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RESUMO Este artigo parte de aspectos linguístico-históricos gerais e se aproxima do caso brasileiro para pensar o papel do vernáculo como instrumento de colonização e a política de língua no Brasil. A partir da ideia de que a colonização do outro passa pela língua - e tendo em vista as especificidades linguísticas, raciais e socioeconômicas brasileiras -, procuramos trazer ao debate alguns dos efeitos da colonização em um campo no qual a linguagem tem um estatuto duplamente privilegiado, a saber: a tradução de textos psicanalíticos.

In Fragment 19 of the Harvard Manuscripts, Saussure claims that difference, since it admits degrees, is an uncomfortable term. If anatomy as destiny (Freud, 1912, 1924) is more nuanced than one would like, since it also admits degrees, and anatomical difference does not mitigate the ultimate impossibility of conjugation between speaking beings (Lacan, 1991), how to think of the transit/translation between bodies and where to situate the differences that belong to them? In order to propose an answer, this paper starts from this hypothesis that it is advisable to develop this reflection about sexual difference a couple of feet above the waistline, foregrounding another organ (the tongue), what allows us to critically rethink the entanglement between gender and anatomy in psychoanalysis, in favor of the notion of style.

The work of Vladimir Mayakovsky, interspersed with greatnesses and magnified over decades by its power concerning to social upheavals, carries a blind spot, which we believe it cannot be left out — even though it was largely ignored in favor of an image of strength and bravery, that interested, above all, to the Regime. Expressions such as ‘future’ and ‘everyday life’, which in his work have the strength of concepts, when taken seriously, it allow us to infer about the poet's ambiguous relationship with the need of breaking with the tradition, on what depend, in his opinion, both politics and love, and even poetry itself. To work with these features of his work is to search, behind the myth created by a government, features of a writing that attempted to escape from the mere repetition of the past, finding its limits in this quest.

RESUMO Este trabalho revisita a noção de usuário em vertentes anglo-americanas e continentais da pragmática linguística. Delineamos alguns dos pressupostos da ideia de usuário racional, defendida por filósofos como Paul Grice e John Searle, bem como algumas assunções da crítica a esse modelo, realizada por pragmaticistas de tradições continentais, discursivas ou brasileiras. Historicamente, identificamos, nas primeiras décadas da pragmática linguística (1980 e 90), um recurso frequente à psicanálise na desconstrução do modelo de usuário racional - diálogo que foi se tornando rarefeito nas décadas seguintes. Aventamos que a possível natureza dessa atual recusa encontra-se numa intepretação equivocada de que a psicanálise seja uma teoria do indivíduo, ao passo que a pragmática seria uma teoria da sociedade. Apontamos, finalmente, para a premência do diálogo entre pragmática e psicanálise, sobretudo porque os campos têm compartilhado uma vigorosa crítica ao indivíduo intencional.