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Abstract The global prevalence rate for congenital hydrocephalus (CH) is approximately one out of every five hundred births with multifaceted predisposing factors at play. Genetic influences stand as a major contributor to CH pathogenesis, and epidemiological evidence suggests their involvement in up to 40% of all cases observed globally. Knowledge about an individual’s genetic susceptibility can significantly improve prognostic precision while aiding clinical decision-making processes. However, the precise genetic etiology has only been pinpointed in fewer than 5% of human instances. More occurrences of CH cases are required for comprehensive gene sequencing aimed at uncovering additional potential genetic loci. A deeper comprehension of its underlying genetics may offer invaluable insights into the molecular and cellular basis of this brain disorder. This review provides a summary of pertinent genes identified through gene sequencing technologies in humans, in addition to the 4 genes currently associated with CH (two X-linked genes L1CAM and AP1S2, two autosomal recessive MPDZ and CCDC88C). Others predominantly participate in aqueduct abnormalities, ciliary movement, and nervous system development. The prospective CH-related genes revealed through animal model gene-editing techniques are further outlined, focusing mainly on 4 pathways, namely cilia synthesis and movement, ion channels and transportation, Reissner’s fiber (RF) synthesis, cell apoptosis, and neurogenesis. Notably, the proper functioning of motile cilia provides significant impulsion for cerebrospinal fluid (CSF) circulation within the brain ventricles while mutations in cilia-related genes constitute a primary cause underlying this condition. So far, only a limited number of CH-associated genes have been identified in humans. The integration of genotype and phenotype for disease diagnosis represents a new trend in the medical field. Animal models provide insights into the pathogenesis of CH and contribute to our understanding of its association with related complications, such as renal cysts, scoliosis, and cardiomyopathy, as these genes may also play a role in the development of these diseases. Genes discovered in animals present potential targets for new treatments but require further validation through future human studies.

Objetivo: Este estudo teve como objetivo descrever o perfil dos pacientes com doença falciforme (DF) do Estado do Acre, com enfoque nos aspectos socioepidemiológicos. Material e métodos: Estudo observacional retrospectivo com dados obtidos do Datasus/Hemoglobinopatiasweb, com os registros do Estado do Acre, no período de 01/01/1993 a 30/06/2024. Foram analisadas as variáveis: sexo, raça, tipo de doença, idade no diagnóstico da doença, ano do diagnóstico e residência do paciente diagnosticado. Resultados: No período do estudo houve 113 registros de DF no Acre, sendo desses, 8 pacientes com dados duplicados, resultando, assim, em 105 diagnósticos no estado. Destes, 48 eram do sexo masculino (45,71%) e 57 do feminino (54,29%); 59 eram pardos (32,38%), 8 amarelos (7,62%), 3 brancos (2,86%), 1 preto (0,95%) e 34 não tinham registro da cor (56,19%). A média de idade na data do diagnóstico foi de 12 anos. Houve um total de 68 (64,76%) casos em Rio Branco-AC, 34 casos em outros municípios do estado do Acre (32,38%) e 3 casos de pacientes de outros estados que faziam acompanhamento de saúde no Acre (2,86%). A análise da prevalência de diagnóstico de DF por ano em relação ao total evidencia: 1 (0,95%) em 1993, 2 (1,9%) em 2001, 1 (0,95%) em 2002, 1 (0,95%) em 2003, 0 (0%) em 2004, 2 (1,9%) em 2005, 4 (3,81%) em 2006, 3 (2,86%) em 2007, 3 (2,86%) em 2008, 2 (1,9%) em 2009, 4 (3,81%) em 2010, 9 (8,57%) em 2011, 8 (7,62%) em 2012, 5 (4,76%) em 2013, 5 (4,76%) em 2014, 3 (2,86%) em 2015, 5 (4,76%) em 2016, 6 (5,71%) em 2017, 5 (4,76%) em 2018, 11 (10,48%) em 2019, 6 (5,71%) em 2020, 6 (5,71%) em 2021, 5 (4,76%) em 2022, 6 (5,71%) em 2023 e 2 (1,9%) em 2024. Dos pacientes cadastrados, 78 pacientes (74,29%) foram diagnosticados com anemia falciforme (HbSS), 18 pacientes (17,14%) com HbSC, 4 pacientes (3,81%) com talassemia Sβ0, 3 pacientes (2,86%) com HbSD e 2 pacientes (1,90%) com talassemia beta intermediária. Discussão: Estima-se que atualmente existem entre 60 e 100 mil pacientes com DF no Brasil. Em muitas regiões, como o Acre, há escassez de dados sobre o diagnóstico e complicações da doença, com muitos casos subnotificados. Talvez uma cobertura inadequada dos serviços de triagem neonatal, além de diversas características geográficas que dificultem o acesso aos serviços de saúde, possam justificar esta subnotificação. Dados recentes de um Hemocentro do Norte mostram uma maior prevalência de DF no gênero feminino (56,9%) e na raça parda (78%), que corroboram com os dados encontrados no Acre. Esse dado é importante, pois estudos recentes na população brasileira associam as cores preta e parda a maiores taxas de mortalidade em todas as regiões do Brasil, possivelmente, pela maior prevalência da doença nessa população ou, ainda, por disparidades étnico-raciais nas condições de saúde. A detecção precoce tem um impacto significativo na morbidade e mortalidade. No Acre, a idade média de diagnóstico é de 12 anos, enquanto em cidades como Salvador-BA, a média de idade de diagnóstico é inferior a 6 meses. Com análise dos dados, observa-se uma maior prevalência dos casos diagnosticados no Acre de HbSS, seguida de HbSC. Conclusão: Conhecer o perfil da DF e suas características regionais é importante para garantir controle adequado da doença. São necessárias mais pesquisas para otimizar a utilização de recursos, a cobertura da triagem neonatal e a assistência disponíveis no Acre.

Introdução: O linfoma de Hodgkin é uma neoplasia linfoproliferativa com células de Reed-Sternberg, frequentemente manifestando-se com linfadenopatia indolor, febre, suores noturnos, perda de peso e prurido. O subtipo esclerose nodular é comum em jovens adultos. Infecções por HTLV (vírus linfotrópico humano), incluindo o HTLV-1 e o HTLV-2, estão associadas a doenças linfoproliferativas e distúrbios hematológicos. O HTLV-1 é bem estabelecido na relação com leucemias e linfomas de células T, enquanto o impacto do HTLV-2 no linfoma de Hodgkin é menos claro. Este caso explora a coexistência de linfoma de Hodgkin com infecções por HTLV-1 e HTLV-2 e seus possíveis efeitos na apresentação e manejo da doença. Relato de caso: Paciente de 43 anos foi encaminhada à Hematologia em 07/03/2024 com linfonodos aumentados na região cervical bilateralmente com quadro iniciado há 1 ano. Cerca de 8 meses depois, começou a apresentar tosse seca diária e febre diária associado a anorexia e emgrecimento nos últimos 2 meses. O exame físico revelou linfonodomegalia cervical esquerda (o maior linfonodo com 3 cm) e também linfonodos supraclaviculares e cervicais anteriores à direita. A paciente tinha pancitopenia e velocidade de hemossedimentação elevada (> 140 mm). As sorologias para HTLV-1 foram positivas. Tomografias de tórax e pescoço (TC) mostraram linfonodomegalia mediastinal e supraclavicular, sendo o maior de 9,5 × 7,3 cm. A tomografia abdominal revelou hepatomegalia homogênea e linfonodos periaórticos proeminentes, sugerindo indicando estadiamento avançado. A biópsia do linfonodo cervical esquerdo confirmou linfoma de Hodgkin tipo esclerose nodular e biópsia de medula óssea mostrou celularidade preservada e ausência de infiltração neoplásica. Indicado tratamento com ABVD (doxorrubicina, bleomicina, vincristina e dacarbazina), com 3 ciclos completados até 23/07/2024, com exames de imagem mostrando remissão parcial de doença e, em programação para troca de protocolo e tratamento. Discussão: A associação entre linfoma de Hodgkin e infecção por HTLV é menos estudada comparada aos linfomas não-Hodgkin, onde o papel do HTLV-2 é mais reconhecido. O HTLV-1 está associado a leucemias e linfomas de células T, mas sua relação com linfoma de Hodgkin não é bem estabelecida. Embora o impacto do HTLV-2 em linfomas não-Hodgkin seja conhecido, sua influência no linfoma de Hodgkin está em processo de definição. Esses vírus podem alterar o microambiente imunológico e promover proliferação celular descontrolada, possivelmente causando imunossupressão crônica. A relação entre HTLV-1 e HTLV-2 na patogênese do linfoma de Hodgkin requer mais investigação para entender como esses vírus afetam a imunidade linfática e a progressão das desordens linfoproliferativas.

Objetivo: Descrever o perfil dos pacientes com coagulopatias no estado do Acre, focando em aspectos socioepidemiológicos e clínicos. Metodologia: Estudo observacional descritivo, realizado no Acre, nos meses de julho a agosto de 2024. Foram coletados dados demográficos e clínicos de pacientes com coagulopatias atendidos no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre ‒ Hemoacre. As variáveis analisadas foram idade atual no momento do estudo, sexo (masculino e feminino), etnia (pardos, brancos, indígenas e não informado), tipo de coagulopatia (hemofilia A, hemofilia B, doença de von Willebrand e outras), histórico médico de sangramento (sim ou não), histórico familiar de coagulopatia (sim e não) e sorologia (positivo, negativo, não realizadas). Resultados: No hemocentro coordenador do estado do Acre, há 64 pacientes com diagnóstico de coagulopatias hereditárias, sendo 51 do sexo masculino (79,68%) e 13 do sexo feminino (20,31%). Em relação à etnia, 4 pacientes (6,25%) se declaravam pardos, 4 (6,25%) brancos, 2 (3,13%) indígenas e 54 (84,37%) registros não havia referência à etnia do paciente. A média de idade dos pacientes no momento do estudo foi de 28 anos, com variação de 4 a 78 anos. Do total, 17 pacientes (26,56%) tinham histórico familiar de coagulopatias. As principais coagulopatias foram hemofilia A (43 casos, 67,18%), hemofilia B (8 casos, 12,5%) e doença de von Willebrand (8 casos, 12,5%). Das outras coagulopatias encontradas, houve hemofilia C (2 casos, 3,12%), deficiência de fator VII (3 casos, 4,68%), deficiência de fator XII (1 caso, 1,56%) e trombastenia de Glanzmann (1 caso, 1,56%). Em relação às sorologias, 12 (18,75%) pacientes testaram positivo para um dos marcadores pesquisados, 31 (48,43%) testaram negativos e 21 (32,81%) não possuíam registro de exames. Dos que apresentavam sorologia reagente, 8 (12,5%) eram positivos para HCV, 7 (10,93%) eram positivos para HBV, 2 (3,12%) eram positivos para sífilis e 1 (1,56%) testou positivo para HTLV. Do total, 42 (65,62%) pacientes possuíam algum tipo de hemorragia ou acometimento articular. Discussão: A prevalência de coagulopatias hereditárias no Acre reflete tanto fatores genéticos quanto socioeconômicos regionais. A predominância de homens é compatível com a herança genética da hemofilia. O histórico familiar de coagulopatias reforça a importância do aconselhamento genético. A alta prevalência de hemorragias destaca a necessidade de cuidados terapêuticos eficazes para reduzir ou evitar essas ocorrências. A significativa proporção de pacientes com sorologias positivas realça a importância de um cuidado multidisciplinar. A prevalência de infecções como HCV e HBV é alta, evidenciando a necessidade de triagem e tratamento dessas infecções. Os resultados refletem a necessidade de manutenção constante do cuidado e acompanhamento dos pacientes e de investimentos contínuos nos centros especializados para melhorar o diagnóstico e tratamento. Estes achados são coerentes com estudos em outras regiões do Brasil, enfatizando a necessidade de estratégias específicas para o diagnóstico precoce e tratamento das coagulopatias. Conclusão: O estudo destacou a importância das políticas públicas de saúde direcionadas a este grupo de pacientes. É imperativa a manutenção de programas de triagem, educação em saúde e desenvolvimento de centros especializados. Essas medidas são fundamentais para reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com coagulopatias na região.

Objetivos: Descrever o perfil de solicitação de hemocomponentes para reserva cirúrgica em cirurgias cardíacas e avaliar o quantitativo de transfusões em um hospital de alta complexidade em Rio Branco-Acre. Material e métodos: Trata-se de um estudo do tipo transversal, descritivo e quantitativo. Foram analisados dados de procedimentos cirúrgicos cardíacos eletivos, registrados entre janeiro e dezembro de 2023. Estes, extraídos de registros hospitalares de requisição médica para transfusão, da Agência Transfusional do Hospital Santa Juliana de Rio Branco-Acre. As variáveis observadas foram: tipo de cirurgia cardíaca, quantidade de hemocomponentes solicitados e transfundidos, óbito, alta hospitalar, idade e sexo, sendo categorizadas como quantitativa e qualitativa. Foram feitas análises descritivas das variáveis através do software estatístico Epi-Info 7. Resultados: Foi solicitada reserva de hemocomponentes para 232 procedimentos cirúrgicos cardiovasculares e 100% das cirurgias foram atendidas, sendo preparado um total de 1.119 concentrados de hemácias e utilizados 142 (12,68%). Houve um total de 1.112 concentrados de plaquetas solicitados e utilizados 30 (2,69%). Quanto ao plasma fresco congelado, registrou-se 1.120 solicitações e 77 (6,87%) foram utilizados. E um total de 36 reservas de unidades de crioprecipitados com utilização de 15 (41,6%). A revascularização do miocárdio foi a cirurgia cardíaca mais frequente com 149 (64,2%) procedimentos, seguida pela troca valvar com 74 procedimentos (31,90%) e, em menor proporção, a cirurgia de cardiopatia congênita, com 0,4%(n = 1) dos procedimentos realizados. Referente ao gênero, 156 pacientes (67,2%) eram do sexo masculino e 76 (32,8%) do sexo feminino. A média de idade dos pacientes foi de 58,59 anos, com idade mínima de 16 anos e máxima de 86 anos. Dos 232 pacientes, 19 (8,2%) evoluíram para óbito durante a internação, enquanto 213 (91,8%) tiveram alta hospitalar. Discussão: Fica evidente a importância de realizar a correta solicitação de reserva de hemocomponentes em cirurgias eletivas cardiovasculares. Isso deve ser feito através da participação harmônica do corpo clínico do hospital e a equipe de serviço de hemoterapia/agência transfusional, essencialmente no período pré-operatório. Ademais, é importante potenciar a elaboração dos protocolos de reserva cirúrgica, com o intuito de diminuir custos e evitar desperdício de hemocomponentes. Notou-se uma proporção maior de cirurgias cardíacas em pacientes do sexo masculino, média de idade de 58 anos. Esse dado demonstra a necessidade de melhorar o rastreamento de morbidades relacionadas, em especial a este grupo. Conclusão: Conhecer o perfil de reserva cirúrgicas e sua utilização em cirurgias cardiovasculares permite proporcionar o aumento da segurança cirúrgica e transfusional, além de otimizar a solicitação e sua utilização, evitando desperdício e custos, visto que, a transfusão sanguínea continua sendo insubstituível como estratégia terapêutica em pacientes cirúrgicos acometidos por grande perda sanguínea, seja em cirurgias eletivas como as cirurgias cardiovasculares, ou de emergência como nas cirurgias de trauma.

Objetivos: Identificar o perfil clínico-epidemiológico e transfusional dos pacientes submetidos a cirurgias eletivas cardiovasculares em um hospital de alta complexidade de Rio Branco-Acre. Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa do tipo transversal, descritiva e quantitativa. Foram analisados dados de procedimentos cirúrgicos cardíacos eletivos, registrados entre janeiro e dezembro de 2023, através dos registros hospitalares de requisição médica para transfusão da Agência Transfusional do Hospital Santa Juliana de Rio Branco–AC. As variáveis observadas foram: tipos de cirurgias cardíacas, quantidade de hemocomponentes transfundidos, principal diagnóstico da indicação cirúrgica, comorbidades, óbito, alta hospitalar, idade e sexo, sendo categorizadas como quantitativa e qualitativa. Foram realizadas análises descritivas das variáveis, através do software estatístico Epi-Info7. Resultados: Foram realizados 237 procedimentos cirúrgicos cardiotorácicos. Destes, 36,29% receberam transfusões e 63,71% não receberam. Quanto às categorias cirúrgicas, a revascularização do miocárdio foi a mais frequente, com 155 procedimentos (85,4%) e a troca valvar com 74 procedimentos (31,22%). Um total de 146 concentrados de hemácias foi utilizado, sendo 47,95% nas cirurgias de troca valvar e 39,73% nas cirurgias de revascularização do miocárdio. Foram utilizados 34 concentrados de plaquetas randômicas, destes 44,12% na cirurgia de troca valvar e 17,65% na cirurgia de aneurisma de aorta. Foram utilizados 81 plasmas frescos congelados: 43% nas cirurgias de troca valvar e 38,27 % na revascularização do miocárdio. Foram utilizados 12 crioprecipitados: 83% nas cirurgias de aneurisma de aorta e 16,67% nas cirurgias de troca valvar. Referente ao sexo, registraram-se 68,4% pacientes do sexo masculino e 31,6% do sexo feminino. A média de idade foi de 58 anos, com idade mínima de 16 anos e máxima de 86 anos. Dos 237 pacientes, 8,9% evoluíram para óbito durante a internação, enquanto 91,1% tiveram alta hospitalar. O principal diagnóstico indicador de cirurgia de revascularização cardíaca foi síndrome coronariana aguda (22,36%), enquanto na troca valvar, 27 pacientes (11,39%) apresentavam valvopatias. As comorbidades mais frequentes foram: hipertensão e diabetes. Discussão: Destacou-se um grande percentual de pacientes que não receberam transfusão (63,71%). Isto denota a importância de otimizar estratégias para fortalecimento dos protocolos de solicitação de reserva cirúrgica. O concentrado de hemácias foi o hemocomponente mais utilizado, o que corrobora a literatura de que o principal componente sanguíneo utilizado mundialmente é o concentrado de hemácias. Embora a cirurgia de revascularização cardíaca foi o procedimento cirúrgico mais realizado, a cirurgia de troca valvar foi a que mais utilizou os hemocomponentes, exceto o crioprecipitado que foi o principal componente utilizado na cirurgia de aneurisma de aorta. Conclusão: Apesar das cirurgias cardíacas eletivas serem cirurgias de grande porte, este estudo demonstrou que poucas transfusões são de fato efetuadas. Estudar o perfil epidemiológico transfusional de pacientes submetidos a cirurgias cardíacas pode ajudar a identificar patologias e comorbidades associadas às indicações cirúrgicas, sinalizando a importância da prevenção das doenças de base.

Objetivos: Reações transfusionais são respostas indesejadas associadas à administração de hemocomponentes, afetando cerca de 1% dos pacientes transfundidos. Podem ser imediatas (durante ou até 24 horas após a transfusão) ou tardias (após 24 horas), incluindo hemólise aguda e febre. A hemovigilância é crucial para prevenir e reduzir esses eventos adversos, melhorando a segurança transfusional. Este estudo visa conhecer o perfil das reações transfusionais ocorridas entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, no Hospital Santa Juliana, AC. Materiais e métodos: Realizou-se uma análise descritiva e retrospectiva dos dados secundários extraídos das fichas de notificação de reações transfusionais da agência transfusional do Hospital Santa Juliana. As variáveis incluídas no estudo foram sexo (feminino ou masculino), faixa etária (criança: 0-12 anos, adolescente: 13-17 anos, adulto: 18-64 anos, idoso: 65 anos ou mais), tipagem sanguínea (A+, A-, B+, B-, O+, O-, AB+, AB-), tipo de reação quanto ao momento de aparecimento (imediata ou tardia), tipo de reação quanto à imunogenicidade (imunes e não imunes) e indicação da transfusão (anemia grave, sangramento agudo, choque hemorrágico e outros). Todos os registros foram preenchidos pela equipe de enfermagem e revisados pelo médico responsável. Resultados: No período, foram realizadas 1.286 transfusões; em 7 (0,5%) ocorreram reações transfusionais. As reações afetaram 6 (85,7%) pacientes do sexo feminino e 1 (14,3%) do sexo masculino. Em relação à faixa etária, 2 (28,6%) pacientes eram adolescentes, 4 (57,1%) adultos e 1 (14,3%) idoso. Os tipos sanguíneos dos pacientes com reações foram: 3 (42,9%) com tipo A+, 2 (28,6%) com tipo O+, 1 (14,3%) com tipo O- e 1 (14,3%) com tipo B+. Das reações, 6 (85,7%) foram imediatas e 1 (14,3%) tardia; igualmente, 6 (85,7%) foram imunes e 1 (14,3%) não imune. As principais indicações para transfusão foram: 3 (42,9%) para sangramento agudo, 2 (28,6%) para anemia grave, 1 (14,3%) para choque hemorrágico e 1 (14,3%) por outros motivos. As reações descritas foram imunes em 6 (85,7%) casos- 3 reações febris não hemolíticas e 3 alérgicas- e não imunes em 1(14,3%) caso. As reações imediatas foram tratadas com a interrupção da transfusão, antitérmicos para febre e antialérgicos para urticária. Discussão: A prevalência de reações transfusionais observada foi de 0,5%, dentro da faixa nacional de 0,2% a 0,4% por 1.000 transfusões. Houve predominância de reações em mulheres (85,7%), possivelmente devido à maior frequência de transfusões em contextos obstétricos e autoimunes. A maioria das reações foi imediata (85,7%), corroborando com padrões de outros estudos. As principais indicações para transfusão foram sangramento agudo e anemia grave, conforme as diretrizes. Esses achados confirmam o padrão observado no estudo e incentivam a monitorização das reações transfusionais. Conclusão: A prevalência de reações transfusionais no Hospital Santa Juliana está dentro dos padrões nacionais. Manter-se atento à gestão e ao monitoramento das reações, juntamente com a implementação de protocolos de hemovigilância e treinamento contínuo, é crucial para reduzir eventos adversos e aumentar a segurança transfusional. Neste processo, um comitê transfusional atuante torna-se imperativo.

Objetivo: Determinar a prevalência de anticorpos antieritrocitários em pacientes com doença falciforme (DF) que realizaram transfusão nos hospitais do Acre. Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, realizado de 01/09/17 a 01/07/24, abrangendo 84 pacientes com DF que receberam hemocomponentes no período. As investigações imunohematológicas se inciaram com a Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI). Amostras positivas para a PAI foram submetidas a um painel com 11 hemácias de fenótipo conhecido para identificação de anticorpos irregulares utilizando o método Gel Centrifugação em cartão de Liss/Coombs. Todos os estudos imunohematológicos do Acre são realizados no hemocentro coordenador do estado. Resultados: Dos 84 pacientes com DF que receberam concentrado de hemácias, 14 (16,7%) apresentaram PAI positivo, dos quais 8 (57%) apresentaram anticorpos únicos e 6 (43%) apresentaram múltiplos anticorpos. Foram identificados 22 anticorpos, com as seguintes prevalências de especificidade: Anti-E 10 (45,4%), Anti-C 3 (13,6%), Anti-c 3 (13,6%), Anti-Kell 2 (9,1%), Anti-M 1 (4,5%), Anti-D 1 (4,5%), Anti-S 1 (4,5%) e Anti-Jkb 1 (4,5%). Discussão: Estudos com pacientes com DF no Brasil mostram prevalências variáveis de aloimunização. Em São Paulo, 22,6% dos pacientes com DF desenvolveram anticorpos irregulares, sendo o anti-Kell o mais frequente. Em Salvador, a taxa foi de 51,9%, sendo o anti-E, o aloanticorpo mais prevalente. Em Alagoas, a aloimunização foi de 12,7%, com 70% dos anticorpos pertencentes aos sistemas Rh e Kell. O desenvolvimento de aloanticorpos pode causar reações transfusionais, sejam elas agudas ou tardias. Além disso, sua ocorrência dificulta a disponibilização de hemácias compatíveis em futuras transfusões. O risco de aloimunização depende da imunogenicidade do antígeno, da resposta imune do receptor, da diferença no padrão antigênico do doador e do receptor e da frequência de transfusões. Pacientes com DF homozigotos frequentemente necessitam de múltiplas transfusões de concentrado de hemácias, expondo-os a diversos antígenos eritrocitários. Embora seja difícil estimar a prevalência de aloimunização na população geral que já recebeu transfusão, espera-se que pacientes com DF tenham prevalências mais altas, devido às transfusões frequentes. Em Rio Branco, a prevalência de aloimunização está dentro da descrita nacionalmente, sendo o Anti-E o mais prevalente, assim como em Salvador. Além do grupo E, foram encontradas altas prevalências para os anticorpos Anti-C e Anti-c. Anticorpos Anti-E, Anti-c, Anti-Kell, Anti-D e Anti-S estão associados a reações transfusionais hemolíticas tardias. O grupo E é considerado altamente imunogênico e relevante clinicamente, embora não seja comum na população em geral. Devido ao surgimento desses anticorpos nos pacientes com DF, seriam necessários mais estudos sobre o padrão fenotípico dos doadores do Acre, para melhor caracterização das idiossincrasias fenotípicas regionais e melhor manejo de hemocomponentes para os pacientes com DF. Conclusão: Embora a prevalência de aloimunização varie no Brasil, o Hemocentro do Acre apresenta dados que se alinham com os extremos registrados no país. A preocupação com aloimunizações é relevante para reduzir as reações transfusionais, melhorar o manejo dos hemocomponentes e proporcionar um tratamento de melhor qualidade para esses pacientes.

Objetivos: Descrever o perfil sorológico dos doadores de sangue dos Hemonúcleos do Acre. Materiais e métodos: Estudo descritivo, retrospectivo, com dados referentes aos resultados sorológicos para Doença de Chagas, Hepatite B, Hepatite C, HIV, HTLV e Sífilis dos doadores de sangue dos hemonúcleos das cidades de Brasiléia/AC e Cruzeiro do Sul/AC, no período de 02 de janeiro de 2019 a 29 de dezembro de 2023 coletados do sistema de informação de dados utilizado no hemocentro, foram incluídas também as variáveis: sexo (masculino e feminino) e estado civil (solteiros, casados e outros). Todos os exames sorológicos de doadores no estado são realizados no hemocentro coordenador. Foi feita uma análise descritiva, utilizando o software “Excel”. Resultados: No período, 103.340 exames foram realizados, 35.250 (34,11%) de Brasiléia e 68.090 (65,89%) de Cruzeiro do Sul. Do total de exames do Hemonúcleo de Brasiléia, 219 (0,62%) testaram positivos para, pelo menos, um marcador. Dos exames de Cruzeiro do Sul, 606 (0,89%) apresentaram alguma positividade. Foi observada a seguinte prevalência de positividade para os marcadores sorológicos nos doadores de Brasiléia, em ordem decrescente: Hepatite B (63,01%), Sífilis (28,31%), HTLV (4,11%), HIV (1,83%), Doença de Chagas (1,37%) e Hepatite C (1,37%). Dos resultados positivos, 151 (68,95%) eram de doadores do sexo masculino. Ainda do total de positivos em Brasiléia, 63 (41,72%) eram de doadores solteiros, 62 (41,06%) de casados e 26 (17,22%) de doadores autodeclarados de outros estados civis. Nos exames do Hemonúcleo de Cruzeiro do Sul, observamos a seguinte prevalência: Hepatite B (66,01%), Sífilis (24,75%), Doença de Chagas (2,81%), Hepatite C (2,31%), HTLV (2,15%) e HIV (1,98%). Dos resultados positivos, 358 (59,08%) foram em doadores do sexo masculino e, com relação ao estado civil dos doadores que testaram positivos, 215 (60,06%) se declararam solteiros, 127 (35,47%) casados e 16 (4,47%) referiram outra situação civil. Discussão: Os bancos de sangue desempenham um papel crucial no controle da transmissão de infecções transmissíveis. Os estudos sobre o perfil sorológico de doadores de sangue revelam variações regionais e temporais na prevalência de infecções transmissíveis. Dados do boletim epidemiológico de hepatites virais do Ministério da Saúde, no período de 2000 a 2022, apontam altas taxas de hepatite B na região Norte, considerada endêmica para a doença, além de maior prevalência de positividade deste marcador em pessoas do sexo masculino (54,9%). Embora estes dados se refiram à população geral, eles justificam os achados neste estudo. Outro estudo recente feito num banco de sangue privado do Maranhão também demonstrou alta incidência de hepatite B (63,07%) e Sífilis (20%) em doadores de sangue, além de maior prevalência entre sorologias positivas para homens, mostrando semelhança com os dados encontrados no Acre. As doações com alguma sorologia positiva devem ser identificadas e descartadas a fim de evitar contaminações indiretas, preservando o bem-estar das pessoas que necessitarão de doações sanguíneas. Não há dados relatados sobre as sorologias descritas e o estado-civil. Conclusão: Conhecer o perfil sorológico dos doadores de sangue é uma ferramenta essencial para garantir a segurança do sangue doado, proteger a saúde dos receptores e dos próprios doadores e fornecer dados epidemiológicos cruciais para a saúde pública.

Summary: Background: The inflammatory response in patients with traumatic brain injury (TBI) offers opportunities for stratification and intervention. Previous unselected approaches to immunomodulation in patients with TBI have not improved patient outcomes. Methods: Serum and plasma samples from two prospective, multi-centre observational studies of patients with TBI were used to discover (Collaborative European NeuroTrauma Effectiveness Research [CENTER-TBI], Europe) and validate (Transforming Research and Clinical Knowledge in Traumatic Brain Injury [TRACK-TBI] Pilot, USA) individual variations in the immune response using a multiplex panel of 30 inflammatory mediators. Mediators that were associated with unfavourable outcomes (Glasgow outcome score-extended [GOS-E] ≤ 4) were used for hierarchical clustering to identify patients with similar signatures. Findings: Two clusters were identified in both the discovery and validation cohorts, termed early-inflammatory and pauci-inflammatory. The early-inflammatory phenotype had higher concentrations of interleukin-6 (IL-6), IL-15, and monocyte chemoattractant protein 1 (MCP1). Patients with the early-inflammatory phenotype were older and more likely to have an unfavourable GOS-E at 6 months. There were no differences in the baseline injury severity scores between patients in each phenotype. A combined IL-15 and MCP1 signature identified patients with the early-inflammatory phenotype in both cohorts. Inflammatory processes mediated outcomes in older patients with moderate-severe TBI. Interpretation: Our findings offer a precision medicine approach for future clinical trials of immunomodulation in patients with TBI, by using inflammatory signatures to stratify patients. Funding: CENTER-TBI study was supported by the European Union 7th Framework Programme. TRACK-TBI is supported by the National Institute of Neurological Disorders and Stroke.

Summary: Background: Traumatic brain injury is conventionally categorised as mild, moderate, or severe on the Glasgow Coma Scale (GCS). Recently developed biomarkers can provide more objective and nuanced measures of the extent of brain injury. Methods: Exposure–response relationships were investigated in 2479 patients aged ≥16 enrolled in the Collaborative European NeuroTrauma Effectiveness Research in Traumatic Brain Injury (CENTER-TBI) prospective observational cohort study. Neurofilament protein-light (NFL), ubiquitin carboxy-terminal hydrolase L1 (UCH-L1), and glial fibrillary acidic protein (GFAP) were assayed from serum sampled in the first 24 h; concentrations were divided into quintiles within GCS severity groups. Relationships with the Glasgow Outcome Scale-Extended were examined using modified Poisson regression including age, sex, major extracranial injury, time to sample, and log biomarker concentration as covariates. Findings: Within severity groups there were associations between biomarkers and outcomes after adjustment for covariates: GCS 13–15 and negative CT imaging (relative risks [RRs] from 1.28 to 3.72), GCS 13–15 and positive CT (1.21–2.81), GCS 9–12 (1.16–2.02), GCS 3–8 (1.09–1.94). RRs were associated with clinically important differences in expectations of prognosis. In patients with GCS 3 (RRs 1.51–1.80) percentages of unfavourable outcome were 37–51% in the lowest quintiles of biomarker levels and reached 90–94% in the highest quintiles. Similarly, for GCS 15 (RRs 1.83–3.79), the percentages were 2–4% and 19–28% in the lowest and highest biomarker quintiles, respectively. Interpretation: Conventional TBI severity classification is inadequate and underestimates heterogeneity of brain injury and associated outcomes. The adoption of circulating biomarkers can add to clinical assessment of injury severity. Funding: European Union 7th Framework program (EC grant 602150), Hannelore Kohl Stiftung, One Mind, Integra LifeSciences, Neuro-Trauma Sciences, NIHR Rosetrees Trust.

Traumatic brain injury (TBI) has the highest incidence of all common neurological disorders, and poses a substantial public health burden. TBI is increasingly documented not only as an acute condition but also as a chronic disease with long-term consequences, including an increased risk of late-onset neurodegeneration. The first Lancet Neurology Commission on TBI, published in 2017, called for a concerted effort to tackle the global health problem posed by TBI. Since then, funding agencies have supported research both in high-income countries (HICs) and in low-income and middle-income countries (LMICs). In November 2020, the World Health Assembly, the decision-making body of WHO, passed resolution WHA73.10 for global actions on epilepsy and other neurological disorders, and WHO launched the Decade for Action on Road Safety plan in 2021. New knowledge has been generated by large observational studies, including those conducted under the umbrella of the International Traumatic Brain Injury Research (InTBIR) initiative, established as a collaboration of funding agencies in 2011. InTBIR has also provided a huge stimulus to collaborative research in TBI and has facilitated participation of global partners. The return on investment has been high, but many needs of patients with TBI remain unaddressed. This update to the 2017 Commission presents advances and discusses persisting and new challenges in prevention, clinical care, and research. In LMICs, the occurrence of TBI is driven by road traffic incidents, often involving vulnerable road users such as motorcyclists and pedestrians. In HICs, most TBI is caused by falls, particularly in older people (aged ≥65 years), who often have comorbidities. Risk factors such as frailty and alcohol misuse provide opportunities for targeted prevention actions. Little evidence exists to inform treatment of older patients, who have been commonly excluded from past clinical trials—consequently, appropriate evidence is urgently required. Although increasing age is associated with worse outcomes from TBI, age should not dictate limitations in therapy. However, patients injured by low-energy falls (who are mostly older people) are about 50% less likely to receive critical care or emergency interventions, compared with those injured by high-energy mechanisms, such as road traffic incidents. Mild TBI, defined as a Glasgow Coma sum score of 13–15, comprises most of the TBI cases (over 90%) presenting to hospital. Around 50% of adult patients with mild TBI presenting to hospital do not recover to pre-TBI levels of health by 6 months after their injury. Fewer than 10% of patients discharged after presenting to an emergency department for TBI in Europe currently receive follow-up. Structured follow-up after mild TBI should be considered good practice, and urgent research is needed to identify which patients with mild TBI are at risk for incomplete recovery. The selection of patients for CT is an important triage decision in mild TBI since it allows early identification of lesions that can trigger hospital admission or life-saving surgery. Current decision making for deciding on CT is inefficient, with 90–95% of scanned patients showing no intracranial injury but being subjected to radiation risks. InTBIR studies have shown that measurement of blood-based biomarkers adds value to previously proposed clinical decision rules, holding the potential to improve efficiency while reducing radiation exposure. Increased concentrations of biomarkers in the blood of patients with a normal presentation CT scan suggest structural brain damage, which is seen on MR scanning in up to 30% of patients with mild TBI. Advanced MRI, including diffusion tensor imaging and volumetric analyses, can identify additional injuries not detectable by visual inspection of standard clinical MR images. Thus, the absence of CT abnormalities does not exclude structural damage—an observation relevant to litigation procedures, to management of mild TBI, and when CT scans are insufficient to explain the severity of the clinical condition. Although blood-based protein biomarkers have been shown to have important roles in the evaluation of TBI, most available assays are for research use only. To date, there is only one vendor of such assays with regulatory clearance in Europe and the USA with an indication to rule out the need for CT imaging for patients with suspected TBI. Regulatory clearance is provided for a combination of biomarkers, although evidence is accumulating that a single biomarker can perform as well as a combination. Additional biomarkers and more clinical-use platforms are on the horizon, but cross-platform harmonisation of results is needed. Health-care efficiency would benefit from diversity in providers. In the intensive care setting, automated analysis of blood pressure and intracranial pressure with calculation of derived parameters can help individualise management of TBI. Interest in the identification of subgroups of patients who might benefit more from some specific therapeutic approaches than others represents a welcome shift towards precision medicine. Comparative-effectiveness research to identify best practice has delivered on expectations for providing evidence in support of best practices, both in adult and paediatric patients with TBI. Progress has also been made in improving outcome assessment after TBI. Key instruments have been translated into up to 20 languages and linguistically validated, and are now internationally available for clinical and research use. TBI affects multiple domains of functioning, and outcomes are affected by personal characteristics and life-course events, consistent with a multifactorial bio-psycho-socio-ecological model of TBI, as presented in the US National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine (NASEM) 2022 report. Multidimensional assessment is desirable and might be best based on measurement of global functional impairment. More work is required to develop and implement recommendations for multidimensional assessment. Prediction of outcome is relevant to patients and their families, and can facilitate the benchmarking of quality of care. InTBIR studies have identified new building blocks (eg, blood biomarkers and quantitative CT analysis) to refine existing prognostic models. Further improvement in prognostication could come from MRI, genetics, and the integration of dynamic changes in patient status after presentation. Neurotrauma researchers traditionally seek translation of their research findings through publications, clinical guidelines, and industry collaborations. However, to effectively impact clinical care and outcome, interactions are also needed with research funders, regulators, and policy makers, and partnership with patient organisations. Such interactions are increasingly taking place, with exemplars including interactions with the All Party Parliamentary Group on Acquired Brain Injury in the UK, the production of the NASEM report in the USA, and interactions with the US Food and Drug Administration. More interactions should be encouraged, and future discussions with regulators should include debates around consent from patients with acute mental incapacity and data sharing. Data sharing is strongly advocated by funding agencies. From January 2023, the US National Institutes of Health will require upload of research data into public repositories, but the EU requires data controllers to safeguard data security and privacy regulation. The tension between open data-sharing and adherence to privacy regulation could be resolved by cross-dataset analyses on federated platforms, with the data remaining at their original safe location. Tools already exist for conventional statistical analyses on federated platforms, however federated machine learning requires further development. Support for further development of federated platforms, and neuroinformatics more generally, should be a priority. This update to the 2017 Commission presents new insights and challenges across a range of topics around TBI: epidemiology and prevention (section 1); system of care (section 2); clinical management (section 3); characterisation of TBI (section 4); outcome assessment (section 5); prognosis (Section 6); and new directions for acquiring and implementing evidence (section 7). Table 1 summarises key messages from this Commission and proposes recommendations for the way forward to advance research and clinical management of TBI.

Abstract Background The primary aim was to explore the concept of isolated and combined threshold-insults for brain tissue oxygenation (pbtO2) in relation to outcome in traumatic brain injury (TBI). Methods A total of 239 TBI patients with data on clinical outcome (GOS) and intracranial pressure (ICP) and pbtO2 monitoring for at least 12 h, who had been treated at the neurocritical care unit, Addenbrooke’s Hospital, Cambridge, UK, between 2002 and 2022 were included. Outcome was dichotomised into favourable/unfavourable (GOS 4–5/1–3) and survival/mortality (GOS 2–5/1). PbtO2 was studied over the entire monitoring period. Thresholds were analysed in relation to outcome based on median and mean values, percentage of time and dose per hour below critical values and visualised as the combined insult intensity and duration. Results Median pbtO2 was slightly, but not significantly, associated with outcome. A pbtO2 threshold at 25 and 20 mmHg, respectively, yielded the highest x 2 when dichotomised for favourable/unfavourable outcome and mortality/survival in chi-square analyses. A higher dose and higher percentage of time spent with pbtO2 below 25 mmHg as well as lower thresholds were associated with unfavourable outcome, but not mortality. In a combined insult intensity and duration analysis, there was a transition from favourable towards unfavourable outcome when pbtO2 went below 25–30 mmHg for 30 min and similar transitions occurred for shorter durations when the intensity was higher. Although these insults were rare, pbtO2 under 15 mmHg was more strongly associated with unfavourable outcome if, concurrently, ICP was above 20 mmHg, cerebral perfusion pressure below 60 mmHg, or pressure reactivity index above 0.30 than if these variables were not deranged. In a multiple logistic regression, a higher percentage of monitoring time with pbtO2

We assessed the feasibility of concurrent monitoring of cerebral hemodynamics in adult, comatose out-of-hospital cardiac arrest (OHCA) patients admitted to the National University Heart Centre Singapore from October 2021 to August 2023. Patients underwent continuous near-infrared spectroscopy (NIRS) monitoring in the first 72 h after return of spontaneous circulation (ROSC) and 30-min transcranial Doppler ultrasound (TCD) monitoring at least once. With constant mechanical ventilatory settings and continuous electrocardiographic, pulse oximeter and end-tidal carbon dioxide monitoring, blood pressure was manipulated via vasopressors and cerebral autoregulation assessed by measuring changes in regional cerebral oxygenation (NIRS) and cerebral blood flow velocities (TCD) in response to changes in mean arterial pressure. The primary outcome was neurological recovery at hospital discharge. Amongst the first 16 patients (median age 61, 94% males), we observed four unique patterns: preserved cerebral autoregulation, loss of cerebral autoregulation, cardio-cerebral asynchrony and cerebral circulatory arrest. Patients with preserved cerebral autoregulation had lower levels of neuro-injury biomarkers (neurofilaments light and heavy) and the majority (86%) were discharged with good neurological recovery. Multi-modal assessment of cerebral hemodynamics after OHCA is feasible and derived patterns correlated with neurological outcomes. The between- and within-patient heterogeneity in cerebral hemodynamics calls for more research on individualized treatment strategies.

Abstract Background The primary aim was to explore the association of global cerebral physiological variables including intracranial pressure (ICP), cerebrovascular reactivity (PRx), cerebral perfusion pressure (CPP), and deviation from the PRx-based optimal CPP value (∆CPPopt; actual CPP-CPPopt) in relation to brain tissue oxygenation (pbtO2) in traumatic brain injury (TBI). Methods A total of 425 TBI patients with ICP- and pbtO2 monitoring for at least 12 h, who had been treated at the neurocritical care unit, Addenbrooke’s Hospital, Cambridge, UK, between 2002 and 2022 were included. Generalized additive models (GAMs) and linear mixed effect models were used to explore the association of ICP, PRx, CPP, and CPPopt in relation to pbtO2. PbtO2 20 mmHg, PRx > 0.30, CPP 20 mmHg, PRx > 0.30, CPP

Introduction: Adoption of the ICM+® brain monitoring software by clinical research centres worldwide has been continuously growing over the past 20 years. This has necessitated ongoing updates to accommodate evolving neuromonitoring research needs, including recent explosion of artificial intelligence (AI). Research question: We sought to provide an update on the current features of the software. In particular, we aimed to highlight the new options of integrating AI models. Material and methods: We reviewed all currently available ICM+ analytical areas and discussed potential AI based extensions in each. We tested a proof-of-concept integration of an AI model and evaluated its performance for real-time data processing. Results: ICM+ current analytical tools serve both real-time (bed-side) and offline (file based) analysis, including the calculation engine, Signal Calculator, Custom Statistics, Batch tools, ScriptLab and charting. The ICM+ Python plugin engine allows to execute custom Python scripts and take advantage of complex AI frameworks. For the proof-of-concept, we used a neural network convolutional model with 207,000 trainable parameters that classifies morphology of intracranial pressure (ICP) pulse waveform into 5 pulse categories (normal to pathological plus artefactual). When evaluated within ICM+ plugin script on a Windows 10 laptop the classification of a 5 min ICP waveform segment took only 0.19s with a 2.3s of initial, one-off, model loading time required. Conclusions: Modernised ICM+ analytical tools, reviewed in this manuscript, include integration of custom AI models allowing them to be shared and run in real-time, facilitating rapid prototyping and validating of new AI ideas at the bed-side.

Introduction: Pressure reactivity index (PRx) is used for continuous monitoring of cerebrovascular reactivity in traumatic brain injury (TBI). However, PRx has a noisy character. Oscillations in arterial blood pressure (ABP) introduced by cyclic positive end-expiratory pressure adjustment, can make PRx more reliable. However, if oscillations are introduced by the cycling process of an anti-decubitus-mattress the effect on PRx is confounding, as they affect directly also intracranial pressure (ICP). In our routine monitoring in TBI patients we noticed periods of highly regular, slow, spontaneous oscillations in ABP and ICP signals. Research question: We set out to explore the nature of these oscillations and establish if PRx remains reliable during the oscillations. Materials and methods: 10 TBI patients’ recordings with oscillations in ICP and ABP were analysed. We computed PRx, PRx variability (hourly-average of standard-deviation, SD), phase-shift and coherence between ABP and ICP in the slow frequency range. Metrics were compared between oscillation and peri-oscillation periods. Results: During oscillations (frequency 0.006± 0.002Hz), a significantly lower variability of PRx (SD 0.185vs0.242) and higher coherence ABP-ICP (0.618±0.09 vs 0.534 ±0.09) were observed. No external oscillations sources could be identified. 34 out of 48 events showed signs of 'active' transmission associated with negative PRx, indicating a potential positive impact on PRx reliability. Discussion and conclusions: Spontaneous oscillations observed in ABP and ICP signals were found to enhance rather than confound PRx reliability. Further research is warranted to elucidate the nature of these oscillations and develop strategies to leverage them for enhancing PRx reliability in TBI monitoring.

Introduction: Cerebrospinal fluid (CSF) infusion test analysis allows recognizing and appropriately evaluating CSF dynamics in the context of normal pressure hydrocephalus (NPH), which is crucial for effective diagnosis and treatment. However, existing methodology possesses drawbacks that may compromise the precision and interpretation of CSF dynamics parameters. Research question: This study aims to circumvent these constraints by introducing an innovative analysis method grounded in Bayesian inference. Material and methods: A single-centre retrospective cohort study was conducted on 858 patients who underwent a computerized CSF infusion test between 2004 and 2020. We developed a Bayesian framework-based method for parameter estimation and compared the results to the current, gradient descent-based approach. We evaluated the accuracy and reliability of both methods by analysing erroneous prediction rates and curve fitting errors. Results: The Bayesian method surpasses the gradient descent approach, reflected in reduced inaccurate prediction rates and an improved goodness of model fit. On whole cohort level both techniques produced comparable results. However, the Bayesian method holds an added advantage by providing uncertainty intervals for each parameter. Sensitivity analysis revealed significance of the CSF production rate parameter and its interplay with other variables. The resistance to CSF outflow demonstrated excellent robustness. Discussion and conclusion: The proposed Bayesian approach offers a promising solution for improving robustness of CSF dynamics assessment in NPH, based on CSF infusion tests. Additional provision of the uncertainty measure for each diagnostic metric may perhaps help to explain occasional poor diagnostic performance of the test, offering a robust framework for improved understanding and management of NPH.

Introduction: Cerebral autoregulation (CA) dysfunction is a key complication following brain injury. CA assessment using near-infrared spectroscopy (NIRS) offers a promising alternative to the current non-invasive standard, cerebral blood flow velocity (CBFV) measured with transcranial Doppler. Research question: Can autoregulatory slow waves (frequency range 0.005–0.05 Hz) associated with spontaneous and induced changes in ABP in healthy volunteers be detected by parameters measured with the Masimo O3 NIRS device? Methods: ABP, CBFV and Masimo O3 parameters were measured in 10 healthy volunteers at baseline and during ABP oscillations induced by squat/stand manoeuvres. Transmission of slow waves was assessed with power spectral density and coherence analysis in NIRS signals and compared to that of CBFV. Results: At baseline, slow waves were detected with sufficient power that substantially exceeded the signals’ measurement resolution in all parameters except cerebral oxygen saturation. During ABP oscillations in the 0.033 Hz range (induced by squat/stand), the power of slow waves increased in all parameters in a similar pattern, with total (cHb) and oxygenated (O2Hb) haemoglobin concentrations most closely mirroring CBFV (median standardised power [first-third quartile], baseline vs squat/stand: CBFV 0.35 [0.28–0.42] vs 0.50 [0.45–0.62], O2Hb 0.47 [0.33–0.68] vs 0.61 [0.59–0.69]). Coherence with ABP increased for both CBFV and NIRS measures from low at baseline (0.8). Conclusion: Spontaneous fluctuations in ABP can be observed in analysed Masimo O3 metrics to a varying degree. The clinical utility of Masimo O3 signals in CA assessment requires further investigation in brain injury patients.

Introduction: PRx can be used as surrogate measure of Cerebral Autoregulation (CA) in traumatic brain injury (TBI) patients. PRx can provide means for individualising cerebral perfusion pressure (CPP) targets, such as CPPopt. However, a recent Delphi consensus of clinicians concluded that consensus could not be reached on the accuracy, reliability, and validation of any current CA assessment method. Research question: We aimed to quantify the short-term uncertainty of PRx time-trends and to relate this to other physiological measurements. Material and methods: Intracranial pressure (ICP), arterial blood pressure (ABP), end-tidal CO2 (EtCO2) high-resolution recordings of 911 TBI patients were processed with ICM + software. Hourly values of metrics that describe the variability within modalities derived from ABP, ICP and EtCO2, were calculated for the first 24h of neuromonitoring. Generalized additive models were used to describe the time trend of the variability in PRx. Linear correlations were studied for describing the relationship between PRx variability and the other physiological modalities. Results: The time profile of variability of PRx decreases over the first 12h and was higher for average PRx ∼0. Increased variability of PRx was not linearly linked with average ABP, ICP, or CPP. For coherence between slow waves of ABP and ICP >0.7, the variability in PRx decreased (R = −0.47, p

Introduction: Secondary insults due to high intracranial pressure (ICP), low cerebral perfusion pressure (CPP) and impaired cerebral pressure reactivity (PRx) predict outcome after severe traumatic brain injury (TBI). Research question: What is the prevalence, co-occurrence and prognostic importance of secondary insults due to deranged ICP, CPP or PRx after TBI. Material and methods: Severe TBI patients requiring ICP monitoring were included. Secondary insults due to ICP, PRx, and CPP were defined as having at least 1 h with a mean value above (or below for CPP) a respective threshold (ICP 20, CPP 60, and PRx 0.25). Percentage time with isolated or co-occurring insults was calculated (impaired ICP only, CPP only, PRx only, ICP and PRx, ICP and CPP, CPP and PRx, ICP CPP and PRx). Prognostic importance for mortality was assessed using a logistic regression model. Results: 822 patients were included of which 76% had elevated ICP, 92% had disturbed pressure reactivity and 55% had low CPP for at least an hour. Out of the total 115,459 h, 46,111 (40%) were spent with at least one variable within the defined secondary injury range. Odds ratios for mortality were greater for combined (impaired ICP, CPP and PRx OR 1.17 95%CI 1.09 to 1.28) than isolated insults (impaired ICP only OR 1.01 95%CI 1.00–1.02, impaired CPP only 1.00 95%CI 0.95–1.05). Discussion and conclusion: ICP and autoregulation insults are common after TBI and often occur independently. Concurrent ICP, CPP and PRx insults portend worse prognosis than when a single variable is deranged.

Introduction: Electrical-equivalence mathematical models that integrate vascular and cerebrospinal fluid (CSF) compartments perform well in simulations of dynamic cerebrovascular variations and their transient effects on intracranial pressure (ICP). However, ICP changes due to sustained vascular diameter changes have not been comprehensively examined. We hypothesise that changes in cerebrovascular resistance (CVR) alter the resistance of the bulk flow of interstitial fluid (ISF). Research question: We hypothesise that changes in CVR alter the resistance of the bulk flow of ISF, thus allowing simulations of ICP in response to sustained vascular diameter changes. Material and methods: A lumped parameter model with vascular and CSF compartments was constructed and converted into an electrical analogue. The flow and pressure responses to transient hyperaemic response test (THRT) and CSF infusion test (IT) were observed. Arterial blood pressure (ABP) was manipulated to simulate ICP plateau waves. The experiments were repeated with a modified model that included the ISF compartment. Results: Simulations of the THRT produced identical cerebral blood flow (CBF) responses. ICP generated by the new model reacted in a similar manner as the original model during ITs. Plateau pressure reached during ITs was however higher in the ISF model. Only the latter was successful in simulating the onset of ICP plateau waves in response to selective blood pressure manipulations. Discussion and conclusion: Our simulations highlighted the importance of including the ISF compartment, which provides mechanism explaining sustained haemodynamic influences on ICP. Consideration of such interactions enables accurate simulations of the cerebrovascular effects on ICP.

Introduction: Continuous monitoring of the pressure reactivity index (PRx) provides an estimation of dynamic cerebral autoregulation (CA) at the bedside in traumatic brain injury (TBI) patients. Visualising the time-trend of PRx with a risk bar chart in ICM + software at the bedside allows for better real-time interpretability of the autoregulation status. When PRx>0.3 is sustained for long periods, typically of at least half an hour, the bar shows a pattern called “red solid line” (RSL). RSL was previously described to precede refractory intracranial hypertension and brain death. Research question: We aimed to describe pathophysiological changes in measured signals/parameters during RSL. Material and methods: Observation of time-trends of PRx, intracranial pressure, cerebral perfusion pressure, brain oxygenation and compensatory reserve of TBI patients with RSL. Results: Three pathophysiological patterns were identified: RSL precedes intracranial hypertension, RSL is preceded by intracranial hypertension, or RSL is preceded by brain hypoperfusion. In all cases, RSL was followed by death and the RSL onset was between 1 h and 1 day before the terminal event. Discussion and conclusion: RSL precedes death in intensive care and could represent a marker for terminal clinical deterioration in TBI patients. These findings warrant further investigations in larger cohorts to characterise pathophysiological mechanisms underlying the RSL pattern and whether RSL has a significant relationship with outcome after TBI.

Abstract Background A previous retrospective single-centre study suggested that the percentage of time spent with cerebral perfusion pressure (CPP) below the individual lower limit of reactivity (LLR) is associated with mortality in traumatic brain injury (TBI) patients. We aim to validate this in a large multicentre cohort. Methods Recordings from 171 TBI patients from the high-resolution cohort of the CENTER-TBI study were processed with ICM+ software. We derived LLR as a time trend of CPP at a level for which the pressure reactivity index (PRx) indicates impaired cerebrovascular reactivity with low CPP. The relationship with mortality was assessed with Mann-U test (first 7-day period), Kruskal–Wallis (daily analysis for 7 days), univariate and multivariate logistic regression models. AUCs (CI 95%) were calculated and compared using DeLong’s test. Results Average LLR over the first 7 days was above 60 mmHg in 48% of patients. %time with CPP

Abstract Introduction Lung protective ventilation (LPV) comprising low tidal volume (VT) and high positive end-expiratory pressure (PEEP) may compromise cerebral perfusion in acute brain injury (ABI). In patients with ABI, we investigated whether LPV is associated with increased intracranial pressure (ICP) and/or deranged cerebral autoregulation (CA), brain compensatory reserve and oxygenation. Methods In a prospective, crossover study, 30 intubated ABI patients with normal ICP and no lung injury were randomly assigned to receive low VT [6 ml/kg/predicted (pbw)]/at either low (5 cmH2O) or high PEEP (12 cmH2O). Between each intervention, baseline ventilation (VT 9 ml/kg/pbw and PEEP 5 cmH2O) were resumed. The safety limit for interruption of the intervention was ICP above 22 mmHg for more than 5 min. Airway and transpulmonary pressures were continuously monitored to assess respiratory mechanics. We recorded ICP by using external ventricular drainage or a parenchymal probe. CA and brain compensatory reserve were derived from ICP waveform analysis. Results We included 27 patients (intracerebral haemorrhage, traumatic brain injury, subarachnoid haemorrhage), of whom 6 reached the safety limit, which required interruption of at least one intervention. For those without intervention interruption, the ICP change from baseline to “low VT/low PEEP” and “low VT/high PEEP” were 2.2 mmHg and 2.3 mmHg, respectively, and considered clinically non-relevant. None of the interventions affected CA or oxygenation significantly. Interrupted events were associated with high baseline ICP (p

Introdução/Objetivos: A Anemia Hemolítica Autoimune (AHAI) é caracterizada pela diminuição na sobrevida das hemácias, devida à hemólise mediada por anticorpos. O processo ocorre por ligação de anticorpos a antígenos eritrocitários com possibilidade de ativação do sistema complemento e remoção das hemácias pelo sistema retículo endotelial. As AHAI podem ser primárias, secundárias ou idiopáticas, conforme sua etiologia. Também podem ser caracterizadas em frias, quentes ou mistas, de acordo com a natureza do anticorpo envolvido. Este resumo teve por objetivo avaliar o perfil imunohematológico das anemias hemolíticas autoimunes em pacientes no hemocentro coordenador do Acre. Material e métodos: Trata-se de estudo observacional retrospectivo, com dados coletados dos resultados dos estudos imunohematológicos realizados em pacientes no hemocentro coordenador do Acre (HEMOACRE), no período de 01/12/2022 a 31/05/2023. Todos os estudos imunohematológicos do estado são conduzidos no hemocentro coordenador e, em todos os casos, foram realizados minimamente, os seguintes testes: Tipagem ABO/Rh, Teste Direto da Antiglobulina Humana (TAD), fenotipagem IgG, IgA, IgM, C3c e C3d, Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI), autocontrole e fenotipagem eritrocitária (sempre que possível). Dependendo dos resultados, outros testes foram empregados. Resultados: No período do estudo, foram realizados 21 estudos imunohematológicos em pacientes, dos quais 20 apresentaram diagnóstico de AHAI, com maior prevalência do anticorpo IgG isoladamente (40%). IgG com IgA, IgM e C3 foram encontrados em 25%, IgG com C3 em 20%, IgG com IgM e C3 em 10% e IgG com IgA e C3 em 5%. Discussão: Embora estudos imunohematológicos já sejam realizados no hemocentro há muito tempo, nos últimos meses houve um investimento em novas técnicas no laboratório de imunohematologia clínica. A AHAI é uma condição relativamente rara e a confirmação de 20 casos em 6 meses no HEMOACRE é relevante. A anemia hemolítica autoimune quente, ou seja, provocada por anticorpos IgG, foi a mais frequente, conforme retratado em literatura. O anticorpo IgA foi evidenciado numa quantidade expressiva dos estudos. Conclusão: Os estudos imunohematológicos são importantes para a condução clínica de alguns pacientes e, por isso, sua realização com todas as técnicas disponíveis é fundamental.

Introdução/objetivos: A doação de plaquetas por aférese (plaquetaférese) é um procedimento que proporciona a retirada seletiva de plaquetas de um doador. Sua utilização é de grande importância em pacientes com algumas condições clínicas específicas. Este estudo teve como objetivo descrever o perfil clínico- epidemiológico dos doadores de plaquetaférese do Hemocentro Coordenador do Acre durante um ano, analisando dados prévios à doação e as principais intercorrências relacionadas ao procedimento. Material e métodos: Estudo descritivo e retrospectivo com dados secundários do hemocentro coordenador do Acre, no período de 01/07/2022 a 31/07/2023. Foram incluídas na análise as variáveis: sexo,faixa etária, estado civil, cor autodeclarada, grau de escolaridade, procedência, peso, altura, temperatura axilar, hematócrito e contagem de plaquetas, tempo de procedimento, volume coletado, rendimento plaquetário e intercorrências na coleta. Foram calculadas médias das variáveis contínuas e proporções das categóricas. Dados tabulados e analisados no programa Microsoft Excel. Resultados: No período do estudo foram registrados 124 procedimentos de plaquetaférese em 65 doadores com 110 procedimentos (88,7%) bem sucedidos e 14 (11,3%) não concluídos por intercorrências durante o procedimento. Do total de doadores, todos eram do sexo masculino e a maior parte apresentava umbom nível de escolaridade ‒ 3º grau completo (90%); 41 doadores (63%) estavam na faixa etária de 31 a 50 anos, 18 doadores (27%) estavam na faixa etária de 21 a 30 anos e 6 (10%) tinham entre 51 e 60 anos; 95,3% brancos e 4,7% não brancos; 44,6% solteiros e 55,4% não solteiros. A maior parte dos doadores era residente em Rio Branco (67%), com 20% procedentes de outros municípios acreanos e 13% de outros estados. Nos procedimentos realizados, os doadores apresentaram média de 90,58 kg de peso, 174,19 cm de altura e 36°C de temperatura axilar. A média do hematócrito pré-procedimento foi 43% (hemoglobina média de 14 g/dL) e plaquetometria média de 250.000 mm3. Os procedimentos duraram em média 74 minutos, em 6 ciclos. Em média, o volume de plaquetas coletado foi de 381 mL com rendimento plaquetário médio de 4,0×1011. Foram registradas 14 intercorrências: 5 (35%) por problemas técnicos do equipamento, 2 (14%) por problemas com os kits e 7 (51%) intercorrências clínicas, principalmente palidez cutâneo mucosa, parestesia ou hipotensão arterial. Discussão: A doação de plaquetas por aférese é um procedimento de grande importância em hemoterapia, pois, além de minimizar a exposição a múltiplos doadores, também diminui o risco de outras intercorrências transfusionais como transmissão de doenças infecciosas. Para a doação é necessário, dentre outros critérios, que o doador possua um acesso venoso calibroso, o que pode explicar a predominância masculina nesse estudo. O bom nível de escolaridade pode estar associado a uma melhor compreensão pelo doador, enquanto cidadão, em relação às demandas sociais. As medidas antropométricas e laboratoriais mostraram-se razoáveis, como era de se esperar, uma vez que estamos lidando comdoadores de sangue. A maior parte das intercorrências foi clínica e maisestudos são necessários a fim de avaliar melhor esse dado. Não foram encontrados estudos abrangentes sobre o perfil dos doadores de plaquetas por aférese, tanto em âmbito nacional quanto internacional. Alguns estudos locais foram conduzidos e seus resultados apresentaram notável congruência com as conclusões deste estudo. Conclusão: A doação de plaquetas por aférese no hemocentro coordenador do estado ocorre de forma satisfatória. Ressalta-se a importância da atenção contínua para o monitoramento de eventuais complicações.