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Orógenos colisionais funcionam como cápsulas do tempo que podem registrar grandes eventos geológicos que ocorreram durante a evolução da Terra. A reconstituição dos diferentes estágios de tais eventos depende, entretanto, de uma série de fatores, como a composição favorável do protólito e as condições de preservação. A reconstrução de trajetórias P-T-t de rochas metamórficas encontradas em tais ambientes, através da combinação de múltiplas metodologias, é essencial para desvendar as condições físicas e a duração dos estágios pré-, sin- e pós-colisão. Nesta contribuição, investigamos as trajetórias P-T-t progressivas e retrogressivas de metapelitos grafitosos ricos em Al e Fe do Grupo Carrancas na Nappe Carrancas, localizados no extremo sul do Orógeno Brasília. A combinação de mapas composicionais quantitativos, modelagem de diagramas de fases em equilíbrio (Theriak-Domino), termometria de espectroscopia Raman em materiais carbonosos (RSCM) e datação química de monazita via microssonda eletrônica permitiu a reconstrução da trajetória progressiva e dos estágios metamórficos pós-pico. As amostras analisadas registram um aumento de temperatura de ~60 ºC, atingindo 600 – 620 ºC e 12 – 14 kbar (estaurolita-cianita-granada-muscovita xisto) e 595 – 630 ºC e 9,5 – 11,5 kbar (estaurolitagranada-muscovita xisto) em ca. 600–570 Ma e 580–560 Ma, respectivamente. Os gradientes geotérmicos correspondentes combinados com as idades in situ permitem concluir que essas condições metamórficas foram alcançadas durante a transição entre os estágios de subducção e colisão. A rápida extrusão para aproximadamente 28 km ocasionada pela colisão ocorreu sob 7 – 9 kbar e 560 – 580 ºC. Os novos dados apresentados neste trabalho indicam um metamorfismo dt/dp intermediário, com a trajetória P-T-t progressiva de de alta pressão resultante de um único evento metamórfico relacionado à subducção-colisão., 4° Encontro dos Pesquisadores de Pós-Doutorado do IGc/USP, Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil, 29 e 30 de novembro de 2022.

High to ultra-high temperature (HT-UHT) metamorphism (>800°C) drives changes in rocks that range from the production of chemical heterogeneities to the disturbing of isotopic systems. To disentangle the complex history of these rocks, a multi-prong approach is needed, due to the different sets of mineral reactions that produce melts and fluids of varying compositions at different times. Nanorock inclusions preserved in zircon are critical for retrieving primary melt compositions through re-homogenization experiments, especially in garnet-free rocks, that can be further compared to melt compositions from different scales of observation. These observed melt compositions may then be contrasted with those predicted by thermodynamic models to evaluate the pressure-temperature evolution of partial melting. Nanorock inclusions can further assist in the deconvolution of HT-UHT rocks intricate geochronological record since these rocks often reveal a protracted zircon record with dates smeared along the concordia curve. This smearing may result from the partial resetting of existing grains or prolonged metamorphism and introduces ambiguity into U-Pb dating from igneous, sedimentary, and metamorphic rocks. The HT-UHT metamorphism has implications for maximum depositional ages and tectonic setting determinations, and its extent depends on whether metamorphism took place in the source that will be eroded and then deposited or when the rock was already deposited. A detailed investigation enables identifying protoliths and reconstructing metamorphic histories. Hf isotope analysis allows zircon sources to be distinguished, minimum crystallization ages to be retrieved, and provides additional constraints on the conditions of anatexis (e.g., open versus closed system melting; role of coexisting minerals).

O Orógeno Brasília Meridional é um dos orógenos edificados em volta do paleocontinente do São Francisco durante a amalgamação do Gondwana Oeste. Sua evolução é descrita como resultado da subducção da margem passiva da placa do São Francisco sobre a placa do Paranapanema, com evolução para uma orogenia colisional, durante a qual formou-se uma pilha de nappes vergentes para leste. Neste cenário, alguns compartimentos tectônicos têm papel fundamental na compreensão da evolução subducção-colisão na área: as rochas do arco magmático da Nappe Guaxupé metamorfisadas em temperatura ultra-alta, cujas idades e assinaturas isotópicas do magmatismo e metamorfismo, bem como a fonte do calor do metamorfismo, são debatidas; e os retro-eclogitos, uma vez que, rochas de pressão (ultra)-alta podem fornecer informações sobre os processos de subducção, colisão e exumação. Como uma característica comum às rochas da Nappe Guaxupé, os dados U-Pb em zircão formam um espalhamento na Concórdia. Por isso, análises de textura (imagens CL), Lu-Hf e U-Pb foram realizadas em zircão para determinação das idades de cristalização dos protólitos. A nappe revelou abrigar, além de rochas do arco magmático, as primeiras ocorrências do embasamento e de opdalito de ca. 790 Ma, cuja origem é incerta. Um granulito máfico bandado forneceu uma idade de cristalização de 2559 ± 66 Ma para um protólito juvenil (Hf(2550) = +2,7 a +10,0). A maioria das bordas de zircão marca o evento Brasiliano (ca. 600700 Ma), enquanto 15% das análises registra um evento incomum em ca. 2,4 Ga. A mesma abordagem foi aplicada para opdalito e revelou a primeira rocha com idade de cristalização em 786 ± 10 Ma (Hf(786)= -12,6 a -13,4) na nappe. Atividade magmática mais jovem, interpretada como originada em ambiente de arco continental, é registrada pelo granulito máfico bandado em 691 ± 3 Ma (Hf(690) = -8,2 a -12,6) e pelo enclave máfico granulítico, sincrônico à anatexia, em 664 ± 9 Ma (Hf(660)= -5,9 a -11,4). A comparação entre as distribuições relativas de dados de zircões metamórficos em diferentes amostras permitiu a identificação de um evento metamórfico de longa duração (80 m.y.), com três estágios principais de cristalização de zircão: (i) 670650 Ma, (ii) 640630 Ma, e (iii) 615590 Ma. O primeiro é relacionado à subducção, com a colocação de magmas máficos responsáveis pela instalação do metamorfismo de temperatura ultra-alta, e os outros dois, à colisão e à exumação, respectivamente. Portanto, o evento de ultra-alta temperatura (T = 998 ± 23 ºC) teve lugar no ambiente relacionado ao arco magmático. As condições de pico metamórfico do clinopiroxênio-granada anfibolito (retro-eclogito) tiveram lugar em ca. 630 Ma e são 690 ± 35 °C e 13,5 ± 2,8 kbar, obtidas a partir de modelagem termodinâmica e composições de granada e onfacita (Jd20, composição reconstruída). Zircão metamórfico e monazita das encaixantes foram datados em ca. 630 Ma e ligadas às condições de pico metamórfico, similares às registradas pelo clinopiroxênio-granada anfibolito. Retrogressão local para simplectita e corona registra condições de 595 ± 25 °C e 4,8 ± 1,5 kbar. Uma idade em zircão de 603 ± 7 Ma foi obtida a partir de bordas metamórficas e é ligada a este estágio. A baixa máxima pressão de ca. 14 kbar e o alto gradiente geotermal, mais provavelmente sustentam um metamorfismo relacionado à colisão continental do que à subducção. O baixo valor calculado para a taxa de exumação máxima de 1 mm por ano, e o alto gradiente termal para o estágio de retrogressão indicam que a exumação foi comandada por tectônica. A investigação combinada nas rochas da Nappe Guaxupé e de Pouso Alegre permitiram identificar um estágio de metamorfismo pré-colisional entre 670640 Ma, seguido pelo pico metamórfico colisional em ca. 630 Ma e descompressão acompanhada por ampla migmatização até ca. 600 Ma. The Southern Brasília orogen is one of the orogens formed around the São Francisco paleocontinent during the West Gondwana amalgamation. Its formation is interpreted to have been the result of the subduction of the passive margin of the São Francisco plate under the Paranapanema plate, which subsequently evolved into a collisional orogeny that formed nappe systems verging to the east. Certain tectonic domains play a key role towards understanding the subduction to collision evolution of the southernmost portion of the Southern Brasília orogen, including the ultra-high temperature metamorphosed magmatic arc rocks of the Guaxupé nappe, of which ages and isotopic signatures of magmatism and metamorphism are poorly constrained and for which the heat source for metamorphism remained a matter of debate, as well as the retro-eclogites (e.g., from Pouso Alegre), which as (ultra)-high pressure mafic rocks can provide insights into subduction, collision and exhumation processes. As a general characteristic of the rocks from the Guaxupé nappe, zircon data spread in a Concordia diagram. Textural analyses were thus coupled to U-Pb zircon chronology and Lu-Hf ratios to determine the crystallization age of their protoliths. It was thereby revealed that this nappe hosts, besides magmatic arc rocks, a so far undescribed basement rock and a ca. 790 Ma opdalite of uncertain origin. A banded mafic granulite displays a crystallization age of 2559 ± 66 Ma for a juvenile protolith (Hf (2550) =+2.7 to +10.0). Most of its zircon rims record the Brasiliano Event at ca. 600700 Ma and 15 % of all grains register an unusual event at ca. 2.4 Ga. The same approach applied to the opdalite revealed the first 786 ± 10 Ma-igneous rock in the Guaxupé nappe (Hf(786)= -12.6 to -13.4). Younger magmatic activity, which is ascribed to continental arc activity, is recorded by a banded mafic granulite at 691 ± 3 Ma (Hf(690) = -8.2 to -12.6) and by mafic granulite enclaves, synchronous to anatexis, at 664 ± 9 Ma (Hf(660)= -5.9 to -11.4). Comparison of the relative distribution of metamorphic zircon data from different samples permitted the identification of an 80 m.y. long-lived metamorphism with three main zircon crystallization stages: (i) 670650 Ma, (ii) 640630 Ma, and (iii) 615590 Ma. The first stage is interpreted as subduction-related, with basic magma emplacement that triggered ultra-high temperature metamorphism. The two following stages were linked to collision and exhumation. Thus, the ultra-high temperature (998 ± 23 ºC obtained by orthopyroxene-clinopyroxene thermometry) is interpreted to have taken place in an arc-related setting. Peak metamorphic conditions of 690 ± 35 °C and 13.5 ± 2.8 kbar for the retro-eclogite were obtained by phase equilibria modelling, and compositions of the garnet and omphacite (Jd20, reconstructed composition). Monazite and metamorphic zircon from the host rocks were dated at ca. 630 Ma and their growth was linked to peak metamorphic conditions similar to the ones recorded in the retro-eclogite. Local retrogression into symplectite and corona proceeded coevally at 595 ± 25 °C and 4.8 ± 1.5 kbar. A zircon age of 603 ± 7 Ma obtained for metamorphic zircons rims was linked to retrogression. The low maximum pressure of 14 kbar and the high geothermal gradient do not necessarily support subduction process-related metamorphism but rather favor a continental collision setting. The calculated exhumation rate of 1 mm.y1 for the clinopyroxene-garnet amphibolite, and high geothermal gradient for the symplectite and corona formation stage indicate that exhumation was tectonically driven. The combined investigation on rocks from the Guaxupé nappe and Pouso Alegre permitted constraining a subduction-related metamorphism from 670640 Ma, which was followed by peak-collisional metamorphism at ca. 630 Ma and decompression accompanied by widespread migmatization until ca. 600 Ma.

The investigation of ultrahigh temperature (UHT) metamorphic rocks, and their corresponding (pressure)-temperature-time (P-T-t) history is critical to distinguish between arc- or collision-related metamorphism. This is a very challenging task if mineral assemblages are highly retrogressed and isotopic systems are disturbed. Garnet-free granulites lacking accessory minerals (chronometers) and metamorphic index minerals (thermobarometers) located in UHT domains are examples of such complex systems. In such cases, zircon may be the main chronometer, although isotopic U-Pb data outline protracted records, making the interpretation of the data complex. This study focuses on the timing of magmatism and metamorphism, as well as on the thermal metamorphic conditions of garnet-free UHT granulites of the Guaxupé nappe, southernmost Brasília orogen, located close to the Paranapanema cratonic block. It presents U-Pb dating, Lu-Hf isotopes and trace element signatures of zircon, and thermometry on metamorphic clinopyroxene and orthopyroxene from granulites. Steady 176Hf/177Hf(t) in zircon cores exhibiting U-Pb dates spreading in the Concordia suggest post-crystallization disturbance. From those disturbed granulitic systems, minimum crystallization ages of ca. 2550 Ma, ca. 790 Ma, ca. 690 Ma and ca. 660 Ma can be retrieved. The juvenile ca. 2.55 Ga granulite is the first evidence of an exposed rock of the Paranapanema cratonic block, previously only inferred from geophysical data. The Guaxupé nappe records arc-related magmatic episodes in the range of 790–640 Ma, partially coeval with a long-lasting (∼80 m.y.) metamorphic event (670–590 Ma) and intrusion of basic magma (ca. 660 Ma). Thermometry on zoned clinopyroxene and orthopyroxene yields UHT conditions around 900–1000 °C. Comparing the distribution patterns of metamorphic zircon rims and newly formed grains, we suggest two distinct metamorphic stages: i) an arc-related metamorphism (670–640 Ma), recorded by domains possibly formed by subsolidus recrystallization; and ii) a continental collision to decompression involving partial melting (630–590 Ma) associated to extensive zircon crystallization. The temporal relationship between magmatic and metamorphic ages suggests an ultrahigh-temperature metamorphic event related to a magmatic arc. This arc was afterwards involved by the Guaxupé nappe stacking during the collisional stage of the southernmost Brasília orogen.

Orientador: Vinícius Tieppo Meira Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências Resumo: Cinturões orogênicos caracterizados por altos gradientes termais em níveis crustais intermediários da crosta são conhecidos como "orógenos quentes" e sua evolução é geralmente associada a processos de metamorfismo em facies granulito, fusão parcial amplamente distribuída e fluxo crustal. Com o advento da Petrocronologia nos últimos anos, onde estudos petrográficos de detalhe são associados à geocronologia em diferentes sistemas minerais e à geoquímica de elementos-traço para caracterização de trajetórias P-T-t destas rochas, é natural que os novos estudos sobre metamorfismo considerem a alta complexidade destes terrenos no sentido de contribuir para as interpretações sobre a evolução destes orógenos. Neste contexto, o Orógeno Araçuaí, segmento setentrional da Província Mantiqueira (SE Brazil), é considerado um exemplo de orógeno quente que expõe rochas de níveis crustais profundos e registra intensa atividade magmática, processos de fusão parcial e metamorfismo de alto grau ao longo de dezenas de milhões de anos, durante a amalgamação do paleocontinente Gondwana Ocidental, na transição Cambriano-Ordoviciano. No domínio interno deste orógeno, em afloramentos próximos à cidade de Colatina (Espírito Santo), ocorrem paragnaisses migmatíticos em facies granulito (Complexo Nova Venécia) com mineralogia constituída por granada, cordierita, sillimanita, espinélio, ortopiroxênio, plagioclásio, K-feldspato, quartzo, ilmenita e apresentam texturas de presença de melt. Estas rochas são intrudidas por rochas anatéticas peraluminosas ediacaranas da Suite Ataleia em contatos majoritariamente transicionais. Além disso, um corpo gabro-norítico cambriano (Plúton São Gabriel) forma uma zona difusa restrita de interação metamórfica, permitindo o estabelecimento da relação temporal entre o metamorfismo regional e o possível efeito térmico da intrusão. Estimativas metamórficas realizadas por geotermobarometria otimizada e diagramas de fase isoquímicos apontam temperaturas entre 700 °C e 1000 °C, e pressões entre 5,5 e 6,5 kbar. Idades obtidas pelo método Lu-Hf em granada variam entre aproximadamente 570 e 530 Ma, sugerindo continuidade das condições de alto grau por pelo menos 40 milhões de anos. Adicionalmente, idades U-Pb em zircão obtidas pelo método LA-ICP-MS variam entre 545 e 510 Ma, o que também pode atestar a manutenção das condições de alta temperatura até estágios posteriores. A integração dos dados obtidos nessa dissertação de mestrado sugere a manutenção de altas temperaturas no domínio interno do Orógeno Araçuaí por um período de dezenas de milhões de anos em um contexto de orógeno quente Abstract: Orogenic belts characterized by high geothermal gradients at intermediate crustal levels are known as "hot orogens" and their evolution is generally associated with granulite facies metamorphism, widespread partial melting and crustal flow. In the last decade an innnovative approach, known as Petrochronology, brought new constraints to the understanding of complex geological terrains and polyphase orogens. This new approach uses detailed textural control coupled with multi-mineral/system geochronology and trace-element geochemistry to constrain P-T-t paths for metamorphic and igneous rocks. In this context, the Neoproterozoic Araçuaí Orogen (SE Brazil) represent the exposition of deeper crustal levels of a hot orogen that records long-lived magmatism, intense anatexis and high-T metamorphism, during the assembly of West Gondwana in the Ediacaran-Cambrian transition. Granulite facies migmatitic paragneisses from the Nova Venécia Complex, located near the city of Colatina, Espírito Santo state, constitute the hot internal domain of the orogen. Ediacaran peraluminous anatectic rocks (Ataleia Suite) exhibit transitional contact with the paragneisses, while a cambrian gabbro-norite pluton (São Gabriel Pluton) forms a diffusive contact with restricted metamorphic aureole within the paragneisses. The relationship between the paragneisses and the gabbro-norite pluton enables temporal and tectonic constraints on the influence of the regional and contact metamorphism to the Araçuaí Orogen evolution. Metamorphic estimates indicate temperatures between ca. 700 °C and 1000 °C, and pressures between 5.5 e 6.5 kbar for the studied samples. Lu-Hf garnet ages vary from ca. 570 to 530 Ma and suggest long-living high-grade conditions in the internal domain of the Araçuaí Orogen. Additionaly, LA-ICP-MS U-Pb zircon ages varying from 545 and 510 Ma also attest for high-grade conditions prevailing in the orogenic middle crust until later stages, which may also be related with the generation/intrusion of the mafic rock. The data suggest that the internal domain records the maintenance of high-T/medium-P conditions along tens of million years within a hot orogen context Mestrado Geologia e Recursos Naturais Mestre em Geociências FAPESP 2017/00325-8, 2018/06011-8 CAPES

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Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) Basaltos constituem o principal produto do vulcanismo na superf?cie terrestre, estando presente em uma grande variedade de ambientes geotect?nicos. Compreender as particularidades deste magmatismo ? essencial para a identifica??o e investiga??o da tect?nica paleoambiental. O paleocontinente S?o Francisco-Congo ? composto por n?cleos arqueanos que foram amalgamados durante o paleoproterozoico, dando origem a arcos magm?ticos siderianos-orosirianos. Registros dessas rochas est?o preservados nos cr?tons S?o Francisco e Congo e nos embasamentos de seus or?genos neoproterozoicos marginais. No Bloco Porteirinha, um dos dom?nios arqueanos que comp?em o embasamento do Or?geno Ara?ua?, encontra-se a Sequ?ncia Metavulcanossedimentar Riacho dos Machados (SMRM). A por??o metassedimentar dessa sequ?ncia ? representada por xistos metapel?ticos intercalados com forma??es ferr?feras bandadas, metacherts e rochas c?lcio-silic?ticas. Xistos quartzo-feldsp?ticos s?o interpretados por alguns autores como sendo de prot?lito vulc?nico ?cido a intermedi?rio. Associa??es de rochas metam?ficas e metaultram?ficas ocorrem nas unidades basais da sequ?ncia. As rochas metam?ficas s?o constitu?das principalmente por corpos anfibol?ticos estirados segundo ? folia??o principal. Horneblenditos ocorrem como bandas centim?tricas a m?tricas nos anfibolitos, enquanto epidoto-clorita-albita-actinolita xistos est?o localizadas na por??o oeste da sequ?ncia. As rochas metaultram?ficas ocorre como lentes xistificadas contendo serpentina, clorita, tremolita e talco em propor??es variadas. An?lises de qu?mica mineral em microssonda eletr?nica, apontam composi??o variando de Mg-horneblenda a Mg-tschemarquita para os anfib?lios das rochas m?ficas, enquanto que a composi??o dos plagiocl?sios predominantemente varia entra albita e andesina. Nas rochas metaultram?ficas todos os anfib?lios foram classificados como tremolita e as os cristais de clorita como clinocloro. A partir das an?lises geoqu?micas de rocha total, as rochas metam?ficas foram agrupadas em duas categorias. As do Tipo I s?o basaltos tole?ticos, apresentam afinidade T-MORB com padr?o horizontal nos REE e enriquecimento de La, Rb e Cs. As rochas do Tipo II s?o classificas como basaltos tole?ticos a c?lcio-alcalinos, apresentam assinaturas de arco com enriquecimento nos LILE e LREE, e anomalias negativas de Nb, Ta, Zr, Ti e P. As rochas metaultram?ficas foram classificadas como metakomatiitos, apresentando enriquecimento nos LREE e padr?o em ?zigzag? nos diagramas spider multielementares. An?lises geocronol?gicas UPb (LA-SF-ICP-MS) em zirc?o , conduzidas no horneblendito RM002B, apontam uma idade de cristaliza??o concordante em 2.071 ? 10 Ma, e zirc?es herdados com uma idade discordante com intercepto superior em 2922 ? 22 Ma e intercepto inferior em 473 ? 48 Ma. A localiza??o da SMRM e a idade de cristaliza??o obtida, sugerem que essas rochas est?o associadas ao contexto evolutivo da Arco Magm?tico do Oeste da Bahia (AMOB), que teria sido edificado entre o sideriano e o orosiriano. A composi??o h?brida das rochas metam?ficas, com assinaturas de MORB e de arco, apontam para um magmatismo de bacia back-arc. Essa hip?tese implica que em 2.07 Ga o AMOB estava sob um regime acrescion?rio. Al?m disso, a presen?a de zirc?es herdados indica que essa bacia de back-arc desenvolveu-se em substrato continental. Dois eventos tect?nicos termais afetaram essas rochas. O evento riaciano-orisiriano metamorfizou a sequ?ncia em f?cies epidoto-anfibolito, e provavelmente foi o respons?vel pela percola??o dos fluidos aur?feros da Minera??o Riacho dos Machados. J? durante o Ciclo Brasialiano, de idade neoproterozoica, essas rochas foram retrabalhadas e localmente retrometamorfisadas em f?cies xisto verde. Disserta??o (Mestrado Profissional) ? Programa de P?s-Gradua??o em Geologia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, 2020. Basalts are the main product of volcanism on the Earth's surface, occurring in a wide variety of geotectonic environments. Understanding the particularities of this magmatism is an essential step for the identification and investigation of paleoenvironmental tectonics. The S?o Francisco-Congo paleocontinent is composed of Archean nuclei that were amalgamated during the Paleoproterozoic, giving rise to Siderian-Orosirian magmatic arcs. Records of these rocks are preserved in the S?o Francisco and Congo cratons and in the basement of their marginal neoproterozoic orogens. In the Porteirinha block, one of the Archean domains of the basement of the Ara?ua? Orogen, the Riacho dos Machados metavolcanosedimentary (RMMS) sequence is inserted. The metasedimentary portion of this sequence is represented by metapelitic schists, interlayed with banded iron formations, metacherts and calcsilicate rocks. Quartz-feldspar schists are interpreted by some authors as being acid to intermediate volcanic protoliths. Metamafites and metaultramafites occur in the basal units of the sequence. The metamafites are mainly consisted of amphibolitic bodies stretched along the main foliation. Hornblendites occur as centimetric to metric bands within the amphibolites, while epidote-chlorite-albite-actinolite schists are located in the western portion of the sequence. Metaultramafites occur as lenses of ultramafic schists, containing serpentine, chlorite, tremolite and talc in varying proportions. Analyses of mineral chemistry in electronic probe, show a composition ranging from Mg-hornblende to Mg-tschemarkite for the amphiboles of mafic rocks, while the composition of the plagioclases mostly varies between albite and andesine. In the metaultramafites, all amphiboles were classified as tremolite and the chlorite crystals as chlinoclore. From the bulk-rock geochemical analyses, the metamafites were cluster into two categories. The samples from Type I are tholeitic basalts, have T-MORB affinity with horizontal pattern in REE and enrichment of La, Rb and Cs. Type II rocks are classified as tholeitic to calcium-alkaline basalts, have arc signatures with enrichment in LILE and LREE, and negative anomalies of Nb, Ta, Zr, Ti and P. The metaultramafites have been classified as metakomatiites, presenting enrichment in LREE and 'zigzag' pattern in multi-element spider diagrams. Geochronological analyses U-Pb (LA-SF-ICP-MS) in zircon, conducted on the hornblendite RM002B, yield a concordant crystallization age of 2.071 ? 10 Ma, and inherited zircons define a discordant age of 2922 ? 22 Ma and lower intercept in 473 ? 48 Ma. The location of the RMMS and the age of crystallization obtained, suggest that these rocks are associated with the evolutionary context of the Western Bahia Magmatic Arc (WBMA), which have been uplifted between the Siderian and the Orosirian. The hybrid composition of the metamafites, with MORB and arc-like signatures, points to a back-arc basin magmatism. This hypothesis implies that in 2.07 Ga the WBMA was under an accretionary stage. In addition, the presence of inherited zircons indicates that this back-arc basin developed on a continental substrate. Two thermal tectonic events affected these rocks. The Riaciano-orisirian event metamorphosed the sequence into epidote-amphibolite facies, and was probably responsible for the percolation of the auriferous fluids at the Riacho dos Machados Gold Mine. During the Brasiliano cycle, that occur in the neoproterozoic, these rocks were reworked and locally altered into green schist facies.

rea de concentra??o: Geologia Regional. Texto da obra em outro idioma: (Ingl?s) p. 17-64. Palavras-chave retiradas da Ficha Catalogr?fica. Submitted by Jos? Henrique Henrique (jose.neves@ufvjm.edu.br) on 2021-02-19T14:25:18Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) julia_dias_grochowski.pdf: 4553962 bytes, checksum: 140254b8777c9eeb78b1f9e8709da30f (MD5) Approved for entry into archive by Jos? Henrique Henrique (jose.neves@ufvjm.edu.br) on 2021-02-19T14:26:43Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) julia_dias_grochowski.pdf: 4553962 bytes, checksum: 140254b8777c9eeb78b1f9e8709da30f (MD5) Made available in DSpace on 2021-02-19T14:26:43Z (GMT). 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O Pl?ton Fel?cio cont?m granodioritos mesocr?ticos de granula??o fina, com a mineralogia principal composta por biotita, plagiocl?sio, K-feldspato, epidoto e quartzo, e allanita, apatita, titanita e zirc?o como minerais acess?rios. Essas rochas s?o metaluminosas, de baixo pot?ssio, magnesianas e c?lcicas a calc-alcalinas, para as quais foi obtida uma idade de conc?rdia U-Pb em zirc?es de 2151 ? 12 Ma. O Pluton Merc?s, por sua vez, cont?m monzogranitos e sienogranitos de granula??o fina a m?dia, leucocr?ticos e com variedades porfir?ticas e equigranulares. Os principais minerais constituintes dos monzogranitos s?o biotita, muscovita, plagiocl?sio, K-feldspato e quartzo, e dos sienogranitos s?o quartzo, K-feldspato, hornblenda e plagiocl?sio. Essas rochas s?o ricas em pot?ssio, peraluminosas, ferroanas e alc?licas a ?lcali-c?lcicas, cujos dados apresentaram uma disc?rdia com interceptos superior de 2014 ? 11 Ma e inferior de 539 ? 13 Ma, interpretados como idade de cristaliza??o e metamorfismo, respectivamente. Apesar de terem assinaturas geoqu?micas e geocronol?gicas distintas, os pl?tons Fel?cio e Merc?s apresentam algumas caracter?sticas comuns, como o enriquecimento em LILE, ETR leves e elementos HFS altamente incompat?veis, al?m de anomalias negativas de Ti, Ta, Nb, e P, o que pode indicar uma fonte comum para os magmas que deram origem aos dois pl?tons. As idades de cristaliza??o dos plutons s?o compat?veis com o evento orog?nico Paleoproteroz?ico que amalgamou o paleocontinente S?o Francisco-Congo, que apresenta registros dentro do cr?ton S?o Francisco e em blocos do embasamento contidos no Or?geno Ara?ua?. O Pl?ton Fel?cio ? atribu?do ao est?gio acrescion?rio do evento, apresentando poss?vel correla??o com o Arco Mantiqueira. Por sua vez, o Pl?ton Merc?s est? relacionado ao est?gio tardi a p?s-colisional da orogenia, contempor?neo ao processo de colapso gravitacional da cadeia de montanhas. Sugere-se que a cunha mant?lica metassomatizada por fluidos provenientes da desidrata??o da litosfera subductada tenha atuado como fonte para ambos os pl?tons, ao passo que a espessa crosta continental resultante da colis?o parece ter atuado como fonte secund?ria do magma que originou o Pl?ton Merc?s. Pela primeira vez, registros da orogenia Paleoproteroz?ica s?o relatados no bloco Guanh?es. Essas informa??es contribuem para o aumento do nosso conhecimento de processos tect?nicos que levaram ? agrega??o do bloco continental S?o Francisco-Congo, uma pe?a chave no cen?rio Pr?-Cambriano global. Disserta??o (Mestrado) ? Programa de P?s-gradua??o em Geologia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, 2019. The granitic rocks that occur in the northern region of the Guanh?es block, one of the basement inliers present in the Ara?ua? orogen, were first studied in the beginning of the 20th century, and, since then, are considered part of a single igneous body mapped as Rio Itangu? batholith in the regional geologic maps. In the present study, field investigations, petrographic and geophysical analyses subsidized the subdivision of the rocks in two different plutons, named Fel?cio and Merc?s, and a review on their occurrence area. Fel?cio pluton is composed of mesocratic fine-grained granodiorites with the main mineralogy consisting of biotite, plagioclase, K-feldspar, epidote and quartz, and allanite, apatite, titanite and zircon as accessory minerals. These rocks are low-K, magnesian, calcic to calc-alkalic and metaluminous, and yielded a U-Pb zircon crystallization age of 2151 ? 12 Ma. Merc?s pluton is composed of equigranular and porphyritic mediumgrained leucocratic monzogranites and syenogranites. The monzogranites have biotite, muscovite, plagioclase, K-feldspar, quartz as their main mineralogy, and the same accessories as the granodiorites from Fel?cio pluton, and the syenogranites are composed of quartz, k-feldspar, hornblende and plagioclase. Merc?s pluton rocks are rich in K, ferroan, alkali-calcic to alkalic and peraluminous, and yielded a discordia upper intercept age of 2014 ? 11 Ma and a lower intercept at 539 ? 13 Ma, interpreted as the crystallization age and the metamorphic overprint, respectively. Although the plutons have different geochemical and geochronological signatures, they also have common points such as the enrichment in LILE, LREE and highly incompatible HFSE and negative anomalies of Ti, Ta, Nb, and P, which indicates a common source for the magmas that originated the two plutons. The emplacement ages of the plutons are coeval with the Paleoproterozoic orogenic event that assembled the S?o Francisco-Congo paleocontinent, which left many records both inside the S?o Francisco craton and in basement inliers within the Ara?ua? orogen. Fel?cio pluton is correlated to the accretionary stage of the event, presenting a possible correlation with Mantiqueira arc. In turn, Merc?s pluton is related to the late- to post-collisional stage of the orogeny, coeval with the gravitational collapse of the mountain belt. It is suggested that the mantle wedge metasomatized by fluids from slab dehydration acted as a source for the magmas that generated both plutons, whereas the continental crust thickened by the collision of the blocks seem to have been a secondary source for the generation of Merc?s pluton. For the first time, records of the Paleoproterozoic orogeny are reported in the Guanh?es block. These findings help to enhance our knowledge on the tectonic processes that led to the assembly of the S?o Francisco-Congo paleocontinent, a key piece in the world?s Precambrian scenario.