The emergence of new musical ideas, and new forms of musicality, is described here as the transformation of conceptual spaces in a cogni-tive niche, a distributed and self-organised set of intergenerational con-cepts, materials, and actions. According to this approach, there is a direct co-dependence relation, a co-evolutionary causal looping, between new, acceptable (valid) and surprising musical ideas (which define what is cre-ative in a certain context), agents, tools and artifacts (instruments, musi-cal notations, types of equipment, performance space), and conceivable epistemic and pragmatic actions (instrument techniques, dynamics of collaboration, scenic procedures). This co-evolutionary relation defines a conceptual space of musicality. To demonstrate our thesis, we detail the development of extended techniques for transverse flute, a phenomenon strongly dependent on performer-composer collaboration. We focus on Salvatore Sciarrino’s L’opera per flauto (1990), which was developed in an intensive work with the flautist Roberto Fabbriciani, through investigation of sounding possibilities of the instrument. The collaboration resulted in new and surprising sounds for the transverse flute, including the com-bination of extended techniques, and their notation, largely applied by later repertoire., O surgimento de novas ideias musicais e de novas formas de musicalidade é descrito neste trabalho como a transformação de espaços conceituais em um nicho cognitivo, um conjunto distribuído e auto-organizado de concei-tos, materiais e ações intergeracionais. De acordo com essa abordagem, há uma relação direta de codependência, um looping causal coevolutivo, entre ideias musicais novas, aceitáveis (válidas) e surpreendentes (que definem o que é criativo em um determinado contexto), agentes, ferramentas e artefatos (instrumentos, notações musicais, tipos de equipamentos, espaço de performance) e ações epistêmicas e pragmáticas concebíveis (técni-cas de instrumentos, dinâmicas de colaboração, procedimentos cênicos). Essa relação coevolutiva define um espaço conceitual de musicalidade. Para demonstrar nossa tese, detalhamos o desenvolvimento de técnicas estendidas para flauta transversal, um fenômeno fortemente dependen-te da colaboração compositor-intérprete. Focamos em L’opera per flauto (1990), de Salvatore Sciarrino, que foi desenvolvida em um intenso tra-balho com o flautista Roberto Fabbriciani, por meio da investigação das possibilidades sonoras do instrumento. A colaboração resultou em novas e surpreendentes sonoridades para a flauta transversal, incluindo a com-binação de técnicas estendidas e sua notação, amplamente aplicadas pelo repertório posterior., El surgimiento de nuevas ideas musicales y nuevas formas de musicalidad se describe en este trabajo como la transformación de espacios concep-tuales en un nicho cognitivo, un conjunto distribuido y autoorganizado de conceptos, materiales y acciones intergeneracionales. De acuerdo con este enfoque, existe una relación codependiente directa, un looping cau-sal coevolutivo, entre ideas musicales nuevas, aceptables (válidas) y sor-prendentes (que definen lo que es creativo en un contexto determinado), agentes, herramientas y artefactos (instrumentos, notaciones musicales, tipos de equipamiento, espacio de actuación) y acciones epistémicas y pragmáticas concebibles (técnicas instrumentales, dinámicas colaborati-vas, procedimientos escénicos). Esta relación coevolutiva define un espacio conceptual de musicalidad. Para demostrar nuestra tesis, detallamos el desarrollo de técnicas extendidas para la flauta travesera, un fenómeno que depende en gran medida de la colaboración entre compositor e intér-prete. Nos centramos en L’opera per flauto (1990), de Salvatore Sciarrino, que se desarrolló en un intenso trabajo con el flautista Roberto Fabbriciani, a través de la investigación de las posibilidades sonoras del instrumento. La colaboración dio como resultado sorprendentes nuevos sonidos para la flauta travesera, incluida la combinación de técnicas extendidas y su notación, ampliamente aplicada por el repertorio posterior.