Teófilo, Tiago da Silva, Fontenele Neto, José Domingues, Lima, Patricia de Oliveira, Batista, Jael Soares, Bruhn, Fábio Raphael Pascoti, and Moreira, Rennan Herculano Rufino
Trabalho não financiado por agência de fomento, ou autofinanciado O uso de produtos alternativos na alimentação de ruminantes pode apresentar características benéficas, tanto do ponto de vista econômico, quanto ambiental. A suplementação de ovinos com óleo residual de fritura (ORF), como estratégia de aumentar o aporte energético dietético pode modular as características da morfofisiologia ruminal, bem como do metabolismo hepático e da carne desses animais. Com isso, objetivou-se avaliar as características morfofisiológicas do rúmen, bem como as eventuais alterações hepáticas e o perfil de ácidos graxos da carne de ovinos em terminação alimentados com diferentes níveis de ORF. Para isso, 24 ovinos, machos, sem padrão racial definidos, foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos (seis carneiros por tratamento). Os animais foram mantidos a pasto do nascimento até 120 dias e logo após confinados por 60 dias, onde foram submetidos a uma das dietas experimentais, que consistiram em diferentes níveis de inclusão do ORF à dieta (0, 3, 6 e 9%) com base na matéria seca. A suplementação com ORF não influenciou na espessura do epitélio, bem como no índice mitótico. No entanto, animais suplementados com 9% do ORF apresentaram um tamanho de papilas reduzido. O incremento dietético do ORF (6 e 9%) proporcionou um aumentou nos tempos de redução do azul de metileno, sedimentação e flotação no fluido ruminal. O acréscimo da suplementação com ORF promoveu um aumento das lesões hepáticas microscopicamente, acompanhado de uma redução da deposição de glicogênio no parênquima hepático. A carne dos animais alimentados com 9% de inclusão do óleo apresentou valores menores do ácido oleico (C18:1), quando comparados com o grupo controle. Os animais do grupo controle, apresentaram um menor valor do ácido αlinolênico (C18:3), quando comparados com os demais grupos. Não foram observadas diferenças nos índices trombogênico e aterogênico. A inclusão de óleo residual de fritura em níveis elevados pode gerar alterações nos padrões de fermentação, bem como na mucosa ruminal e no parênquima hepático, não refletindo no entanto em mudanças substanciais no perfil de ácidos graxos da carne dos animais, constituindo uma alternativa para o aproveitamento desse resíduo da indústria alimentar, desde que respeitados os limites de inclusão The use of alternative products in the feeding of ruminants can have beneficial characteristics, both from an economic and environmental point of view. Supplementation of sheep with residual frying oil (RFO), as a strategy to increase the dietary energy supply can modulate the characteristics of ruminal morphophysiology, as well as of the hepatic metabolism and meat of such animals. Thus, the objective was to evaluate the morphophysiological characteristics of the rumen, as well as possible hepatic changes and the fatty acid profile of the meat of finishing sheep fed with different levels of RFO. For this, 24 male sheep, with no defined racial pattern, were distributed in a completely randomized design with four treatments (six rams per treatment). The rams were kept on pasture from birth up to 120 days and then confined for 60 days, where they were submitted to one of the experimental diets, which consisted of different levels of inclusion of RFO in the diet (0, 3, 6 and 9%) with based on dry matter. RFO supplementation did not influence int the thickness of the epithelium and in the mitotic index. However, rams supplemented with 9% of RFO had a reduced papillae size. The dietary increment of the RFO (6 and 9%) provided an increase in the times of reduction of the methylene blue, sedimentation and flotation in the ruminal fluid. The addition of RFO supplementation promoted an increase in microscopic hepatic lesions, accompanied by a reduction in glycogen deposition in the hepatic parenchyma. The meat of rams fed with 9% oil inclusion showed lower values of oleic acid (C18:1), when compared with the control group. The rams in the control group showed a lower value of α-linolenic acid (C18:3), when compared with the other groups. There were no differences in thrombogenic and atherogenic indices. The inclusion of residual frying oil at high levels can generate changes in the fermentation patterns, as well as in the ruminal mucosa and hepatic parenchyma, however, not reflecting in substantial changes in the fatty acid profile of the meat of the rams, constituting an alternative for the use of this residue from the food industry, as long as the inclusion limits are respected