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RESUMO A pandemia da Covid-19 tem evidenciado as profundas desigualdades da sociedade brasileira para o enfrentamento adequado dessa catástrofe sanitária. Este estudo buscou compreender as repercussões da Covid-19 nos povos indígenas brasileiros e a sua forma de organização no contexto de desigualdade social e vulnerabilidade. Realizou-se uma pesquisa qualitativa a partir da análise de lives. A busca foi feita via plataforma YouTube usando como descritores “coronavírus e indígena” e “covid e população indígena”, totalizando 56 lives – que permitiram analisar diversos olhares para o enfrentamento da pandemia, sendo evidente que o ponto de partida para prevenção, vigilância, atenção em saúde e comunicação da Covid-19 entre os povos indígenas é totalmente diferente do resto da população. O protagonismo da sociedade civil indígena está sendo extremamente relevante para o enfrentamento da pandemia. A profunda desigualdade social e as múltiplas vulnerabilidades dos povos indígenas são realidades que devem ser entendidas para superar os enormes desafios produzidos, não somente pela Covid-19, mas fundamentalmente pelo atual contexto de invisibilização, desconhecimento e ataque às sociedades indígenas brasileiras. O controle social ficou muito fragilizado, e urge seu fortalecimento para criar um modelo de saúde diferenciado que realmente contemple os interesses e modos de vida desses povos.

This study analyzes the influence of socioenvironmental health determinants on the maintenance of Plasmodium vivax malaria at the borders between French Guiana and Brazil. This study was carried out between 2011 and 2015 in the city of Oiapoque, Amapá, situated in the Brazilian Amazon region. The sample included 253 individuals of both sexes aged between 10 and 60 years. The disease was predominant in 63.64% (161/253) adult males. The most affected age group was 20 to 29 years old, with 30% (76/253). About 84.6% did not complete high school, while 29.6% (75/253) of the cases had not finished the first degree. Concerning the environmental aspect, negative correlation was observed between rainfall and the incidence of P. vivax malaria (p=0.0026). In terms of mobility, there was a considerable influx of migrants from the states of Pará and Maranhão, with 55.73% (141/253). Lastly, the data indicated that 31.23% (79/253) of malaria cases were imported from French Guiana. In summary, the transmission of malaria in these particular borders involved ecological, environmental, biological and social factors, which are expressed in the high social vulnerability of the population living and circulating in the border zone, favoring the occurrence of outbreaks and the maintenance of the disease. O objetivo deste artigo é analisar a influência dos determinantes socioambientais da saúde na incidência de malária por Plasmodium vivax na fronteira franco-brasileira. O estudo foi realizado entre 2011 e 2015, no município de Oiapoque (AP), na Amazônia brasileira. Foram incluídos na amostra 253 indivíduos de ambos os sexos, de 10 a 60 anos de idade. Houve predominância de 63,64% (161/253) de casos de malária em adultos do sexo masculino. A faixa etária mais acometida foi de 20 a 29 anos, com 30% (76/253); 84,6% (214/253) dos pacientes não concluíram o ensino médio, e 29,6% (75/253) não concluíram o ensino primário. No aspecto ambiental, houve correlação negativa entre as precipitações pluviométricas e a incidência da malária por P. vivax (p=0,0026). Em termos de mobilidade, constatou-se considerável proporção de migrantes provenientes dos estados do Pará e do Maranhão (55,73%; 141/253). Por fim, os dados apontaram que 31,23% (79/253) dos casos de malária foram importados da Guiana Francesa. Em síntese, a transmissão da malária na fronteira franco-brasileira envolve fatores ecológico-ambientais, biológicos e sociais que se expressam na elevada vulnerabilidade social da população que vive e circula na zona fronteiriça, favorecendo a ocorrência de surtos e a permanência da enfermidade.

Submitted by Boris Flegr (boris@uerj.br) on 2021-01-06T23:58:48Z No. of bitstreams: 1 Tese Renato Guedes versao final.pdf: 1503435 bytes, checksum: c593e2582209141c856e1074789d5eae (MD5) Made available in DSpace on 2021-01-06T23:58:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese Renato Guedes versao final.pdf: 1503435 bytes, checksum: c593e2582209141c856e1074789d5eae (MD5) Previous issue date: 2016-02-23 A historical analysis about geographic knowledge indicates that connections between Geography and Medicine occurs for a long time, comprising the interface of subjects as: health, environment and space. This study focused on the analysis of some authors and ideas from the twentieth century, which concern the following relation: the dialogue of Evgeny Pavlovsky (a russian parasitologist) with the ideas of brazilian scientists: Samuel Pessoa (parasitologist and sanitarist) especially on his researches about Tropical Medicine and Luiz Jacintho da Silva (epidemiologist), a pioneer on Social Epidemiology in Brazil. Another dialogue analyzed in this study is that of Maximilien Sorre (a french geographer) with Josué de Castro (a brazilian doctor). Therefore, we decided to analyze tree works of each mentioned brazilian author in order to verify the influence/dialogue occurred with the european scientists. As specific objectives, this study will present the definitions of Medical Geography and Health Geography; will attempt analyze the ideas of important scientists who contributed to create Medical Geography, as Hippocrates, Ludwig Finke, Jean Boudin, John Snow, Paul Navarre and Jacques May. And lastly discuss the theories of unicausality and multicausality and their effects on Epidemiology, Medical Geography and Health Geography. We will also bring to discussion themes such as Enviromental Health as a more recent result of the relation between space and health studies. The accomplishment of this work had the aim to contribute to a branch of History Thought not sufficiently explored in Brazil Medical and Health Geography Uma análise histórica dos primeiros estudos geográficos demonstram que a associação entre a Geografia e a Medicina ocorre desde tempos remotos, abrangendo a interface entre os elementos como saúde, meio ambiente e espaço. Este estudo dedicou-se à análise de alguns autores e ideias do século XX que concernem à seguinte relação: o diálogo das ideias de Evgeny Pavlovsky (parasitologista russo) com as obras dos cientistas brasileiros: Samuel Pessoa (sanitarista e parasitologista), especialmente nos seus estudos sobre Medicina Tropical e com aquelas de Luiz Jacintho da Silva (epidemiologista), um pioneiro da Epidemiologia Social no Brasil. Um outro diálogo a ser analisado neste estudo é o de Maximilien Sorre (geógrafo francês) com Josué de Castro (médico brasileiro). Para tanto, decidimos analisar três obras de cada um dos autores brasileiros para comprovar tal influência e/ou diálogo com os cientistas europeus. Como objetivos específicos, este estudo apresentará as definições de Geografia Médica e Geografia da Saúde; procurará analisar as ideias de importantes pensadores que contribuíram para a formação da Geografia Médica, tais como: Hipócrates, Ludwig Finke, Jean Boudin, John Snow, Paul Navarre e Jacques May e, finalmente, estudar as teorias da unicausalidade e da multicausalidade e seus impactos na Epidemiologia e na Geografia Médica e da Saúde. Também colocaremos em discussão a Saúde Ambiental como um desdobramento mais atual dos estudos da relação entre espaço e saúde. Temos a intenção de que nosso trabalho possa contribuir para a História do Pensamento em um ramo da Geografia pouco estudado no Brasil a Geografia Médica e da Saúde