Search

A toponímia e os monumentos públicos constituíram a expressão simbólica da afirmação do poder colonial. A partir de finais do séc. XIX, as memórias e identidades coloniais foram inscritas em Lourenço Marques (atual Maputo) pela administração portuguesa. Com a transição para a independência, as referências coloniais e as estruturas de poder que procuravam afirmar foram desafiadas quando as estátuas foram removidas da cidade e a toponímia sofreu profundas alterações. Partindo do estudo das alterações feitas na atual Praça da Independência, incluindo a mudança de topônimos e a alteração de várias infraestruturas, este artigo procura analisar os projetos políticos que dinamizaram a descolonização da paisagem monumental da praça, sinal da mudança epistêmica que se anunciava. Toponymy and public monuments constituted the symbolic expression of colonial power. From mid XIX century, colonial memories and identities were inscribed in colonial Lourenço Marques (now Maputo) by the Portuguese administration. With the transition to independence, colonial references and the power structures they sought to assert were challenged by new political visions, with the statues being removed from the city and the toponymy undergoing profound changes. Based on the study of the modifications in current Praça da Independência [Independence square], including the analysis of the alteration of various infrastructures, this article seeks to interpret the political projects that spurred the decolonization of the square’s monumental landscape, a sign of the announced epistemic change.

Este artigo aborda o papel das mulheres nos teatros da guerra colonial/de libertação em Moçambique, dando a conhecer fatos e agentes políticos que têm sido ativamente produzidos como inexistente pelas abordagens históricas dominantes. Combinando excertos de entrevistas com a análise da força de fotografias, o artigo expõe, à medida do possível, e com o ritmo das cautelas associadas ao desvelar de sentimentos vários (revolta, ódio, inveja, desalento e amor), fragmentos das experiências vividas por mulheres que conheceram a guerra na primeira pessoa. Estas memórias, de mulheres comuns, contribuem para subverter ausências, transformando-as em sujeitos ativos da história., Confluenze. Rivista di Studi Iberoamericani, Vol. 12 No. 2 (2020): Re-imagined archives: colonialism and decolonization in Africa and the arts of post-memory

Presentation Presentación Apresentação

As conceções de direitos e de justiça em Timor-Leste são resultado de uma construção a partir de elementos locais que refletem a diversidade cultural e a história do país, formada por várias experiências de modernidade, mas também pelo contato intenso recente com diversas organizações internacionais. No entanto, os sistemas de governação e de justiça pré-coloniais, denominados por kultura ou lisan, assentes na crença nos ancestrais, permaneceram centrais na sociedade timorense, encontrando eco nas justiças comunitárias. Em Timor-Leste, como noutros contextos, esta diversidade cultural constitui um forte exemplo de pluralismo jurídico, isto é, a presença simultânea de múltiplas ordens jurídicas e estruturas de resolução de conflitos.

Este libro llama la atención sobre una inmensa experiencia de saberes producidos y probados en las luchas de ese espacio tan amplio que es el Sur global. En el origen de este desafío están las inquietudes de Boaventura de Sousa Santos, que, en línea con muchos otros intelectuales preocupados por el creciente agotamiento del modelo analítico racional moderno, propuso el desafío de ir hacia el Sur y trabajar con el Sur. Este Sur revela un pluriverso amplio de saberes, y se constituye como una metáfora de encuentros, enfrentamientos y polinización de conocimientos. En una época caracterizada por preguntas fuertes y respuestas débiles, el encuentro con la diversidad del Sur suscita múltiples cuestiones a las que los textos que integran este volumen procuran responder: ¿Por qué, en los últimos siglos, la epistemología dominante eliminó de la reflexión epistemológica el contexto cultural y político de la producción y reproducción del conocimiento? ¿Será la diversidad de la ciencia el resultado de un pluralismo epistemológico? ¿O es que la razón de esta diversidad tiene orígenes ontológicos, una diversidad resultante de la heterogeneidad del mundo? ¿Cómo reconocer otras epistemologías y generar diálogos entre ellas? ¿Cuál es el papel de las universidades públicas en la producción de un saber comprometido con la transformación social? Estas reflexiones se conjugan para explicar que no existe justicia global sin una justicia cognitiva global. Lejos de tratar de presentar las Epistemologías del Sur como un corpus teórico único, los autores y autoras de este libro muestran que lo que necesitamos es, de hecho, una alternativa teórica hecha a partir de varias luchas, de varias cosmologías alternativas, algunas emergentes, y otras procedentes de una historia más larga pero silenciada. Este volumen se atreve a delinear trayectorias para otro pensamiento, tallando un espacio para sí mismo que posibilita al pensamiento (re)ligarse con la vida y caminar atentamente por la diversidad de formas de conocimiento de aquellos cuyas experiencias dejaron de ser legibles a la luz del conocimiento eurocéntrico, […] garantizando así que los conocimientos producidos por el Sur global sean parte integral de un mundo multifacético, con varios centros de producción de conocimiento.