Dípteros da família Phoridae são importantes pragas da meliponicultura na Amazônia. Suas larvas são extremamente vorazes, consumindo em um curto espaço de tempo, todo o mel, pólen, alimento larval, além de se alimentarem de larvas e pupas de abelhas. Este trabalho verificou espécies de forídeos que parasitam colônias de abelhas sem ferrão em meliponários nos municípios de Manaus, Beruri, Jutaí, Cacau-Pirera, Careiro Castanho, Rio Preto da Eva e Alvarães (Amazonas) e Alter do Chão (Pará), bem como a influência de fatores ambientais (umidade relativa, temperatura média e precipitação) na ocorrência mensal e morfologia de forídeos no meliponário GPA, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, Amazonas. A presença de parasitismo natural por microhimenópteros em pupas de Pseudohypocera kerteszi Enderlein e Megaselia scalaris Loew no município de Rio Preto da Eva, Amazonas, foi registrada neste trabalho. Para verificar as espécies de forídeos nos oito municípios, as larvas, pupas e adultos foram coletadas no interior das colônias. Experimentos para o estudo da sazonalidade de P. kerteszi e M. scalaris foram conduzidos no Meliponário GPA/INPA em colônias fracas e fortes de Melipona rufiventris Lepeletier, M. seminigra merrillae Cockerell e M. compressipes manaosensis Schwarz por meio da utilização de armadilhas com vinagre de vinho tinto. Em cada colônia foi colocado um frasco armadilha com 5 ml de vinagre de vinho tinto. As flutuações populacionais foram baseadas no número total de espécimes coletados por mês, determinado pela soma de seus números, obtidos em cada coleta realizada quinzenalmente. O índice de correlação de Pearson foi utilizado para analisar as relações entre a freqüência mensal de forídeos e os fatores climáticos e para verificar se o número de espécimes coletados por mês era o mesmo em colônias fracas e fortes foi usado o teste de Wilcoxon. Para o estudo das variações morfométricas em adultos de P. kerteszi, foram utilizados 15 fêmeas e 5 machos em cada mês de coleta. Os espécimes foram dissecados e montados individualmente em gota de verniz, sobre lâminas. Os dados foram submetidos à análise não paramétrica Kruskall Wallis para cada característica, em cada mês de coleta para machos, fêmeas e machos+fêmeas e, também, à análise de componente principal (ACP). Os valores médios dos escores obtidos a partir do primeiro componente para cada sexo e em cada mês foram correlacionados (correlação de Pearson) com os fatores climáticos. Para verificar a presença de parasitismo natural em pupas de P. kerteszi e M. scalaris foram utilizadas vinte armadilhas, com dois tipos de atrativos: 60g da mistura de pólen de Melipona e mel de Apis para atração e postura de P. kerteszi e 60g de mel, pólen e fermento biológico para postura de M. scalaris. A cada intervalo de quinze dias as pupas eram removidas. A prevalência de parasitismo foi calculada pela fórmula P=(pupas parasitadas/ total de pupas) x100. Nos oito municípios estudados foram coletados 7.068 forídeos. Do total de forídeos coletados 96,8% eram P. kerteszi, sendo 70,5% fêmeas e 29,5% machos. M. scalaris não foi encontrada nos meliponários em Beruri, Cacau-Pirera, Carero-Castanho e Alvarães (Amazonas). A porcentagem em Rio Preto da Eva (Amazonas) foi de 57,2% e 42,8% e em Manaus 84,7% fêmeas e 15,3% machos. Nas colônias das espécies de abelhas sem ferrão estudadas em Manaus (M. compressipes manaosensis, M. seminigra merrillae e M. rufiventris) o número de P. kerteszi e M. scalaris não correlacionou com os parâmetros climáticos (temperatura média do ar, umidade relativa do ar, precipitação). Comparativamente, o número de exemplares coletados no primeiro ano (agosto de 2003 a julho de 2004), o número de indivíduos coletados no segundo ano nas colônias estudadas (agosto de 2004 a julho de 2005) foi relativamente baixo, sendo a espécie P. kerteszi predominante. O teste Mann-Whitney indicou que há diferenças significativas entre machos e fêmeas de P. kerteszi, no decorrer do ano, em 17 medidas morfométricas. Apenas a variável largura da tíbia metatorácica não diferiu entre os sexos (U= 3211,00, P= 0,36). Os primeiros componentes principais da matriz de correlação entre medidas de 18 caracteres de P. kerteszi, em 11 meses de coleta, mostraram que 85,72% das variações podem ser explicadas pelo tamanho, e que os remanescentes 14,28% podem ser explicados por variações na forma dos indivíduos. A ANOVA para um fator indicou que há diferenças estatísticas significativas no tamanho entre machos e fêmeas (F= 116.52; P