Silva, Jair Batista da, Antunes, Ricardo, 1953, Araújo, Angela Maria Carneiro, Lourenço, Fernando Antonio, Druck, Maria da Graça, Paixão, Marcelo, Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, and UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Orientador: Ricardo Antunes Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas Resumo: Esta tese discute como as duas principais centrais sindicais abordam o racismo no Brasil. O fio condutor utilizado foi a polêmica com a teoria do reconhecimento, cuja finalidade era tornar patente que as lutas por reconhecimento estão articuladas às lutas por redistribuição. Deste modo, a pesquisa evidenciou através de sistemática análise documental como a luta econômica, política e cultural se articulam no interior do sindicalismo brasileiro para sublinhar como os ativistas sindicais pensam o racismo, o preconceito e a discriminação racial. Em outros termos, demonstra-se como a luta de classe pode, e deve, se combinar com as lutas identitárias (lutas por reconhecimento) - especialmente a luta anti-racista -, com a finalidade de transformar práticas e culturas políticas arraigadas na tradição sindical. Por isso, a investigação deteve-se ainda sobre o conceito de classe social. A pesquisa analisou teses e resoluções de congressos, plenárias, documentos conjuntos, livros, jornais e revistas etc. Se o sindicalismo brasileiro tem passado, nos últimos anos, por profundas alterações, então aos dirigentes sindicais têm aparecido novas demandas: políticas, econômicas e culturais que provocam significativas mudanças na cultura política das entidades sindicais: lutas por igualdade de gênero, contra a discriminação e o preconceito racial, lutas contra o preconceito e discriminação aos homossexuais etc. impõem, em alguma medida, refazer toda uma tradição política e cultural para enfrentar esses amplos e renovados desafios. Assim, pelos resultados da pesquisa, foi possível concluir que a luta contra o racismo nas centrais limitou-se à garantia e ampliação de direitos. Desta forma, a luta anti-racista afastou-se paulatinamente de uma concepção classista, o que significou que as práticas e ações dos ativistas e das centrais sindicais permaneceram circunscritas à luta pela cidadania plena Abstract: This dissertation explores how the two principal Brazilian trade unions (Central Única dos Trabalhadores and Força Sindical) address racism. The study utilized the theory of recognition, which argues that struggles for social recognition are linked to struggles for redistribution. Documentary research was directed at a comprehension of the relations between wider economic, political, and cultural conflicts and the inner workings of Brazilian syndicalism, to show how union activists conceive of racism and racial discrimination. The dissertation demonstrates that class struggles can, and should, combine with struggles for the recognition of social identities¿especially anti-racism movements¿in order to transform the traditional practices and political cultures of trade unions. To that end, the study also investigated conceptions of social class within the unions. Primary and secondary sources included resolutions of union congresses and plenary sessions, other union documents, books, theses, newspapers, and magazines. These sources show that, while Brazilian syndicalism has undergone profound change in recent years, union leaders are also being presented with a range of new demands that can significantly impact their own political culture: struggles for gender and racial equality, movements against the discrimination of homosexuals, et cetera, have the potential to both challenge and reinvent the unions¿ political and cultural traditions. Results of the study indicate that within these two trade unions, the anti-racism movement has gradually abandoned the class dimensions of its earlier initiatives to focus more narrowly on the general expansion of citizenship rights Doutorado Trabalho, Politica e Sociedade Doutor em Ciências Sociais