological and spatial analysis indicates that, in the period before the year 1000 A.D., these cemeteries are concentrated in the region of the eastern edge of the Southern Plateau, configuring a eastern Southern Je practice, which are the direct ancestors of the Kaingang and Laklãnõ people, and also that after 1000 A.D. there is the dispersion of these groups, demonstrated by the archaeological sites, towards the West of the territory. In these vestiges of the period after 1000 A.D., changes in funeral practices appear, such as: the appareance off ire and ceramics in the mortuary contexto. According to the spatial and landscape studies, I found that in 88% of the cases there are waterfalls, rivers or streams in situ or nearby, demonstrating the agency of these landscapes and the intentionality in the search for these factors in the landscape to configure the place as a cemetery. When studying the Southern Jê cosmologies, in relation to the Kaingang, the context of the rock shelters and caves presents the home of Kamé and Kanhru, their mythological and founding heroes, in addition to being also social boundaries social boundaries between the living and the dead, as well as gates to the nügme, Kaingang world of the dead. The water materializes the flood and death waters, which mainly killed Kamé and Kanhru in the mythical flood. This contexto in the landscape also represents the Laklãnõ founders: the caves and rock shelters materializes the klẽdo, who left the mountain, while the waterfalls and rivers materialize the vãjẽky, who left the water.