O sucesso a longo prazo dos implantes tem como fatores críticos a incidência e a transferência de estresses mecânicos sobre a prótese, intermediários, implantes e destes para o tecido ósseo adjacente, devendo cada parte deste sistema ser submetido somente a forças às quais estão aptos a receber. A proposta deste trabalho foi avaliar a deformação gerada nos intermediários e na região óssea peri-implantar diante da aplicação de cargas funcionais e parafuncionais em prótese parcial fixa de três elementos parafusadas sobre dois implantes. Para este trabalho, foi utilizado um modelo experimental homogêneo à base de poliuretano, simulando o tecido ósseo, com dois implantes do tipo hexágono externo paralelos que receberam intermediários do tipo multi-unit. Na superfície de cada intermediário foram instalados três sensores (strain gauges), capazes de medir a microdeformação dispostos de maneira eqüidistante entre si. Na região óssea simulada, foram instalados quatro sensores para cada implante, posicionados nas faces mesial, distal, vestibular e lingual. A aplicação da carga estática de 300N foi realizada em uma máquina de ensaios universais. As leituras foram realizadas em quatorze momentos para todos os corpos de prova, variando o direcionamento da carga (axial e inclinada à 30 graus) e simulando ainda sete diferentes pontos de aplicação de carga (1- pilar mesial, 2 - pôntico, 3- pilar distal, 4- simultaneamente no pilar mesial, pontico e pilar distal, 5- no pilar mesial e distal, sem contato no pôntico, 6- no pilar mesial e no pôntico, 7- no pilar distal e no pôntico). Os resultados mostraram que a direção da carga interferiu na magnitude e distribuição da microdeformação, de forma que, no osso simulado, os valores encontrados na carga axial se encontraram dentro da tolerância fisiológica independente do local de aplicação de carga. Observou-se uma distribuição mais uniforme quando a carga foi aplicada simultaneamente nos pilres mesial, pôntico e pilar distal. Por outro lado, valores de microdeformação acima do limite de tolerância foram observados para a carga inclinada e nesta situação o local de aplicação teve influência na microdeformação, com valores extremamente elevados e sem uniformidade na distribuição, devendo o carregamento oblíquo ser evitado. Long-term success with implants has some critical factors such as incidence and transmission of mechanical stress to the prosthesis, abutments, and implants to the adjacent bone tissue. Each part of the system should be subjected to loads under its strength limit. The purpose of the present study was to evaluate abutment and peri-implant bone tissue strains during functional and parafunctional loads application in a three-unit screw-retained fixed prosthesis supported by two implants. In order to simulate the bone tissue, an experimental model made of homogeneous polyurethane was used wherein two external hexagon implants were placed parallel to each other, provided with multi-unit abutments. On the surface of each abutment three sensors (strain gauges) were positioned equidistant to each other to measure microstrains. The simulated bone around each implant received four strain gauges, positioned on the mesial, distal, buccal and lingual aspects. The tests were performed applying a 300N static load on a universal testing machine. The readings were made at fourteen moments for each specimen, changing load direction (axial and 30 degrees oblique) and also simulating seven different points of load application (1- mesial abutment, 2- pontic, 3- distal abutment, 4- simultaneously on the mesial abutment, pontic and distal abutment, 5- mesial and distal abutment (no pontic contact), 6- mesial abumtent and pontic, 7- distal abutment and pontic. The results showed that the load direction significantly influenced the magnitude and distribution of microstrains, so that for the simulated bone, the values found during axial load were within the physiological threshold independent of the point of load application; however, a more uniform distribution was observed when force was applied simultaneously on the mesial abutment, pontic and distal abutment. Furthermore, microstrain values above the tolerance limits were observed during oblique load, and for this condition, the point of load application significantly influenced the microstrains, with extremely high values and non-uniform distribution for all load conditions tested. Therefore, oblique loading must be avoided.