A Polícia Militar tem como função principal manter a ordem pública e tal tipo de atividade faz com que os profissionais enfrentem um ambiente de trabalho que compromete a saúde física e psicológica. Assim, ser um policial passou ser algo desanimador, pois a profissão, além de sofrer uma pressão muito grande, não é bem recompensada pelo esforço realizado, o que pode contribuir para o adoecimento funcional, com reflexos sobre a unidade familiar. Reconhece-se que se exige de um policial diversas características, como inteligência, rapidez, tranquilidade, autoritarismo, resistência e constante treinamento, que podem ocasionar situações estressantes, ansiedade e esgotamento emocional no exercício do trabalho. Nesse contexto, buscou-se examinar o cenário do trabalho do policial militar, visando verificar o bem-estar laboral e, ao mesmo tempo, os reflexos do trabalho na família e no adoecimento funcional. Pressupõe-se que o trabalho deveria ser um ambiente que proporcionasse bem-estar aos seus envolvidos; mas, com as mudanças que vem ocorrendo no mundo do trabalho, questiona-se: Qual o cenário do trabalho de policiais militares? Quais são as representações sociais sobre o trabalho dos profissionais militares no discurso legal e midiático? O trabalho realizado pelos policiais militares tem gerado bem-estar? E, quais são os reflexos do trabalho policial sobre as famílias? Para alcance dos objetivos propostos, foi realizado uma pesquisa quali-quantitativa, pela sua complementariedade, com um viés descritivo, que identificou mecanismos relacionados à representação social do policial militar, bem-estar no trabalho, adoecimento funcional e suas repercussões na família. A unidade de análise foi composta por policiais militares, que fazem parte da 111° Companhia de Polícia, situada em Visconde do Rio Branco, MG. Os resultados evidenciaram, através da espacialização dos dados de mortes de policiais no Brasil que esses profissionais vivem em situação de inseguranças, perdas e insatisfações. A mídia tem um papel fundamental em disseminar representações sociais acerca do trabalho da polícia, sujeito a controvérsias: de combate à violência (como retratado no discurso legal) ou sujeito a reproduzi- la ou ser vítima. Exige-se estratégias favoráveis para que os profissionais consigam alcançar o bem-estar laboral, em termos de significado, sentimentos e desempenho; uma vida familiar mais equilibrada e com menor dano existencial e, consequentemente, com menos adoecimento funcional. Palavras-chave: Polícia Militar. Trabalho. Bem-estar no Trabalho. Família. Adoecimento funcional. The Military Police's main function is to maintain public order and this type of activity makes professionals face a work environment that compromises physical and psychological health. Thus, being a police officer became something discouraging, as the profession, in addition to being under great pressure, is not well rewarded for the effort made, which can contribute to functional illness, with consequences for the family unit. It is recognized that a police officer is required to have several characteristics, such as intelligence, speed, tranquility, authoritarianism, endurance and constant training, which can lead to stressful situations, anxiety and emotional exhaustion during work. In this context, we sought to examine the scenario of the work of the military police, aiming to verify the well-being at work and, at the same time, the consequences of work on the family and on functional illness. It is assumed that the work should be an environment that provides well-being to those involved; but, with the changes that have been taking place in the world of work, the question is: What is the scenario of the work of military police officers? What are the social representations of the work of military professionals in legal and media discourse? Has the work done by the military police generated well-being? And, what are the effects of police work on families? To achieve the proposed objectives, a qualitative and quantitative research was carried out, due to its complementarity, with a descriptive bias, which identified mechanisms related to the social representation of the military police, well-being at work, functional illness and its repercussions on the family. The analysis unit was composed of military police officers, who are part of the 111th Police Company, located in Visconde do Rio Branco, MG. The results showed, through the spatialization of police death data in Brazil, that these professionals live in a situation of insecurity, loss and dissatisfaction. The media has a fundamental role in disseminating social representations about police work, which is subject to controversies: combating violence (as portrayed in the legal discourse) or subject to reproducing it or being a victim. Favorable strategies are required for professionals to achieve well-being at work, in terms of meaning, feelings and performance; a more balanced family life with less existential damage and, consequently, less functional illness. Keywords: Military Police. Work. Welfare at Work. Family. Functional Illness.