Submitted by Jonathan Sousa de Almeida (jonathan.sousa@ufma.br) on 2022-10-14T13:22:12Z No. of bitstreams: 1 SAMIRISCOSTADASILVA.pdf: 615180 bytes, checksum: b1a37ab2e9dcf251306990b28038110e (MD5) Made available in DSpace on 2022-10-14T13:22:12Z (GMT). No. of bitstreams: 1 SAMIRISCOSTADASILVA.pdf: 615180 bytes, checksum: b1a37ab2e9dcf251306990b28038110e (MD5) Previous issue date: 2021-10-08 CAPES Psychoanalysis is frequently presented on psychologist training as theory in which is possible to sustain a direction of a practice; this theory, however, is grounded by its own parameters, instituted from clinical experience, and should not be taken as closed concepts, but as guidelines and recommendations to sustain a practice that takes as a standpoint the concept of unconsciousness. Starting of the questions “who analyses today?” brought by Lacan in its text "The direction of treatment and the principles of its power", from 1958, in which he highlights the need to resume Freudian guidelines, it was pointed out as a research problem the following question: to wich parameters must the psychologist be submitted to guide a psychoanalytic practice? Considering the development of this question, it was established as main goal: place, as from the return to Freud by Lacan, beacons to think guidelines to psychoanalytic treatment, to point out how psychologists can guide a practice in psychoanalysis on the present day. For that, it was proposed as specific goals: present some of the main concepts that surround the theory of the practice proposed by Freud and re- established by Lacan, through its studies of linguistics, to move forward on psychoanalytic theory, starting from the formulation that the unconsciousness is structured as language; to understand the psychoanalytic treatment as sustained by the parameters of language and listening. Indicating the transference and interpretation as operators of the analyst and guide of this paper. It is a qualitative and bibliographic research, and its development comes from the research on psychoanalysis, that is specified and sustained by the parameters from the clinical experience, free association and floating attention. From that, a psychoanalytic practice is possible when are taken as ground rules the freudian recommendations, reinterpreted by Lacan afterwards., based on the proposal of the existence of the unconsciousness as an instance wich overlaps the psychic functioning. Considering that the languange passes through the speaker, showing that psychic functioning is marked by dialectic, as the constitution of the subject happens as an effect of the incidence of the significant, that install the neurotic division, an hiatus through the Edipo Complex – castration, amongst an egoic instance, imaginary (moi) and the subject of the unconsciousness (je). Therefore, it is a paper about neurosis. The psychologists job on the psychoanalytic practice is sustained by the management of transference and interpretation, as the difference amongst je and moi aims as the subjects functioning, in what he brings an structural positioning, singular, marked by the incidence of the significant, and to which it sees as summoned to return. Thus, it is pointed out that the work on psychoanalysis, independently of where it takes place, is implied on telling this structural position from the subject as the guidelines to this work. A psicanálise é frequentemente apresentada na formação do psicólogo como uma teoria através da qual é possível sustentar a direção de uma prática; esta teoria, entretanto, é alicerçada por parâmetros próprios, instituídos a partir da experiência clínica, e que não devem ser tomados como conceitos fechados, mas como diretrizes e recomendações para sustentação de uma prática que toma como ponto de apoio o conceito de inconsciente. Partindo da questão “quem analisa hoje?” trazida por Lacan em seu texto “A direção do tratamento e os princípios de seu poder”, de 1958, em que aponta a necessidade de retomar às diretrizes freudianas, elencou-se como problema de pesquisa o seguinte questionamento: a quais parâmetros deve o psicólogo estar submetido a fim de dirigir uma prática a partir do referencial da psicanálise? Tendo em vista o desenvolvimento desta questão, foi estabelecido como objetivo geral: situar, a partir do retorno à Freud com Lacan, balizas para se pensar a direção do tratamento psicanalítico, tendo em vista apontar de que maneira o profissional de psicologia pode vir a dirigir uma prática a partir da psicanálise, nos dias de hoje. Para isso, foram propostos como objetivos específicos: apresentar alguns dos conceitos principais que norteiam a teoria da prática proposta por Freud, tendo em vista apontar a especificidade deste referencial teórico-prático; identificar as referências fundadas por Freud e retomadas por Lacan, através de seus estudos em linguística, para avançar na teoria psicanalítica, partindo da formulação de que o inconsciente é estruturado como uma linguagem; situar o tratamento psicanalítico enquanto sustentado pelos parâmetros da fala e da escuta, apontando a transferência e a interpretação como operadores do analista na direção deste trabalho. A pesquisa é de cunho qualitativo e bibliográfico e seu desenvolvimento deu-se a partir da pesquisa em psicanálise, que tem como especificidade a de ser sustentada pelos mesmos parâmetros da experiência clínica: associação livre e atenção flutuante. Disso, situa-se que uma prática psicanalítica se faz possível quando são tomados como alicerces as recomendações freudianas, relidas por Lacan a posteriori, pautadas na aposta da existência do inconsciente enquanto instância que sobredetermina o funcionamento psíquico. Considerando o atravessamento do falante pela linguagem, mostra-se que este funcionamento psíquico é marcado por uma dialética, visto que a constituição do sujeito se dá como efeito da incidência do significante, o que por intermédio do Complexo de Édipo- castração, instaura para o neurótico uma divisão, uma hiância, entre uma instância egóica, imaginária (moi) e o sujeito do inconsciente (je). Portanto, trata-se de um estudo da neurose. Sustenta-se que o trabalho do psicólogo na direção de uma prática psicanalítica, pelo manejo da transferência e da interpretação, ao contar a diferença entre je e moi visa o funcionamento do sujeito, naquilo que ele traz de uma posição estrutural, singular, marcada pela incidência do significante, e ao qual vê-se sempre convocado a retornar. Assim, aponta-se que o trabalho com a psicanálise, independentemente do espaço em que se esteja inserido, implica em contar essa posição estrutural do sujeito como aquilo que orienta a direção deste trabalho.