334 results on '"N. Hamerschlak"'
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2. DIAGNÓSTICO DE CARCINOMA DE MAMA TRIPLO NEGATIVO PÓS TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE MEDULA ÓSSEA EM PACIENTE COM SÍNDROME DE LYNCH: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA
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L.F.S. Dias, C.L.M. Pereira, N.F. Centurião, D.C.O.S. Lopes, L.L.C. Teixeira, J.Z.M.D. Nascimento, F.P.S. Santos, A. Ribeiro, N. Hamerschlak, and M.N. Kerbauy
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Published
- 2020
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3. LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA EM PACIENTE COM DIAGNÓSTICO PRÉVIO DE SÍNDROME HIPEREOSINOFÍLICA
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C.L.M. Pereira, L.F.S. Dias, N.F. Centurião, V.R.H. Nunes, L.L.C. Teixeira, G.F. Perini, F.P.S. Santos, M.C.A. Silva, M.C.M. Melo, and N. Hamerschlak
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- 2020
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4. CASO RARO DE LINFOMA COMPOSTO EM PACIENTE IDOSO COM MIELOFIBROSE PÓS-POLICITEMIA VERA
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L.F.S. Dias, C.L.M. Pereira, N.F. Centurião, V.R.H. Nunes, A. Ribeiro, L.L.C. Teixeira, G.F. Perini, N. Hamerschlak, A.S. Neto, and F.P.S. Santos
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- 2020
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5. HEMOFILIA A ADQUIRIDA PÓS GESTACIONAL: RELATO DE CASO
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N.F. Centurião, R.M.C. Penteado, J.C.C. Guerra, D.C.O.S. Lopes, D.H.C. Campelo, L.L.C. Teixeira, V.F. Aranda, A.O.D. Santos, C.L.M. Pereira, and N. Hamerschlak
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- 2020
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6. RETENÇÃO URINÁRIA APÓS USO DE DECITABINA NA LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA: RELATO DE CASO
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V.R.H. Nunes, I.S.E. Pimentel, M. Kerbauy, L. Teixeira, A.A.F. Ribeiro, L.F.S. Dias, J.Z.M.D. Nascimento, C.L.M. Pereira, M.L. Wroclawski, and N. Hamerschlak
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7. GAMOPATIA MONOCLONAL, FEBRE PERIÓDICA E ARTRALGIA: RELATO DE CASO DESTA RARA SÍNDROME
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N.F. Centurião, I.S.E. Pimentel, J.Z.M.D. Nascimento, L.L.C. Teixeira, D.H.C. Campelo, J.E. Hyppolito, T.D.R. Nobrega, V.R.H. Nunes, J.L. Nobrega, and N. Hamerschlak
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- 2020
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8. TRICOLEUCEMIA E MELANOMA: CASO RARO COM DIFÍCIL MANEJO TERAPÊUTICO NO CONTEXTO DE PANDEMIA PELO CORONAVÍRUS
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L.F.S. Dias, C.L.M. Pereira, I.S.E. Pimentel, V.R.H. Nunes, L.L.C. Teixeira, M.N. Kerbauy, D.C.O.S. Lopes, P.K. Souza, A. Ribeiro, and N. Hamerschlak
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- 2020
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9. ATUALIZAÇÃO DO ESTUDO AMBISPECTIVO DO REGISTRO DE LINFOMA DE CÉLULAS-T, NAS CINCO MACRORREGIÕES BRASILEIRAS
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C.S. Chiattone, M.T. Delamain, E. Miranda, N.S. Castro, S.A.B. Brasil, M. Bellesso, J. Pereira, A.D. Cunha-Junior, Y. Gonzaga, S. Nabhan, G.N. Ribeiro, R. Lyrio, N. Zing, T.X. Carneiro, A.V.S.V.D. Berg, D.S. Nogueira, R. Schaffel, K.Z. Cecyn, J.T.D. Souto-Filho, N. Hamerschlak, R.D. Gaiolla, M. Dias, M.D. Pont, A. Hallack-Neto, Y.S. Rabelo, F.B. Duarte, R.R. Sousa, S.K.G. Mo, T. Silveira, P. Cury, J. Vassallo, M. Federico, and C.A. Souza
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Published
- 2020
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10. LEUKEMIC FOLLICULAR LYMPHOMA MIMICKING HAIRY CELL LEUKEMIA IN FLOW CYTOMETRY
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I.S.E. Pimentel, C.L.M. Pereira, V.R.H. Nunes, L.F.S. Dias, N.F. Centurião, L.L.C. Teixeira, C.C.P. Feres, G.F. Perini, R.S. Barroso, and N. Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Published
- 2020
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11. TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS 7 ANOS PÓS TRANSPLANTE ALOGÊNICO EM MIELOMA MÚLTIPLO RECIDIVADO: RELATO DE CASO
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V.R.H. Nunes, I.S.E. Pimentel, M.N. Kerbauy, J.Z.M.D. Nascimento, A.I.D.D. Santos, D.C. Pasqualin, A.M.P.S. Bezerra, L.F.S. Dias, A.A.F. Ribeiro, and N. Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Published
- 2020
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12. Pre-analytical parameters associated with unsuccessful karyotyping in myeloid neoplasm: a study of 421 samples
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M.F.M. Santos, F.C.A.C. Oliveira, R.K. Kishimoto, D. Borri, F.P.S. Santos, P.V. Campregher, P.A.A. Silveira, N. Hamerschlak, C.L.P. Mangueira, F.B. Duarte, A.H. Crepaldi, M.A. Salvino, and E.D.R.P. Velloso
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Cytogenetics ,Karyotype ,Leukemia ,Myelodysplasia ,Myeloproliferative disease ,Medicine (General) ,R5-920 ,Biology (General) ,QH301-705.5 - Abstract
Cytogenetics is essential in myeloid neoplasms (MN) and pre-analytical variables are important for karyotyping. We assessed the relationship between pre-analytical variables (time from collection to sample processing, material type, sample cellularity, and diagnosis) and failures of karyotyping. Bone marrow (BM, n=352) and peripheral blood (PB, n=69) samples were analyzed from acute myeloid leukemia (n=113), myelodysplastic syndromes (n=73), myelodysplastic syndromes/myeloproliferative neoplasms (n=17), myeloproliferative neoplasms (n=137), and other with conclusive diagnosis (n=6), and reactive disorders/no conclusive diagnosis (n=75). The rate of unsuccessful karyotyping was 18.5% and was associated with the use of PB and a low number of nucleated cells (≤7×103/µL) in the sample. High and low cellularity in BM and high and low cellularity in PB samples showed no metaphases in 3.9, 39.7, 41.9, and 84.6% of cases, respectively. Collecting a good BM sample is the key for the success of karyotyping in MN and avoids the use of expensive molecular techniques.
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- 2019
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13. INFARTO RENAL E ESPLÊNICO EM PACIENTE COM DENGUE E TRAÇO FALCIFORME: RELATO DE CASO
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FP Torres, CR Kobal, MMR Pedrosa, GF Silva, RB Souza, MP Tassara, N Hamerschlak, and KT Maio
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Objetivo: A infecção por dengue (DNV) é associada a desfechos mais graves em pacientes com doença falciforme (DF), porém não há relatos na literatura sobre seu curso em indivíduos com traço falciforme. Relatamos abaixo um caso de infarto renal e esplênico associado a DNV em um paciente portador de traço falciforme. Relato de caso: Homem, 60 anos, portador de traço falciforme (HbA 57.1% Hb S 40.1% Hb A2 2.8%), hígido, 1 episódio de DNV prévia em 2000 mas sem vacinação, refere início em 05/06/24 de quadro de astenia, calafrios e febre aferida. Em 08/06 foi internado devido a episódio de gengivorragia discreta, náusea, vômitos e dor abdominal; apresentava hemoglobina 15,1 g/Dl hematócrito 41.9% leucócitos 1200/mm3 plaquetas 40.000/mm3, transaminase oxalacética (TGO) 240 U/L, alanina aminotransferase (TGP) 100 U/L, bilirrubina total (BT) 0,89 mg/dL. Paciente evoluiu com piora de dor abdominal, icterícia, elevação de transaminases (13/06 TGO 1859 U/L TGP 803 U/L BT 3,04 mg/dL bilirrubina direta (BD) 2,15 mg/dL). Em 14/06 NS1 Dengue reagente; solicitado ressonância (RNM) abd com áreas hipovasculares parenquimatosas renais bilaterais e esplênicas de provável natureza isquêmica. Realizado enema retal devido constipação intestinal com sangramento no procedimento e optado por transferência hospitalar. Em 15/06 identificado em CT abd sinais de rotura da parede retal, infarto esplênico e renal; reticulócitos 2,8%; BT 2,9 ng/mL BD 2,2 ng/mL; lactato desidrogenase 1.575 U/L. Iniciado Piperacilina-tazobactam por 7 dias visto rotura. Identificada elevação enzimas pancreáticas (16/06/24: lipase 1.755 U/L e amilase 147 U/L). Realizado ecocardiograma transesofágico com presença de imagem filamentar fina aderida à face arterial da valva aórtica de difícil caracterização podendo corresponder a vegetação/artefato e nódulo de arantius. Solicitados hemoculturas negativas e PET-CT com FDG-18F sem evidências de lesões hipercatabólicas. Paciente evoluiu com melhora clínica e laboratorial progressiva, recebe alta hospitalar em 22/06/24. Discussão: Em 2024 ocorreu uma epidemia de Dengue no Brasil com a circulação simultânea dos quatro sorotipos do vírus. A infecção prévia por dengue confere maior risco de complicação possivelmente pelo mecanismo de exacerbação dependente de anticorpos (ADE), risco diretamente proporcional ao intervalo entre as infecções. Embora não houvesse sinais de choque hipovolêmico que pudessem justificar os infartos observados, o paciente foi inicialmente classificado como DNV grupo C e submetido a hidratação venosa. O traço falciforme é uma condição benigna, porém raramente associada a complicações como infartos orgânicos em condições de desidratação ou desoxigenação intensas, que favorecem a polimerização da hemoglobina S (HbS), o que poderia explicar parcialmente a evolução clínica deste caso. Embora pareça haver ativação inflamatória a partir de monócitos na DNV na doença falciforme, levando à vaso-oclusão e supressão da hematopoese, não há descrições semelhantes em portadores do traço. Portanto, é necessário observar o curso clínico da infecção em outros portadores de traço falciforme para estabelecer quaisquer associações. Conclusão: O caso ilustra a importância de investigação detalhada de antecedentes e alerta para necessidade de estudos para a compreensão do impacto do traço falciforme no curso clínico da infecção por DNV.
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- 2024
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14. RELATO DE CASO: LINFOHISTIOCITOSE HEMOFAGOCÍTICA SECUNDÁRIA A INFECÇÃO CRÔNICA ATIVA DO VÍRUS EPSTEIN-BARR (EBV) (CAEBV)
- Author
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PM Resende, AC Meireles, WKP Barros, JD Rocha, RS Kojima, LFBH Junior, BFC Galvão, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: A infecção crônica ativa do vírus Epstein–Barr (CAEBV) é uma doença potencialmente fatal, caracterizada por inflamação sistêmica e proliferação clonal de células T ou NK infectadas pelo vírus Epstein–Barr (EBV). O diagnóstico requer a confirmação de um alto número de cópias do genoma do EBV e detecção de células T ou NK infectadas pelo EBV através de hibridização in situ. Diversas opções terapêuticas têm sido empregadas para o tratamento da CAEBV, no entanto, o transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é considerado o único tratamento curativo para esta doença. Objetivo: Descrever um caso de HLH secundária a infecção crônica ativa do vírus Epstein-Barr. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 34 anos, com histórico de prótese mamária há 3 anos, sem comorbidades. Apresentava febre intermitente associada a sudorese noturna e fadiga há 6 meses. Exames laboratoriais com hemoglobina 10,5 g/dL, leucócitos totais 970/μL, neutrófilos 510/μL, plaquetas 82000/μL, DHL 1447 U/L, ferritina 5293 ng/mL e fibrinogênio 178 mg/dL. Sorologias para HIV, hepatites e HTLV negativas. PET-CT evidenciou hipermetabolismo glicolítico em linfonodos mediastinais e em corpo esternal (SUVmax: 10,2), sendo optado por biópsia esternal guiada por tomografia, sem alterações significativas. Foi iniciado tratamento com prednisona 1 mg/kg devido à hipótese de síndrome autoimune-inflamatória induzida por adjuvante, com resolução da febre e pancitopenia. Paciente manteve-se assintomática por 5 meses, com desmame progressivo da corticoterapia. 40 dias após a suspensão do medicamento, apresentou recidiva da febre. Hemograma com hemoglobina 8,5 g/dL, leucócitos totais 900/μL, neutrófilos 450/μL e plaquetas 30000/μL. Ferritina 35220 ng/mL, DHL 1535 U/L, TGO 148 U/L, TGP 235 U/L e fibrinogênio 174 mg/dL. PCR EBV detectável, 230000 cópias. PET-CT revelou hepatoesplenomegalia, surgimento de múltiplas lesões ósseas e linfonodais. Biópsia de lesão de corpo vertebral em T11 com numerosos histiócitos e eritrofagocitose em tecido medular, com pesquisa de EBV por hibridização in situ positiva. Ausência de doença linfoproliferativa. Biópsia de medula óssea com numerosas figuras de eritrofagocitose. Teste genético revelou mutação do gene PRF1 em heterozigose. HSCORE de 283 pontos. Iniciou-se o tratamento para HLH com imunoglobulina endovenosa, seguido pelo protocolo HLH-94, incluindo etoposídeo, dexametasona e ciclosporina. Após uma semana do tratamento, houve resolução dos sintomas. Com o controle da doença, optou-se pelo TCTH. Como terapia ponte, foi realizado 1 ciclo de CHOP (ciclofosfamida, vincristina, doxorrubicina e prednisona). Foi utilizado esquema FluMel para o condicionamento, e para profilaxia da doença do enxerto contra hospedeiro foi realizada plataforma de imunossupressão com CyPT (ciclofosfamida pós transplante, micofenolato de mofetila e tacrolimus). Atualmente encontra-se no D+11, sem atividade de doença, aguardando enxertia neutrofílica e plaquetária. Discussão: Este caso evidencia os desafios inerentes ao reconhecimento da HLH e CAEBV. Alterações hematológicas e hepáticas, associadas à elevação significativa da ferritina, são indicativas da hiperativação imune presente na HLH. A detecção do EBV por PCR em níveis elevados e a confirmação de células T ou NK infectadas pelo EBV através de hibridização in situ confirmam a presença de infecção viral persistente. A resposta inicial positiva à corticoterapia e a subsequente recidiva após a suspensão destacam a natureza crônica e recidivante da doença. Conclusão: Este caso ilustra a complexidade envolvida no diagnóstico da CAEBV. O tratamento precoce e o transplante alogênico de células tronco hematopoiéticas são fundamentais para melhorar o prognóstico da doença.
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- 2024
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15. THE NUMBER OF EXTRANODAL SITES IN NODAL PTCL: A PROPOSAL FOR A FEASIBLE PROGNOSTIC MARKER FOR OUTCOMES IN LOW-INCOME COUNTRIES. A COLLABORATIVE STUDY GRUPO DE ESTUDIO LATINO-AMERICANO DE LINFOPROLIFERATIVO (GELL) & T-CELL BRAZIL PROJECT (TCBP)
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-
T Fischer, E Miranda, J Pereira, G Duffles, JV Tavares, NS Castro, RSA Silva, DLC Farias, SAB Brasil, CCG Macedo, C Colaço, RLR Baptista, KZ Cecyn, D Bortucchi, GFS Barros, S Nabhan, PPG Radtke, R Schaffel, N Zing, FL Nogueira, AD Cunha-Junior, DV Clé, JTDS Filho, VLP Figueiredo, MD Pont, R Gaiolla, N Hamerschlak, EFO Ribeiro, A Hallack-Neto, MA Dias, Y Gonzaga, YS Rabelo, L Teixeira, G Perini, MALHM Conhalato, P Cury, H Idrobo, D Castro, B Beltran, D Enriquez, J Vasquez, C Roche, D Artiles, F Valvert, L Villela, C Oliver, L Korin, C Pena, M Roa, MAT Viera, AV Gasenapp, A Quiroz, CS Figari, R Rios, S Paredes, EE Saul, C Bermack, K Meza, B Valcarcel, CA Souza, L Malpica, and CS Chiattone
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introduction: PTCL accounts for 10-15% of all NHL. As previously demonstrated, Latin America has its own epidemiological distribution, with a high frequency of ATLL and ENKT, likely influenced by distinct genetic profiles and viral epidemiology. 3-year OS is about 40%. Treatment advances have also been limited, except for BV-CHP in some countries. The IPI, which includes extranodal (EN) site as a variable, has been validated for PTCL. However, the specific impact of EN involvement on nodal PTCL (such as PTCL-NOS, AIT, ALCL ALK+/ALK-) and its biological implications remain unclear. Simplification could improve the reproducibility and applicability of these models, especially in low-income countries. Objective: To evaluate number of EN sites in nodal PTCL lymphomas as a risk factors or surrogate for outcomes, as OS and PFS in Latin America cohort. Methodology: Patients (pts) aged ≥18 years with newly diagnosed nodal PTCL-NOS, AITL and ALCL ALK+/ALK-) from GELL (n = 339, 2000-2023, retrospective), TCBP (n = 427, 2015-2022, ambispective). Treatment outcome was determined by OS and PFS. REDcap Platform (by Vanderbilt) was used to collect and store data, whereas statistical analysis the IBM-SPSS v.24. This trial is registered at Clinical trials (NCT03207789). Results: 766 pts [427pts - TCBP and 339 - GELL] diagnosed with nodal PTCL were grouped according to the number of EN: no EN involvement (No EN - 383); one EN involvement (EN1 -168); and 32 (EN2 - 215). Considering all, 61% male; median age 56 y/o; 74% were staged III/IV; 69% IPI 32; 60% was PTCL-NOS, 19% ALCL ALK- and 12% AITL. 61% had B symptoms and 55% elevated LDH. CHOEP was used in 47% and 34% CHOP, and 47% achieved CR after first line; 16% used transplant as consolidation. No EN, EN1 and EN2 were similar regarding clinical characteristics, except, for stage III/IV (58% vs. 79% vs 96%; p < .0001); IPI 32 (58% vs. 59% vs. 99%; p < .0001); ECOG>1 (58% vs. 92% vs. 99%; p < .0001); BMO involvement (16% vs. 24% vs. 63%%; p
- Published
- 2024
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16. RARA APRESENTAÇÃO DE LINFOMA INTRAVASCULAR DE GRANDES CÉLULAS B VARIANTE CUTÂNEA: UM RELATO DE CASO
- Author
-
BFC Galvão, LFBH Junior, RS Kojima, AC Meireles, WKP Barros, PM Resende, JZMD Nascimento, PK Souza, RB Domingues, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: O linfoma intravascular de grandes células B (LIVGCB) é um tipo raro de linfoma não-Hodgkin com incidência de 0,095 casos por milhão, descrito pela primeira vez em 1959 por Pleger e Tappeiner. A doença de acometimento extranodal agressivo caracteriza-se pela proliferação de grandes células B neoplásicas no lúmen dos vasos e subdivide-se em 3 subtipos de apresentação: variante clássica, variante cutânea e variante hemofagocítica, com manifestações clínicas variáveis. Objetivo: Descrever um caso de linfoma intravascular de grandes células B. Relato de caso: Paciente 73 anos, feminina, pós transplante de células tronco hematopoiética (TCTH) não aparentado full match em maio/2019 por leucemia mieloide aguda (LMA) de risco intermediário. Após 5 anos do TCTH evolui com uma síndrome edemigênica associado a lesões em pele há 6 meses. Ao exame físico, paciente com anasarca e telangiectasias disseminadas; sem linfonodomegalias/esplenomegalia. Exames laboratoriais Hb 11 g/dL (adquiriu traço falciforme do doador), leucograma/plaquetometria normais; DHL 698 U/L; Beta 2 microglobulina 10,8 mg/L; cadeia leve livre Lambda 569 mg/L com baixa relação K/L e IgG 3647 mg/dL; eletroforese de proteínas e imunofixação sérica sem evidência de pico monoclonal. Biópsia de pele compatível com LIVGCB, cuja imunohistoquímica era positiva para CD20, CD79a, MUM-1, BCL-2 e Ki-67 90%. Estudo medular sem sinais de recaída da LMA, porém com raros linfócitos B CD20-positivos com distribuição intravascular de morfologia indeterminada e cariótipo complexo. Estadiamento com PET-CT sem captação e RM crânio / Líquor, sem infiltração de sistema nervoso central (SNC). Proposto tratamento com R-CHOPx6 ciclos. Discussão: O LIVGCB é um subtipo de linfoma raro, agressivo, de difícil diagnóstico e manejo. O subtipo clássico, mais comum, tem média de idade de acometimento na sétima década de vida, sintomas variados com envolvimento de pele como principal expressão, 30-40% dos casos, associado com envolvimento extranodal de outros órgãos como SNC e febre. O caso da paciente é o subtipo cutâneo, que soma quase 26% dos casos de LIVGCB e é caracterizado por acometimento restrito à pele, com diversas formas de apresentação peau d'orange, descoloração, placas e nódulos e tumores ulcerados; sintomas sistêmicos inespecíficos em 30% dos casos, de curso clínico menos agressivo e sobrevida global em 3 anos por volta de 56%, acometendo principalmente o sexo feminino e média de idade de 59 anos. O último subtipo é o hemofagocítico, com pior prognóstico e curso clínico grave com síndrome hemofagocítica franca e epidemiologia parecida com a variante clássica. O diagnóstico é feito através da biópsia de pele, marcada pela infiltração de linfócitos B com morfologia centroblástica, imunoblástica ou anaplásica restrita à espaços intravasculares com marcadores pan-B positivos. O tratamento é difícil de definir diante da ausência de ensaios direcionados à doença, porém a grande maioria dos pacientes são tratados com regimes usados para linfoma difuso de grandes células B, como R-CHOP (rituximabe, ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona Conclusão: Linfoma intravascular de grandes células B é um desafio diagnóstico por ser uma doença rara e com sintomas inespecíficos, onde o exame dermatológico é importante para suspeição. Diante disso, cabe a importância de uma boa avaliação clínica e estudo anatomopatológico para o diagnóstico e tratamento precoce.
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- 2024
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17. REAL-WORLD ANALYSIS OF PATIENTS WITH CLL TREATED WITH IBRUTINIB: A RETROSPECTIVE ANALYSIS OF THE BRAZILIAN REGISTRY OF CLL
- Author
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V Pfister, FM Marques, R Santucci, V Buccheri, G Ribeiro, VLP Figueiredo, N Hamerschlak, A Costa, T Silveira, A Scheliga, L Perobelli, CS Chiattone, and C Arrais-Rodrigues
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introduction: Ibrutinib, a Bruton's tyrosine kinase (BTK) inhibitor, is associated with increased survival and prolonged response, even in high-risk scenarios, with relatively low toxicity compared to chemoimmunotherapy. However, a significant number of patients discontinue therapy due to intolerance and toxicity. It is essential to comprehend the factors contributing to discontinuation and the subsequent impact on outcomes. Objective: This analysis aims to utilize real-world data to assess ibrutinib's effectiveness and to examine factors contributing to discontinuation and the subsequent impact on clinical outcomes in Brazil. Methods: All patients who received ibrutinib as continuous monotherapy at any therapy line between January 2015 and March 2024, with essential minimum data on patient and treatment characteristics, clinical outcomes, and a minimum follow-up of three months, were included. Results/Discussion: A total of 278 patients from 29 centers were included. Ibrutinib was used in the first line of treatment (LoT) in 23%, second LoT in 42%, third line in 21%, and fourth or subsequent lines in 14%. The majority were male (63%), with a median age of 68 years (range: 35-95), and most (44%) had significant comorbidities. TP53 mutation or del(17p) status was assessed in 173 patients (62%), with 38 (22%) testing positive. The median duration of ibrutinib treatment was 28 months (range: 6 days - 103 months). The median interval between diagnosis and initiation of ibrutinib was 53 months (range: 0-330), shorter for those in 1st or 2nd lines (40 months) than later lines (89 months). Ibrutinib was discontinued in 51% of cases, primarily due to toxicity (32%), death (29%), disease progression (26%), and other factors (13%). In several cases, ibrutinib was replaced by another BTK inhibitor by the physician's preference A significant proportion (51%) experienced at least one treatment-related toxicity. Patients in the first or second line had fewer adverse events than those in later lines (46% vs. 59%, p = 0.04). Common toxicities included infections (28%), bleeding (11%), hematologic toxicity (9%), cardiac toxicity (5%), and diarrhea (4%). Atrial fibrillation occurred in 5% of cases. Median PFS was not reached. After a median follow-up of 50 months (range: 3-105), PFS was 64% at 4 years. PFS was significantly shorter in patients who received ibrutinib in later lines (48% vs. 72% in first or second lines, p < 0.0001), and in those with del(17p)/TP53 mutations compared to those without (50% vs. 69%, p = 0.008). The median time-to-next-treatment (TTNT) was 56 months: 17 months for patients who used ibrutinib for less than 2 years, 47 months for 2-4 years, and 84 months for more than 4 years. Overall survival (OS) at 4 years was 70%, shorter for patients in later lines (57% vs. 77% for 1st or 2nd lines, p = 0.006). The most common causes of death were infections in 63% of cases (on ibrutinib in 45%, and after stopping ibrutinib in 18%), disease progression (18%), and cardiac complications (7%). Conclusions: Ibrutinib shows favorable effectiveness in Brazilian CLL patients across all treatment lines. Intolerance and discontinuation were relatively common, affecting treatment effectiveness, especially in patients receiving ibrutinib late in the disease course, possibly related to cumulative adverse events from previous lines.
- Published
- 2024
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18. RELATO DE CASO: DOENÇA DE CASTLEMAN MULTICÊNTRICA HHV8-POSITIVO COM LINFOHISTIOCITOSE HEMOFAGOCÍTICA DE DIFÍCIL MANEJO EM PACIENTE COM HIV
- Author
-
WKP Barros, AC Meireles, PM Resende, BFC Galvão, LFBH Junior, RS Kojima, JD Rocha, N Hamerschlak, and JM Kutner
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: Doença de Castleman (DC) é um distúrbio linfoproliferativo raro classificado em unicêntrica (DCU) ou multicêntrica (DCM). Esta última pode ainda ser subdividida em: DCM HHV8-positivo, idiopática (DCMi) e associada ao POEMS, sendo o primeiro a forma mais comum de apresentação em pacientes com HIV. Objetivo: Descrever um caso de tratamento bem sucedido de DCM associada ao HHV8 complicada com HLH. Relato de Caso: Homem de 39 anos com HIV recém-diagnosticado (CD4 16) interna em 24/05/24 devido quadro de febre há cerca de um mês, queda do estado geral, dispneia progressiva, tosse seca e hipoxemia. Havia iniciado TARV cinco dias antes da internação. Ao exame físico, mostrava-se em MEG, descorado (2+/4+), taquipneico, com estertores crepitantes em bases, esplenomegalia (10 cm) e hepatomegalia (8 cm). Realizada TC de tórax que revelava múltiplas linfonodomegalias de até 2,5 cm e opacidades em vidro fosco esparsas. Na TC de abdome: esplenomegalia homogênea e linfonodomegalias intrabdominais de até 1,4 cm. Iniciado tratamento para pneumocistose e pneumonia com melhora clínica e alta em 05/06. No mesmo dia, laudo preliminar de biópsia de linfonodo compatível com DCM HHV8-positivo, sendo agendada realização de PET-CT e retorno precoce ambulatorial. Em 13/07, no entanto, o paciente é readmitido com febre, náusea e vômitos. Novos exames mostravam queda de Hb (6,4) e de plaquetas (54.000), elevação de DHL (503), triglicérides (695), IL-6 (187) e ferritina (14.637). Realizado mielograma que mostrou aumento da atividade macrofágica com figuras de hemofagocitose, chegando-se ao diagnóstico de HLH secundária (HLH-2004: 6/8 critérios). Iniciado tratamento no dia 17/06 com IGIV 0,4 mg/kg/dia e Dexametasona 10 mg/m2 com posterior acréscimo de Etoposídeo e Rituximabe (RTX). Mesmo após início das duas últimas medicações, o paciente manteve piora clínica evoluindo com encefalopatia, disfunção hepática grave (BD 21,6), insuficiência renal com necessidade de diálise, aumento de PCR (392), DHL (1259) e IL6 (4.417). Tendo em vista a evolução dramática do quadro, optado por realizar Tocilizumabe 8 mg/kg. A partir de então, o paciente evolui com melhora clínica gradativa recebendo alta da UTI em 26/06. Realizada quarta dose de RTX em 10/07 e alta hospitalar em 12/07, mantendo tratamento com Etoposídeo e corticoide conforme protocolo HLH-2004. Discussão: Embora esteja bem estabelecido o papel de medicações anti-IL-6 (Siltuximabe) e anti-IL6R (Tocilizumabe) para DCMi, seu uso na DCM HHV8-positivo é desencorajado, tendo em vista que neste subtipo da doença haveria produção de IL-6 viral (vIL-6), que se liga ao gp80 do receptor de IL-6, alvo do Tocilizumab, representando o RTX a principal medicação nestes casos. Conclusão: Apresentamos um caso em que o Tocilizumabe parece ter sido fundamental no controle da hiperativação imunológica e estabilização do quadro clínico, ainda que seu uso não seja incentivado neste subgrupo da DC. Talvez a medicação tenha seu papel em casos refratários e guiado pelos níveis de IL-6.
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19. DESAFIOS NA CONCLUSÃO DIAGNÓSTICA DE DOENÇA DE ERDHEIM-CHESTER: RELATO DE CASO
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AC Meireles, WK Pereira, PM Resende, BFC Galvão, RS Kojima, LF Honorato, JD Rocha, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: A doença de Erdheim-Chester (DEC) é uma histiocitose rara caracterizada por infiltrado de histiócitos xantomatosos em múltiplos órgãos, frequentemente associada a mutações no gene BRAF V600E. Sua apresentação clínica é variada e pode envolver os sistemas esquelético, cardiovascular, renal e nervoso central. A Leucemia Mielomonocítica Crônica (LMMC) é uma neoplasia mieloide crônica caracterizada por monocitose persistente e displasia das linhagens hematopoéticas. A coexistência dessas duas doenças é rara e apresenta desafios significativos no diagnóstico e manejo terapêutico. Relato de caso: Homem de 78 anos, diagnóstico prévio de leucemia mieloide crônica (LMC) em uso de imatinib, em resposta hematológica completa e MR3. Em 2022, tomografia computadorizada (TC) mostrou densificação da gordura perirrenal bilateral, sem sintomas associados. O paciente foi internado devido a um quadro de vertigem periférica e uma nova TC revelou aumento da densificação da gordura perirrenal. Exames laboratoriais mostraram leucócitos de 21.610/mm3, neutrófilos de 17.800/mm3, monócitos de 3.040/mm3 e linfócitos de 750/mm3. PET-CT indicou discreto aumento da atividade glicolítica em densificação da gordura pararrenal (SUVmax 3,5). Pouco tempo após, foi internado novamente por piora da função renal e congestão sistêmica, com melhora após corticoide e diureticoterapia. A imunofenotipagem do sangue periférico identificou 92,9% de células da linhagem granulocítica/monocítica, sendo 16,3% de células monocíticas maduras. A monocitose foi constituída por monócitos maduros sem aberrâncias imunofenotípicas, sendo 23,6% de monócitos clássicos e 76,4% de monócitos intermediários. O anatomopatológico da gordura perirrenal revelou tecido fibroadiposo com infiltrado histiocitário e imuno-histoquímica positiva para CD68, CD4 e CD163, negativa para CD1a e S100, com expressão de BRAF fraca e focal. Análise molecular por NGS da gordura perirrenal revelou BRAF V600E 3,8%, JAK2 V617F 7,2% e TET2 P1885fs, confirmando o diagnóstico de Erdheim Chester. Por outro lado, a avaliação medular mostrou hipercelularidade granulocítica, normomaturativa, sem alterações na série monocítica. A imunofenotipagem revelou alterações associadas à displasia e monocitose. A monocitose foi constituída por 1,8% de monoblastos, 4,8% de promonócitos e 1,4% de monócitos maduros, com curva maturativa dentro da normalidade, não considerado relacionado à leucemia mieloide crônica. Portanto, foi concluído o diagnóstico de LMMC e DEC, sendo iniciado Vemurafenib. Discussão: A associação entre DEC e neoplasias mieloides, como LMMC, é documentada na literatura, em descrição de 189 casos, com associação em 50% da casuística. DEC é uma histiocitose rara que se manifesta com envolvimento multissistêmico, frequentemente associada a mutações no gene BRAF V600E. A coexistência dessas condições pode complicar o manejo clínico e requer abordagens terapêuticas específicas e individualizadas. Neste caso, a presença das mutações BRAF V600E, JAK2 V617F e TET2 destaca a complexidade da doença e necessidade de intervenção terapêutica direcionada, como Vemurafenib, um inibidor de BRAF, que tem mostrado eficácia no controle da DEC. Conclusão: O diagnóstico e tratamento simultâneo de LMMC e DEC apresentam desafios clínicos significativos. A identificação de manifestações atípicas e associação com mutações genéticas específicas são fundamentais para uma intervenção eficaz.
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20. ASCIMINIBE EM PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA QUE FALHARAM COM DOIS OU MAIS INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE – EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA DE USO COMPASSIVO NO BRASIL
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KBB Pagnano, IA Siqueira, G Campos, NCR Guerrero, JF Camargo, GO Duarte, G Duffles, VH Guidini, B Sabioni, FS Seguro, N Hamerschlak, M Rodrigues, EG Souza, PSR Cardoso, GH Magalhães, ATS Quixada, A Seber, IHB Massaut, LM Fogliatto, NN Gonçalves, RS Vasconcelos, S Vidor, C Souza, and V Funke
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Objetivos: Analisar os desfechos clínicos de pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) tratados com asciminibe. Métodos: Coletamos dados demográficos, histórico médico, tratamentos anteriores, resposta e eventos adversos de pacientes com LMC tratados com asciminibe fornecidos pelo programa de acesso de uso compassivo da Novartis (MAP). A data de corte desta análise foi julho/2024. Resultados: Entre agosto de 2018 e abril de 2024, 32 pacientes foram tratados com asciminibe. A idade mediana no diagnóstico da LMC foi de 43 (6-74); 19 (59%) eram do sexo masculino, 29 (90%) estavam em fase crônica, 6 (18%) eram de Sokal baixo risco, 8 (25%) intermediário, 9 (28%) alto risco; ELTS 16 (50%) risco baixo, 14 (43%) intermediário e 15 (47%) risco alto. A mediana de tempo entre desde o diagnóstico até o início do asciminibe foi de 66 meses (17-314). A mediana de idade dos pacientes ao iniciar a medicação foi 50,5 (14-78); 26 (81%) estavam em fase crônica, 4 (12,5%) em fase acelerada e 2 (6%) em crise blástica. Os pacientes receberam uma mediana de 3 (2-6) linhas prévias. Onze (34,3%) pacientes receberam duas linhas de terapia com inibidor de tirosina quinase (ITK) antes do asciminibe, 15 (46,8%) receberam 3 linhas e 6 (18,7%) 4 ou mais linhas, incluindo dois pacientes com transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) prévio. Resistência foi a indicação mais frequente para o uso de asciminibe (n = 28, 87,5%), 4 pacientes iniciaram por intolerância a outros ITK (12,5%). A maioria dos pacientes foi tratada com asciminibe 80 mg uma vez 40 mg duas vezes ao dia e pacientes com mutação T315I 200 mg duas vezes ao dia. Antes do asciminibe, 11 pacientes apresentavam mutações BCR::ABL1 (34%), 6/32 (18,7%) apresentaram a mutação T315I. Trez (40%) não apresentavam comorbidades cardiovasculares prévias. Cinco pacientes foram previamente expostos ao ponatinibe antes do asciminibe. A mediana de acompanhamento após o início do asciminibe foi de nove meses (1-75); cinco pacientes tiveram menos de seis meses de tratamento com asciminibe; 8 pacientes tiveram mais de 12 meses de tratamento. O tempo mediano de tratamento com asciminibe foi de 8,5 meses (1-75). No grupo total, a melhor resposta alcançada foi MMR ou respostas moleculares mais profundas (n = 7; 21,9%), MR2/resposta citogenética principal (n = 4;12,5%), resposta hematológica (n = 17; 53%); sem resposta (n = 3; 9,4%), um não avaliado. Treze pacientes (40%) apresentaram eventos adversos hematológicos (trombocitopenia ou neutropenia; grau 3 ou 4, n = 9; anemia = 1) e 7 (21,8%) eventos não hematológicos (náuseas, aumento de amilase, hipertensão, erupção cutânea). Não houve evento cardiovascular durante o tratamento. Em relação aos pacientes com mutação T315I, 3 tiveram resposta hematológica, um teve resposta hematológica com PCR < 1% e 2 não tiveram resposta. Dois evoluíram para crise blástica e três foram a óbito. No último acompanhamento, 24 (75%) dos pacientes ainda estavam em uso de asciminibe. Oito pacientes descontinuaram o tratamento por falha de resposta (25%). Cinco pacientes (15,6%) faleceram por progressão da doença (n = 3) ou sepse (n = 2). Discussão e conclusões: Asciminibe é um novo inibidor alostérico da tirosina quinase de terceira geração cujo alvo específico é o sitio do miristoil do ABL. É indicado para pacientes intolerantes ou resistentes a dois TKI, sem mutação T315I, mas ainda não é disponível no sistema público de saúde. Apesar do curto seguimento da presente coorte, asciminibe confirmou a sua eficácia e segurança nesta coorte de LMC altamente resistente. Não houve eventos cardiovasculares durante o tratamento com asciminibe. O manejo de pacientes resistentes a múltiplos TKI continua sendo um desafio.
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21. MUCOSITE ORAL E STATUS NUTRICIONAL EM CRIANÇAS SUBMETIDAS A TRANSPLANTE DE CÉLULAS HEMATOPOIÉTICAS: UMA COMPARAÇÃO ENTRE DOENÇAS PRIMÁRIAS NÃO MALIGNAS E MALIGNAS
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FG Castro, F Eduardo, GZ Netto, J Foloni, LM Bezinelli, L Correa, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Existem poucos trabalhos que analisam a associação entre Mucosite Oral (MO) e desequilíbrio nutricional em crianças durante o Transplante de Células Hematopoiéticas (TCH). O objetivo deste trabalho foi comparar os fatores de risco para a MO e o desequilíbrio nutricional durante o TCH em pacientes pediátricos com Doenças não Malignas (DNM) e Doenças Malignas (DM). Foram selecionados 132 prontuários de pacientes pediátricos com idades entre 0 e 18 anos, que foram submetidos a TCH, tratados no Centro de Transplante de Medula Óssea do Hospital Israelita Albert Einstein, entre os anos de 2012 e 2019. Foram coletados dados, incluindo dentre outras informações: idade, sexo, doença primária, tipo de transplante, regime de condicionamento, profilaxia para Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (DECH), toxicidade gastrointestinal, gradação de mucosite oral, porcentagem de perda e ganho de peso corporal, reposição nutricional e Sobrevida Global (SG). Os dados foram comparados entre pacientes com DNM (n = 70) e DM (n = 62). Observou-se que a MO teve gravidade semelhante entre os dois grupos. O principal fator de risco no grupo DNM foi o regime de condicionamento com bussulfano, enquanto no grupo DM foi a profilaxia para DECH com ciclosporina e metotrexato. A MO não teve impacto na perda ou ganho de peso corporal em nenhum dos grupos. No grupo DNM, o ganho de peso corporal devido à sobrecarga de fluidos foi mais pronunciado e associado a uma faixa etária menor. A OS foi semelhante entre os grupos e não foi afetada pela MO. Conclui-se que o padrão de MO foi semelhante em pacientes pediátricos com ou sem DM, mas os fatores que determinaram essas lesões orais foram diferentes. Houve disparidades nas mudanças de peso corporal entre os dois grupos, e essas mudanças não foram associadas à MO.
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22. DESENVOLVIMENTO DE UMA CÉLULA CAR NK CD70 DE SANGUE DE CORDÃO UMBILICAL CONTRA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
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EK Sousa-Vidal, C Ishihama-Suzuki, T Giove-Mitsugi, CC Oliveira-Barros, E Verhoeyen, JTC Azevedo, L Cardoso-Zanetti, RM Alves-Paiva, N Hamerschlak, and L Nassif-Kerbauy
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: Apesar do sucesso com a terapia utilizando células T que expressam receptor quimérico de antígeno (CAR-T) para malignidades hematológicas, o desenvolvimento de uma terapia eficaz para Leucemia Mieloide Aguda (LMA) continua sendo desafiador, devido à falta de antígenos específicos da LMA e sua grande heterogeneidade molecular. Entretanto estudos demonstram que o CD70 é um alvo promissor, pois está ausente em células progenitoras normais e é altamente expresso em blastos LMA. Vale frisar que o uso de células CAR T também enfrenta uma série de desafios como reações adversas e síndrome do enxerto contra o hospedeiro (DECH), por conta disso há um interesse crescente na utilização de células NK no desenvolvimento de células CAR prontas para uso, sem o risco de DECH. Além disso, a utilização de Sangue de Cordão Umbilical (SCU) amplia ainda mais a possibilidade de uma terapia prontamente disponível e alogênica. Sendo assim, o objetivo do nosso estudo foi desenvolver células CAR NK CD70 provenientes de SCU e testar sua função citotóxica contra linhagens celulares de LMA. Material e métodos: Isolamos células NK a partir de SCU criopreservados de doadores saudáveis. As células NK foram transduzidas com um vetor lentiviral pseudotipado com envelope Baboon-Less (BaEV-Less) carregando um construto CD70 CAR de quarta geração incorporando a interleucina 15. As células CAR NK CD70 foram expandidas e em seguida conduzimos ensaios in vitro de citotoxicidade por análise de Calceína AM utilizando proporções de células alvo:células efetoras (10, 5, 2, 1 e 0.5×104). Além disso, conduzimos um ensaio de liberação de citocinas IFNy e TNFα intracelular e degranulação contra as linhagens LMA alvo CD70+ OCI-AML2 e THP-1. Resultados: Após a transdução das células CAR NK de SCU, obtivemos taxas de transdução entre 20% e 25%, estável ao longo dos dias de manufatura, sem nenhum comprometimento de expansão e viabilidade celular durante o cultivo ex vivo , obtendo um um fold de expansão de 520. Na análise de função, o CAR-NK CD70 demonstrou potente citotoxicidade contra as linhagens tumorais OCI-AML2 e THP-1, sendo significativamente maior quando comparadas com as células controle NK não transduzidas (p < 0,01, n = 3). Por outro lado, quando em contato com células CD70 negativas, como a linhagem NALM6, não houve citotoxicidade além do basal, demonstrando que a lise celular foi antígeno-específica ao alvo CD70 (n = 3). Além disso, as células CAR NK CD70 também demonstraram uma aumento de produção significativa de IFNy, TNFα e CD107a quando em contato com seus alvos CD70+ (n = 3), o que não foi observado quando em contato com a célula CD70- NALM6 (n = 3). Experimentos in vivo estão sendo iniciados no momento para validação experimental. Conclusão: Nossos dados sugerem que as células CAR NK CD70 tem um alto potencial citotóxico e imunológico - antígeno específico, capaz de fazer o controle tumoral in vitro de células de LMA com expressão de CD70. Além disso, mostramos que o uso de células CAR-NK provenientes de SCU são uma possibilidade para uma terapia alogênica, “off the shelf ”, ampliando o espectro de terapias disponíveis para os pacientes de LMA.
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23. MATCHED-SIBLING, MATCHED-UNRELATED, OR HAPLOIDENTICAL TRANSPLANTATION FOR ACUTE LEUKEMIAS AND MYELODYSPLASIA IN BRAZIL: A PROSPECTIVE MULTICENTER STUDY IN COLLABORATION WITH THE CIBMTR
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LJ Arcuri, MN Kerbauy, VAR Colturato, P Scheinberg, GMN Barros, MCMA Macedo, VAM Funke, VG Zecchin, M Pasquini, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introduction: Matched-Sibling Donor (MSD) is considered the gold standard in Hematopoietic Cell Transplantation (HCT). However, for patients lacking an MSD, alternative options include a Matched-Unrelated (MUD) or Haploidentical (HAPLO) donor. Although MUD is an established procedure in Brazil, with the third-largest unrelated donor registry (REDOME), HAPLO with Posttransplant Cyclophosphamide (PTCy) is a novel procedure that has become extremely popular worldwide since the original report in 2008. Objectives: To compare outcomes of HCT using MSD, MUD, and HAPLO in Brazil. Methods: This is a registry-based multicenter prospective study including patients who underwent HCT with MSD, MUD, or HAPLO (with PTCy) donor for Acute Lymphoblastic Leukemia (ALL), Acute Myeloid Leukemia (AML), or Myelodysplasia (MDS) between 2018 and 2021. The data were reported to the Center for International Blood and Marrow Transplant Research (CIBMTR), which curated the database before providing it to us. Studied outcomes were Overall Survival (OS) and Graft-versus-host disease-, Relapse-Free Survival (GRFS). Survival curves were estimated with the Kaplan-Meier method and compared with the logrank test. Multivariable analysis was performed with Cox models. Multivariable models were selected based on the lowest AIC. This study was approved by the CIBMTR and by local Ethics Committees. Disclaimer: The CIBMTR has not yet reviewed or endorsed the results. Results: We included 513, 262, and 480 patients in the MSD, MUD, and HAPLO groups, respectively, with median follow-up times of 25-, 33-, and 24-months. MSD patients were generally older, and MUD patients had a longer time to transplant. Almost all MUD patients received ATG. Other variables were roughly balanced. Two-year OS was 58% for MSD, 61% for MUD, and HAPLO 54% (p = 0.03). In OS multivariable analysis, HAPLO was associated with inferior OS (HR = 1.30, p = 0.009) compared with MSD, while MUD was not significantly different (HR = 0.93, p = 0.58). Additionally, HAPLO was associated with lower OS compared with MUD (HR = 1.39, p = 0.007). Of note, results were poorer in older patients, those receiving peripheral blood (PBSC, HR = 1.21, p = 0.05), and higher DRI groups. Two-year GRFS was 27% for MSD, 37% for MUD, and 28% HAPLO (p = 0.05). In GRFS multivariable analysis, HAPLO led to inferior GRFS (HR = 1.19, p = 0.03) compared with MSD, with MUD showing no significant difference (HR = 0.95, p = 0.59). HAPLO also had a lower GRFS compared to MUD (HR = 1.26, p = 0.02). Discussion: Our results show that HAPLO's outcomes are slightly poorer compared to MSD or MUD. Some international reports have reached the same result, especially when MUD receives PTCy. Many factors may have influenced the results, two of the most obvious being the high prevalence of CMV in our population and the high genetic miscegenation in Brazil. Moreover, time-to-transplant was longer in MUD, indicating that there could be some kind of survival bias. Our series represents one of the largest in the world in a study conducted with the support of the CIBMTR. Conclusion: MUD transplants should not be systematically replaced by HAPLO in Brazil. However, in situations where the expected time to transplant with MUD donors is long, HAPLO can offer acceptable results, given the small magnitude of the effect and the possibility of survival bias in the MUD group.
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24. AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DO PROCEDIMENTO DE RASPAGEM E ALISAMENTO RADICULAR ENTRE OS DIAS D+90 E D+130 EM PACIENTES QUE REALIZARAM TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS ALOGÊNICO
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MJ Pagliarone, MA Costa, LMAR Innocentini, TC Ferrari, TCM Costa, CC Mesquita, MEP Corrêa, FP Eduardo, LM Bezinelli, N Hamerschlak, HS Antunes, MC Moreira, S Lermontov, ME Flowers, and LD Macedo
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: A doença periodontal, quando não controlada pode gerar resposta inflamatória sistêmica, além de ser foco de infecção por meio de bacteremias. O tratamento da doença periodontal realizado através de raspagem e alisamento radicular (RAP) gera bacteremias transitórias, porém é eficaz em reduzir a atividade da doença. Na literatura, não há dados que apontam a segurança de realizar RAP em pacientes que realizaram transplante de células tronco hematopoiéticas alogênico (alo-TCTH). Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar a segurança do procedimento de RAP entre os dias D+90 e D+130 em pacientes que realizaram alo-TCTH. Pacientes e métodos: Foi realizado um estudo multicêntrico, longitudinal, prospectivo, intervencional e randomizado que alocou os pacientes em dois grupos: controle e grupo de estudo. O grupo de estudo recebeu intervenção periodontal (RAP). Todos os pacientes, de ambos os grupos, foram submetidos a coleta de sinais vitais, hemocultura em sangue periférico e cateter e acompanhamento para ocorrência de complicações infecciosas (bacteremia, sepse, pneumonia) e uso de antibiótico, por 10 dias após o procedimento (grupo estudo), ou randomização (controle). O grupo controle fez uma única coleta (T0) de hemocultura, enquanto o grupo de estudo realizou 3 coletas em T0-pré RAP; T1-2 horas após a RAP e T2- 24 horas após a RAP. Resultados: Foram incluídos 216 pacientes, sendo 108 (50%) pacientes no grupo controle e 108 (50%) no grupo de estudo. Um total de 8 (7,4%) hemoculturas foram positivas no T0 do grupo controle, sendo 4 (3,7%) de sangue periférico e 4 (3,7%) de cateter. O grupo estudo apresentou 18 (14,8%) hemoculturas positivas nos 3 tempos de coletas: em T0 foram 4 (3,7%) de sangue periférico e 4 (3,7%) em cateter, em T1 foi 1 (0,1%) em sangue periférico e 1 (0,1%) em cateter e em T2 foram 4 (3,7%) de sangue periférico e 4 (3,7%) em cateter. Um total de 38 (17,8%) pacientes apresentaram complicações infecciosas nos primeiros 10 dias após RAP e coletas de hemocultura, desse número 30 pacientes tiveram hemocultura negativa em T0, sendo 13 do grupo controle e 17 do grupo de estudo. Não foram encontradas diferenças entre os grupos para hemocultura em T0 de sangue periférico (p = 1,00), hemocultura em T0 de cateter (p = 1,00), infecção nos primeiros 10 dias após RAP e coleta de hemoculturas (p = 0,47), pneumonia (p = 0,5) e uso de antibióticos (p = 1,00). Nenhum dos grupos apresentou bacteremia, nem sepse. Foi encontrada correlação entre hemocultura em T0 de sangue periférico e infecção (p < 0,001) nos 10 dias de acompanhamento do estudo e entre hemocultura em T0 de cateter e infecção em (p < 0,001) em ambos os grupos, bem como ocorreu correlação entre hemocultura em T2 de sangue periférico e cateter com infecção. Foi encontrada associação total entre hemocultura de sangue periférico de cateter (p < 0,001) em ambos os grupos. Conclusão: A realização de RAP em pacientes entre D+90 e D+130 pós alo-TCTH se mostrou segura adotando medidas preventivas como profilaxia antibiótica e monitoramento dos pacientes.
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25. FRATURAS ÓSSEAS SECUNDÁRIAS À TERAPIA COM FERRO ENDOVENOSO EM PACIENTES COM TELANGIECTASIA HEMORRÁGICA HEREDITÁRIA: RELATO DE CASOS
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AL Oliveira, ACLD Nascimento, FGB Chaves, LFBH Junior, CP Marques, AID Ennes, CFCS Filho, J Rays, JT Hidal, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: A telangiectasia hemorrágica hereditária (THH) é um distúrbio hemorrágico raro. Manifesta com malformação de vasos sanguíneos que resultam em sangramentos e anemia ferropriva. A reposição de ferro é necessária e a carboximaltose férrica (CMF) está sendo cada vez mais utilizada visto sua eficácia e posologia. Uma complicação relacionada à medicação é a hipofosfatemia causada pela hipersecreção do hormônio fator regulador de crescimento de fibroblastos 23 (FGF-23), podendo gerar lesões ósseas. Relatamos dois casos clínicos com diagnóstico de THH em uso frequente de CMF que apresentaram fraturas ósseas patológicas como evento adverso. Caso 1: Paciente masculino, 75 anos, realiza aplicações mensal de CMF há 6 anos. Evoluiu com queixa de dor em região do quadril e costelas a direita. Investigação com ressonância nuclear magnética (RNM) de quadril direito com fratura incompleta femoral; Tomografia computadorizada (TC) de tórax com fraturas costais mais evidentes no 1º e 2º arcos direitos, no 2º, 4º, 5º, 6º, 8ºe 10º arcos esquerdos e densitometria óssea com osteoporose. Exames laboratoriais com Paratormônio (PTH) pg/mL 51,2 (15-65); Calcio iônico (CAi) mmol/L: 1,26 (1,14 - 1,31); fosfatase alcalina (FAL) U/L: 152 (40-129); fósforo mg/dL: 1,2 (2,5 - 4,5); Creatinina mg/dL 0,83 (0,7 - 1,2); Vitamina D ng/mL: 44; eletroforese de proteínas normal. Caso 2: Paciente masculino, 56 anos, realiza aplicações de CMF a cada dois meses. Evoluiu com fraturas no 3º arco costal esquerdo e 6ºarco costal direito comprovada por TC de tórax; fraturas do táluse osso navicular direito descritas em RNM de tornozelo e densitometria óssea com osteopenia. Exames laboratoriais com PTH pg/mL: 68,9; Cai mmol/L: 1,19; FAL U/L: 358; Fosforo mg/dL: 2,1; Creatinina mg/dL: 0,87; Vitamina D ng/mL: 36; eletroforese de proteínas normal; FGF 23 kRU/L: 123 (26-110). Diante dos casos levantada hipótese de hipofosfatemia e fraturas ósseas induzidas pelo uso crônico da CMF. Realizada troca da formulação para Sacarose férrica e iniciado reposição de fósforo, vitamina D e cálcio. Discussão: A hipofosfatemia secundária a CMF está associada ao aumento do FGF-23, causando redução da reabsorção renal de fosfato e aumento da excreção urinária. A ativação da vitamina D também é inibida, induzindo a hipocalcemia leve e aumento da concentração de PTH. Níveis baixos de fosfato e cálcio prejudicam a mineralização do osso. Sugerem-se que os principais fatores de risco associados são aformulação do ferro e a dose cumulativa. Portadores de doença renal crônica são menos acometidos devido a menor taxa de filtração de fosfato. Embora não haja estudos com comparativos há descrição que a incidência de sintomas é maior com CMF do que com a sacarose férrica. É indicado a dosagem de fósforo para pacientes que realizam infusões frequentes de ferro e investigação de lesões ósseas na presença de sintomas. Diante do diagnóstico, a medida mais eficaz é interrupção da CMF e troca por outra formulação. É preconizado a reposição de fosfato, vitamina D, cálcio e seguimento clínico adequado. Conclusão: A terapia com CMF pode causar hipofosfatemia e, em alguns casos, induzir osteomalacia grave com fraturas múltiplas. É importante o reconhecimento das complicações relacionadas à medicação para oferecer prevenção e tratamento adequado ao paciente.
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- 2023
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26. RESULTS OF CONSERVATIVE INDICATION CRITERIA FOR FIRST-LINE TREATMENT IN CHRONIC LYMPHOCYTIC LEUKEMIA: INSIGHTS FROM THE BRAZILIAN REGISTRY OF CLL
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FM Marques, V Pfister, LLM Perobelli, V Buccheri, R Santucci, GN Ribeiro, N Hamerschlak, MV Gonçalves, CS Chiattone, and C Arrai-Rodrigues
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introduction: Chronic lymphocytic leukemia (CLL) exhibits diverse treatment requirements, with some patients receiving immediate treatment while others remain under observation. In 2008, the International Workshop on Chronic Lymphocytic Leukemia (IWCLL) established criteria for treatment indications, widely adopted in clinical practice and trials. The Brazilian Group of CLL (BGCLL) has been evaluating a more conservative approach to treatment indication performed in multiple centers, which avoids predefined cutoff levels for cytopenias and refrains from considering progressive lymphocytosis, extranodal involvement, or disease-related symptoms as isolated criteria. However, the safety and potential different outcomes of this conservative approach compared to the strict IWCLL criteria remain uncertain. Objective: This study aims to compare the outcomes of CLL patients without indication for treatment according to the BGCLL criteria, who were either treated or not based on the center's decision. Methods: We conducted a retrospective analysis of CLL patients enrolled in the Brazilian Registry of CLL, observed between January 2009 and July 2023, meeting the minimum data availability criteria for analysis and following IWCLL inclusion guidelines. Results: A total of 2412 patients from 43 centers were included. Among them, 1326 patients (55%) met the IWCLL criteria for treatment indication, while only 558 patients (23%) fulfilled the more conservative BGCLL indication. Of the 1254 untreated patients, 50 (20%) had a treatment indication based on IWCLL guidelines. Common indications for treatment initiation included cytopenias in 160 patients (64%), disease-related constitutional symptoms in 43 patients (17%), and symptomatic lymphadenopathy in 22 patients (9%). Non-treatment despite having an indication was attributed to BGCLL's more conservative criteria in 67% of cases, severe comorbidities in 6%, and death during follow-up in 27%. Among the 1158 treated patients, 93 patients (8%) received treatment despite lacking a treatment indication according to the IWCLL criteria. According to BGCLL's conservative criteria, 602 (52%) treated patients did not have a treatment indication. After a median follow-up of 58 months (range: 3-506), the overall survival (OS) was 70% at 8 years. Among patients without an indication for treatment according to BGCLL's conservative criteria, OS was significantly worse in treated patients (79%) compared to untreated patients (64%, p < 0.0001, figure 1). Conclusion: These real-world data demonstrate that a conservative approach in indicating first-line treatment for CLL is safe and associated with improved survival, possibly by mitigating toxicities and treatment-related complications such as clonal selection. Furthermore, this strategy may conserve resources, enhancing drug accessibility for a larger number of patients in clear need of treatment, particularly in low-income countries.
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27. NEXT GENERATION SEQUENCING AND CYTOGENETICS IN ACUTE MYELOID LEUKEMIA - THERAPEUTIC AND PROGNOSTIC IMPACT: A RETROSPECTIVE COHORT FROM A PRIVATE CENTRE OF REFERENCE IN LATIN AMERICA
- Author
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FGB Chaves, JD Rocha, LJ Arcuri, PV Campregher, FPS Santos, JZMD Nascimento, TS Datoguia, AID Ennes, EC Chapchap, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introduction: Acute Myeloid Leukemia (AML) is a prevalent and severe hematological disorder. Emergence of Next-Generation Sequencing (NGS) and karyotiping, has demonstrated associations between chromosomal abnormalities and mutations with worse treatment response and mortality in AML. Despite its evident importance in AML, application of these diagnostic methods poses new challenges. In Latin America, particularly, there is a clear limitation of data and studies regarding molecular and cytogenetic analysis in AML patients. Objectives: Provide an in-depth evaluation of the application of NGS and cytogenetic analysis in AML, identifying the impact of somatic mutations on AML morbimortality based on the experience of a reference center in Latin America. Methods: This is a retrospective, non-interventional cohort performed in Brazilian Hospital Albert Einstein. Inclusion criteria were adult patients diagnosed with AML between May 2017 and August 2022, who underwent myeloid panel testing through NGS and cytogenetic evaluation at diagnosis. Independent variables analyzed were age, gender, ELN 2022 prognostic risk, indication of bone marrow transplantation and molecular and cytogenetic risk at diagnosis. High cytogenetic risk was defined by the presence of at least one of the high-risk karyotype abnormalities described in ELN 2022 and high-risk NGS was defined by mutated ASXL1, BCOR, EZH2, RUNX1, SF3B1, SRSF2, U2AF1, ZRSR2, TP53 or FLT3. The primary outcomes evaluated were overall survival (OS) and progression-free-survival (PFS). Secondary outcomes were disease relapse and non-relapse-related mortality (NRM). Results: 64 patients were included in the study with a mean age of 62,7 years. 42 (65,6%) patients presented standard-risk karyotype, whereas high-risk karyotype was found in 22 (34,4%) patients. 73,4% individuals presented high-risk NGS mutations, with higher prevalence of rearrangements in RUNX1 (20,1%), FLT3 (18,7%) and TP53 (15,6%). After a median follow-up of 26 months, estimated OS was 73% in 1 year and 54% in 2 years. 1 and 2 years PFS was 63% and 45%, respectively. 11% relapsed after 1 year and 27% after 2 years. NRM was 25% and 28% after 1 and 2 years, respectively. High-risk karyotype was associated with a signficant reduction in overall survival (hazard ratio [HR] 2,27, 95% CI 1,09–4,70; p = 0,028) and progression-free-survival (HR 2,15, CI 1,23–4,11). There was no significant association between high molecular risk by NGS and OS (HR 1.45, 0.59-3.58) or PFS (HR 1.43, CI 0.65-3.13). Progressive age has discreetly impacted in OS (HR 1,05, CI 1,02-1,08), PFS (HR 1,03CI 1-1,05) and NRM (HR 1,06, CI 1,02-1,11; p = 0,002). No differences in outcomes were found between sex, ELN 2022 risk groups, and treatment with bone marrow transplantation. Conclusions: NGS and cytogenetic analysis have improved precision in prognosis prediction of AML patients of each patient, allowing safe implementation of appropriate individualized therapy. This study showed association between high-risk cytogenetics and worse prognosis in AML, but no association was observed between molecular risk and AML morbimortality. Further studies with a bigger population and longer follow-up should be conducted in order to better clarify and delve deeper into the results reported in this cohort.
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- 2023
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28. DESENVOLVIMENTO DE ÍNDICE PROGNÓSTICO PARA PACIENTES ADULTOS COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA NA REALIDADE NACIONAL
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EC Chapchap, AL Oliveira, MEAJ Cavalho, PEM Flores, VAQ Mauad, D Borducchi, FR Kerbauy, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
A Leucemia linfoblástica aguda (LLA) está associada a menor sobrevida global (SG) e livre de progressão (SLP) em adultos devido a múltiplos fatores de risco e menor tolerância aos protocolos de quimioterapia. A estratificação prognóstica influencia a escolha terapêutica, incluindo a indicação do transplante alogênico de células tronco hematopoiéticas (alo-TCTH). Com objetivo de determinar um índice prognóstico integrando os fatores de risco para sobrevida em LLA, foi realizada análise multicêntrica aplicando escore prognóstico estabelecido internacionalmente. Material e métodos: Estudo multicêntrico, retrospectivo, com revisão de 115 prontuários de adultos com LLA, incluindo variáveis de risco: idade, leucometria, classificação citogenética, DRM, alo-TCTH, desfechos clínicos e seguimento. O índice prognostico foi calculado individualmente e através de análise multivariada foram calculados os coeficientes odds ratio/ hazard ratio (HR/OR) com inclusão da idade e alo-TCTH. Posteriormente, os casos foram classificados em 3 categorias de risco prognóstico. Os métodos de regressão logística, modelo de Cox, Kaplan meier, logrank e regressão risco competitiva foram utilizados nas análises. Resultados: Dos 115 pacientes, 53,0% eram LLA-B; 21,7% LLA-T; 3,5% LLA-bifenotipica e 21,7%LLA-B Ph-positivo; média idade 41.6 anos; mediana leucometria 13.200/mm3; 19% com infiltração de sistema nervoso central; 38% citogenética de alto risco. Em relação ao tratamento, 56,4% (62/110) foram com protocolos inspirados pediatria, 21,8% não inspirados e 21,8% com inibidores de tirosina-quinase. Quanto a resposta, 44,1% (30/68) atingiram DRMneg pós indução e 65,6% (40/61) pós consolidação; 42% dos casos fizeram alo-TCTH em primeira remissão. Com mediana de seguimento de 1,7 anos, SG em 2 anos foi de 49% (95%IC 38-59%) e SLP de 41% (95%IC 30-51%). Incidências estimadas de recidiva e óbito por tratamento foram: 26% e 33%, respectivamente. Conforme índice prognóstico, pacientes foram estratificados em 3 grupos de risco, 26,7% (28/105) baixo, 34,3% intermediário e 39,0% alto. SLP 2 anos foi significativamente maior no grupo de baixo risco (68.2% - 95%IC 83.6-44.3%) em relação ao intermediário (46.8% - 95%IC 63.9-27.7%) e alto (20.9% - 95%IC 37.7-8.8%), p: 0.0001. Comparando tratamento, SLP 2 anos grupo tratado protocolos inspirados pediatria foi 45,4% versus outros 18,4%, p < 0.001. Nas categorias de risco intermediário e alto, SLP 2 anos no grupo alo-TCTH foi 52.4% (95%IC 71.8-33.4%) versus grupo quimioterapia: 13.9% (95%IC 32.1-3.2%), p: 0,004. Discussão: O índice de prognóstico modificado foi capaz de refinar a SLP esperada em cada categoria de risco, auxiliando no tratamento e indicação de alo-TCTH. Como limitações, trata-se de um estudo com amostra heterogênea, com centros de realidades distintas e seguimento relativamente curto. Os dados referentes a SLP no grupo alo-TCTH versus quimioterapia precisam ser interpretados com cautela, pois estão sujeitos a viés, uma vez o transplante seleciona um grupo mais favorável. É indicado validação em amostra maior e prospectivamente. Conclusão: A incorporação dos principais fatores de risco na LLA e o papel do alo-TCTH na realidade nacional, em um índice prognóstico para adultos pode estratificar de forma significativa a SLP dos pacientes em 3 categorias de risco e auxiliar na tomada de decisão clínica.
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- 2023
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29. IMUNOFENOTIPAGEM E ANÁLISE MOLECULAR NO DIAGNÓSTICO DE LEUCEMIA AGUDA DE FENÓTIPO MISTO: RELATO DE CASO
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LFBH Junior, RS Kojima, ACLD Nascimento, AID Ennes, JZMD Nascimento, JD Rocha, EC Chapchap, FPS Santos, TS Datoguia, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: A leucemia aguda de fenótipo misto (MPAL) representa 1 a 5% dos casos de leucemia e se refere à uma leucemia com expressão de duas linhagens simultaneamente, sejam elas B, T, ou mieloide. Essa entidade rara tem difícil diagnóstico e por meio desse relato de caso discutiremos o papel da imunofenotipagem e do painel genético como forma de diagnosticar e classificar a doença. Relato de caso: Paciente feminina 55 anos, antecedente de neoplasia de mama ressecado há 14 anos, com cansaço há 8 meses, sudorese noturna, epistaxe, sangramento gengival discreto e equimoses há 1 semana. Ao exame físico apresentava múltiplos linfonodos cervicais e lesões maculopapulares disseminados acastanhados. Hemograma da admissão demonstrava hemoglobina 10,1 g/dL, leucócitos 14.960 μL, presença de blastos 9.399 μL (67% do total de leucócitos, de porte pequeno/médio e citoplasma basofílico - ausência de bastonetes de Auer) e plaquetas 67.000 μL. Coagulograma sem alterações. Mielograma hipercelular à custa de 68,4% de células blásticas e basofilia (11,2%); a imunofenotipagem marcava CD45 de fraca expressão (70,2% do total de células), positivo tanto para marcadores de linhagem mieloides (cyMPO, CD13, CD33, CD117) quanto linfoide B (CD19, CD22 e CD79a). O cariótipo mostrava 46,XX,del(12)(p13p12)[20]. O FISH direcionado para alterações comuns na leucemia mieloide aguda (LMA) veio sem alterações, porém o FISH painel leucemia linfoide aguda (LLA) mostrou deleção do gene ETV6 (cromossomo 12p). A análise molecular para pesquisa de mutações evidenciou as mutações do NRAS e ETV6, já o painel linfoide molecular não encontrou anormalidades. Assim, foi confirmado o diagnóstico de leucemia aguda de linhagem ambígua mieloide/B e a paciente iniciou tratamento conforme protocolo HyperCVAD. Atualmente aguarda recuperação hematológica para avaliação pós indução e tem programação de consolidação com transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas. Discussão: A MPAL é uma entidade rara que por vezes pode ser subdiagnosticada quando não classificada adequadamente. Existem 2 classificações que se baseiam na imunofenotipagem para o diagnóstico da MPAL: critérios do Grupo Europeu de classificação imunofenotípica de leucemia (EGIL) e Organização mundial da saúde (WHO); Em ambas as classificações, necessitamos da expressão de marcadores definidores de mais de 1 linhagem caracterizar a leucemia como de fenótipo misto. De acordo com os critérios da WHO, podemos ainda subdividir em 2 categorias de acordo com o perfil molecular: MPAL com rearranjo do KMT2A e MPAL com t(9;22). Apesar da sobreposição de expressão de marcadores de linhagens diferentes, a literatura demonstra que os pacientes com MPAL se beneficiam com o tratamento utilizando protocolos para LLA e consolidação com transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas para pacientes selecionados. Conclusão: O manejo do paciente com MPAL envolve adequada avaliação diagnóstica por meio da imunofenotipagem, subclassificação dependente de análise molecular e tratamento baseado em protocolos para LLA. Diante da raridade da doença, mais estudos são necessários para melhor entendimento da sua biologia e melhor classificação de risco.
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- 2023
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30. SARCOMA MIELOIDE DIAGNOSTICADO ATRAVÉS DE BIÓPSIA DE ENDOMÉTRIO: UM RELATO DE CASO
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RS Kojima, LFBH Junior, BFC Galvão, ACLD Nascimento, AL Oliveira, FGB Chaves, AID Ennes, TS Datoguia, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: O sarcoma mieloide (SM) é uma doença rara, que consiste na proliferação extramedular de células mieloides imaturas. Pode se apresentar como uma doença isolada, ou, mais frequentemente, em pacientes com história de Leucemia Mieloide Aguda, neoplasia mieloproliferativa (NMP), síndrome mielodisplásica (SMD), NMP/SMD ou leucemia mieloide crônica em crise blástica. Pode manifestar-se em qualquer parte do corpo, sendo os sítios mais frequentes linfonodos, tecidos moles, testículos e pele. O diagnóstico de SM pode ser desafiador do ponto de vista clínico e anátomo-patológico. A seguir, relatamos um caso de sarcoma mieloide com apresentação em endométrio e apêndice cecal. Relato de caso: Paciente feminina, 40 anos, com histórico de carcinoma papilífero de tiroide em 2015 (tratado com tireoidectomia e iodoterapia), iniciou investigação de dor abdominal há 6 meses, sem sintomas constitucionais. Realizou ultrassonografia transvaginal evidenciando útero com dimensões aumentadas e textura miometrial difusamente heterogênea, complementada investigação com ressonância magnética de pelve e PET-CT que demonstraram lesão infiltrativa homogênea acometendo corpo, fundo e colo uterino, peritônio, serosa do reto e do fórnice vaginal posterior, ovários e apêndice cecal, múltiplas linfonodomegalias supraclaviculares e abdominais com aumento de atividade metabólica em PET. As biópsias das lesões endometriais, apêndice cecal, linfonodo supraclavicular esquerdo e peritoneal foram compatíveis com sarcoma mieloide. Complementada investigação com avaliação medular, sendo identificado no mielograma 3,2% de blastos mieloides, imunofenotipagem com 2,2% de células de população mieloide imatura e anômala e painel mieloide com presença de mutações em FLT3-ITD, NPM1 e IDH1. Iniciado protocolo de indução com Mitoxantrone-FLAG com Venetoclax com avaliação de resposta pós tratamento com PET-CT que evidenciou regressão das lesões infiltrativas e linfonodomegalias e sem captações. Após a realização do PET a paciente foi submetida a consolidação 1 no mesmo protocolo e, atualmente, está em uso de inibidor de FLT3 (midostaurin) como ponte até realização de transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas. Discussão: A prevalência do SM é descrita em torno de 2 a 8% dos casos de LMA, podendo ser confundida com outras entidades, como linfomas, neoplasias indiferenciadas e hematopoese extramedular. A imunohistoquimica é imprescindível para confirmação diagnóstica. A anormalidade citogenética mais relatada é a translocação t(8;21), sendo a inv(16) também presente em maior frequência. Do ponto de vista molecular, as mutações mais relatadas na literatura são NPM1, KIT, TET2, NRAS, FLT3-ITD e DNMT3A. Os SM primários sem doença intramedular tendem a apresentar piores curvas de sobrevida, já a nossa paciente apresenta infiltração medular e conforme descrito na literatura, tem melhor prognóstico quando comparado aqueles que não tem doença na medula. Os regimes quimioterápicos convencionais para LMA são utilizados nessas populações, já que a terapia localizada não demonstrou evitar progressão para LMA. Conclusão: O diagnóstico de sarcoma mieloide pode ser bastante desafiador, exigindo, ao diagnóstico, adequada análise anátomo-patológica. Quanto a estratificação de risco, é fundamental avaliação citogenética e molecular, e o seguimento deve ser realizado com exames de imagem.
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- 2023
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31. AN UPDATED OF PERIPHERAL T-CELL LYMPHOMA PATIENTS REGISTRY OF T-CELL BRAZIL PROJECT: A PROSPECTIVE COHORT ANALYSIS
- Author
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CS Chiattone, E Miranda, SS Medina, RLR Baptista, J Pereira, SAB Brasil, JV Tavares, KZ Cecyn, FL Nogueira, M Bellosso, DFC Farias, D Borducchi, NS Castro, S Nabhan, PPG Rakde, CCG Macedo, CC Vilarim, M Dias, E Negreiros, VLP Figueiredo, DV Clé, R Schaffel, RD Gaiolla, S Schusterschitz, T Fischer, GF Silva, Y Gonzaga, N Zing, AD Cunha-Jr, JTD Souto-Filho, S Mo, EFO Ribeiro, FB Duarte, RR Sousa, MAL Matedi, MD Pont, N Hamerschlak, G Perini, YS Rabelo, ND Bueno, P Cury, A Hallack-Neto, MT Delamain, M Federico, and CA Souza
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Objectives: T-cell Brazil project started in April 2017 focusing to collecting epidemiological and clinical data from the most frequent subtypes of PTCL, as an ambispective study collected diagnosis data from January 2015 to December 2022. Our goals were to obtain the frequency of subtypes and the clinical and biology characteristic from five Brazilian regions; besides to have a routine pathological revision and to evaluate the Overall Survival (OS), Progression-Free Survival (PFS) in 5 years of follow-up. Method: After 39 centers were approved by their Ethical Committee, they registered their cases using the REDcap Platform by Vanderbilt, being 63% public centers. Here, It was just analyzed a Prospective Cohort (PC), with diagnosis date from April 2017 to December 2022, a total of 461 cases. Descriptive analyses, Kaplan-Meier method, Log-Rank test to compare groups and Cox Regression to identify risk factor for OS using IBM-SPSS software v.24. Results: The median age was 52 years (18-92); 58% male; Almost 72% had advanced stages, 25% ECOG ≥ 2; the distribution of main subtypes was: 30% PTCL-NOS; 18% ALCL, ALK-; 14% ATL; 13% ENKTL-NT; 10.5% AITL; 5% ALCL, ALK+; 9.5% others. A median of follow up of 22 months (0-73), 55% pts were alive and 24-month PFS and OS were 36% and 49%, respectively. OS by main subtypes was 69% ALCL, ALK+; 61% ALCL, ALK; 50% PTCL-NOS; 44% ENKTL-NT; 41% AITL; 27% ATL. Cox regression showed ATL (HR 1.6, p = 0.008), ECOG ≥ 2 (HR 1.86, p < 0.0001) and Ann Arbor Stage III-IV (HR 2.06, p < 0.0001) as bad prognosis for OS; whereas for PFS were ATL (HR 1.9, p < 0.0001); ECOG≥ 2 (HR 1.53, p = 0.002); Ann Arbor Stage III-IV (HR 1.75, p = 0.001) and B symptoms (HR 1.36, p = 0.02). Discussion: PTCL make up approximately 10-15% of lymphoid malignancies and its frequency varies geographically. In Brazil, mainly due to its vast dimension, data collection has limitations and is subject to bias. This is the first experience cover all over the country, focusing also an educational and of interchanging experience network among the multidisciplinary health team in Brazil. Conclusions: Our initial target of 500 pts exceeded, hence the number of prospective cohort is getting close, because we are in a consistency data phase and probably more cases will be available after that. So, it is possible to make analyzes with PC. ATL and ENKTL-NT subtype presented more frequent of all, different of the Occidental countries, but similar with recent data from American Latin.
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- 2023
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32. LINFOMA DE ZONA MARGINA EXTRANODAL LOCALIZADO EM HIPÓFISE E LEPTOMENINGE: UM RELATO DE CASO
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FGB Chaves, AL Oliveira, ACLD Nascimento, RS Kojima, BFC Galvão, LFBH Junior, AID Ennes, GA Vieira, ACA Silveira, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: O linfoma de zona marginal (LZM) é uma doença linfoproliferativa pós centro germinativo, sendo o 2° subtipo mais prevalente de linfoma não Hodgkin B indolente. A apresentação ocorre nas formas nodal, esplênica e extranodal, sendo esta última presente em 2/3 dos casos. Sua evolução indolente torna o diagnóstico desafiador, em especial na ausência de achados sistêmicos. A doença extranodal é classicamente de localização gástrica, seguida pelas formas ocular e pulmonar. O acometimento de sistema nervoso central, por sua vez, é bastante infrequente, sendo em geral observado em linfomas agressivos e, nos poucos casos descritos para LZM, tem localização paquimeníngea. A seguir, relatamos uma apresentação rara de LZM, na forma de doença hipofisária e leptomeníngea. Relato de caso: Paciente masculino, 63 anos, em investigação de hipogonadismo e panhipopituitarismo. Procura urologista devido episódios de calafrios alternados com ondas de calor de 3 anos de duração. Identificada redução de testosterona e hormônios tireoideanos, sendo realizada reposição hormonal. Posteriormente, evolui com oscilação de níveis pressóricos até que, após episódio de crise hipertensiva e mal estar, interna para investigação. Realizada tomografia de crânio que identificou tumor de hipófise de 2,5 x 1,8 x 1,7 cm, suspeito de microadenoma hipofisário, submetido a ressecção cirúrgica total. Na análise anátomo-patológica, porém, observada presença de infiltrado linfoide difuso, que, aliada à imunohistoquímica, confirmou diagnóstico de linfoma de zona marginal extra-nodal. Paciente foi estadiado com PET-CT, negativo para captações anômalas, e exame medular, com achado de 10% de linfócitos B atípicos, possivelmente secundários a infiltração de doença. O exame de líquor evidenciou 88,4% de linfócitos B maduros com restrição de cadeia leve lambda, compatíveis com infiltração leptomenígea do linfoma. Diante de paciente oligossintomático, com diagnóstico de linfoma indolente de acometimento atípico de sistema nervoso central, definido por manter vigilância ativa, com controle periódico de doença com exame de líquor e imagem. Paciente atualmente encontra-se em bom estado geral, realizando seguimento ambulatorial. Discussão: Apresentamos caso de linfoma de zona marginal de localização e apresentação bastante rara, caracterizado por panhipopituitarismo decorrente de sítio extra-nodal hipofisário e leptomeníngeo de doença. Devido doença localizada, foi realizado tratamento cirúrgico exclusivo, através de ressecção de massa pituitária, e acompanhamento clínico. Os poucos casos descritos em literatura de LZM localizados em sistema nervoso central (SNC), demonstraram boa resposta à terapia localizada com cirurgia e/ou radioterapia, sem evidência de ganho de sobrevida ou resposta completa com inclusão de quimioterapia sistêmica. A vigilância ativa, em contrapartida, constitui opção válida e frequentemente recomendada na condução de casos de linfomas indolentes assintomáticos e de baixo risco clínico. Conclusão: A apresentação clínica e diagnóstico do linfoma de zona marginal ocorre de maneira bastante heterogênea e, embora extremamente incomum, a infiltração de sistema nervoso central pode estar presente, nas mais distintos sítios anatômicos. A alta suspeição diagnóstica é de suma importância, de modo a permitir a identificação precoce da doença e tratamento individualizado apropriado.
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- 2023
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33. T-CELL BRAZIL PROJECT: AN EXPLORATORY ANALYSIS OF EXTRANODAL SITES
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T Fischer, E Miranda, NS Castro, J Pereira, D Borducchi, SS Medina, SAB Brasil, DFC Farias, M Bellesso, JV Tavares, KZ Cecyn, R Schaffel, S Nabhan, FL Nogueira, RLR Baptista, FB Duarte, RR Sousa, MD Pont, CC Vilarim, CCG Macedo, AD Cunh-Junior, PPG Radtke, E Negreiros, N Hamerschlak, VLP Figueiredo, DV Cle, N Zing, M Dias, RD Gaiolla, YBM Gonzaga, JTD Sout-Filho, EFO Ribeiro, GF Silva, S Mo, G Perini, MAL Matedi, A Hallac-Neto, YS Rabelo, M Federico, CA Souza, and CS Chiattone
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Objectives: To evaluate number of extranodal (EN) sites in nodal PTCL lymphomas (PTCL-NOS, TFH and ALCL ALK+/ALK-) and its specific location as a surrogate for overall survival (OS) and progression free survival (PFS). Also generate hypothesis for further molecular analysis. Material and methods: T-cell Brazil project is a national, ambispective study of patients (pts) with histological diagnosis of PTCL diagnosed from January 2015 to December 2022. Approval for the study was obtained at the coordinating center (Samaritano Hospital – São Paulo) and at each participating center. Inclusion criteria was previously untreated patients age ≥ 19 years, with de novo PTCL lymphoma. Clinical information, initial therapy and response, subsequent therapies, along with survival status and cause of death were collected. Treatment outcome was determined by OS and PFS. REDcap Platform (by Vanderbilt) has been used to collect and store data and for analysis the IBM-SPSS v. 24 was applied. Kaplan-Meier method estimated the OS and PFS, whereas Log-Rank tests to compare its curves. This trial is registered at Clinical trials (NCT03207789). Results: Of 621 registered we selected 198 patients (pts) diagnosed with nodal PTCL with at least one EN involvement. Considering all 198 pts, there was a slight male predominance (63%); median age 53 years; 79% were staged III or IV; 81.5 were IPI 2 or more. Most frequently histology was PTCL-NOS (46%), followed by ALCL ALK+ (32%), ALCL ALK- (12.5%) and TFH (9.5%). The majority had B Symptoms (63%); 37.5% had Bone Marrow infiltration. The chemotherapy most frequently chosen were CHOEP (54.5%) followed by CHOP (19.5%); Transplant as consolidation was in 20% of the cases. Almost half of pts achieved complete response after first line (44%), although 38% relapsed. Cohort 1 (E N = 1) and 2 (EN 32) were similar regarding clinical characteristics, except, for stage III-IV (73% vs 96%; p
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- 2023
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34. INCORPORAÇÃO DE NOVOS FATORES DE RISCO AO IPI PARA REFINAR A ESTRATIFICAÇÃO PROGNÓSTICA DE PACIENTES HIV-POSITIVOS COM DIAGNÓSTICO DE LINFOMA NÃO-HODGKIN
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-
JC Vargas, EC Chapchap, AL Oliveira, JD Rocha, FGB Chaves, GF Perini, O Baiocchi, J Pererira, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: Os avanços na terapia antirretroviral (TARV) melhoraram o prognóstico de pacientes HIV positivos em curso de quimioterapia, porém os linfomas não Hodgkin (LNH) ainda afetam a mortalidade. O manejo de pacientes HIV-positivos com linfoma é complexo, pois as potenciais interações medicamentosas entre quimioterapia, TARV e imunossupressão deve ser manuseada, especialmente nos pacientes em quimioterapia intensiva e/ou uso de inibidor de protease/ritonavir (PI/r). Embora menos validado nesse contexto, o Índice Prognostico Internacional (IPI) pode predizer o prognóstico em pacientes HIV positivos, mas outros fatores de risco, como a contagem de CD4, número de sítios extra nodais, doença bulky podem impactar nestes pacientes. Objetivo: Investigar e incorporar novos fatores de risco ao IPI em pacientes HIV positivos com LNH. Material e métodos: Estudo multicêntrico retrospectivo que incluiu pacientes HIV positivos com LNH em 5 centros de São Paulo (HIAE 3.7%, UNIFESP 9.3%, ICESP 65.0%, IIER 18.7%, CPO 3.3%) no período de janeiro de 2000 até dezembro de 2019. Os pacientes foram agrupados de acordo com IPI, em seguida, potenciais fatores de risco detectados pela análise univariada foram incorporados e testados em conjunto com o IPI em análise multivariada para predizer os desfechos de sobrevida. Regressão logística, modelo proporcional de Cox, regressão de risco competitivo, Kaplan meier (log-rank) foram utilizados. As análises univariadas foram testadas pelo teste do qui-quadrado/fischer ou teste de Wilcoxon/t, de acordo com as características das variáveis. Resultados: 214 pacientes foram incluídos e classificados conforme o subtipo de linfoma: linfoma difuso de grandes células B (LNHDGCB) 126/214; Burkitt 79/214; outros subtipos de linfoma (anaplásico, folicular, LNH-T periférico) 9/214; 155/214 eram do sexo masculino, idade média de 43.1 anos (17-79), mediana de CD4 174; albumina média 3,58 g/dL; mediana DHL 529 U/L; mediana Beta-2-microglobuliina 3.1 mg/dL; ECOG≥2: 22.4% (48/214); Bulky 48.1%; 2 ou mais sítios extra nodais 40.8%; estádio Ann Harbor III/IV 88.3%; IPI escore: baixo I=33,6%; int-baixo II=30,8%; int-alto III=26,2%: alto IV=9,4%. Em 174 casos, esquemas quimioterápicos foram baseados em: CHOP 66,1%; Burkitt-like, não seria CHOP Like 28,7%; outros 5,2%. No seguimento mediano de 4,1 anos, a sobrevidas global (SG) e livre de progressão (SLP): 52,0% (IC95%: 59,1-44,3%) e 49.9% (IC95%: 57,0-42,2%). Na análise multivariada a albumina menor que 3.4 g/dL (HR 1.76 IC95% 1.09-2.83, p 0.020) e IPI HR: 1.30 (IC95% 1.05-1.63, p 0.019) impactaram significativamente SLP. Em relação ao CD4 < 200, houve uma tendência, HR:1.39 e p 0.12, mas não significante. No subgrupo com linfoma de Burkitt, massa bulky teve HR:1.81 (IC95% 0.97-3.35 p 0.061) e IPI HR:1.31 (IC95% 0.95-1.81 p 0.099). Incluindo albumina e contagem de CD4 ao IPI, um novo modelo estratificou os pacientes em 5 categorias com prognósticos distintos, SLP-4a: I=100%; II=67,6%; III=54,6%; IV=46,2%; V=30.3% (logrank p < 0,001). Conclusão: A incorporação da contagem de CD4 e albumina, ao escore do IPI, pode refinar o prognóstico de pacientes HIV com LNH. A equipe deve estar atenta com a interação IP/r e quimioterapia, especialmente nos protocolos mais intensivos e avaliar a mudança da TARV.
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35. DETERMINANTES CLÍNICOS DE MORTALIDADE PRECOCE APÓS TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE MEDULA ÓSSEA PARA LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA EM UM REGISTRO MULTICÊNTRICO BRASILEIRO
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DN Cysne, WF Silva, MN Kerbauy, I Colturato, ACA Maia, L Tucunduva, GMN Barros, VR Colturato, N Hamerschlak, and V Rocha
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: O Transplante Alogênico de Células-Tronco (TCTH) é uma terapia potencialmente curativa para Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA). Um grande desafio continua sendo a Mortalidade Relacionada ao Transplante (TRM), embora a taxa de mortalidade tenha diminuído. Nos países em desenvolvimento, pesquisas anteriores sobre TCTH destacaram que a mortalidade precoce está relacionada a resultados clínicos inferiores. É crucial identificar os fatores envolvidos na mortalidade precoce para melhores desfechos e cura. Diante disso, este estudo tem como objetivo investigar os fatores de risco associados à mortalidade precoce após TCTH para LLA em centros brasileiros. Métodos: Trata-se de uma coorte retrospectiva de pacientes com LLA ou ambígua leucemia de linhagem acima de 16 anos que realizaram o primeiro TCTH em 5 centros brasileiros entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017. A Mortalidade Precoce (MP) foi definida como morte dentro de 100 dias a partir do TCTH. A análise multivariada foi realizada por meio de regressão logística, baseada no critério de informação de Akaike para seleção do modelo. Um valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: 275 pacientes foram incluídos, a mediana de idade foi de 31 anos e 58,5% eram do sexo masculino. O cromossomo Ph foi relatado em 35% e a maioria dos pacientes estava em primeira remissão completa (66%). Doador aparentado HLA-idêntico (MSD), doador não-aparentado HLA idêntico (MUD), doador não-aparentado com Mismatch (MMUD), doador haploidêntico, e cordão umbilical foram relatados em 53%, 19%, 9%, 19% e 5%, respectivamente. A mediana de idade dos doadores foi de 31 anos e 54,4% eram do sexo masculino. A taxa de MP foi de 24,4%. Na análise univariada, os fatores que estiveram estatisticamente relacionados a MP foram: fonte de células (p < 0,001), KPS basal (p = 0,03), sexo (feminino vs. masculino, 16,7 vs. 27,9%, p = 0,03), status Ph-positivo (p = 0,03), doença refratária (p = 0,015), fonte de sangue de cordão umbilical (p = 0,01) e idade do doador (p = 0,08). Não houve diferença entre as taxas de MP comparando os centros públicos e privados (24,5 vs. 19%, p = 0,463). O melhor modelo multivariado incluiu gênero, estado de Ph, tipo de doador e idade do doador como variáveis finais para MP. Nesta coorte, o status Ph-positivo (OR = 2,83), a idade do doador (OR = 1,05) e o uso de MUD (OR = 3,68) foram independentemente associados à MP. Em relação à causa de MP, 69% foram relacionados à infecção, e 19,5% a DECH agudo. A MP foi maior em pacientes Ph-positivos sem remissão molecular importante (BCR-ABL ≥ 0,1% – 40% vs. 3,6%, p = 0,008). A incidência cumulativa de DECH aguda no dia 100 foi de 48,3% pela análise competitiva. Apenas 3 de 62 mortes no grupo MP foram devido à recidiva da doença. As demais mortes foram secundárias à infecção bacteriana (52%), seguido por DECH aguda (17,8%) e infecção fúngica (8,9%). Conclusão: Este estudo representa a maior análise no Brasil para avaliar precocemente a mortalidade nesse grupo de pacientes. Embora as características gerais dos pacientes foram semelhantes a análises prévias, a taxa de MP deste estudo foi maior do que em outras coortes. Notavelmente, fatores relacionados ao transplante, como a idade e o tipo do doador, além do status Ph-positivo, foram associados com MP, superando fatores previamente conhecidos como intensidade de condicionamento e o uso de TBI. Esses achados podem ajudar a melhorar a seleção de doadores no Brasil.
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36. EFEITO DA FOTOBIOMODULAÇÃO NAS ALTERAÇÕES DO PALADAR EM PACIENTES SOB TRANSPLANTE DE CÉLULAS HEMATOPOIÉTICAS: ESTUDO CLÍNICO RANDOMIZADO
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MH Ferreira, LM Bezinelli, FP Eduardo, FG Castro, MF Gobbi, RMG Lopes, N Hamerschlak, and L Corrêa
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
As alterações do paladar são um dos efeitos colaterais mais comuns observados imediatamente após o transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH). A fotobiomodulação (FBM), quando executada com dosimetria apropriada, pode modificar a circulação sanguínea, a transmissão nervosa e as células da mucosa oral, favorecendo redução da inflamação, estimulação de nervos periféricos e ativação celular. O objetivo primário deste trabalho foi verificar o efeito da FBM sobre a acuidade do paladar em pacientes sob TCTH; os objetivos secundários foram verificar se a FBM acarreta alterações no aspecto clínico das papilas linguais e se modifica a percepção do paciente quanto ao paladar em geral. Foram selecionados 85 pacientes sob TCH, os quais foram randomicamente divididos em: grupo placebo (n = 43) – pacientes sem FBM expostos ao equipamento laser, porém com o mesmo desligado; grupo intervenção (n = 42) – pacientes expostos a FBM. A intervenção consistiu em FBM (laser InGaAIP, 660 nm; 0.09 cm2 de área do spot; irradiação por ponto; 8 segundos por ponto; 100 mW; 1.1W/cm2; 8,8J/cm2 por ponto) realizada em borda lateral, base e ápice da língua (quatro pontos em cada região) durante todos os dias do TCTH, desde o início do condicionamento até a enxertia neutrofílica. Foi realizado teste de acuidade do paladar envolvendo os sabores doce, salgado, azedo e amargo, cada qual com duas soluções, uma menos e outra mais concentrada. Após o paciente experimentar cada solução, foi registrado o sabor e sua intensidade reportados pelo paciente. Esses testes foram feitos um antes da FBM (no período do condicionamento – T0) e dois após o início da intervenção (um executado no paciente em neutropenia – T1 e outro após a enxertia neutrofílica – T2). Em geral, independentemente da intensidade do sabor, observou-se que a intervenção acarretou maior frequência de acertos e menor risco de percepção errônea das soluções amargas, ácidas e salgadas, mas não da solução doce, tanto em T1 quanto em T2. Considerando a intensidade do sabor, em T1, a intervenção provocou redução significativa de ageusia dos sabores doce, amargo e salgado em baixas concentrações, de hipogeusia do amargo em altas concentrações e de disgeusia do azedo em baixas concentrações. Em T2, houve redução significativa da ageusia dos sabores amargo, azedo e salgado em baixas concentrações, de hipogeusia desses mesmos sabores em altas concentrações e de disgeusia do salgado em baixa e alta concentração. Concluiu-se que a FBM reduziu a frequência de ageusia, hipogeusia e disgeusia durante o tratamento de TCTH.
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37. ANEMIA APLÁSTICA ADQUIRIDA SECUNDÁRIA À INFECÇÃO PELO SARS-COV-2
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CP Marques, JMZD Nascimento, DCOS Lopes, LN Costa, ACV Lima, NF Centurião, LFS Dias, CLM Pereira, N Hamerschlak, and CMDBD Nascimento
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: A anemia aplástica adquirida (AAA) é uma condição rara, com alta morbidade. Em 70-80% dos casos é idiopática e ocorre por destruição das células tronco-hematopoiéticas por fenômeno autoimune. Com as terapias imunossupressoras e o transplante de medula óssea (TMO), a AAA teve excelentes resultados com taxas de sobrevida de 80% em 10 anos. Pode estar relacionada à outros mecanismos, como exposição a agentes tóxicos e infecções virais, especialmente vírus Epstein Barr, vírus de hepatite, HIV e parvovírus B19. A recente pandemia pelo vírus SARS-Cov-2 foi relacionada ao desenvolvimento de doenças autoimunes, corroborando a associação entre infecção viral e desbalanço imune. Apresentamos o caso de uma paciente, previamente hígida, que 60 dias após infecção pelo Sars-Cov-2 iniciou plaquetopenia, evoluindo para pancitopenia. Relato de caso: Paciente feminina, 29 anos, infecção pelo Sars-Cov-2 em agosto/20, quadro leve, sem necessidade de internação hospitalar. Em outubro/2020, apresentou equimoses persistentes, procurou atendimento médico, com os exames: Hb 11,5 g/dL; neutrófilos 1054/mm3 e 130.000/mm3 plaquetas, com conduta expectante nesse momento. Em janeiro/2021, com piora das equimoses e fadiga, retornou em atendimento com Hb 9,8 g/dL, neutrófilos 1278/mm3 e plaquetas 45.000/mm3. Iniciada investigação com sorologias para hepatites virais, HIV, sífilis, provas reumatológicas, vitamina B12, ácido fólico, função renal, hepática, tireoidiana e pesquisa de clone HPN, todos dentro da normalidade. Como tratamento, foi iniciado prednisona 1 mg/kg/dia e agendado retorno ambulatorial. Antes do previsto, procurou novamente atendimento por gengivorragia com plaquetas de 19.000/mm3, Hb 9,8 g/dL, neutrófilos 900/mm3 e Reticulócitos 46,536/mm3. Submetida a avaliação medular, com biópsia evidenciando hipocelularidade (cerca de 30%) com hipoplasia de todas as séries. O estudo imunofenotípico não mostrou proliferação de células imaturas, anômalas ou displásicas, cariótipo XX, FISH para síndrome mielodisplásica e DEB test negativos. Como pesquisas virais, citomegalovírus e parvovírus B19, além de RNA do vírus SARS-Cov-2 na extração de DNA em medula óssea, resultaram todos negativos. O diagnóstico de AAA foi estabelecido, evoluindo com piora progressiva da pancitopenia e necessidade de suporte transfusional recorrente. Apesar de candidata a transplante alogênico de medula óssea, a paciente não tinha irmãos e então, iniciado tratamento timoglobulina de coelho 3,5 mg/kg/dia por 5 dias, ciclosporina 10 mg/kg/dia e eltrombopag 150 mg/dia, além eritropoetina 40.000 UI/semana. O último exame de 29/06/2021 mostra resposta parcial a terapia estabelecida com Hb 11,7 g/dL, neutrófilos 1889/mm3 e 90.000/mm3 plaquetas. Conclusão: A AAA é uma condição que necessita de rápido diagnóstico e tratamento. O desbalanço imunológico, especialmente a hiperativação de linfócitos T citotóxicos CD8+, desencadeado por infecção viral pode ser gatilho para a condição em predispostos. Outros relatos semelhantes corroboram a associação temporal entre a infecção do SARS-Cov-2 e AAA. Sendo assim, consideramos importante compartilhar essa informação no meio científico.
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38. DOENÇA DE CASTLEMAN MULTICÊNTRICA VARIANTE DE PLASMÓCITOS HERPES VÍRUS-8 POSITIVO E COINFECÇÃO POR EPSTEIN-BARR EM PACIENTE HIV POSITIVO
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CLM Pereira, LFS Dias, NF Centurião, CP Marques, ACV Lima, LN Costa, JZMD Nascimento, DC Pasqualin, N Hamerschlak, and DCOS Lopes
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: A Doença de Castleman (DC) corresponde a um grupo heterogêneo de desordens linfoproliferativas que compartilham características histopatológicas em comum. É classificada em quatro tipos: unicêntrica (DCU), multicêntrica associada ao herpes vírus 8 (DCM-HHV8), multicêntrica associada ao POEMS e multicêntrica idiopática. O principal fator de risco para desenvolvimento de DCM-HHV8 é a imunodeficiência, sendo o HIV a associação mais frequente. Para o diagnóstico é necessária realização de biópsia de linfonodo, com três variantes histopatológicas: hialino-vascular, plasmocitária e mista. O quadro clínico é variável, sendo que a DCM-HHV8 e HIV positivo ocorre em indivíduos mais jovens e é mais associada a febre e esplenomegalia. A escolha do tratamento depende do tipo e da gravidade da doença. Há risco aumentado para doenças malignas secundárias, principalmente linfomas. Relato de caso: Homem de 37 anos, vivendo com HIV há 17 anos e em uso de terapia antirretroviral há 7 anos, com carga viral indetectável e contagem de linfócitos CD4 de 238/mm3. Apresentou quadro de plaquetopenia, febre e perda de peso, com investigação infecciosa inicial negativa. Realizou PET-CT com esplenomegalia e linfonodomegalias em cadeias cervicais, ilíacas e inguinais (SUVmáx 7,4). Evoluiu com rash cutâneo, piora da febre e sudorese noturna, sendo internado devido a hipotensão e hiperlactatemia. Houve melhora da pressão arterial e redução do lactato após troca do antirretroviral Abacavir por Tenofovir, quadro tal que é descrito como toxicidade do medicamento. Em exames laboratoriais, apresentava anemia, plaquetopenia, aumento de interleucina 6 (IL-6), aumento de desidrogenase láctica (DHL), ferritina elevada, PCR quantitativo para vírus Epstein-Barr (EBV) 171.197 cópias/mL e PCR para HHV8 detectado. Realizado mielograma com plasmocitose discreta (4,8%) e aumento da atividade macrofágica, imunofenotipagem sem alterações e biópsia de medula óssea com imuno-histoquímica negativa para HHV8 e EBV. Biópsia de linfonodo cervical esquerdo com hiperplasia linfoide folicular com moderada plasmocitose interfolicular, HHV8 positivo focalmente e hibridização in situ negativa para EBV, sendo compatível com Doença de Castleman variante de plasmócitos. Iniciado tratamento com metilprednisolona e introduzido rituximabe semanal. Após a primeira semana da terapia instituída, paciente evoluiu com melhora clínica e laboratorial expressivas. Discussão e conclusão: Relatamos aqui o caso de um paciente HIV positivo com diagnóstico de DCM, que apresentou PCR sérico positivo para EBV e HHV8, com imuno-histoquímica de biópsia excisional de linfonodo positiva para HHV8 e hibridização in situ negativa para EBV. A associação do HHV8 e do HIV com a DC já é bem estabelecida, porém a associação com a infecção pelo EBV não é clara na literatura, com poucos estudos realizados e resultados divergentes. Na histopatologia deste caso caracterizou-se imagem clássica de DC e foi classificada como variante de plasmócitos, que é a mais comum encontrada na DCM-HHV8. O paciente relatado apresentou excelente resposta inicial ao tratamento, conforme descrito na literatura, com aumento da sobrevida global em 5 anos de 33% para 90% na era rituximabe. Infelizmente, o paciente se recusou a continuar o tratamento, evoluiu com progressão de doença e perda do seguimento subsequente.
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39. ANÁLISE DE PACIENTES IDOSOS ACIMA DE 85 ANOS COM LINFOMA AGRESSIVO OU LEUCEMIA AGUDA TRATADOS COM QUIMIOTERAPIA
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CLM Pereira, LFS Dias, NF Centurião, CCP Feres, LLC Teixeira, MN Kerbauy, GF Perini, LJ Arcuri, PMR Souza, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: Com o envelhecimento progressivo da população, vem aumentando também a incidência de diagnóstico de doenças onco-hematológicas agressivas em idosos. Há dificuldade de tratamento devido a comorbidades, disfunções orgânicas e alterações no metabolismo das drogas. Objetivos: Avaliar o perfil dos pacientes idosos acima de 85 anos com diagnóstico de linfoma agressivo ou leucemia aguda tratados com quimioterapia, avaliando resposta ao tratamento, morbimortalidade e toxicidade. Material e métodos: Estudo multicêntrico, retrospectivo, de coleta de dados do prontuário eletrônico. Critérios de inclusão: idade ao diagnóstico ≥ 85 anos, diagnóstico confirmado de linfoma agressivo ou leucemia aguda de quaisquer subtipos, tratamento com quimioterapia intensiva realizado no Hospital Israelita Albert Einstein ou no Hospital Municipal Vila Santa Catarina entre 2014 e 2021. Critérios de exclusão: tratamento realizado com imunoterapia isolada ou paliação ao diagnóstico. Resultados: Foram avaliados 11 pacientes, com idade mediana de 88 anos (85-98), sendo dez diagnosticados com linfomas agressivos (5 linfomas difusos de grandes células B, 1 linfoma folicular grau 3B, 2 linfomas indolentes transformados, 1 linfoma T periférico e 1 linfoma de Hodgkin) e um com leucemia linfoblástica aguda Philadelphia positivo. O número médio de comorbidades relatadas foi três, sendo a mais comum hipertensão arterial sistêmica. Eastern Cooperative Oncologic Group (ECOG) variou de 0 a 3, com mediana de 1. Todos os pacientes foram submetidos à quimioterapia intensiva, sendo que 8 dos 11 pacientes (72,7%) realizaram protocolos adaptados para idosos ou ajustes de doses (6 R-miniCHOP, 1 AVD ajustado para função renal, 1 EWALL do idoso) e três receberam doses completas dos medicamentos de protocolos padrões (1 R-bendamustina, 1 R-CHOP e 1 CEOP). Durante o tratamento, 63,6% apresentaram algum tipo de evento adverso ou complicação relacionada ao tratamento, sendo neutropenia febril em 18,2%, quadros trombóticos em 18,2%, hiperglicemia em 18,2%, infecção sem neutropenia em 9,1% e neuropatia grau 3 com miopatia em 9,1%. 8 pacientes (72,7%) apresentaram resposta completa e 3 pacientes (27,3%) evoluíram com progressão de doença e consequente óbito. O fator que mais se associou a sobrevida global (OS) e livre de progressão (PFS) em um ano foi o ECOG > 1, com OS 100% vs. 50% (p = 0.02) e PFS 100% vs. 25% (p = 0.02). Discussão: Na literatura encontramos que essa subpopulação de pacientes idosos tem menor sobrevida, menor taxa de resposta e mais toxicidade. Não há consenso do tratamento padrão para pacientes muito idosos, sendo importante a adaptação individualizada, analisando diversos fatores associados ao paciente e à doença, e não apenas a idade. Na nossa amostra, encontramos pacientes que apesar de idade muito avançada e presença de comorbidades, tinham bom performance status, toleraram o tratamento e obtiveram resposta completa. Conclusão: Apresentamos neste trabalho a avaliação de pacientes muito idosos com doenças onco-hematológicas agressivas. Apesar da pequena amostra, julgamos importante compartilhar nossos resultados com a comunidade científica para auxílio no manejo desses pacientes.
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40. DADOS DE MUNDO REAL DE PACIENTES COM LINFOMA PRIMÁRIO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL EM HOSPITAL TERCIÁRIO DE SÃO PAULO
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NF Centurião, LFS Dias, CP Marques, CL Moura, LLC Teixeira, MN Kerbauy, LJ Arcuri, CCP Feres, GF Perini, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: O linfoma primário do sistema nervoso central (LPSNC) é uma neoplasia linfoide rara, com acometimento extranodal exclusivo, com predomínio em pacientes idosos. Geralmente o tumor é altamente proliferativo, sendo que 90% dos casos podem ser considerados como Linfoma Difuso de Grandes células B (DLBCL). Pelo algoritmo de Hans para definição da célula de origem, a maioria dos PCNSL seriam considerados como não-centro germinativo. Como ainda não há dados significativos de PCNSL na América Latina, estudos de vida real tornam-se importantes, a despeito da heterogeneidade de terapias. Objetivo: Descrever as características clínico-epidemiológicas, tratamentos utilizados e desfechos de pacientes diagnosticados com LPSNC, no período de 2013 a 2021 em hospital terciário particular de São Paulo. Métodos: Estudo multicêntrico, retrospectivo. Os dados foram obtidos através do prontuário eletrônico. Critérios de inclusão foram diagnóstico e tratamento de LPSNC em nossa instituição entre 2013 e 2021. Como critério de exclusão, envolvimento secundário de sistema nervoso central (SNC) por linfoma ou infecção por HIV. Resultados: No período, 12 pacientes foram diagnosticados com LPSNC. Dois foram excluídos (um não apresentava critérios de inclusão e outro recebeu apenas paliação devido à baixo performance status). A idade média foi de 64 anos com predomínio do sexo masculino (70%) e ECOG entre ≤ 1 (80%). A maioria (80%) dos pacientes apresentavam lesão apenas em encéfalo, sem acometimento de líquor ou medula espinhal e metade (50%) dos pacientes sofreu ressecção quase completa de lesão no diagnóstico. O protocolo de tratamento mais utilizado (80% dos casos) foi metotrexato, temozolamida e rituximab (MTR) com dose padronizada na literatura ou modificada (modificações mais comuns: redução da dose de metotraxato para 1,5 g/m2 e aplicação de rituximab 375 mg/m2 divididos nos dias 1, 10 e 20 e uso da temozolamida na dose de 150 mg/m2 nos 7 primeiros dias de ciclos de 28 dias). O follow-up mediano foi de 1,5 anos e as sobrevidas global (OS) e livre de progressão (PFS) em 2 anos foram de 86% e 43%, respectivamente. 30% dos pacientes receberam consolidação com transplante autólogo de medula óssea (destes, 2/3 em primeira remissão). Dos 6 pacientes que reicidivaram (60% da população estudada), quatro (66%) realizaram quimioterapia de resgate (protocolo MATRIX e ICE, em um paciente cada, e IVAC em dois pacientes) com apenas um óbito (relacionado a infecção secundária a imunossupressão pelo protocolo MATRIX). Dois pacientes receberam radioterapia em SNC, sendo apenas um como terapia de resgate após recaída de doença. Ambos apresentaram sequelas neurológicas após (perda de memória e alteração comportamental). Discussão: Trazemos a análise de dez pacientes com diagnóstico de LPSNC tratados em nosso serviço, que ainda sofre com ausência de padronização de um tratamento com boa taxa de resposta a longo prazo. Contudo, a PFS e a OS foi semelhante a de outros estudos com uso de esquemas semelhantes, como as do estudo Alliance 50202 (PFS=57% e OS=78%). Devido a raridade do PCNSL, apenas 4 estudos fase 3 foram realizados nesta doença, sendo a maioria dos dados baseados em estudo fase 2 ou de mundo real. Conclusão: Devido ao prognóstico ruim destes pacientes, estes dados servem para corroborar a necessidade médica não atendida de tratamentos mais eficazes.
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41. O PAPEL DO TRANSPLANTE NOS LINFOMAS DE CÉLULAS T: DADOS PRELIMINARES DO PROJETO T-CELL BRASIL
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CS Chiattone, MT Delamain, ECM Miranda, J Pereira, DLC Farias, S Nabhan, M Bellesso, N Hamerschlak, N Zing, N Castro, G Ribeiro, RLR Baptista, Y Gonzaga, R Gaiolla, A Cordeiro, R Schaffel, JTD Souto-Filho, E Negreiros, A Hallack-Neto, EFO Ribeiro, CC Vilarim, CCG Macedo, SAB Brasil, SKG Mo, AD Cunha-Junior, P Cury, KZ Cecyn, G Duffles, M Federico, and CA Souza
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: O papel da terapia de altas doses (TAD) seguida pelo transplante de células tronco periférico (TCTP) autólogo como consolidação é ainda muito discutido para os pacientes com Linfoma de células T periféricas (LCTP), ou seja, não há consenso atualmente sobre o gerenciamento ideal para o tratamento de primeira linha, principalmente devido ao viés de seleção de pacientes e das amostras pequenas nos estudos. Da mesma forma, com a disponibilidade de novos medicamentos, o uso TAD seguida de TCTP na consolidação ou salvamento deixou de serem as únicas opções disponíveis. Assim, nosso objetivo é descrever e verificar os resultados desses procedimentos e compreender o papel da TAD seguida de TCTP nestes pacientes. Métodos: Entre janeiro de 2015 e julho de 2021, 414 pacientes foram registrados por 34 centros brasileiros; destes 374 tinha informação disponível das terapias usadas. Um total de 70 (18.5%) casos foi submetido ao TAD seguido TCTP e este grupo é o foco deste estudo. Sobrevida global (SG) foi calculada a partir da data do diagnóstico até a data da última visita ou data de óbito. A sobrevida livre de progressão (SLP) da data do diagnóstico até data do 1° evento ou última consulta. Para o grupo de salvamento (TCTP-S) foi calculado a SLP considerando a data do TCTP até a data da última consulta ou 1° evento, sendo o evento progressão ou morte. Resultados: A mediana de idade dos pacientes transplantados foi de 51 anos (20-75), 37 (53%) sexo masculino, 20% teve performance status > 1; 60% apresentaram sintomas B e 67% teve algum sintoma relacionado à doença. 73% apresentou estadio III/IV; 16% dos casos tinham envolvimento extranodal > 1 e 17% tinham doença com bulky; Os subtipos mais frequentes foram 39% Linfoma de células T periféricas não especificado; 28% Linfoma de grandes células T anaplásicas, ALK- e 17% Linfoma angioimunoblástico. O grupo TCTP-C teve 54 pacientes e o status da doença antes do procedimento foi 50 (92,5%) casos com RC e 4 RP (7,5%); o TCTP-S foi realizado em 18 casos e 2 pacientes foram transplantados em ambos os momentos. Em relação ao tipo de TCTP, na consolidação, foram realizados 48 autólogos e 6 alogênicos, enquanto no salvamento foram 13 autólogos e 5 alogênicos. Após uma mediana de seguimento de 23 meses (4-77) para o grupo TCTP-C e 25 meses (6-43) para TCTP-S, a SG do grupo com TCTP-C foi de 81% (IC 95% 69-93%) e 71% (IC 95% 24-88%) para o TCTP-S, P = 0.16; A SLP foi de 61% (IC 95% 45-77%) e 7% (IC 95% 0-19%), respectivamente, p < 0,0001. Analisando o grupo TCTP-S, a resposta após o TCTP foi 4 (22%) RC, 1 (5,5%) RP, 3 (16,5%) doença estável, 5 (28%) progressão e 5 (28%) morreram. A mediana de seguimento foi 10 meses (1-23), e a SG-S foi 54% e 56% SLP-S em dois anos. Conclusões: De acordo com os dados da literatura, o TCTP pode indicar um controle em longo prazo para o LCTP alcançando uma estabilização após 5 anos e nossos dados apresentam curvas de 3 anos para o grupo consolidação, sugerindo que este procedimento é uma boa opção para melhorar os resultados finais. (Número do Clinical trials: NCT03207789).
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42. SÉRIE DE CASOS DE PACIENTES COM NEOPLASIA PLASMABLÁSTICA: DIAGNÓSTICO RARO, AGRESSIVO E DESAFIADOR
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LFS Dias, MN Kerbauy, DCOS Lopes, NF Centurião, CLM Pereira, CP Marques, ACV Lima, LN Costa, JZMD Nascimento, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: Neoplasias plasmablásticas (NPB) são doenças raras e desafiadoras, tanto pela dificuldade diagnóstica quanto pela escassez de recursos terapêuticos eficazes. Dentre os principais diagnósticos diferenciais estão mieloma plasmablástico, plasmocitoma plasmablástico e linfoma plasmablástico (LPB), com grande sobreposição de características morfológicas e imuno-histoquímicas entre estas entidades. Objetivo: Descrever diagnóstico desafiador de 6 pacientes com NPB a as estratégias terapêuticas utilizadas. Descrição dos casos: Dos 6 pacientes, 3 foram diagnosticados com LPB, 2 com mieloma PB e 1 com plasmocitoma PB. Apenas um dos casos ocorreu em pessoa mais jovem, de 45 anos, os demais tinham acima de 72 anos, o que é compatível com os dados de literatura, uma vez que NPB estão relacionadas com imunossupressão ou com imunosenescência. Nenhum paciente tinha sorologia para HIV positiva. A diferenciação de LPB pode ser decorrente de um linfoma transformado, como foi o caso de um dos pacientes do sexo masculino de 74 anos que tinha diagnóstico prévio de leucemia linfocítica crônica. Foi iniciado tratamento com R miniCHOP (Rituximab, ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina, prednisona) e Ibrutinib, porém ele morreu 13 dias após por sepse. Nos outros dois pacientes, o linfoma já erá PB desde o início. Um dos pacientes era homem de 76 anos com obstrução nasal, sendo tratado com V-DA-EPOCH (Bortezomib, Etoposídeo, Prednisona, Vincristina, Ciclofosfamida, Doxorrubicina) por 6 ciclos, associado a 4 quimioterapias intratecais (QT IT), com remissão de doença. A outra paciente com LPB era mulher, de 79 anos, que se apresentou com linfonodomegalia inguinal e perda ponderal. Realizou 2 ciclos de V-CHOP e QT IT, porém PET interim veio Deauville 5, sendo optado por trocar tratamento para Bortezomib, Daratumumab e Dexametasona. Uma das pacientes com mieloma PB, com mais de 95% de plasmócitos na medula óssea, teve quadro clínico inicial de linfonodomegalias em tórax associada à dispneia e sudorese noturna, apresentação que seria mais esperada para linfoma. Esta paciente recebeu V – Da – EPOCH. Também tivemos o cenário de idosa de 75 com massa em retroperitôneo, que não fechava critérios para LPB nem para mieloma PB, cujo diagnóstico final foi plasmocitoma PB. Iniciado tratamento com radioterapia e prednisona na dose de 1 mg/kg, sem resposta, seguido de esquema com Bortezomib, Ciclofosmida e Dexametasona, ao qual também houve refratariedade. Trocado para Daratumumab, Bortezomib, Melfalano, Prednisona (Dara-VMP) associado a talidomida, sendo suspenso após 3 ciclos novamente por falta de resposta. Diferenciar linfoma de mieloma PB pode ser desafiador. Os LPB geralmente causam linfonodomegalias, tem relação com infecção por Epstein Bar e na imunohistoquímica expressam MUM1. Conclusão: Nosso atual entendimento acerca de NPB baseia-se em relatos de caso. Descrevemos aqui desafios diagnósticos e terapêuticos em pacientes com neoplasias raras e agressivas. Como esses tumores expressam CD38 e CD138, optamos por associar drogas comumente utilizadas para mieloma, como Bortezomib e Daratumumab. Maior aprofundamento no estudo e pesquisa desta patologia é necessário e, consequentemente desenvolvimento de novas linhas de tratamento que proporcionem melhores desfechos.Palavras-chave: Plasmocitoma; Linfoma Plasmablástico; Mieloma Plasmablástico; Tratamento; Prognóstico.
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43. APLICAÇÃO DO SCORE PROGNÓSTICO DIPSS-PLUS EM PACIENTES PORTADORES DE MIELOFIBROSE PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA DE DUAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS BRASILEIRAS
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R Centrone, LFS Dias, LC Travassos, TS Datoguia, M Bellesso, A Alves, N Hamerschlak, R Santucci, and FPS Santos
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: Mielofibrose é uma rara neoplasia mieloproliferativa crônica de apresentação clínica e prognóstico extremamente heterogêneos. A aplicação de scores prognósticos têm demonstrado grande impacto nas decisões e respostas terapêuticas. Assim, elaboramos um estudo com a finalidade de analisar o impacto prognóstico do escore de risco DIPSS-Plus. Material e métodos: Foram levantados dados clínicos de pacientes com mielofibrose, acompanhados em dois serviços de saúde privada de São Paulo. Com base em características clínicas e laboratoriais, foi aplicado score prognóstico DIPSS plus ao diagnóstico em pacientes portadores de Mielofibrose primária e secundária. Dados da distribuição do DIPSS-Plus em pacientes com mielofibrose foram extraidos do manuscrito da Mayo Clinic (Gangat N et al., J Clin Oncol 2011). Comparação entre proporções foi feita com método de Fisher. Sobrevida estimada pelo método de Kaplan-Meier. Comparação de curvas de sobrevida com o método logrank. Resultados: Foram avaliados dados de 115 pacientes com diagnóstico de Mielofibrose primária e secundária. A mediana de idade ao diagnóstico foi de 66 anos com discreta prevalência do sexo masculino (56,52%). A maioria dos pacientes apresentava mielofibrose primária (71,2%), sendo os demais casos divididos entre mielofibrose pós-Trombocitemia Essencial (15,3%) e pós-Policitemia Vera (13,5%). Noventa e seis pacientes puderam ser classificados pelo escore DIPSS-Plus, com os pacientes distribuidos da seguinte forma nas categorias de risco: baixo risco (11,5%), Intermediário-1 (20,8%), Intermediário-2 (40,6%) e Alto risco (27,1%). Não houve diferença significante nesta distribuição em comparação com os casos da Clínica Mayo (p = 0.61). A mediana de sobrevida global não foi atingida nos grupos Baixo e Int-1, e foi de 36,6 meses e 29,2 meses nos grupos Int-2 e Alto risco, respectivamente (p = 0.0017 por logrank). Discussão: Mielofibrose é uma rara neoplasia mieloproliferativa crônica de apresentação clínica e prognóstico extremamente heterogêneos. A aplicação de scores tem demonstrado grande impacto na avaliação prognóstica bem como nas decisões e respostas terapêuticas. Resultados de estudos observacionais, como o fase 3b JUMP, demonstraram que as melhores taxas de resposta com ruxolitinibe são obtidas em pacientes com risco baixo e Int-1 pelos DIPSS (43,1% x 30,6% quando comparados com pacientes de risco Int-2/Alto, uma taxa de resposta ajustada 0,65 [95%CI 0,44-0,95]). Além disso, pacientes com risco mais elevado e elegíveis para transplante de medula óssea podem ser encaminhados para esse procedimento, quando factível. Apesar da importância da estratificação de risco em mielofibrose, na coorte brasileira do estudo Jump, 59,6% dos pacientes não tinham sido classificados no momento do recrutamento. O escore DIPSS-Plus foi desenvolvido pela Clínica Mayo e acrescenta maior complexidade ao escore DIPSS, incluindo informações de citogenética. Nossa população de pacientes apresentou distribuição de grupos de risco semelhante ao manuscripto publicado pelo grupo da Clínica Mayo. Como esperado, pacientes com risco mais elevado tinham sobrevida de curta duração. Conclusão: O escore de risco DIPSS-Plus é ferramenta adequada para uma estratificação dinâmica do paciente com mielofibrose e se torna fundamental na decisão terapêutica, como demonstrado nessa população brasileira.
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44. PERFIL MOLECULAR DOS PACIENTES COM MIELOFIBROSE ATENDIDOS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA ENTRE 2010 A 2020: A ANÁLISE DO CARIÓTIPO E DO PAINEL MIELOIDE INTERFERE NO TRATAMENTO?
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LFS Dias, NF Centurião, CLM Pereira, MN Kerbauy, LN Kerbauy, LJ Arcuri, TS Datoguia, PV Campregher, N Hamerschlak, and FPS Santos
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: Alterações genéticas identificadas por painel mielóide são determinantes no desfecho dos pacientes com mielofibrose (MF) e são cada vez mais utilizados, sendo incorporados aos sistemas prognósticos formais, como MIPSS7-+ e GIPSS. MF está associada à presença de 3 mutações cardinais as quais geralmente são mutualmente excludentes: JAK2 V617F, CALR e MPL. Somente 10% dos pacientes são negativos para essas três mutações, e estes apresentam menor sobrevida e maior risco de progressão para leucemia mieloide aguda (LMA). Determinar os fatores de risco para evolução desfavorável em pacientes com MF é de suma importância para se desenvolver estratégias para prevenir desfechos adversos. Objetivo: Analisar o cariótipo e o painel mieloide realizado por next-generation sequencing (NGS) dos pacientes com MF. Métodos: Estudo retrospectivo, unicêntrico, que incluiu pacientes com diagnóstico de MF que foram atendidos e realizaram cariótipo e NGS no Hospital Israelita Albert Einstein entre 2010 e 2020. Resultados: Foram avaliados 104 pacientes com MF, sendo excluídos quem não realizou exames em nosso serviço, com o total de 69 pacientes incluídos. Destes 69, 56 realizaram cariótipo em nosso serviço e 22 painel mieloide por NGS. O cariótipo estava normal em 60% dos pacientes e alterado em 40% (alterações mais prevalentes: trissomia do 8,22%, deleção do 20, 22%, deleção do 5, 18%, deleção do 9, 13%, trissomia do 9, 13%, e monossomia do 7 e 17, 9% cada). Foi realizada separadamente a pesquisa das mutações cardinais JAK2, CALR e MPL em 45 pacientes, sendo encontrada a prevalência de 82% de JAK2, 13% de CALR e 4% de MPL. Entre os 22 pacientes com NGS, as seguintes variantes estavam presentes: JAK2 (54%) ASXL1 (50%), TET2 (31%), CALR (22%), SRSF2 (22%), EZH2 (22%), U2AF1 (18%), SF3B1 (13%), MPL (13%), CBL (13%), IDH2 (9%). A prevalência de mutações de alto risco (ASXL1, SRSF2, EZH2, IDH1/2 e U2AF1 Q157P) foi maior nos pacientes que foram encaminhados para transplante alogênico de células tronco hematopoiéticas (TCTH): 100% vs. 50%. Discussão: Uma das principais causas de morte nos pacientes com MF é a transformação leucêmica, a qual ocorre em 20% dos casos. Os principais fatores de risco para transformação para LMA são cariótipos desfavoráveis como monossomias ou inv(3)/i(17q) e mutações somáticas de alto risco, como ASXL1 (frequência na população de 22%), SRSF2 (9%), EZH2 (5 %), IDH1/2 (3%) e U2AF1 Q157 (16%). Há ensaios clínicos sugerindo que pacientes com mutação ASXL1 respondem menos ao inibidor do JAK2, enquanto que os pacientes com mutação CALR tipo 1 apresentam respostas mais duradouras. Essas mutações apresentam impacto na sobrevida e na resposta ao tratamento. Infelizmente a única modalidade de tratamento com potencial curativo é o TCTH, o qual está associado até 50% e mortes relacionadas ao transplante ou a morbidade grave. Desse modo, deve-se balancear os riscos do TCTH com a expectativa de vida do doente sem a realização do TCTH. Conclusão: A análise do cariótipo e do NGS os possibilita estimar o risco do paciente e com isso instituir tratamento mais agressivo como TCTH os pacientes de maior risco, sendo ferramenta relevante para guiar terapêutica. Em virtude do impacto da análise molecular para a tomada de decisões na MF, consideramos importante divulgar as prevalências das alterações citogenéticas e do NGS do nosso serviço.Palavras-chave: Mielofibrose primária; Análise citogenética molecular; Mutação; Prognóstico.
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45. COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA E INSUFICIÊNCIA RENAL DIALÍTICA POR PROVÁVEL NEFROPATIA POR LISOZIMAS SEGUIDO POR TRANSPLANTE HAPLO-IDÊNTICO EM PACIENTE COM LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA MONOCÍTICA
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LFS Dias, MN Kerbauy, LN Kerbauy, AAF Ribeiro, VJT Lima, AF Silva, JD Agnol, JZMD Nascimento, AIDD Santos, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: Leucemia mieloide aguda (LMA) é a leucemia aguda mais frequente em adultos, com necessidade de tratamento com prontidão em virtude da alta morbimortalidade. Entre as complicações mais temidas está a insuficiência renal aguda (IRA) e a coagulação intravascular disseminada (CIVD), a qual apresenta mortalidade acima de 50%. Objetivos: Descrever caso clínico desafiador de paciente com LMA com CIVD e evolução para IRA dialítica que foi submetido a transplante alogênico (TCTH). Relato de caso: Homem de 64 anos foi admitido com febre, gengivorragia, epistaxe e moscas volantes há 1 semana. Exames laboratoriais evidenciaram Hb 13,1 g/dL, leucócitos 37.960 x 109/L, com 65% de blastos com morfologia monocítica, plaquetas 23.000 x 109/L, INR 2,29, fibrinogênio 50 mg/dL e tromboelastograma incoagulável. Medula óssea foi compatível com LMA monocítica, com 81% de blastos. Exames detectaram: trissomia do RUNX1T1, mutação do NPM1, trissomia do cromossomo 8 e o ganho do 1q. Tomografia de crânio mostrou hemorragia subaracnoidea. Paciente recebeu vitamina K, fibrinogênio, plasma e crioprecipitado devido quadro de coagulopatia. Foi iniciado protocolo de indução com citarabina e idarrubicina (3+7). Logo após início de citarabina, apresentou piora rápida da função renal, sem outros exames compatíveis com lise tumoral, com indicação de hemodiálise contínua. Não foi realizada biópsia renal em virtude da coagulopatia. Paciente persistiu com doença residual mínima (DRM) detectável após 2 terapias de indução com 3+7, alcançando DRM negativa somente após receber Decitabina 20 mg/m2 por 3 dias associado a Venetoclax 400 mg/dia contínuo. Foi submetido a TCTH haploidêntico, com fonte de células periféricas, sendo o filho o doador. Realizou condicionamento com Irradiação medula total 6Gy (D-8 e D-7), Bussulfano (com AUC de 4800 nos D-5 e D-4), Fludarabina ajustada para função renal (24 mg/m2 D-6 a D-4), com realização de dialise estendida 6h após infusão de Fludarabina e Ciclofosfamida (50 mg/kg D+3 e D+4). As doses das medicações foram ajustadas para a função renal: ciclofosfamida foi reduzida em 25%, Fludarabina foi reduzida em 20% e a dose de Bussulfano foi calculada conforme dosagens séricas. A ação da Fludarabina dura 6 horas, com formação do metabólico neurotóxico após esse período, portanto as diálises eram estendidas e programadas para ocorrer 6 horas após a Fludarabina. Paciente apresentou síndrome de liberação de citocinas, com melhora após ciclofosfamida no D+3. A profilaxia para doença do enxerto contra hospedeiro foi feita com Micofenolato Mofetil e Tacrolimus. Apresentou enxertia neutrofílica no D+17. Avaliação medular do D+60 pós transplante apresentava DRM e NPM1 negativos, com 100% de quimerismo. Conclusão: Descrevemos o quadro de homem com LMA que evoluiu com CIVD e IRA dialítica provavelmente relacionada à liberação pelos monócitos de lisozima, enzima causadora de injúria tubular tóxica. Apesar das complicações, o tratamento foi particularizado, com desfecho favorável, estando o paciente no D+90 pós TCTH em remissão da leucemia.Palavras-chave: Leucemia Monocítica Aguda; Diálise; Lisozimas; Coagulação Intravascular Disseminada; Transplante Alogênico.
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46. LEUCEMIA DE CÉLULAS PLASMOCITÁRIAS EM PACIENTE COM LINFOMA DE HODGKIN E LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA: RELATO DE CASO
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LFS Dias, DCOS Lopes, AAF Ribeiro, NF Centurião, CLM Pereira, JZMD Nascimento, TS Datoguia, RL Stanzione, KB Bucci, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: Leucemia de células plasmocitárias (LCP) é uma neoplasia muito agressiva e rara. Mais inédito ainda é a ocorrência de LCP no paciente com diagnóstico prévio de linfoma de Hodgkin e leucemia linfocítica crônica (LLC). Objetivo: Descrever o diagnóstico desafiador de neoplasias hematológicas concomitantes e a importância de estratégia terapêutica individualizada neste cenário. Relato de caso: Homem de 86 anos, diagnosticado com linfoma de Hodgkin Clássico há 13 anos. Foi tratado com 8 ciclos de ABVD. Há 4 anos apresentou recaída do linfoma de Hodgkin e sinais de LLC em linfonodo. Recebeu 6 ciclos de Brentuximab e Bendamustina. Evoluiu com progressão de doença, sendo iniciado Pembrolizumab de resgate. Após 2 anos de tratamento com Pembrolizumab, apresentou progressão clínica, de modo que foi optado por suspender Pembrolizumab e trocar por Ibrutinib. Após 1 ano em uso de Ibrutinib, foi admitido na emergência com quadro de sonolência, cansaço, dispneia e queda de saturação. Exames laboratoriais mostraram anemia, linfocitose atípica (26% dos leucócitos em sangue periférico), piora da função renal e hipercalcemia. Imunofenotipagem de sangue periférico evidenciou 49,0% de células plasmocitárias com fenótipo anômalo e 2,15% de células CD19 positivo, compatível com LCP e com população de LLC. Iniciado tratamento com esquema VRD (Bortezomib, Lenalidomida e dexametasona). Quimioterapia foi suspensa no sétimo dia devido à contraindicação clínica. Optado em conjunto com a família por cuidados de conforto. Paciente foi a óbito logo após. Discussão: Apesar de raro, a associação de LLC e Linfoma de Hodgkin já foi descrita em literatura, porém este é o primeiro relato de LCP, LLC e linfoma de Hodgkin no mesmo paciente. A patogênese da ocorrência simultânea destas neoplasias é desconhecida. Estudos descrevem aumento de neoplasias em pacientes com mieloma múltiplo (MM), com incidência de até 10%. A prevalência de LLC é maior nos pacientes com MM (0,26%) quando comparado a da população em geral (0,05%), provavelmente por uma neoplasia de células B predispor à outra. Não é descrito a associação de LCP com LLC ou linfoma de Hodgkin, apenas de MM com essas 2 entidades. Conclusão: Descrevemos o curso clínico de homem com antecedente de linfoma de Hodgkin e LLC diagnosticado com Leucemia de Células Plasmáticas, apresentando quadro agressivo com evolução a óbito logo após o diagnóstico a despeito do tratamento com VRD. Não há um consenso bem estabelecido quanto ao manejo de neoplasias hematológicas concomitantes, contudo é fundamental individualizar o tratamento levando-se em consideração apresentação clínica, status performance do paciente e seus valores de vida.
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47. LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA – CENÁRIO DA DOENÇA NA ÚLTIMA DÉCADA NO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN
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CLM Pereira, LFS Dias, NF Centurião, R Helman, IE Lopes, TS Datoguia, PV Campregher, GF Perini, N Hamerschlak, and FPS Santos
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: Leucemia Mielóide Aguda (LMA) é a leucemia aguda mais comum em adultos, classificada pela Organização Mundial de Saúde em LMA com anormalidades genéticas recorrentes (AGR), com alterações relacionadas à mielodisplasia (SMD), relacionada à terapia (LMAt), não especificada (NOS). A European Leukemia Net 2017 (ELN) estratifica o risco em favorável, intermediário e adverso. O tratamento é realizado com idarrubicina e citarabina (3+7), seguida de manutenção com citarabina ou transplante alogênico de medula óssea. Aos não elegíveis à quimioterapia intensiva, agentes hipometilantes ou baixas doses de citarabina são opções de tratamento. Objetivos: Descrever as características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais, assim como suas implicações prognósticas em pacientes diagnosticados com LMA de 2010 a 2020 em hospital de referência. Material e métodos: Estudo unicêntrico, retrospectivo, de coleta de dados de prontuário eletrônico. Foram excluídos pacientes pediátricos ou com leucemia promielocítica aguda. Resultados: Foram avaliados 106 pacientes, sendo excluídos pacientes com diagnóstico externo ao serviço, com número final de 75 pacientes incluídos, com idade mediana de 64 anos (30-91) e predomínio de homens (56%). O sintoma mais comumente relatado foi astenia (40,7%). Em relação à classificação da LMA, foram 45,3% com alterações relacionadas à SMD ou secundária a outras neoplasias mieloides, 32% com AGR (21,3% NPM1 mutado, 4% RUNX1 mutado, 2,7% inv(16), 1,3% t(8;21), 1,3% t(3;3) e 1,3% t(9;11)), 20% NOS, 5,3% com sarcoma mieloide e 2,7% LMAt. Pela classificação de risco molecular do ELN 2017, 61,3% foram classificados como risco adverso, 24% intermediário e 14,6% favorável. Em relação ao tratamento de primeira linha, 61,3% realizaram esquema de indução com 3+7 e 30,8% receberam hipometilantes (decitabina [17,3%], azacitidina [5,5%] e em combinação com venetoclax [8%]). Transplante de medula óssea (TMO) foi realizado em 64% dos pacientes, sendo alogênico em 90% dos casos. Considerando risco do ELN, TMO foi realizado em 63% de risco favorável, 88% dos pacientes de risco intermediário e 54% dos pacientes de risco adverso. Cerca de 56,2% dos pacientes apresentavam doença residual mínima negativa no momento do transplante. Após uma mediana de seguimento de 29 meses, a mediana de sobrevida global (SG) foi de 83 meses (IC 95% 21,6-NA), e com uma SG estimada em 3 anos de 57,4% (IC 95% 45,6-77,2%). Pacientes com risco genético molecular adverso tiveram SG inferior, estimada em 3 anos em 28,4% (IC 95% 13,8-58,3%), comparado com risco intermediário (92%) e risco favorável (90,9%), com p-valor 0,000006 pelo teste de log-rank. Discussão: Comparando com dados de literatura, nosso centro apresenta menor frequência de pacientes com risco favorável pelo ELN 2017 e uma maior frequência de pacientes de risco adverso. Apesar destes resultados, a SG em 3 anos foi de 57%, posivelmente devido a alta taxa de realização de TMO em nosso serviço, comparável ao que encontramos em centros internacionais. Não foi observada diferença de SG entre pacientes de risco favorável e intermediário. Conclusão: Nessa série unicêntrica de pacientes com LMA no Brasil em centro de referência de saúde privada, encontramos elevada frequência de pacientes com risco adverso pelo ELN 2017. Estratificação de risco genético molecular e realização de transplante alogênico de medula óssea são chaves para o controle e tratamento adequado desta doença.
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48. SARCOMA MIELÓIDE ISOLADO MULTICÊNTRICO - RELATO DE CASO
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CP Marques, JMZD Nascimento, DOS Lopes, MN Kerbauy, AAF Ribeiro, N Hamerschlak, VJT Lima, AF Silva, LFS Dias, and NF Centurião
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
O Sarcoma Mielóide (SM), consiste em uma massa tumoral composta por blastos mieloides ocorrendo em um local anatômico diferente da medula óssea (MO). Geralmente se apresenta de forma simultânea a leucemia mielóide aguda (LMA), mas, pode se apresentar como recaída de LMA ou até como progressão de síndromes mieloproliferativas. Pode ocorrer em qualquer sítio do corpo. A incidência é de 2,5-9% de pacientes com diagnóstico de LMA, entretanto, em menos de 1% dos casos, se apresenta sem acometimento medular, chamado de SM isolado. Em uma análise recente de 94 mil pacientes com LMA, 746 deles (0,8%) foram diagnosticados com SM, os sítios mais comuns foram pele (12,3%), partes moles (31,3%) e trato gastrointestinal (10,3%). Nós relatamos o caso de uma paciente feminina, jovem, que se apresentou em nosso serviço com quadro de obstrução intestinal aguda ocasionado por SM intestinal. Caso clínico: Paciente feminina, 38 anos, previamente hígida, dor abdominal tipo cólica de forte intensidade, associada a parada na eliminação de flatos. Procurou pronto atendimento, realizada tomografia computadorizada de abdome que evidenciou massa abdominal provocando obstrução intestinal. Foi submetida a enterectomia e ressecção completa da massa. Negava sintomas B ou outras queixas. Na admissão, apresentava Hb 15,5 g/dL, leucócitos 9900/mm3, plaquetas 260 mil/mm3. A biópsia foi compatível com SM em intestino delgado. A imunohistoquímica demonstrava Bcl-2+, c-myc+, CD34+, CD45+, MPO+ e Ki-67 70%. A paciente foi submetida a avaliação de MO e não houve sinais de acometimento pela doença. O PET-CT, apontou dois nódulos hipercaptantes em ambas as mamas, que foram submetidas a biópsia por agulha grossa, com mesmo diagnóstico. A avaliação de sistema nervoso central por coleta de liquor resultou negativa. Foi então submetida a tratamento quimioterápico com esquema 3+7. Após recuperação medular realizou novo PET, que mostrou resposta completa (RC) das lesões extramedulares. Realizou consolidação com um ciclo de Ara-C em alta dose, manteve RC em novo PET e doença residual mensurável (DRM) negativa em avaliação medular. Com esta resposta, foi encaminha ao transplante de medula óssea alogênico haploidêntico, recebendo como esquema condicionamento BUFLU com dose de bussulfano guiada por nível sérico para AUC 4500, de fonte periférica, com profilaxia de doença de enxerto contra o hospedeiro (DECH) com ciclofosfamida pós, MMF e tacrolimus. Na avaliação do D+30, a paciente encontra-se em RC com DRM negativa e quimerismo 100% do doador. Discussão: O SM é uma entidade rara, que pode ter uma taxa de erro diagnóstico de até 25-47% dos casos, sendo frequentemente confundida com distúrbios linfoproliferativos. Quanto ao prognóstico, a literatura é pobre. Não há estudos robustos que embasam as decisões de tratamento. Opta-se, de uma forma geral, pelos esquemas de tratamento utilizados na LMA, mesmo que ocorra ressecção completa da lesão extramedular, visto que a QT sistêmica demonstrou diminuição da progressão para LMA (71% Vs 41%; p = 0.001), aumentou sobrevida global, além de o tempo de progressão para LMA também ter sido maior no grupo tratado com QT sistêmica em comparação ao grupo tratado exclusivamente com RT ou cirurgia. Quanto a necessidade do transplante, também não há consenso, mas deve ser considerado nesse contexto. No caso descrito, foi indicado pois a paciente era jovem, com bom performance status, sem comorbidades que acrescentassem risco.
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49. AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS PACIENTES COM SÍNDROME MIELODISPLÁSICA DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN DE 2001 A 2020
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NB Vichi, NF Centurião, LFS Dias, CL Moura, CR Oliveira, FPS Santos, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Objetivo: Avaliar o perfil dos pacientes com Síndrome Mielodisplásica (SMD) diagnosticados e tratados no setor de hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Material e métodos: Estudo retrospectivo, de levantamento em prontuário de dados de pacientes com diagnóstico de SMD no HIAE entre 2001 e 2020. Inclusão: Pacientes acima dos 18 anos em seguimento médico e tratamento no HIAE, com diagnóstico realizado ou confirmado (caso diagnóstico externo) em nossa instituição. Exclusão: Incapacidade de determinar retrospectivamente pelo prontuário informações sobre o diagnóstico ou tratamento do paciente. Resultados: Revisamos retrospectivamente os prontuários de 202 pacientes com diagnóstico de SMD em nosso serviço, apenas 86 preenchiam os critérios de inclusão. O predomínio é do sexo masculino (53,5%), com mediana de idade de 66 anos ao diagnóstico e aproximadamente 33% apresentava o histórico pessoal de tabagismo ativo ou prévio. Segundo a classificação de 2016 da OMS, a maioria (25%) dos pacientes enquadrava-se como displasia de multilinhagem, 27% apresentaram alto e muito alto risco de desfecho negativo conforme a classificação do IPSS-R (Revised International Prognosis Scoring System) e 51% possuíam dependência transfusional. Apenas 29 pacientes possuíam resultado de mutações mielóides, destes, 27,5% (n = 8) portavam pelo menos uma das alterações moleculares de pior prognóstico (RUNX1, ASXL1, TP53). As terapias mais utilizadas foram os agentes estimuladores de granulócitos e análogos de eritropoietina como primeira linha de tratamento em 50% dos pacientes; seguida pelos hipometilantes na progressão em 48% deles. Em nossa amostra, 26% (n = 22) apresentou evolução leucêmica e 33% (n = 28) dos pacientes seguiu para transplante de medula óssea alogênico. A sobrevida global (SG) e sobrevida livre de eventos (SLE) encontradas foram de aproximadamente 43 e 33 meses, respectivamente. Discussão: A Síndrome Mielodisplásica (SMD) é uma doença clonal adquirida da medula óssea, marcada por citopenias periféricas associada a displasia de uma ou mais linhagens. Opções terapêuticas são os agentes hipometilantes e imunomoduladores como a Lenalidomida, principalmente nos pacientes com deleção do 5q. Essas medicações, porém, não estão disponíveis no cenário do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, o que dificulta o acesso e impacta no tratamento em nosso país. Não possuímos registros nacionais sobre incidência e prognóstico dos pacientes tratados. A análise do banco de dados Norte Americano (SEER), realizado por XiaoMei e colegas, se assemelha ao de nossa população (predomínio de pacientes acima de 60 anos, do sexo masculino e com sobrevida global média inferior a 3 anos). Sabemos que a avaliação prognóstica depende de fatores como risco citogenético e perfil de mutações, porém, não foi objetivo deste trabalho fazer esta correlação. Conhecer as características e desfecho de nossa população permite identificar pontos de melhoria e aprimorar fluxos diagnósticos e terapêuticos. Conclusão: Apresentamos neste trabalho o perfil epidemiológico e prognóstico dos pacientes portadores de SMD tratados no Hospital Israelita Albert Einstein, que se assemelha com o apresentado em literatura internacional.
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50. EMBOLIZAÇÃO DE ARTÉRIA MENÍNGEA MÉDIA PARA TRATAMENTO DE HEMATOMA SUBDURAL CRÔNICO SECUNDÁRIO A TRAUMATISMO CRANIANO EM PACIENTE COM SÍNDROME MIELODISPLÁSICA: RELATO DE CASO
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NF Centurião, LFS Dias, CLM Pereira, KB Bucci, VRH Nunes, DCOS Lopes, CE Baccin, GC Ribas, DHC Campelo, and N Hamerschlak
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Diseases of the blood and blood-forming organs ,RC633-647.5 - Abstract
Introdução: Síndrome mielodisplásica (SMD) é uma neoplasia mieloide caracterizada por proliferação clonal de células tronco hematopoiéticas, anormalidades genéticas recorrentes, displasia celular, hematopoiese ineficaz, citopenias no sangue periférico e potencial risco de evolução para leucemia mielóide aguda. Os hematomas subdurais crônicos (HSDC) são coleções de sangue encapsuladas dentro das células da borda dural com “neomembranas” externas características, geralmente ocorrendo em pacientes por volta dos 70 anos. Neoplasias hematológicas são causas raras, porém com elevada morbimortalidade e risco de recorrência. Objetivo: Descrever o primeiro caso em nossa instituição de embolização de artéria meníngea média em uma paciente de idade avançada, portadora de SMD com plaquetopenia, dependente de transfusões frequentes, que obteve importante redução de HSDC. Relato de caso: Mulher de 78 anos, diagnosticada em junho de 2019, com SMD com displasia de múltiplas linhagens, R-IPSS de risco intermediário, com citopenias refratárias ao uso de agentes estimuladores da granulopoese e da eritropoiese, em uso recente de terapia de baixa intensidade com agentes hipometilantes. Paciente sofreu um acidente automobilístico com consequente traumatismo cranioencefálico leve e coleção subdural compatível com HSDC com presença de sangramento recente em exame de imagem. Como não houve resposta ao tratamento conservador com transfusão de plaquetas tendo como meta 50 mil/mm3 plaquetas, foi indicada embolização da artéria meníngea média. Não houve complicação no local de punção femoral nem alteração clínica neurológica e a paciente recebeu alta três dias após o procedimento, mantendo-se assintomática. Tomografias de controle mensais, após procedimento, evidenciaram reduções progressivas de hematoma subdural crônico, porém mantendo espessura por volta de 0,7 cm e reexpansão cerebral quase total dois meses pós procedimento. Discussão: HSDC, incluído dentro das hemorragias intracranianas, tem sido tradicionalmente tratado com a sua drenagem feita através de uma a duas trepanações cranianas, com uso ou não de drenos pós-operatórios. Associa-se, contudo, a altas taxas de recorrência, variando de 2% a 37% na literatura. Em pacientes portadores de neoplasia hematológica, o hematoma subdural crônico possui prognóstico adverso. A embolização da artéria meníngea média foi inicialmente descrita no Japão em 2000 e vem se mostrando uma alternativa segura e eficaz, minimamente invasiva em comparação com técnicas cirúrgicas convencionais, particularmente em pacientes neurologicamente estáveis, apresentando redução acima de 50% na espessura do hematoma e evitando abordagem cirúrgica em 92% dos pacientes estudados. Acreditamos assim que o tratamento endovascular constitui uma boa opção terapêutica de HSDC em pacientes com trombocitopenia/plaquetopenia dados seus maiores riscos cirúrgicos e maiores índices de recidiva. Conclusão: Relatamos neste trabalho um caso de paciente com síndrome mielodisplásica, neoplasia hematológica que leva a plaquetopenia persistente e piores desfechos em sangramentos intracranianos, que apresentou nítida melhora de HSDC após embolização de artéria meníngea média, sem complicações do procedimento ou recorrência do sangramento.
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