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A Geografia, como ciência que se ocupa da análise do espaço geográfico, por meio de seus mediadores conceituais, é, também, componente curricular presente na Educação Básica e participa dos processos de constituição humana. Seus conhecimentos podem favorecer a leitura crítica e reflexiva da realidade e propiciar modos específicos de pensar e raciocinar a espacialidade geográfica. Nesse processo, as crianças, como atores sociais portadores de histórias e geografias se aproximam da forma escolar dessa ciência, oficialmente, no Ensino Fundamental I, segmento no qual atua o profissional docente pedagogo. Assim, uma evidente relação entre Geografia, Infância e Educação escolar coloca a necessidade de ampliação de olhares acerca do ensino de Geografia com crianças. O que oportuniza, a esta pesquisa, analisar a mediação didática do professor pedagogo no processo de ensino de Geografia dos Anos Iniciais, e a potencialidade da linguagem do desenho e do conceito de paisagem do lugar aos processos de mediação didática e para a produção de conhecimentos geográficos (mediação cognitiva), nesse segmento escolar. Para isso, a pesquisa apoiou-se nas referências do campo da Educação, particularmente na teoria histórico-cultural e nos aportes teóricos do campo do Ensino de Geografia, em diálogo com a Geografia da Infância. Apresenta natureza qualitativa, sendo do gênero participante e orientada pela abordagem de investigação sócio-histórica-geográfica. Tem a dialética como princípio básico para a interpretação e análise dos resultados, permitindo, ao mesmo tempo, valorizar os atores sociais envolvidos nos processos de ensino-aprendizagem e o próprio conhecimento geográfico. A pesquisa de campo teve como lócus duas escolas públicas da rede municipal de ensino de Goiânia, Goiás. Contou com a participação de duas professoras pedagogas e 41 crianças, dos 4º e 5º anos do Ensino Fundamental I, na faixa etária entre 9 e 12 anos de idade, sendo realizada em 2018 e 2019, respectivamente. A observação participante foi adotada como um dos instrumentos metodológicos que viabilizou a observação direta de aulas e a realização de intervenções didáticas nas duas turmas. O Cerrado se constituiu como tema das intervenções e emergiu da própria Geografia Escolar. Outras técnicas de investigação também compuseram a pesquisa, tais como: entrevista semiestruturada aberta, questionário, narrativa autobiográfica e narrativa avaliativa, realizadas com as professoras. Além dessas, foram desenvolvidas com as crianças narrativas diagnósticas e avaliativas, efetivadas por meio de desenhos. Os dados revelaram, por um lado, a potência da linguagem do desenho, como uma das lógicas presentes na infância, que mobiliza os motivos das crianças, pois articula ao processo pedagógico, um conhecimento sensível de dimensão artística que congrega imaginação, criação e criatividade. E, por outro, mostraram a paisagem geográfica do lugar como dimensão conceitual e metodológica que, ao lado do desenho, forma uma proposta metodológica potente aos processos de mediação (didática e cognitiva), pois carrega elementos de natureza, tanto social quanto físico-natural. Com isso, o desenho alçou a condição de linguagem geográfica, tornando-se desenho geográfico, e a paisagem do lugar assumiu a definição de paisagem-lugar. No entanto, a potencialidade, tanto do desenho quanto da paisagem, ainda é pouco evidenciada, especialmente no conjunto das pesquisas sobre ensino de Geografia, em Anos Iniciais. Ainda, como parte dos resultados, despontaram princípios que podem orientar as práticas pedagógicas do professor pedagogo, na perspectiva da mediação. Tais princípios se inter-relacionam mutualmente e se desdobram em ações que podem subsidiar e favorecer o processo de ensino-aprendizagem de Geografia com crianças, quais sejam: 1) A indissociabilidade entre teoria e prática; 2) Relações pautadas pela alteridade; 3) Ensino como ato responsivo; 4) Ensino como mediação da mediação cognitiva; 5) Planejamento consciente e intencional; 6) Paisagem-lugar como construção conceitual e metodológica. Geography as a science that deals with the analysis of geographic space through its conceptual mediators, is also a curricular component present in Basic Education and participates in the processes of human constitution. Their knowledge can favor critical and reflective reading of reality and provide specific ways of thinking and reasoning geographic spatiality. In this process, children, as social actors with histories and geographies, officially approach the school form of this science in Elementary School I, segment in which the teacher Pedagogo to act. Thus, an evidente relationship between Geography, Childhood and School Education raises the need to broaden views about teaching Geography with children. What gives this research the opportunity to analyze the didactic mediation the teacher Pedagogo in the processo of teaching Geographyand the potential of the language of drawing and of the concept of landscape of the place for the processes of mediation didactic and for the production of knowledge geographic (cognitive mediation), in this school segment. For this, the research was supported by references in the field of Education, particularly in the historical-cultural theory and in the theoretical contributions of the field of Teaching Geography in dialogue with the Geography of Childhood. It is of a qualitative nature, being of the participant genre and guided by the socio-historical-geographical research approach. Dialectics is the basic principle for the interpretation and analysis of results, allowing, at the same time, to value the social actors involved in the teaching-learning processes and the geographic knowledge itself. The field research had as its locus two public schools in the municipal education network of Goiânia, Goiás. It counted with the participation two teachers pedagogas and 41 children from the 4th and 5th year of Elementary Education, in the age group of 9 to 12 years, in 2018 and 2019, respectively. Participant observation was adopted as one of the methodological instruments that allowed direct observation of classes and the carrying out of didactic interventions in both classes. Other research techniques were also included in the research, such as: open semi-structured interview, questionnaire, autobiographical narrative and evaluative narrative, carried out with the teachers.In addition, diagnostic and evaluative narratives were developed with the children through drawings.The data revealed, on the one hand, the power of the language of drawing, as one of the logics present in childhood that mobilizes children's motives, as it articulates to the pedagogical process, a sensitive knowledge of an artistic dimension that brings together imagination, creation and creativity.On the other hand, it revealed the geographical landscape of the place as a conceptual and methodological dimension that, together with the drawing, constitutes a powerful methodological proposal for mediation processes (didactic and cognitive), because it carries elements of a social and physical-natural nature.With this, the design raised the condition of the geographical language, becoming the geographical design and the landscape of the place assumed the definition of landscape-place. However, the potential of design and landscape is still under-evidenced, especially in the set of research on teaching Geography in the early years. Still, as part of the results, principles emerged that can guide the pedagogical practices of professor pedagogo, from the perspective of mediation.Such principles are interrelated and are developed in actions that can subsidize and favor the teaching-learning process of Geography with children, namely: 1) The inseparability between theory and practice; 2) Relationships oriented by otherness; 3) Teaching as a responsive act; 4) Teaching as mediation of cognitive mediation; 5) Conscious and intentional planning; 6) Landscape-place as a conceptual and methodological construction. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES