Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES This dissertation intends to investigate how Plato understands the relation between the discursive and ontological scopes in the Sophist. The working hypothesis is that such a relationship is enabled by the theory of participation of the gene. The dramatic section of this work presents an unusual alliance between the thought of Parmenides of Eleia with the sophistry, generated by the definition of the sophist as a producer of false discourse. However, for there to be falsehood it is necessary to affirm that in some way non-being is, which was absolutely forbidden by the Parmenidean doctrine. Faced with this, Plato is required to conduct a critical examination of his Eleatic heritage to propose an ontology capable of embracing the notion of otherness. Without a principle of difference, it is impossible for the discourse to say of things what they are. The participation of the supreme genres will be the ontological paradigm that will instantiate both the mixture of entities and the relation between the names that constitute a statement, that is, predication. Discourse, in this perspective, has a structural similarity with the real and, therefore, can be taken as a complex symbol that intends to represent reality from its parts and not in block. Thus, it will be possible to distinguish the meaning of the statement from its truth-value, since false discourse, although significant because it is syntactically well constructed, will establish a relation between linguistic symbols that does not correspond to any real interweaving. By dissipating the paradox of false discourse, Plato determines the conditions of possibility of any and all speech, and against sophistic relativistic pretension establishes philosophy as a dialectical practice capable of attaining objective knowledge of being. Esta dissertação pretende investigar como Platão compreende a relação entre os âmbitos discursivo e ontológico no diálogo Sofista. A hipótese de trabalho é que tal relação é viabilizada pela teoria da participação dos gêneros supremos. A seção dramática desta obra apresenta uma inusitada aliança do pensamento de Parmênides de Eleia com a sofística, gerada pela definição do sofista como um produtor de discursos falsos. Todavia, para que exista a falsidade é necessário afirmar que de algum modo o não-ser é, o que era absolutamente proibido pela doutrina parmenideana. Diante disso, Platão deverá realizar um exame crítico da sua herança eleata para, a partir disso, propor uma ontologia capaz de comportar a noção de alteridade. Sem um princípio de diferença é impossível que o discurso diga das coisas o que elas são. A participação dos gêneros supremos será o paradigma ontológico que instanciará tanto a mistura dos entes quanto a relação entre os nomes que constituem um enunciado, isto é, a predicação. O discurso, nesta perspectiva, possui uma semelhança estrutural com o real e, por isso, pode ser tomado como um símbolo complexo que pretende representar a realidade a partir de suas partes, e não em bloco. Assim, será possível distinguir o sentido de um enunciado do seu valor de verdade, pois o discurso falso, embora significativo por ser sintaticamente bem construído, estabelecerá uma relação entre símbolos linguísticos que não corresponde a nenhum entrelaçamento real. Ao dissipar o paradoxo do discurso falso, Platão determina as condições de possibilidade de todo e qualquer discurso e, contra a pretensão relativista da sofística, estabelece a filosofia como uma prática dialética capaz de atingir o conhecimento objetivo do ser.