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This qualitative and exploratory study sought to understand how the Living Lab approach can serve as an innovative alternative to test a regulatory structure organized by principles for Artificial Intelligence (AI). The main research problem is: what would be the structuring elements of a non-legislative regulatory model that could standardize the advances in Artificial Intelligence? The units of analysis were the developments and commercialized innovative AI applications of startups from an incubator that integrates an internationally renowned technological park in Brazil. Entrepreneur perceptions of the dimensions of the Living Lab approach are described, analyzed, and compared (i.e. the interaction between multiple stakeholders, co-creation of value, user-centered research, solving real-world problems, and adopting multiple methodologies). The findings suggest that the Living Lab approach is an alternative for creating and developing innovations and applications in AI, with the active involvement of end-users while facing existing regulations and testing environments for new regulations - principles published by the European Union and OECD. An important observation that emerged from the study: the advances in Artificial Intelligence have occurred on an increasing scale, very close to exponentiality. For this reason, the need and importance of spreading the regulatory importance of these “what should be” principles, is very similar to those of the rules produced by state legislative action. In this exploratory study, it became evident that entrepreneurs feel there is a lack of clear regulatory mechanisms. The role of the Law in the creative proposition of regulatory models should be based on globally accepted principles, such as those published by the European Union and the OECD.

Objective of the study: Investigate how firm innovation capacity can be improved by adopting ISO 56002: 2019. Methodology/approach: The methodology adopted is a comparative analysis of the ISO 56002: 2019 with the literature on firm innovation capacity. The methods employed in the study included a review of the literature on the dynamic capabilities and firm innovation capacity, and qualitative documentary research that consisted of three phases: pre-analysis, organization of documents, and the analysis of results, using information from the texts of the guidelines and processes indicated by ISO 56002: 2019, which additionally involved the ISO 56000 family of standards. Originality/Relevance: The adoption of innovation management standards generates several theoretical challenges when exploring details of their implementation systematically and routinely and empirical challenges such as understanding the advent of ISO 56002: 2019 for innovation management. Main results: Similarities were found between the determinants of innovation capacity and the ISO 56002: 2019 Clauses, as each of the seven factors found a relationship with one or more ISO 56002: 2019 clauses. Theoretical/methodological contributions: The findings obtained can be used by researchers interested in studying different innovation management models, innovation capacity, and, particularly, the dynamics of continuous improvement of the performance of an innovation management system and its interrelationship and interaction with other factors. Social/management contributions: Contrary to common sense in which the normalization of innovation management seems to be counter-intuitive, it is suggested that the adoption of ISO 56002: 2019 allows the innovation process to be managed, systematized, and replicated improving firm innovation capacity.

Purpose This study aims to present a theoretical analysis on the capabilities (at the organizational) and skills (at the individual level) of the hub organization (orchestrator) in an innovation network. Design/methodology/approach The authors conducted literature reviews on the orchestration of innovation networks; and networking capabilities. Findings This study presents a theoretical model and a research agenda. Originality/value In interorganizational relations, a central actor can stand out the role of intentionally creating, extracting and distributing value in the network, generating gains for all members. Literature recognizes this set of intentional and deliberate actions as the “orchestration” of resources in the network. Despite the increasing interest regarding the theme, the phases and specific capabilities for orchestration still lack further investigation.

Este trabalho teórico-empírico busca examinar como a tecnologia promove resiliência, descrita como a meta-capacidade de lidar com situações adversas por meio de estratégias adaptativas, proativas e reativas, a partir de Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICT’s) no Brasil. Esta investigação é pautada em uma abordagem qualitativa e concentra-se em um único estudo de caso com múltiplas unidades de análise, além de ter como base a Aliança Estratégica para a Promoção da Inovação Tecnológica, integrada pela Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (Abipti), pela Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei) e pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). Ou seja, a pesquisa se faz a partir das principais entidades que discutem e representam as ICT’s no Brasil, apoiada por uma análise jurídica das diferentes normas e documentos de referência que regulamentam as atividades de ciência, tecnologia e inovação no ordenamento jurídico brasileiro. As evidências obtidas demonstram que as ICT’s podem promover a resiliência em condições que permitam a sua operação no modelo de hélice quadrupla/quíntupla onde o governo, as empresas, a academia, a sociedade e o ambiente possam se conectar a partir das ICT’s em relações colaborativas, semelhantes à noção de inovação aberta que envolve o uso de fluxos de entrada e saída de conhecimento para acelerar a inovação, para o desenvolvimento de soluções, além do escopo que quaisquer organizações ou pessoas que fariam individualmente. Entretanto, os processos colaborativos são difíceis de desencadear e mantendo-se sem políticas que assegurem um ambiente cultural e institucional de apoio às ICT’s. Dessa forma, há, de fato, a emergência de um tipo de ICT 4.0 que promova resiliência por meio da tecnologia para enfrentar os novos desafios da chamada quarta revolução industrial que produzem uma era de disrupções, expressa por dinâmicas que se refletem em novas tecnologias, modelo de negócios, produtos e estratégias em empresas e/ou startups que visam sacudir uma indústria e alterar seus padrões competitivos.

Neste artigo tem-se por objetivo investigar como são orquestradas redes de inovação constituídas com o conceito de living lab, para o desenvolvimento de inovações sociais. Pesquisa pautada na abordagem qualitativa, caracterizada como estudo de caso, tendo como base a coleta de dados a partir de 11 entrevistas semiestruturadas com os responsáveis por dois living labs brasileiros já vinculados a European Network of Living Labs (ENoLL). As interpretações dos textos foram realizadas por meio da técnica de análise de conteúdo e da técnica de adequação ao padrão a partir do conjunto de processos e ações específicas, denominado de “orquestração de redes de inovação”. O estudo promove a conexão da noção de “orquestração de recursos” preconizada na Visão Baseada em Recursos (VBR) com os processos de “orquestração de redes de inovação”. As evidências obtidas demonstram que a adição do processo de gestão da co-criação ao conjunto, reforçado através de algumas ações específicas (empoderamento, engajamento social e conexão social) permite a orquestração de redes de inovação para o desenvolvimento de inovações sociais constituídas em torno do conceito de living lab.

Purpose This paper investigates the roles and activities of the orchestrators of innovation networks constituted within cities. In this sense, the authors expected to contribute for research related to the roles and activities of the orchestrators of innovation networks constituted in the scope of cities given the large number and diversity of complex and multiple dimensions social actors (Castells & Borja, 1996; Reypens, Lievens & Blazevic, 2019). Design/methodology/approach The authors conducted an exploratory research with a single case study in depth. The case chosen for the paper is the case of Pacto Alegre. The case selection criterion was the relevance of the Pacto Alegre Case in the construction of an innovation network in the city of Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. The Pacto Alegre network was proposed by the Alliance for Innovation (composed of the three main Universities in the city: UFRGS, PUCRS and UNISINOS) and by the Municipality of Porto Alegre. In addition to these actors, the network counts on financial and development institutions as sponsors, with media partners, with design partners, with an advisory board (composed of five professionals considered references in different themes) and composed by more than 100 companies, associations and institutions from different areas (Pacto Alegre, 2019). Data were collected from 09/20/2020 to 11/30/2020 through in-depth interviews, documentary research and non-participant observation. Findings In this research, the authors highlighted the city as a community that involves and integrates various actors, such as citizens and companies, to collaborative innovation activities. For this, they proposed a framework on innovation networks and network orchestration. In this direction, seven dimensions of the “orchestration of innovation networks” were assumed as a result of the combination of previous studies by Dhanaraj and Parke (2006), Hurmelinna-Laukkanen et al. (2011) and da Silva and Bitencourt (2019). In the sequence, different roles of orchestrators associated with the literature were adopted based on the work by Pikkarainen et al. (2017) and Nielsen and Gausdal (2017). Research limitations/implications The authors’ results advance in relation to other fields by promoting the expansion of the “orchestration of innovation networks” model with the combination of distinct elements from the literature in a coherent whole (agenda setting, mobilization, network stabilization, creation and transfer of knowledge, innovation appropriability, coordination and co-creation) and in the validation of its applicability in the context of the innovation network studied. In addition, when relating different roles of orchestrators to the seven dimensions studied, it was realized that there is no linear and objective relationship between the dimensions and roles of the orchestrator, as in each dimension there may be more than one role being played in the orchestration. Practical implications Therefore, the findings suggest two theoretical contributions. First, the authors identified a role not discussed in the literature, here called the communicator. In the case analysis, the authors observed the communicator role through functions performed by a media partner of the innovation network and by a group of civil society engaged in the city's causes. Second, the authors indicated a new dimension of orchestration related to the management of communication in the innovation network and its externalities such as p. ex. civil and organized society, characteristic of an innovation network set up within a city. Originality/value Although several studies have proposed advances in the understanding of the orchestration of innovation networks (Dhanaraj & Parkhe, 2006; Ritala, Armila & Blomqvist, 2009; Nambisan & Sawhney, 2011; Hurmelinna-Laukkanen et al., 2011), the discussion on the topic is still a black box (Nilsen & Gausdal, 2017). More specifically, the authors identified a gap in the literature about the role and activities of actors in the city level. Few studies connected the regional dimension with the roles and activities of the orchestrators (Hurmelinna-Laukkanen et al., 2011; Pikkarainen et al., 2017), raising several challenges and opportunities to be considered by academics and managers.

The emergence of open innovation practices has caused the university’s role to be rethought, especially in the form of its engagement with industry and society. More and more entrepreneurial behavior is expected from the university. However, in some locations, such as Brazil, where universities have developed based on technology import models, collaboration with industry, and therefore technology transfer, is still challenging. Thus, in this chapter, we present the case of Unisinos, which created a hub, a locus for open innovation, enhancing companies’ engagement in the technology transfer process. This hub has a specific physical structure to enhance companies’ engagement with the university. Besides, it uses a set of expert-brokered interface processes capable of ensuring quality, improving project management, and making the best choice of partners for the company project. This approach has offered entrepreneurial behavior for research and broadens the insertion of the university in its surroundings.

Pesquisas no âmbito das relações interorganizacionais apontam para o conhecimento como o recurso organizacional mais importante e, as pesquisas em franchising, por outro lado, há pouco tempo tem procurado entender como a gestão do conhecimento pode conduzir a redes de franquia de sucesso. Parte dos estudos sobre o tema analisa os contratos sob a ótica da Teoria da Agência (TA), da Teoria dos Custos de Transação (TCT), da Visão Baseada em Recursos (VBR), da Visão Baseada nas Instituições (VBI), ou mesmo da Visão Baseada em Conhecimento (VBC), uma conseqüência ou extensão da VBR. O trabalho busca compreender as bases teóricas adequadas para a pesquisa sobre a definição e proteção jurídica do conhecimento em franquias, explorando as bases teóricas comuns ao estudo de franquias, sendo essa investigação necessária, pois somente será fator chave de sucesso aquele conhecimento capaz de gerar vantagem competitiva para a empresa franqueadora e seus franqueados, o que passa por uma adequada proteção jurídica, tanto legal quanto contratual.

Este ensaio teorico analisa como a coopeticao pode criar valor para Micro e Pequenas Empresas - MPEs no âmbito da cadeia de suprimentos em relacoes fornecedorfornecedor e, por consequencia, gerar impactos sobre o desempenho. Para este fim, discute-se o exercicio da coopeticao como uma alternativa a adocao das tradicionais estrategias de competicao e cooperacao a partir da perspectiva teorica reconhecida como Visao Baseada em Recursos – VBR. Sao conduzidas teorizacoes pautadas na VBR e uma de suas extensoes, a Visao Baseada em Conhecimento – VBC, que indicam que a adocao de estrategias coopetitivas podem acontecer no âmbito da cadeia de suprimentos nas relacoes fornecedor-fornecedor e que a coopeticao tem o papel de promover a busca por recursos que de outra forma seriam inacessiveis e uma maneira de criar e melhorar a vantagem competitiva. O conhecimento e apresentado como o recurso estrategico mais significativo neste contexto, resultado de diferentes combinacoes dos tipos de conhecimento (tacito e explicito) e da phronesis. A priorizacao de uma relacao dos tipos de conhecimento, expressa o valor criado. O referencial teorico e as discussoes apresentadas suscitam algumas proposicoes teoricas que servem de ponto de partida para verificacoes empiricas. Em sintese, apontam para o entendimento de que MPEs sao geralmente limitadas em seus recursos e presenca no mercado e, que a adocao de estrategias coopetitivas as habilita a obter aprendizado a partir do compartilhamento de conhecimentos existentes ou criacao de novos que se transformem em vantagem competitiva, mesmo com seus competidores diretos, criando uma dinâmica fractal.

Neste estudo de caso, é analisado como o TransLAB, um laboratório cidadão, exerce a sua orquestração, uma capacidade dinâmica necessária à coordenação de uma rede de inovação aberta e centrada no usuário, na qual predominam inovações sociais. De forma orgânica, todas as pessoas envolvidas nas atividades do laboratório contribuem na sua coordenação por meio de ações específicas de acordo com cada projeto. São observadas evidências das seis dimensões de orquestração de redes de inovação: definição da agenda, mobilização, mobilidade e apropriabilidade do conhecimento, estabilidade da rede e coordenação. O exercício do papel do TransLAB como orquestrador demonstra haver proximidade com os laboratórios que integram a EnoLL no Brasil e de outras iniciativas em curso nas quais predominam o desenvolvimento de inovações sociais. Neste estudo, a orquestração de redes de inovação é observada como um reflexo de outros elementos distintos, porém, interdependentes, dos quais é possível sugerir aprofundamentos futuros: 1) o contexto que se refere ao ambiente no qual a rede se insere; 2) a capacidade em desenvolver, gerir e coordenar uma rede de inovação, representada pela ideia da orquestração; 3) a estrutura da rede; 4) as saídas de inovação e seus processos; e 5) o alinhamento dos processos de orquestração de redes de inovação quando voltadas ao desenvolvimento de inovações sociais.

A competitividade entre as empresas, países, estados e municípios, vem crescendo, especialmente, no que se refere a criar ambientes inovadores ou ecossistemas de inovação. Considerando a importância da inovação e seu desenvolvimento em caráter regional, o presente estudo, através de conceitos teóricos da importância da descentralização da inovação em nível municipal, e mediante o instrumental de análise de políticas públicas, tem o objetivo de examinar como um município com características empreendedoras, mas que possui baixa cultura voltada aos setores tecnológicos, pode contribuir, decisivamente, no desenvolvimento de um ambiente de inovação, ciência e tecnologia, com foco transversal no conhecimento.

In this paper, a qualitative case study, we investigated in two Brazilian living labs how open social innovation can explain the development of social innovations. The findings broaden the understanding of open social innovation and explain the process of developing social innovation through the adoption of three open innovation strategies: outside-in or inbound, inside-out or outbound, and coupled that involves bidirectional flows and interactive and colaborative flows, similar to co-creation. We identified three dimensions for co-creating social innovations in living labs: governance of the collaboration process, interaction platform and other tools and openness of attitudes, structure and processes.

Purpose – Several studies focus on agri-food value chain from a consumer or from a supply chain perspective. But there is little investigation integrating both approaches and providing empirical evidence from developing countries. The purpose of this paper is twofold: first, it describes the supply chain of organic products in Brazil, which is an emerging market. It describes how retailers manage its supply chain (wholesalers and small producers) in an organic own brand of fresh products. Second, this paper identifies the motivations, attitudes, beliefs and personal values behind Brazilian consumers' decision to purchase organic food. Design/methodology/approach – Qualitative and quantitative techniques were used in two stages. First, it presents a case study of the organic supply chain. Then, a survey carried out with 261 consumers at supermarkets in a Brazilian city is presented. Findings – The case study points out that retailers transfer to wholesalers the responsibility to manage small organic producers. It also suggests that as the organic product is under the retailer own brand, and therefore most of the value perceived by the consumer is retained by the retailer. Survey results indicate that organic consumers have strong individual values and benefits are the most significant predictors of attitude toward organic food for the Brazilian consumers interviewed. Availability is significantly related to the intent to purchase organic food, which is a key point for the supply chain to respond efficiently to consumers' demand. Research limitations/implications – This paper is based on a single case study and the survey is applied in only one city of Brazil. Originality/value – The study contributes to expand the value analysis through a combination of quantitative and qualitative techniques, including consumer behaviour and supply chain management in the same analysis. It also adds to the debate on value, proposing Schwartz Value Theory as a complementary approach to value analysis.

A qualidade na educação tem diferentes definições, que dependem do ponto de vista sob qual é analisado. A gestão da qualidade na educação busca a melhoria dos processos, independente da definição aplicável. O objetivo deste artigo é analisar os benefícios da implementação de um sistema de gestão da qualidade na educação com base no ciclo PDCA. O artigo foi escrito com base em um levantamento bibliográfico. A metodologia PDCA tem quatro etapas: planejar, executar, controlar e estabelecer ações que possam corrigir os rumos e encaminhar para um novo ciclo. Ao planejar, estabelecer objetivos e metas, construir métricas, acompanhar indicadores, analisar resultados e propor planos de ações preventivas ou corretivas, estão sendo identificadas as necessidades de interferência e oportunidades de melhoria na educação. O presente estudo identificou alguns casos onde a aplicação da metodologia PDCA em processos educacionais comprova os estudos teóricos que reforçam a importância da implementação de gestão da qualidade na educação.

O presente estudo desenvolve evidências teóricas e empíricas que ilustram como alguns arranjos colaborativos gerem recursos e capacidades complementares a partir da rede de atores constituída. Para atingir o objetivo proposto neste estudo, optou-se por uma pesquisa exploratória, com base no método de estudo de caso. A unidade de análise contempla os living labs brasileiros que integram a ENoLL. O objeto de pesquisa referese aos processos de orquestração dos living labs. Foram entrevistados os responsáveis por sete living labs de um total de treze living labs brasileiros que fazem parte da ENoLL, de acordo com a disponibilidade e retorno aos contatos preliminares estabelecidos via e-mail, Skype ou telefone. As entrevistas gravadas foram transcritas e as evidências levantadas associadas à análise dos dados secundários foram interpretadas qualitativamente, tendo como categorias de análise da orquestração as dimensões propostas por Dhanaraj e Parkhe (2006) para a orquestração de redes de inovação. Observa-se que os living labs brasileiros pesquisados demonstram exercer um papel central na rede de inovação voltada ao desenvolvimento de inovações sociais. Asseguram a criação e a extração de valor da rede que permite o cumprimento do seu propósito, a ampliação dos impactos sociais gerados das inovações e a obtenção de recursos para sua perpetuação. Como orquestradores, os living labs brasileiros exercem influência discreta na rede de inovação, mediando a interação e colaboração mútua entre os diversos atores que integram a rede de inovação por meio de três atividades de gestão da rede e as tarefas inerentes a cada uma delas, como preconizado por Dhanaraj e Parkhe (2006). Em alguns casos, percebe-se que, frente aos desafios impostos pelas inovações sociais, há mais de um orquestrador na rede, seja ao mesmo tempo em atividades múltiplas ou de modo alternado, de acordo com as especialidades de cada ator. Em linhas gerais, a discussão contribui para a teoria existente de três maneiras. A primeira, indicando que o referencial adotado permite avançar nas questões relacionadas à criação e gestão de recursos, debatidas na Visão Baseada em Recursos VBR, uma perspectiva do campo da estratégia que explica a vantagem competitiva a partir dos recursos e capacidades distintivos da firma. Neste caso, associada a uma perspectiva social em vez de econômica, como foi originalmente concebida, a partir da noção de vantagem colaborativa alinhada com uma Visão Relacional - VR da estratégia (CROPPER et al., 2008) em uma rede em que há o compartilhamento de recursos e capacidades. A busca pela obtenção da vantagem competitiva é alterada para o cumprimento efetivo de uma finalidade social e a amplitude do impacto social gerado por uma determinada iniciativa. Neste caso, a rede é a forma de organização essencial ao desenvolvimento de inovações sociais, pois facilita a vinculação, a comunicação e a ação conjunta entre os atores sociais. A segunda, sugerindo que o compartilhamento de recursos e capacidades complementares em uma rede permite a obtenção de um recurso único e de difícil replicação que se refere à própria rede, possibilitando novas frentes de pesquisa que investiguem as redes como um recurso e os diferentes mecanismos de coordenação adotados. A terceira trata da compreensão de que, nos living labs brasileiros pesquisados, os mecanismos de coordenação de atividades adotados sustentam o modelo de orquestração de redes de inovação proposto por Dhanaraj e Parkhe (2006). Também, obtiveram-se evidências de interrelações entre as dimensões observadas e, em alguns casos, de mais de um orquestrador no âmbito de um living lab e na rede por ele constituída.

Este ensaio teórico problematiza conteúdos relacionados a orquestração de recursos. Ao incorporar a noção de complementaridade de recursos que se estendem além dos limites da empresa, a “orquestração de redes de inovação” é apresentada como uma capacidade dinâmica necessária para assegurar a ação gerencial sobre recursos não compartilhados e compartilhados em uma rede no modelo de inovação aberta. São apresentadas algumas proposições a partir dos novos discernimentos obtidos, que podem servir de ponto de partida para a formulação de questões de pesquisa e de problemas a serem investigados. Em síntese o estudo fornece (a) uma visão integrada da literatura existente no campo da estratégia sobre a visão baseada em recursos e as capacidades dinâmicas, bem como (b) amplia a discussão sobre gestão do portfólio de recursos para além dos limites da empresa em direção ao entendimento da orquestração de recursos (gestão de recursos e orquestração de ativos), promovendo (d) uma abordagem sobre as capacidades dinâmicas em campos complementares de investigação, como neste caso, a inovação aberta. Possibilita para gestores de redes de inovação (e) discernimentos sobre como as ações gerenciais na rede de inovação e sobre ela possibilitam a melhoria do desempenho da empresa e a obtenção de vantagem competitiva. Palavras-chave: Capacidades dinâmicas. Orquestração de redes de inovação.