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Este estudo investiga a emergência de um novo regime de visibilidade de algumas diferenças sexuais no cinema durante o período de transição para o século vinte e um. A partir das análises fílmicas de Breaking the Waves (Lars von Trier, 1996), Minha vida em cor-de-rosa (Ma vie en Rose, Alain Berliner, 1997), e Brokeback Mountain (Ang Lee, 2005), busca-se compreender as profundas transformações que se deram sob o impacto da crise da AIDS na constituição de um imaginário social sobre as diferenças sexuais e as reconfigurações das formas de dar a ver e de negociar estas diferenças e transformações, também por intermédio do cinema, no período investigado, levando-se em consideração o jogo de forças que se estabeleceu entre discursos hegemônicos e contra-hegemônicos que se desdobraram a partir da apropriação política do cinema por diversos grupos que militavam por direitos civis de homossexuais durante a década de 1990. This work investigates the emergence of a new regimen of visibility of certain sexual differences portrayed in cinema during the transition to the twenty-first century. Through the filmic analysis of Breaking the Waves (Lars von Trier, 1996), My Life in Pink (Ma vie en Rose, Alain Berliner, 1997), and Brokeback Mountain (Ang Lee, 2005) this research seeks to understand the profound transformations that occurred as a result of the impact of the AIDS crisis both in terms of the construction of a social imaginary of sexual differences as well as the rearrangements of the ways these differences and changes were made visible and were negotiated in this period through film. This analysis takes into consideration the disputes established between hegemonic and counter-hegemonic discourses which followed the political appropriation of cinematographic media by several gay civil rights groups during the 1990s.

O objetivo desta pesquisa é analisar o lugar de determinados marcadores sociais da diferença nas dinâmicas de interação e trajetórias de vida de uma rede de homens e mulheres na faixa dos 40/50 anos que se afirmam como homossexuais, pertencem a camadas altas e residem na cidade de São Paulo. Mais especificamente, trata-se de pensar como classe, raça, geração e soropositividade definem mais ou menos rigorosamente certos campos de possibilidades: constrangendo, amplificando ou mesmo criando novos espaços para a agência desses indivíduos. ABSTRACT This research aims to analyze the role of social markers of difference in the dynamics of interaction and in the life trajectories of individuals who define themselves as homosexuals and belong to upper classes. More specifically, it is about thinking how class, race, age and seropositivity more or less rigorously define certain fields of possibilities: constraining, amplifying or even creating new spaces for agency to these individuals. The fieldwork was made in the city of São Paulo among a network of men and women aged between 40 and 55 years.