Este trabalho examina outras formas de entender a política, tendo em vista as vozes e as lutas descolonizadoras das mulheres afro-campesinas de Montes de María, na Colômbia. O estudo se centra nas histórias de vida de Denilsa, Nevis e Angelina, três mulheres afrocampesinas que vivem na sub-região montanhosa do Caribe colombiano. Mulheres que desde suas práticas cotidianas resistem ao despojo e à violência exacerbada impingida sobre seus territórios (corpo, terra, água), mediante artefatos como a guerra e a monocultura da palma de óleo. Isso como resultado dos processos históricos marcados por diversas formas de dominação patriarcal, racista, capitalista e colonial. Desta perspectiva, a tese oferece uma compreensão da política desde outros horizontes, quer dizer, desde os espaços de vida construídos por estas mulheres, as quais estão produzindo outros espaços de poder –uma alter-geografia do poder– tecida pela resistência. Desde uma abordagem etnopolítica, indaga sobre as formas de re-existência, estas entendidas aqui como a criação cotidiana de formas de existir. O que supõe outras maneiras de pensar, de sentir, de habitar, de conhecer, de interatuar, de relacionar-se e de exercer o poder em um mundo onde se reafirma a vida, frente ao mundo da morte moderno/colonial. A partir de um enfoque crítico latino-americano, decolonial e feminista a tese busca suporte teórico para problematizar a realidade indagada. É assim que sustento que suas lutas e suas vozes encarnam processos de descolonização: porque ao dotar de politicidade as práticas cotidianas que negam a morte e a destruição, Denilsa, Nevis y Angelina estão engendrando formas-outras de entender o político, dado que planteiam outros lugares de enunciação e outras linguagens da política –não estadocêntrica–, que propõe alternativas, como práxis política decolonizante, ao projeto colonial neoliberal/patriarcal. This dissertation examines other ways of understanding politics, taking into account the voices and the decolonizing struggles of Afro-peasant women in Montes de María, Colombia. The study focuses on the life stories of Denilsa, Nevis and Angelina, three Afropeasant women living in that mountainous sub-region of the Colombian Caribbean. Women that resist, from their everyday practices, the dispossession and the exacerbated violence deployed on their territories (body, land, water), through artifacts such as war and monocultures of oil palm. That is the result of the historical processes characterized by the different forms of patriarchal, racist, capitalist and colonial domination. The thesis offers an understanding of politics from the spaces of life constructed by these women, which are producing other spaces of power –an altergeography of power– braided from the resistance. From an ethno-political approach, it investigates the forms of re-existence, understood as the everyday creation of ways of existing. It supposes other ways of thinking, of feeling, of inhabiting, of knowing, of interacting, of relating and exercising power in a world where life is reaffirmed, facing the world of modern/colonial death. Based on a critical Latin American, decolonial and feminist approach, this thesis seeks theoretical support to problematize the reality examined. So I argue that their struggles and their voices embody decolonization processes: They are engendering other ways of understanding the political, establishing other places of enunciation and other languages of politics –not state-centered–, that proposes alternatives, such as decolonizing political práxis, to the neoliberal/patriarchal colonial project. Este trabajo examina otras formas de entender la política, teniendo en cuenta las voces y las luchas descolonizadoras de mujeres afro-campesinas de los Montes de María en Colombia.El estudio se centra en las historias de vida de Denilsa, Nevis y Angelina, tres mujeres afro-campesinas que habitan en aquella subregión montañosa del Caribe colombiano. Mujeres que desde sus prácticas cotidianas resisten al despojo y a la violencia exacerbada desplegada sobre sus territorios(cuerpo, tierra, agua), mediante artefactos como la guerra y los monocultivos de palma aceitera. Esto como resultado de los procesos históricos marcados por las diversas formas de dominación patriarcal, racista, capitalista y colonial.Desde esta perspectiva, la tesis ofrece una comprensión de la política desde otros horizontes, es decir, desde los espacios de vida construidos por estas mujeres, los cuales están produciendo otros espacios de poder una altergeografía del poder trenzada desde la resistencia.Desde un abordaje etno-politológico, indaga sobre las formas de re-existencia, entendidas éstas como la creación cotidiana de formas de existir. Lo que supone otras maneras de pensar, de sentir, de habitar, de conocer, de interactuar, de relacionarse y de ejercer el poder en un mundo donde se reafirma la vida, frente al mundo de la muerte moderno/colonial.A partir de un enfoque crítico latinoamericano, descolonial y feminista la tesis busca soporte teórico para problematizar la realidad examinada. Es así que sostengo que sus luchas y sus voces encarnan procesos de descolonización: porque al dotar de politicidad a las prácticas cotidianas que niegan la muerte y la destrucción, Denilsa, Nevis y Angelina están engendrando formas-otras de entender lo político, dado que plantean otros lugares de enunciación y otros lenguajes de la política–no estadocéntrica, que propone alternativas, como práxis política descolonizante,al proyecto colonial neoliberal patriarcal.