Introdução: O traumatismo cranioencefálico (TCE) é definido como toda agressão que pode ocasionar lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, ossos do crânio, meninges, encéfalos. Acidentes de trânsito, acidentes de moto, quedas e a violência urbana estão entre as principais ocorrências do traumatismo, sendo mais comum em indivíduos do sexo masculino. O mecanismo de trauma pode ser penetrante ou contuso e as lesões cranioencefálicas podem ser classificadas em primárias e secundárias. O traumatismo é um problema de saúde pública evitável, com altas taxas de morbimortalidade em uma faixa etária de pessoas economicamente e socialmente ativas. Objetivo: Identificar, na literatura científica, artigos que descrevam o perfil epidemiológico e os fatores relacionados ao traumatismo cranioencefálico. Método: Pesquisa bibliográfica narrativa e descritiva, utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) específicos: Traumatismos Craniocerebrais; Traumatismo Cerebrovascular; Lesões Encefálicas Traumáticas; Traumatismos Cranianos Fechados; Traumatismos Cranianos Penetrantes, que foram cruzados com os descritores gerais: Perfil de Saúde; Epidemiologia. Foram incluídos artigos científicos completos, disponíveis na íntegra, de forma gratuita, escritos no idioma português (Brasil) e publicados a partir de janeiro de 2017 a abril de 2022. Resultados: O material desta pesquisa foi constituído por 11 artigos, sendo possível identificar que a maior frequência de TCE ocorre nas vítimas com faixa etária entre 20 e 30 anos, demonstrando acometer jovens economicamente ativos para a sociedade. O sexo masculino foi o mais frequente para a ocorrência de TCE em todos os artigos analisados, variando de 76,2% a 94,0%. Já o sexo feminino apresentou uma variação de 6,0% a 23,8%. No que concerne à gravidade do TCE, o TCE leve variou de 4,1% a 38,3%; o TCE moderado variou de 4,1% a 92,7% e o TCE grave variou de 1,6% a 91,8%. Com relação à etiologia do TCE, predominou o acidente motociclístico (19,0% a 72,5%), seguido de queda (3,4% a 25,0%), atropelamento (3,6% a 18,0%), acidente automobilístico (2,2% a 16,4%), agressão física (2,4% a 11,0%), ferimento por arma de fogo (2,3% a 11,0%) e acidente de bicicleta (1,0% a 4,1%). Com relação às manifestações clínicas prevaleceu o rebaixamento do nível de consciência, seguido de cefaleia, hematoma periorbital, vômito, otorragia, convulsão, anisocoria e rinorragia. Com relação ao tipo de tratamento, o conservador apresentou uma frequência de 31,1% a 86,4% e o cirúrgico apresentou uma frequência de 9,7% a 68,8%. A média do tempo de internação hospitalar variou de 6,2 a 11 dias e a frequência de óbito variou de 9,5% a 38,6%. Conclusões: Com relação ao perfil epidemiológico do TCE no Brasil, nos anos de 2017 a 2022, prevaleceram indivíduos jovens, do sexo masculino, vítimas de acidente motociclístico, manifestado por rebaixamento do nível de consciência, sendo realizado tratamento conservador e permanecendo de uma a duas semanas internados no hospital.