A recuperação de solos degradados é lenta e onerosa. Plantas de cobertura de solo e adubação verde têm sido amplamente utilizadas nesse processo de recuperação, pois promovem alta produção de fitomassa com baixo custo, especialmente se forem tolerantes à acidez. O presente trabalho objetivou avaliar o efeito da calagem no rendimento de matéria seca de dezesseis dessas espécies, em casa de vegetação. Oito espécies de inverno (Lollium multiflorum, Avena strigosa, Lathyrus sativus, Lupinus angustifolius, Pisum sativum, Secale cereale, Vicia sativa e Vicia villosa) e oito de verão (Stizolobium niveum, Stizolobium aterrinum, Stizolobium deeringianum, Crotalaria juncea, Crotalaria retusa, Crotalaria spectabilis, Cajanus cajan e Canavalia ensiformes) foram cultivadas em amostras da camada arável de dois solos ácidos catarinenses (Latossoso Bruno e Cambissolo Húmico), em Lages (SC), em 1997. Os tratamentos consistiram da aplicação de doses de calcário equivalentes a 0, 0,25, 0,50, 1,00 e 1,50 vezes a quantidade recomendada pelo método SMP para elevar o pH dos solos a 6,0. Os valores de Ca e Mg trocáveis aumentaram linearmente com a calagem e na mesma magnitude, ao redor de 3,0 mmol c kg-1 para cada incremento de 0,1 unidade de pH. O efeito da calagem no rendimento de matéria seca variou com o solo e, principalmente, com a espécie. Dez das 16 espécies não apresentaram aumento no rendimento de matéria seca com o aumento do pH, em pelo menos um dos solos, e somente cinco espécies responderam à calagem de forma semelhante nos dois solos. O pH no qual as espécies tiveram a produção máxima de matéria seca foi igual ou inferior a 5,5 em qualquer dos solos e foi normalmente menor no Cambissolo do que no Latossolo, provavelmente pelo efeito benéfico da matéria orgânica em minimizar a toxidez do Al. Essas espécies podem, portanto, ser cultivadas com sucesso como melhoradoras das propriedades físicas, químicas e biológicas de solos ácidos degradados e requerem, para a produção máxima, menos calcário do que as doses atualmente recomendadas para a região. Amelioration of degraded soils is time-consuming and expensive. Green manure and cover crops have been widely used in this remediation process since these plants produce a large amount of phytomass at a low cost, especially if they are tolerant to soil acidity. This study was carried out to evaluate the effect of liming on dry matter yield of the following 16 species, under greenhouse conditions: eight winter crops (Lollium multiflorum, Avena strigosa, Lathyrus sativus, Lupinus angustifolius, Pisum sativum, Secale cereale, Vicia sativa and Vicia villosa); and eight summer crops (Stizolobium niveum, Stizolobium aterrinum, Stizolobium deeringianum, Crotalaria juncea, Crotalaria retusa, Crotalaria spectabilis, Cajanus cajan and Canavalia ensiformes), grown in two acid south Brazilian soils (Haplumbrept and Hapludox), in Lages (SC), in 1997. Treatments consisted of dolomitic limestone rates equivalent to 0, 0.25, 0.50, 1.00 and 1.50 times the amount indicated by the SMP method to increase soil pH to 6.0. Exchangeable Ca and Mg increased linearly with liming, and at similar rates (about 3.0 mmol c kg-1 per 0.1 pH unit). The effect of liming on dry matter yield varied with soil and especially with plant species. Dry matter yield of ten species was not affected by liming in, at least, one soil, and only five species had similar response to liming on both soils. The soil pH for maximum yield was always equal to or below 5.5, regardless of soil type. Crop yield was higher and crop response to liming was normally lower on Haplumbrept than on Hapludox, probably due to the positive effect of soil organic matter, which was higher on Haplumbrept. These species may, thus, be successfully cultivated to improve the physical, chemical and biological properties of degraded acid soils, requiring for maximum yield less limestone than the present regional recommendation rates.