Introdução: As alterações de controle motor da região lombopélvica têm sido relatadas em pacientes com dor lombar crônica não específica. Nesses pacientes, a função dos músculos do quadril é avaliada tanto com testes quantitativos quanto com testes clínicos. Porém, ainda não há evidências concretas sobre a associação entre a fraqueza da musculatura do quadril e a dor lombar e se essa fraqueza pode ser avaliada com testes clínicos. Objetivo: Avaliar se existe fraqueza da musculatura abdutora, adutora, extensora, rotadora interna e externa do quadril em pacientes com dor lombar crônica não específica, e verificar se existe associação entre a positividade dos testes de Trendelenburg e Step Down com a força destes músculos. Métodos: Neste estudo transversal do tipo caso-controle, 40 pacientes com dor lombar crônica não específica e 40 participantes saudáveis foram incluídos. As variáveis avaliadas foram: incapacidade pelo questionário Roland Morris de Incapacidade, intensidade da dor pela Escala Numérica de Dor, força muscular pela dinamometria manual isométrica e pelos testes de Trendelenburg e Step Down. A força muscular foi comparada entre os dois grupos pelo teste t para amostras independentes. Posteriormente, a associação entre os testes avaliados e a força muscular foi realizada por meio de uma análise de regressão logística binária. Resultados: A força dos músculos abdutores (diferença entre as médias [DM]: 28,1%, intervalo de confiança a 95% [IC 95%]: 9,4 a 46,9), adutores (DM: 18,7%, IC 95%: 6,2 a 31,2), rotadores externos (DM: 7,6%, IC 95%: 0,4 a 14,7), rotadores internos (DM: 8,7%, IC 95%: 1,5 a 15,8) e extensores do quadril direito (DM: 21,1%, IC 95%: 6,2 a 31,2), e dos músculos abdutores (DM: 30,4%, IC 95%: 11,9 a 49), adutores (DM: 18,4%, IC 95%: 3,7 a 33,2), rotadores internos (DM: 8,9%, IC 95%: 1 a 16,8) e extensores do quadril esquerdo (DM: 21,6%, IC 95%: 6,6 a 36,5) foi estatisticamente menor nos pacientes com dor lombar crônica não específica em comparação com os participantes saudáveis. Não houve diferença estatisticamente significativa na positividade dos testes de Trendelenburg e Step Down entre os grupos, assim como não foi observada associação entre os testes e a força muscular do quadril (p>0,05). Conclusão: Pacientes com dor lombar crônica não específica apresentam mais fraqueza dos músculos abdutores, adutores e extensores do quadril do que pessoas sem dor. Porém, não existe diferença entre pessoas com e sem dor lombar crônica na resposta dos testes de Trendelenburg e Step Down, assim como não existe associação entre os testes com a avaliação de força. Dessa forma, os testes de Trendelenburg e Step Down não devem ser usados com o objetivo de avaliar a força muscular do quadril em pacientes com dor lombar. Introduction: Changes in the motor control of the lumbopelvic region have been reported in patients with chronic non-specific low back pain. In these patients, the function of the hip muscles is assessed using both quantitative and clinical tests. However, there is still no concrete evidence about the association between hip muscle weakness and low back pain and whether this weakness can be assessed with clinical tests. Objective: To assess if there is weakness of the abductor, adductor, extensor, internal and external rotator muscles of the hip in patients with chronic non-specific low back pain, and to verify if there is an association between the Trendelenburg and Step Down tests positivity with the strength of these muscles. Methods: In this cross-sectional case control study, 40 patients with chronic non-specific low back pain and 40 healthy participants were included. The variables assessed were disability using the Roland Morris Disability Questionnaire, pain intensity using the Pain Numerical Rating Scale, muscle strength using a manual isometric dynamometry and the Trendelenburg and Step Down tests. Muscle strength was compared between the two groups using the t test for the independent samples. Subsequently, the association between the clinical tests and the muscular strength was performed through a binary logistic regression analysis. Results: The strength of the abductor (mean difference [MD]: 28.1%, 95% confidence interval [95% CI]: 9.4 to 46.9), adductor (MD: 18.7%, 95% CI: 6.2 to 31.2), external rotator (MD: 7.6%, 95% CI: 0.4 to 14.7), internal rotator (MD 8.7%, 95% CI: 1.5 to 15.8) and extensor muscles of the right hip (MD: 21.1%, 95% CI: 6.2 to 31.2), and of the abductor (MD: 30.4%, 95% CI: 11.9 to 49), adductor (MD 18.4%, 95% CI: 3.7 to 33.2), internal rotator (MD 8.9%, 95% CI: 1 to16.8), and extensor muscles of the left hip (MD 21.6%, 95% CI: 6.6 to 36.5) was significantly statistically lower in patients with chronic non-specific low back pain compared to healthy participants. No statistically significant difference in the positivity of the Trendelenburg and Step Down tests between the groups was found, as well as no association between the tests and the hip muscle strength (p