O presente artigo trata de uma experiência estética a partir do contato com a obra Bat Cave, instalação do artista Tony Smith, remontada em 2013 para a 9ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, que foi ampliada semanticamente com o uso de um instrumento criado para ser utilizado por um espectador ou professor de artes visuais na ressignificação da obra de arte contemporânea enfocada no ensino da arte. Utiliza-se como referencial teórico a fenomenologia de Bachelard no resgate poético dos espaços, a hermenêutica de Gadamer na ressignificação da arte vista como jogo e a semiótica de Greimas, presente em seu último livro Da Imperfeição, na tentativa de construir um percurso semiótico de significação, afirmando que o sentido da obra de arte contemporânea se apresenta na experiência sensível construída a partir da experiência da obra. A experiência estética utilizada como referência inicial para a elaboração do instrumento educativo deu-se quando me deparei com a obra Bat Cave e tive dois sentimentos. Questiona-se sobre a possibilidade de haver um encadeamento entre os dois sentimentos: o de proteção e o de ludicidade, e com esses conceitos foi construído o desenvolvimento do texto. A ideia de jogo infantil foi associada à ideia de proteção na figura de um ninho a partir de uma abordagem fenomenológica, associando a poética presente na própria obra. A partir de então se trata da ampliação da experiência estética no campo da educação com a construção de um instrumento que faz referência à óptica e pode ser utilizado em sala de aula como estratégia para a ressignificação do olhar sobre a obra de arte contemporânea, possibilitando a percepção de detalhes que passam despercebidos. O dispositivo serve para observar atentamente a obra e suas peculiaridades ao possibilitar um percurso de sentido, ressignificando a obra nessa proposta de encontro estético. Por fim, propõe-se relacionar o ordinário e o extraordinário na produção de novos sentidos, incentivando o professor a estimular seus alunos para a percepção das qualidades sensíveis dos objetos que nos cercam.