PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DO PESSOAL DE ENSINO SUPERIOR CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO PROGRAMA DE DOUTORADO SANDUÍCHE NO EXTERIOR O objetivo da presente tese é duplo. Por um lado, pretende-se questionar o posicionamento metodológico de Potts em suas tentativas de construir modelos para o significado dos expressivos. Por outro, argumento que uma interpretação correta do valor semântico dos expressivos deve considerar o vínculo que, a meu ver, tais termos entretêm com a ontologia social; já que o que as pessoas fazem com a linguagem está vinculado com a estrutura social em que o uso da linguagem se encontra inserido. A seguir, apresento a estrutura da tese. No primeiro capítulo, são analisados os dois modelos semânticos elaborados (respectivamente, em 2005 e 2007) por Potts para dar conta do comportamento específico dos expressivos. No segundo capítulo, procuro esclarecer seu posicionamento sobre o valor semântico dos expressivos; tendo em vista que, para operar com seus modelos, Potts se vale de uma definição funcional (working definition). No terceiro capítulo, questiono a principal tese defendida por Potts, a saber, que os expressivos formam uma classe semântica natural delimitada por um conjunto de propriedades notáveis. Para esses fins, argumento que as propriedades distintivas atribuídas por ele aos expressivos não conseguem circunscrever com nitidez uma categoria semântica. No quarto capítulo, apresento uma proposta alternativa de interpretação do valor semântico dos expressivos, a qual leva em consideração o caráter normativo do conteúdo expressivo. Neste ponto, faço minha a visão de Williamson (2009) sobre o maior poder explanatório deste tipo de interpretação com relação às diversas questões sociais e linguísticas que se colocam para os termos investigados. No quinto e último capítulo, argumento que uma interpretação correta do valor semântico dos expressivos deve acomodar, para além da dimensão normativa do conteúdo expressivo, insights oriundos da área de ontologia social, uma vez que o significado dos termos expressivos se encontra fortemente vinculado à posição social das pessoas que desempenham determinados papéis no discurso. The aim of this thesis is twofold. On the one hand, I question Potts s methodological stance in his attempts to build models for the meaning of pejoratives. On the other hand, I argue that a correct construal of the semantic value of expressives must take into account their ties with social ontology, given that what people do with language is tied to the social structure in which language use takes place. The thesis is framed as follows. In the first chapter, I analyze two semantic models successively designed by Potts (respectively, in 2005 and 2007) in order to account for the specific behavior of expressives. Next, I set myself the task of clarifying the stance behind the accounts, having in view the functional definition needed to operate with the models. In the third chapter, I question Potts s main thesis according to which expressives form among themselves a natural semantic class marked out by a set of salient properties. To this end, I argue that the alleged distinctive properties of expressives do not circumscribe a clear-cut semantic category. In the fourth chapter, I present an alternative to Pott s construal of the semantic value of expressives that takes into account the normative character of expressive content. At this stage, I embrace Williamson s view about the higher explanatory power of this type of construal with respect to the variety of social and linguistic issues raised by the investigated terms. In the fifth and last chapter, I argue that a correct construal of the semantic value of expressives must accommodate, in addition to the normative dimension of expressive content, a number of insights from social ontology, given that the meaning of expressives is strongly tied to the social position occupied by people in virtue of their role in discourse.