RACIONAL: Vinte e cinco a 50% dos pacientes com metástases hepáticas são potenciais candidatos à cirurgia curativa. A ultra-sonografia intra-operatória tem sido usada com grande acurácia para orientar a ressecção das lesões hepáticas. OBJETIVO: Avaliar em nosso meio a importância desse método nas cirurgias hepáticas e comparar seus achados com os dos métodos de imagem pré-operatórios. PACIENTES E MÉTODOS: Estudou-se prospectivamente 35 pacientes com metástases hepáticas e indicação cirúrgica, com os seguintes tumores primários: cólon (24), tumor neuroendócrino (3), carcinoma de células renais e melanoma (2) e outros (4). A idade mediana foi de 56 anos, sendo 20 pacientes do sexo feminino. Os pacientes foram submetidos a pelo menos um exame entre tomografia computadorizada (30), ultra-sonografia (14) e ressonância magnética (8). RESULTADOS: A ultra-sonografia intra-operatória foi útil em 23 (65,6%) das 35 cirurgias, e mudou o plano cirúrgico em 9 (25,7%) pacientes. Houve correlação estatisticamente significativa entre o número de nódulos identificados por ultra-sonografia percutânea do abdome, tomografia computadorizada e ressonância magnética, e a ultra-sonografia intra-operatória, sendo que a média de nódulos por paciente encontrados pela ressonância magnética (2,6) e pela ultra-sonografia intraoperatória (3,0) não mostrou diferença estatisticamente significativa. Cinqüenta e cinco nódulos foram submetidos a análise anatomopatológica, considerada padrão-ouro para o cálculo de sensibilidade da ultra-sonografia intra-operatória, sendo que 52 (94,5%) foram identificados pela ultra-sonografia intra-operatória. Dos nódulos menores que 1,5 cm, a ultra-sonografia detectou 15,0%, a tomografia computadorizada 33,3%, a ressonância magnética 66,6% e a ultra-sonografia intra-operatória 91,6%. CONCLUSÕES: A ultra-sonografia intra-operatória é útil na avaliação e conduta intra-operatórias durante as ressecções de metástases hepáticas, especialmente em pacientes com nódulos pequenos.BACKGROUND: Twenty-five to 50% of the patients with hepatic metastases are potential candidates for curative surgery. Intraoperative ultrasound has been employed to guide the surgery. AIM: To evaluate this method in liver surgeries and compare it to other imaging methods. PATIENTS AND METHODS: Thirty-five patients (20 females, with median age of 56 years) with hepatic metastases were prospectively studied between February 2001 and July 2003. Patients had as primary tumors: colorectal cancer (24), neuroendocrine tumors (3), renal cell carcinoma (2), melanoma (2), others (4). Each patient was submitted to at least: computed tomography (30), ultrasonography (14) and magnetic resonance imaging (8). Intraoperative ultrasound was performed in all patients in order to detect liver nodules. The number and location of liver lesions were compared to preoperative results. RESULTS: Intraoperative ultrasound was useful in 23 (65.6%) of the 35 surgeries and changed the planned surgical strategy in 9 (25.7%). There was a statistical significant correlation between the mean number of nodules identified by ultrasonography, computed tomography, magnetic resonance imaging and intraoperative ultrasound. We found no statistical difference between magnetic resonance imaging and intraoperative ultrasound in identifying hepatic nodules. Fifty-five nodules were submitted to histological evaluation, the gold standard method and 52/55 (94.5%) were identified by intraoperative ultrasound. Intraoperative ultrasound identified 91,6% of the smaller than 1.5 cm lesions, ultrasonography identified 15,0% of them, computed tomography 33.3% and magnetic resonance imaging 66,6%. CONCLUSIONS: Intraoperative ultrasound is crucial in the evaluation and decision making in hepatic surgery. Intraoperative ultrasound presents the highest sensibility in the detection of hepatic nodules compared to other imaging methods, especially for small lesions.