Gaspar de Matos, Margarida, Gomes Leandro, Armando, Soares Machado, Maria do Céu, Pereira Leal, Isabel Maria, Rei Vilar, Duarte Gonçalo, Gonçalves, Carlos, Carmen Moreno, Mari, and Schmidlin Löhr, Suzane
Revista de Psicologia da Criança e do Adolescente. - ISSN 1647-4120. - V. 6, n. 1 (2015). - p. 15-34. Que a família é o primeiro contexto social e tem importância fundamental no desenvolvimento e bem estar das crianças e adolescentes, já está amplamente documentado. Os pais influenciam os filhos, pela herança genética e muito particularmente pela herança comportamental, modelagem e estilo parental. Sabemos que tanto pais negligentes como mais superprotectores , ou ainda pais autoritários, (sem falar de pais abusadores), podem acarretar consequências muito negativas no potencial, no desenvolvimento e no bem estar de crianças e adolescentes. Sabemos que ser pai e mãe é um desafio único pela dificuldade, mas também, em geral, pela gratificação. Não somos ensinados a ser pais e, como dizia Kundera, também neste caso a vida de todos os dias é ao mesmo tempo o “ensaio geral” e a própria “performance”. Sabemos que em tempo de crise, de conflito, de precaridade , os filhos são multiplamente afectados: directamente pelas dificuldades, pela sua preocupação com as preocupações dos pais, porque os pais não tem a mesma disponibilidade para eles, porque os pais ficam eles próprios afectados, podendo estes efeitos ter repercussões dramáticas no dia a dia da família. Então o que mais pode ser dito sobre as famílias? Qual o melhor modo de se incluir os pais como parceiros nas acções dos técnicos de educação, saúde e segurança social, e conseguir-se assim ser útil e eficaz respeitando as culturas famíliares?