OBJETIVO: Comparar a relação da artéria umbilical e artéria cerebral média fetal através dos índices dopplervelocimétricos (índice de resistência, índice de pulsatilidade e relação S/D) antes e após a utilização do sulfato de magnésio nas gestantes com pré-eclâmpsia grave (pura ou superposta). MÉTODOS: Foi desenvolvido um estudo do tipo coorte prospectivo, no qual cada sujeito serviu como seu próprio controle. Foram selecionadas 40 gestantes com pré-eclâmpsia grave, submetidas ao exame dopplervelocimétrico antes e após 20 minutos da administração intravenosa de 6 g do sulfato de magnésio. As variáveis estudadas foram os índices dopplervelocimétricos da relação artéria umbilical e cerebral média fetal. A comparação das médias entre as duas medidas (antes e depois) de cada indivíduo foi realizada através do teste t student pareado. A comparação entre a distribuição de freqüência de diagnóstico fetal (normal, redução isolada na resistência da artéria cerebral média e centralizado) foi realizada através do teste Qui quadrado (c²) de Stuart-Maxwell. RESULTADOS: Não foi observada diferença estatisticamente significativa das médias da relação artéria umbilical/cerebral média nos índices dopplervelocimétricos antes e após o sulfato de magnésio. Verificou-se aumento da freqüência de redução isolada na resistência da artéria cerebral média após o sulfato de magnésio (25,0% x 47,5%; p = 0,01). CONCLUSÃO: A administração intravenosa do sulfato de magnésio nas gestantes com pré-eclâmpsia grave resultou em um aumento significativo na freqüência de fetos com diagnóstico de redução da resistência da artéria cerebral média na dopplervelocimetria.BACKGROUND: To compare the ratio between the fetal middle cerebral artery and the umbilical artery using Doppler flow velocimetry indices (resistance index, pulsatility index and A/B relation) before and after administration of magnesium sulfate to pregnant women with severe preeclampsia (pure or superimposed). METHODS: A prospective cohort study was conducted with each pregnant woman representing her own control. Forty severe preeclamptic women were included and underwent Doppler sonography before and 20 minutes after administration of 6g of magnesium sulfate. Analysis variables were the Doppler flow velocimetry indices evaluating the ratio of the fetal middle cerebral artery to the umbilical artery. To compare the mean indices before and after magnesium sulfate for the same patient, the "t-paired" Student test was used. The Stuart-Maxwell c² was applied to determine the difference of fetal diagnosis (normal, brain-sparing or reduced middle cerebral artery resistance) before and after magnesium sulfate. RESULTS: No significant difference of the mean ratio between the middle cerebral artery and the umbilical artery, before and after administration of magnesium sulfate was observed. After magnesium sulfate (25.0% x 47.5%; p= 0.01), there was an increased frequency of isolated lower Doppler flow velocimetry indices in the middle cerebral artery. CONCLUSION: Intravenous administration of magnesium sulfate in patients with severe preeclampsia is associated with increased frequency of fetal Doppler diagnosis of reduced resistance in the middle cerebral artery.